O futuro da AAAe no Brasil

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11521 Mensagem por RobsonBCruz » Sex Jun 28, 2024 11:16 am

PORTARIA – EME/C Ex Nº 1.338, DE 21 DE JUNHO DE 2024

Aprova a Diretriz de Iniciação do Projeto Sistema de Artilharia Antiaérea de Média Altura/Grande Altura e constitui equipe para a elaboração do Estudo de Viabilidade do Projeto (EB20-D-08-075).

DIRETRIZ DE INICIAGAO DO PROJETO SISTEMA DE ARTILHARIA ANTIAEREA DE MEDIA ALTURA / GRANDE ALTURA (EB20-D-08-075)
...............................
b. Objetivos Específicos

1) Obter sistemas de defesa antiaérea de média altura/grande altura para o Comando de Defesa Antiaérea do Exército (Cmdo DAAe Ex).
2) Transformar as OM da DAAe F Ter que receberão os sistemas de defesa antiaérea de média altura/grande altura, possibilitando o seu emprego em operações militares de amplo espectro.
3) Possibilitar o emprego das OM de DAAe de Me Altu/G Altu F Ter no Território Nacional e Teatro de Operações/Área de Operações, operando em situações de guerra e não-guerra, atendendo às Hipóteses de Emprego (HE) do Exército Brasileiro.
4) Atender às demandas de interdição do espaço aéreo em grandes eventos internacionais, tais como visitas de Chefes de Estado e competições esportivas de vulto.
5) Viabilizar a adequação da infraestrutura física necessária, das OM da DAAe F Ter e da EsACosAAe, para o recebimento dos PRODE de média altura/grande altura.
6) Obter simuladores de PRODE para as OM AAAe de média altura/grande altura da F Ter e para a EsACosAAe.
7) Planejar, em coordenação com o Comando Logistico (COLOG), a implantação e execução do Apoio Logistico Integrado (ALI) necessário.
8) Viabilizar a infraestrutura física para o Apoio Logistico Integrado no B Mnt Sup AAAe e demais OM.
9) Prever as sucessivas modernizaões ou atualizações tecnológicas dos Sis AAAe Me Altu/G Altu das OM da DAAe F Ter e a sua respectiva desativação.
10) Capacitar recursos humanos para operação e manutenção dos Sis AAAe Me Altu/G Altu das OM da DAAe F Ter.

http://www.sgex.eb.mil.br/sistemas/bole ... tas_be.php




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11522 Mensagem por FCarvalho » Sex Jun 28, 2024 12:39 pm

Agora fiquei curioso.

O que será que fez o EB mudar de ideia e ampliar o escopo do seu programa de DAAe, e pior, quebrar o paradigma quase que inquebrantável do AAe longo alcance\altura ser exclusivo da FAB? [005]

Até outro dia eu sequer sabia que a FAB tinha um programa oficial para AAe de longo alcance\altura. E, eis que do nada, o exército agora também quer os seus.

Será que alguém anda lendo o DB ultimamente? :twisted:

O prazo para a apresentação dos resultados deste estudo de viabilidade é 90 + 30, ou outubro deste ano.

Com certeza o EB viu alguma coisa por aí e a oportunidade de obtenção concreta, e está se movimentando para adaptar os seus requisitos ao que viu e gostou.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11523 Mensagem por FCarvalho » Sex Jul 05, 2024 2:34 pm



Uma alternativa para o futuro da cav e inf mecanizada do EB, e talvez para a cav blda.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11524 Mensagem por FCarvalho » Sáb Jul 13, 2024 2:15 pm

FCarvalho escreveu: Sáb Jul 13, 2024 2:08 pm Apenas a título de ilustração das necessidades de AAe para o EB, que é a força que mais demanda soluções, temos:

