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Mensagem
por FCarvalho » Dom Jul 28, 2024 1:30 pm
Certamente a oferta chinesa em termos financeiros é muito mais propositiva ao EB do que qualquer outro CC e\ou IFV SL que seja oferecido por europeus e\ou sul coreanos. Não tem nem como competir. Mas seria assim apenas se fôssemos receber os veículos já prontos e acabados, sem tot ou qualquer outra coisa. Não é isso que o RO\RTLI do exército dispõe.
A prioridade é para a consecução de capacidades na BIDS para o pleno suporte dos bldos no Brasil, a partir da implantação de logística industrial e tecnológica no país; para isso, será necessário que todos os candidatos arrumem parcerias dentro da BIDS a fim de potencializar suas propostas, mas, principalmente, dar concretude ao que for disposto financeiramente.
Sabe-se que a BIDS hoje, aquela realmente com CNPJ nacional de pai e mãe, não tem capacidades para gerar apoio em tudo o que o EB quer\espera dela em termos de provimento de insumos a um CC e\ou IFV SL. Então, as soluções também devem passar por outros setores da indústria nacional que, como se sabe, também, não vê com bom olhos quaisquer investimentos no setor da defesa nacional, visto o nosso histórico(ruim). O melhor exemplo está aí no projeto da VBTP Guarani.
Assim, para os chineses, ficaria tudo mais fácil se conseguirem comprar metade da Avibras, e ter um pé aqui dentro com tudo dentro já pronto, como outras empresas estrangeiras tem na BIDS, e no restante da própria indústria nacional. A cadeia de fornecedores da Avibras, diga-se de passagem, é bastante abrangente. E permitir que continue funcionando, é um desejo de todos os envolvidos no caso. Além de funcional para os programas das ffaa's na empresa, é também para a própria BIDS, que poderá ter na empresa mais um ponto de apoio de negócios, exportação, empregos e renda, agora com produtos chineses e\ou desenvolvidos por ela com tecnologia e dinheiro deles. Tirando os chiliques nervosos do velho Sam, é um ganha-ganha para o país, ffaa's e governo.
Muito provavelmente o peso da VBC CC será ajustado ao se viu na visita à China pelo cmte e comitiva do EB. E claro, ao que há também hoje disponível mundo afora, e que supera largamente a casa das 50 ton sem maiores problemas.
Não acredito que haja modificações para a VBC Fuz, que está no limite do peso de 45 ton, que hoje é o que se tem para a maioria dos IFV SL vendidos no mercado, a depender do gosto e necessidades dos clientes. Dificilmente o EB abrirá mão destes requisitos, e menos ainda irá colocar nas mãos dos chineses tanto os CC quanto as VBC Fuz. No mínimo, não seria prudente. O problema maior, em termos de custos, são justamente os CC, e estes, aparentemente, pode-se ajustar com um "VT-4BR" feito por encomenda.
Assim, da China, nestes dois programas, ou vamos de VT-4 adaptado para o EB, ou compramos VN-17, que é o modelo que melhor se encaixa no RO da VBC Fuz. Só não sei dizer se este bldo está liberado para exportação. Não encontrei informações a despeito. De qualquer forma, em termos de custos\preços, a VBC Fuz é o projeto que irá demandar a maior quantidade de bldos e versões a serem comprados, assim como os VBTP Guarani. Neste sentido, com os seus custos mais baixos, no caso de virem semi-acabados e terminados aqui para incluir insumos escolhidos pelo EB conforme o RTLI, ele anda é bem mais vantajoso que a concorrência.
A ver qual será a resposta da concorrência. Com certeza o cmte do EB já veio com uma, ou várias, propostas no bolso da sua visita à China. Agora é escolher qual cabe melhor na nossa realidade, e no orçamento do exército.
Carpe Diem