5 GAAe a três baterias cada = 15 baterias
1 GAAe Sl a 2 baterias = 2 baterias (no momento equipados com RBS-70NG e Igla-S)

obs 1: a organização atual dispõe 2 Bia canhões e 1 Bia RBS-70NG nos grupos. não se sabe até agora como o EB irá dispor a reorganização destas OM a partir da chegada dos sistemas AAe de média e grande altura\alcance. Ao menos uma Bia deverá ser equipada com canhões de tiro rápido, como previsto no planejamento. há a possibilidade dos GAAe operarem com até 4 Bia, se for o caso, mas não existe nenhuma perspectiva concreta neste sentido. tudo irá depender de como e quando o EB receberá os novos sistemas AAe, e como estes irão afetar a doutrina e a organização da defesa AAe.

obs 2: notar que apenas 6 GAAe não são nem de longe suficientes para cobrir as necessidades, e obrigações, do EB no que tange a defesa AAe do país, seja de alvos estratégicos\táticos militares ou civis. o EB nunca operou sistemas de média e[ou longa altura\alcance, portanto, será um desafio tremendo (doutrinário, operacional e logístico) para a força adaptar tudo o que sabe até agora sobre o tema AAe (restritos a GM II) a partir da chegada destes sistemas. vamos começar literalmente do zero.

Bda Cav Mec - 4
Pel AAe Mec - 4 (1 Pel por Cia Cmdo Ap nível Bda)

obs: no manual, além do Pel AAe da CiaCmdoAp da bda, deve haver Seções AAe nos RCM de forma permitir a defesa AAe a nível de SU, mas na prática isto nunca foi feito. idem para as SU da inf mec. o EB até o momento ainda não definiu quais os RO para a futura versão AAe do Guarani, seja a nível bda ou SU, uma vez que atendem missões distintas.

Bda Inf Mec - 4
Pel AAe Mec - 4 (1 Pel por Cia Cmdo Ap nível Bda)

obs: a 15a bda Inf Mec opera hoje com uma Cia AAe Mec em sua dotação orgânica. esta SU foi criada a título de estudos doutrinários do EB, para avaliar a melhor forma de dispor a defesa AAe a nível da bda. até o momento não foi apresentado de público nenhuma resposta sobre estes estudos. da mesma forma que as bda cav mec, as SU da inf mec devem dispor de Seções AAe em suas CiaCmdoAp, que na prática não existem até hoje.

Bda Cav Blda - 2
Bia AAe Blda - 2 (1 Bia por Bda) (32 unidades Guepard)

Em termos quantitativos, hoje o EB precisa de 12 Bia AAe (média e grande altura\alcance) para os GAAe, outros 8 Pelotões AAe para as Bdas Cav Mec e Bda Inf Mec (média altura\alcance) e 2 Bia AAe Blda (curta\média) para susbtituir os Guepard.

Além destes números, de acordo com os manuais, os RCM e Btl Inf Mec, e demais SU das bdas mec e blda precisam contar com suas próprias Seções AAe, que por óbvio atuam na defesa de ponto\curto alcance\altura, de forma que, com a organização atual destas OM, seriam necessários comprar sistemas AAe de curto alcance\altura ao menos para:

12 RCM
12 BIMec
4 BIB
4 RCC
4 RCB

Além destas, existem dezenas de outras SU de apoio ao combate na forma de artilharia de campanha, engenharia, comunicações e logística nas brigadas que também, pelos manuais, demandam seções AAe a si.

O ilustrado até aqui diz respeito apenas as bdas mec e bldas do exército. É preciso notar, conquanto, que há ainda que mobiliar as bdas leves, que devem\podem adotar o RBS-70NG e\ou Manpad mais moderno que os Igla-S, tal como reza nos manuais. Esta parte, penso que aqui com os meus botões poderia ser facilmente resolvida com a compra de lotes maiores de ambos sistemas, e aplicando os mesmos onde eles são necessários e cabíveis. O melhor exemplo são as Bdas Inf Sl e seus BIS. Um Pel AAe a nível Bda Inf Sl não exigira mais que 4 a 8 unidades do sistema sueco, totalizando apenas 24 a 48 lançadores + mísseis. Os BIS seriam equipados com Manpad. O mesmo se pode dizer das Bdas Pqd, Amv, Mtz, Mth, Pantanal, etc. A compra destes sistemas inclusive traz consigo a necessidade de mais aquisições do radar M-200 Saber, para complementar os mesmos. Ao menos 2 ou 3 radares por brigada são necessários. Mas fato é que até agora, não se viu e não se vê muito empenho de parte do exército em solucionar, ao menos a questão da defesa de ponto e\ou curto alcance na forma daqueles sistemas, muito mais baratos e comprar e operar do que os meios de médio e longo alcance\altura.

Enfim, em minha opinião, o EB precisa urgentemente a partir da escolha dos novos sistemas AAe rever a própria organização da AAe no país, uma vez que o que se em hoje ainda é um resquício de visões e manuais com mais de meio século de existência, e calcadas em referenciais dos idos tempos da GM II. Precisamos avançar, e rápido. Para ontem.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11525 Mensagem por FCarvalho » Seg Jul 15, 2024 7:50 pm

Perspectiva de quantitativos para equipar as OM do exército 2024:

5 GAAe - 15 baterias
1 GAAe Sl - 2 baterias

1. GAAe:

a) Bia Msl Média Altura\Alcance a 6 a 8 lançadores;
b) Bia Msl Grande Altura\Alcance a 6 a 8 lançadores;
c) Bia Canhão Curto Alcance\altura a 6 a 8 peças.

Total:

a) 30 a 40 lançadores msl média altura\alcance
b) 30 a 40 lançadores msl grande altura\alcance
c) 30 a 40 canhões curto alcance\altura

2. GAAe Sl (6):

a) 3 a 4 Bia Msl Curto Alcance\Altura a 6 a 8 lançadores;

Total:

a) 108 a 192 lançadores msl curto alcance\altura (RBS-70NG)
b) 54 a 72 lançadores msl curto alcance\altura (Manpad)* ____________________________________________________________________

Bda Cav Mec - 4

a) VBC AAe SR AAe (BDA) > 16 undes (Média Altura\Alcance)

b) VBC AAe SR (RCM) > 32 undes (Curto Alcance\Altura)
_____________________________________________________________________

Bda Inf Mec - 4

a) VBC AAe SR AAe (BDA) > 16 undes (Média Altura\Alcance)

b) VBC AAe SR (BIMec) > 48 undes (Curto Alcance\Altura)
_____________________________________________________________________

Bda Cav Blda - 2

a) VBC AAe SL (BDA) - 32 undes (média altura\alcance)

b) VBC AAe SL (BIB) - 16 undes (curta altura\alcance)
______________________________________________________________________

Além destas OM a nível brigada e GAAe acima, no papel existem também SU na DE e na AD que, ao menos em teoria, são voltadas para a defesa de área, e mesmo de ponto, no caso destas últimas, das unidades a que se subordina.

Assim, no papel, temos:

Artilharia Divisionária

Bia AAe - AD 1
Bia AAe - AD 3
Bia AAe - AD 5

* a 2a, 6a e 7a DE não possuem artilharia divisionária orgânica, embora a 2a DE em São Paulo possua um GAC subordinado a si, mas sem qualquer ligação com as AD existentes.

Divisão de Exército

Bia AAe - 1a DE
Bia AAe - 2a DE
Bia AAe - 3a DE
Bia AAe - 5a DE
Bia AAe - 6a DE
Bia AAe - 7a DE

A organização doutrinária da DE do exército pressupõe a existência de SU específicas para defesa AAe, mas na prática o que ocorre são os GAAe realizarem essa tarefa, sendo agregados quando e se necessário aquelas GU, de forma que a DE não possuem defesa AAe própria e nem podem oferecer tal cobertura as brigadas que possui neste aspecto. Ao menos em teoria, a DE deveria possuir sistemas de defesa AAe de área para a realizar a proteção da zona de emprego, mas esta é uma realidade ainda distante do EB, tanto do ponto de vista doutrinário, como, e principalmente, material.

No caso da AD, está previsto a disposição de uma BiaAAe para a defesa das OM orgânicas, quer sejam os GAC e a BIa LMF, também prevista como dotação, além das demais SU componentes. No entanto, tal SU nunca existiu de fato na história das AD, e não se tem até o presente momento nenhuma iniciativa de parte do cmdo do EB no sentido de apontar soluções para esta lacuna.

O exército recentemente lançou um estudo de viabilidade para a aquisição de meios AAe de média e grande altura\alcance. Talvez seja a oportunidade de, vislumbrando os fatos acima, tentar lograr soluções, mesmo que paliativas, para tapar os muitos buracos existentes na defesa AAe do país.

A VBC AAe Guarani está em vias de ter apontados os seus requisitos, e para o fim desta década a solução encontrada deve começar a chegar às OM pertinentes, mesmo que em quantidades abaixo do necessário à completa organização das OM AAe orgânicas das bdas. Soluções para a cav blda só devem aparecer na próxima década, quando tivermos o problema da VBC CC e VBC Fuz resolvidos, e os bldos escolhidos. Derivados destes veículos devem assumir o lugar dos Guepard, e quiçá também serem usados nos BIB e RCC.

Notar que a defesa das bdas mec e blda, além das DE e AD, impõe um misto de coberturas entre a curta, média e grande altura\alcance. Neste sentido, é bom saber de que forma o EB pretende dar cabo dessa divisão de tarefas, visto, aparentemente, já temos no RBS-70NG o sistema de cobertura a baixa altura\alcance, faltando um Manpad moderno para complementá-lo. O programa defesa AAe Média Altura\Alcance do MD parece perder espaço e projeção na medida em que FAB e EB lançam seus próprios programas para a média e grande altura.

Por fim, é preciso dizer que afora as OM apontadas acima, existe uma miríade de outras SU componentes das bdas, além de outras não diretamente ligadas a elas, que precisam de cobertura AAe própria ou de suas respectivas GU e\ou Comandos de Área\Regiões Militares, o que até o momento parece estar longe de uma solução, embora o RBS-70NG em suas diversas versões possa assumir este papel em partes.

Resta torcer para que no futuro a curto e médio prazo o país não seja levado a roldão e acabe metido em contendas alheias, sendo pego com as calças nas mãos em relação à sua defesa AAe, para ficar no tema do tópico; o que no caso da disputa entre Venezuela e Guiana já ficou mais que atestado que não estamos, como de fato nunca estivemos, preparados para defender nossas fronteiras, e muito menos o país na íntegra.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11526 Mensagem por FCarvalho » Seg Jul 15, 2024 8:01 pm

Alguém aí sabe dizer quanto custa um desses aqui para produzir aqui sob licença e distribuir em todos os btl inf do exército? :?

https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTeCQBcC-4v8UV0rBsxBh8P4JT6Ih4-_YAlZg&s




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11527 Mensagem por Glauber Prestes » Seg Jul 15, 2024 8:13 pm

FCarvalho escreveu: Seg Jul 15, 2024 8:01 pm Alguém aí sabe dizer quanto custa um desses aqui para produzir aqui sob licença e distribuir em todos os btl inf do exército? :?

https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTeCQBcC-4v8UV0rBsxBh8P4JT6Ih4-_YAlZg&s
Acho que algumas centenas de milhões de rublos, e um pequeno desgaste perante o "ocidente".
Mas acho que nada que não dê pra fazer.




Editado pela última vez por Glauber Prestes em Seg Jul 15, 2024 8:14 pm, em um total de 1 vez.
Razão: Mensagem foi postada sem corpo de texto
http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
Cuidado com os sintomas.

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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11528 Mensagem por FCarvalho » Seg Jul 15, 2024 8:31 pm

Não precisa nem ser russo, pode ser qualquer um, desde que seja melhor e mais moderno que o Igla-S.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11529 Mensagem por FCarvalho » Seg Jul 15, 2024 9:00 pm

Já que o tio Sam está de mal com o urso russo, e não deixa a gente brincar mais de Pantsyr BR, talvez ele não se importe se o cmte do EB voltar da China com uma proposta de fazer um Pantsyr genérico com isso aqui. :twisted:


Imagem

Nada demais aproveitar o interesse da Norinco e colocar um bichinho desses sobre os veículos do Astros III e ver o que o pessoal acha. 8-]




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11530 Mensagem por FCarvalho » Qui Jul 18, 2024 5:05 pm

A seguir, temos os quantitativos gerais para a VBC AAe Guarani que o EB tem, na teoria, para equipar suas bdas mecanizadas.

Bda Cav e Inf Mec

a) VBC AAe SR AAe (BDA) > 32 undes (Média Altura\Alcance)

b) VBC AAe SR (RCM\BIMec) > 80 undes (Curto Alcance\Altura)

total: 112 VBC AAe

Existe a clara necessidade em separar a defesa AAe das bda mec em média altura\alcance e curto alcance\altura tendo em vista as necessárias coberturas das respectivas OM. neste sentido, é mister antever soluções que sejam coerentes com as necessidades a nível bda e subunidades das brigadas.

Além das bdas inf e cav mec, existe ao menos 2 RCM que também deverão possuir suas seções\pel AAe de forma a garantir sua defesa apropriada na faixa de curto alcance\altura, elevando para pouco mais de 120 unidades a demanda para este modelo das VBC AAe Guarani.

Notar que atualmente para as ffaa's a AAe de média altura\alcance ocupa a faixa de até 15 mil metros de altura e 40 a 80 km de alcance, conforme os requisitos do Programa Defesa AAe Média Altura\Alcance Comum do Ministério da Defesa.

Resta saber qual\quais sistemas seriam mais adequados a mobiliar os PelAAe das CiaCmdoAp das bdas cav mec que fazem esse trabalho. A preferência seria por um sistema baseado também nos Guarani, mas não há até o momento produtos que sejam passíveis de adaptar neste veículo 6x6 capazes de operar naquelas distâncias\alturas. Restaria verificar outras possiblidades de montagem sobre outras plataformas SR adequadas, que a meu ver, hoje no mercado são bem poucas as opções.

A defesa AAe nível brigada essencialmente não precisa ser um sistema com capacidades de deslocamento tão ou mais rápidos que aqueles que acompanham os RCM e BIMec, e suas subunidades de apoio, mas tem que dispor de velocidade de transporte, apronto e retirada no mínimo condizentes com as unidades que irá apoiar. Até o momento, dos sistemas apresentados ao EB no processo da defesa AAe Média Altura\Alcance, todos praticamente demonstraram soluções baseadas em veículos SR, e que se prestam no papel ao apoio em nível GU.

O grande problema para a AAe nas bdas mec é de fato qual a solução que se apresentará no caso da VBC AAe Guarani, que até o momento ainda não tem os seus requisitos definidos, embora se possa tem um vislumbre da mesma quando da tentativa de engatar a solução sueca com os seus RBS-70NG sobre o Guarani, e também a disposição de usar as UT30BR2, também, como defesa de ponto contra drones, mas que até agora não vingou.

Em que pese a UT30 BR2 não ser uma torre AAe, a mesma apresenta condições de ser mobiliada tanto com mísseis AC quanto Manpad, de forma que o guiamento destes últimos seria dispensável por radar, tendo em vista seus sistemas infravermelho, dependendo apenas do apoio da própria tripulação e dos optrônicos do bldo, ou de vetores externos à viatura, para sua auto defesa ou de outros veículos\tropas, como em várias soluções encontradas no mercado.

Particularmente, penso que, com pouco mais de 80 viaturas VBC AAe Guarani por serem encomendadas, teoricamente, apenas para guarnecer as seções ou pelotões AAe das SU das brigadas, me parece lícito pensar que uma solução nacional baseada na TORC 30 seria a mais adequada e útil para nós, uma vez que sua integração no Guarani não traria maiores empecilhos ou questões técnicas, pelo contrário, uma vez que foi projetada para o mesmo. Fica pendente saber se os custos de tal investimento seriam atendidos pelo orçamento do EB, ou ao menos serem inseridos no tal PAC Defesa, caso estes recursos não sofram soluções de continuidade ou contingenciados sempre que interessar ao governo.

De qualquer forma, até prova em contrário, sou de opinião que o melhor a se fazer seria pegar o Girafe 1X, ou outro radar da mesma categoria, colocar um Bofors 40\70 Mk IV e um lançador de Manpad na TORC30 e teríamos uma ótima torre AAe para defesa de ponto, e até mesmo contra drones se complementados com os sistemas eletroeletrônicos adequados instalados, como hora se pretende\pretendia nas UT30 BR2.

Para quem se pretendia produzir mais de 200 UT30BR, tirar do bolso como solução de oportunidade mais ou menos 80 TORC30 nacionais, com tudo e mais um pouco nela também nacional, não deve ser inviável. Sabe-se que o canhão alemão de 30mm era a parte mais cara daquela torre nacional. O Bofors com certeza não deve ser tão caro quanto, além de termos o domínio completo de seu ciclo de vida, operação e manutenção no país há mais de 40 anos. Vale a pena olhar com atenção esta opção se quisermos de fato termos maior autonomia na parte operacional e logística da modernização material do exército.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11531 Mensagem por FCarvalho » Qui Jul 18, 2024 6:05 pm

Falando em AAe, vocês já pararam para pensar que, com as demandas nesta área que nós temos apenas para preencher as (muitas) lacunas de material existentes demandadas nos manuais do EB, que a plataforma veicular do ASTROS 2020 ou ASTROS III seriam mais que suficiente para tirar a Avibras do buraco em que está metida, e ainda tirar do papel vários projetos dela que não vingaram simplesmente porque o orçamento da defesa (investimento e custeio) no Brasil vive de esmolas :?:

Senão vejamos:

GAAE

1. 60 a 80 veículos lançadores para míssil média e grande altura\alcance (GAAe)

2. 30 a 40 veículos transporte\base de canhões curto alcance\altura (GAAe)

Bda Cav Blda

1. 32 veículos lançadores míssil média altura\alcance (Bia AAe Blda - BDA)

Artilharia Divisionária

1. entre 36 e 48 veículos lançadores míssil média altura\alcance

* criação das respectivas AD para 2a DE, 6 DE e 7a DE.

Divisão de Exército

1. entre 36 e 48 lançadores míssil grande altura\alcance

Esses números poderiam ser ainda maiores caso as Bia das Bda Cav\Inf Mec, AD e DE fossem equipadas da mesma forma que as Bia AAe das bda bldas, cada uma com 16 Guepard. Mas estou me restringindo ao que está apontado nos manuais, que é por sinal, bem antigos e defasados para a realidade atual.

Bom, na melhor das hipóteses, como visto acima, teríamos uma encomenda de cerca de 160 veículos lançadores. Se somados a estes todos os diversos modelos de apoio que compõe uma Bia AAe, além de outras SU de apoio, então teríamos em mãos, caso houvesse vontade política, a oportunidade de estatizar a Avibras, sanear a empresa, torná-la bem gestada, operacional e financeiramente propositiva, e então pegar todo o dinheiro investido nela depois que a empresa devolver aos cofres públicos tudo o que foi investido nela.

Pode demorar, e com certeza o seria. É só olhar os cronogramas dos demais projetos estratégicos do EB. Por outro lado se manter a empresa em mãos nacionais integralmente e ainda haveria a oportunidade de negociar com todos os lados em disputa mundo afora todos os insumos, tecnologias e vantagens comerciais e industriais que nos fossem de interesse. É saber equilibrar-se na corda bamba das relações internacionais, sem ideologismos grotescos. Só o velho e bom "amigos, amigos, negócios a parte".

Apenas para ilustrar, segue o que seria, em termos gerais, uma Bia AAe conforme a demanda do programa defesa AAe no exército:

1. Veículo PC (4x4)
2. Veículo Comunicações (4x4)
3. Veículo Meteorológico (4x4)
4. Veículo Radar Vigilância M-200V :?: (6x6 ou 8x8)
5. Veículo Lançador (6x6 ou 8x8)
6. Veículo Remuniciador (6x6 ou 8x8)
7. Veículo Oficina Eletrônica\Mecânica (6x6 ou 8x8)
8. Veículo Recuperação

Podem ser retirados ou inseridos outros modelos de acordo com as necessidades e, também, de acordo com o tipo se sistema míssil operado. Mas, grosso modo seria isso, de acordo com o que já temos em operação.

As quantidades também podem variar de acordo com os sistemas míssil usados, mas, teríamos de qualquer forma, uma bateria AAe formada por até 24 veículos, considerando as variáveis de organização. É só fazer as contas. Apenas os veículos baseados no Astros, 6x6 ou 8x8, por sí só tiravam ou não a Avibras da situação em que se encontra :?:

É uma boa hora para responder.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11532 Mensagem por knigh7 » Qui Jul 18, 2024 11:13 pm

FCarvalho escreveu: Seg Jul 15, 2024 7:50 pm Perspectiva de quantitativos para equipar as OM do exército 2024:

5 GAAe - 15 baterias
1 GAAe Sl - 2 baterias

...
Carvalho vc está equivocado, colocando todas as camadas de artilharia AAAe dentro dentro de um sistema já formado.

Emboa o EB ainda esteja na fase de iniciação dasDiretrizes da AAAe de Grande Altura a da média já está amadurecida.

O EB vai criar Grupamentos de AAAe de Média Altura com 4 Bias média altura cada, preferencialmente, e vai puxar 2 baterias de baixa altura para cobrir as zonas de sombra.

No EB:
AAAe de Baixa Altura-orgânicos de Brigada.
AAAe de Média Altura-orgânicos de Divisão

Ainda não consta o resultado dos estudos da portaria do EME 1338, mas pelo o que dá para depreender do pouco, e seguindo o que foi planejado para a Média Altura, é que o EB criará unidades mistas de Grande Altura com Média Altura (levando,portanto, pelo menos 2 Bias de Baixa Altura).

Uma coisa é certa: com a AAAe de Grande Altura, para defender uma Divisão de Exército, o EB podera atacar uma parcela de aeronaves de lançam bombas stand-off que não possam serem lançadas de distâncias muito grandes, algo que com a Média Altura não se consegue.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11533 Mensagem por FCarvalho » Sex Jul 19, 2024 12:53 pm

knigh7 escreveu: Qui Jul 18, 2024 11:13 pm
FCarvalho escreveu: Seg Jul 15, 2024 7:50 pm Perspectiva de quantitativos para equipar as OM do exército 2024:

5 GAAe - 15 baterias
1 GAAe Sl - 2 baterias

...
Carvalho vc está equivocado, colocando todas as camadas de artilharia AAAe dentro dentro de um sistema já formado.
Embora o EB ainda esteja na fase de iniciação das Diretrizes da AAAe de Grande Altura, a da média já está amadurecida.
O EB vai criar Grupamentos de AAAe de Média Altura com 4 Bias média altura cada, preferencialmente, e vai puxar 2 baterias de baixa altura para cobrir as zonas de sombra.
No EB:
AAAe de Baixa Altura-orgânicos de Brigada.
AAAe de Média Altura-orgânicos de Divisão
Ainda não consta o resultado dos estudos da portaria do EME 1338, mas pelo o que dá para depreender do pouco, e seguindo o que foi planejado para a Média Altura, é que o EB criará unidades mistas de Grande Altura com Média Altura (levando, portanto, pelo menos 2 Bias de Baixa Altura).
Uma coisa é certa: com a AAAe de Grande Altura, para defender uma Divisão de Exército, o EB poderá atacar uma parcela de aeronaves de lançam bombas stand-off que não possam serem lançadas de distâncias muito grandes, algo que com a Média Altura não se consegue.
Olá Manuel, grato pelas informações.

Quis apenas demonstrar com base na organização que se tem atualmente, e o que os manuais das diversas OM dispõe sobre a defesa AAe de suas unidades, a dimensão das necessidades a serem cobertas tendo em vista os estudos hora em andamento.

Qualquer que seja o encaminhamento que o EB apuser ao setor de AAe, temos de ter em mente que ele é muito maior que os atuais GAAe e bdas. E há a clara necessidade de modernizar não apenas os materiais e sistemas AAe, mas a própria organização e doutrina das OM e sua disposição pelo país, hoje praticamente concentrada no centro-sul.

Espero que o EB chegue a bom termo nos seus estudos o mais brevemente possível, uma vez que, pelo que se pode vislumbrar acima no que dispus, mesmo em caráter ilustrativo, sem alterar nada na organização da AAe tal como está apontado nos manuais hoje, já será um desafio hercúleo tirar do papel a AAe que nunca tivemos.

Sabes dizer quantos grupamentos AAe média altura seriam criados e qual o destino dos atuais GAAe\GAAe Slv?

Ainda há também que se definir como será a defesa das bdas mec, tanto cavalaria como infantaria, já que existe no momento uma Bia AAe Mec na 15a Bda a título de estudo doutrinário, Mas não é uma solução definitiva, ainda, ou mesmo se será replicada em outras OM de inf mec ou da cav mec.

A necessidade de AAe grande altura é com certeza algo impositivo pelo menos a nível de DE, ainda que seja de opinião que os comandos militares de área e regiões militares também tivessem suas próprias defesas AAe de área, pois seriam capazes de defender todas as infraestrutras, militar e civil, dentro de suas respectivas zonas de responsabilidade.

Vamos ver.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11534 Mensagem por knigh7 » Sex Jul 19, 2024 6:31 pm

FCarvalho escreveu: Qui Jul 18, 2024 5:05 pm A seguir, temos os quantitativos gerais para a VBC AAe Guarani que o EB tem, na teoria, para equipar suas bdas mecanizadas.

Bda Cav e Inf Mec

b) VBC AAe SR (RCM\BIMec) > 80 undes (Curto Alcance\Altura)
Isso já foi definido pelo EB a quantidade de viaturas mecanizadas que serão unidades de tiro com mísseis de baixa altura bem como as de radar e centro de operações:
Serão 49 viaturas UT e 13 Rdr-COAAe




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11535 Mensagem por FCarvalho » Sáb Jul 20, 2024 2:08 pm

knigh7 escreveu: Sex Jul 19, 2024 6:31 pm
FCarvalho escreveu: Qui Jul 18, 2024 5:05 pm A seguir, temos os quantitativos gerais para a VBC AAe Guarani que o EB tem, na teoria, para equipar suas bdas mecanizadas.
Bda Cav e Inf Mec
b) VBC AAe SR (RCM\BIMec) > 80 undes (Curto Alcance\Altura)
Isso já foi definido pelo EB a quantidade de viaturas mecanizadas que serão unidades de tiro com mísseis de baixa altura bem como as de radar e centro de operações:
Serão 49 viaturas UT e 13 Rdr-COAAe
Esta era a proposta a partir da aquisição dos lançadores do RBS-70NG e Girafe 1X sobre o Guarani.
Se não estou enganado isto aparentemente subiu no muro depois da última LAAD 2023, e ficou meio que perdido, já que o EB não falou mais no assunto.
Conquanto, tais quantidades, como se pode ver, não são suficientes para cobrir todas as bdas mec que se pretende, sendo apenas um paliativo para as mesmas em termos de defesa AAe.
Me parece que o exército continua sem saber o que fazer ainda neste assunto, mesmo tendo os manuais nas mãos dizendo o que é para ser feito. Mas sei lá. Vai ver essa gente já não lê os próprios manuais há muito tempo, de tão antigos que são.




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