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Mensagem
por FCarvalho » Qui Abr 11, 2024 4:07 pm
A meu ver a substituição perfeita dos P-95M serão drones, como está planejado no SISGAAZ. O tipo de missão que estes aviões realizam, via de regra, esclarecimento marítimo, SAR, vigilância e policiamento naval podem ser hoje desempenhados por qualquer VANT, desde cat 1 até cat 5, e que não por acaso, temos aqui no Brasil, e que só precisam de uma decisão para sair do papel. Mas somos lerdos e parvos demais para apor tais soluções à aviação naval, mesmo com toda a demanda batendo na cara do país todos os dias.
Com 6 distritos navais ao longo do litoral, nada mais sensato que usar drones para fazer este trabalho, complementado por helos e aeronaves de pequeno e médio porte, que não temos, claro. Mas poderíamos ter, se houvesse vontade e políticas de Estado neste país.
No caso dos KC-390 de patrulha, a Embraer argumentou anos atrás, quando da concorrência para substituir os Hércules e P-3C Orion da Nova Zelândia que o avião poderia ser equipado com kit de sistemas ASW\ASupW para exercer esta função, sem perder a capacidade original de transporte de carga. Não sei se esta opção ainda existe, ou o que ela prevê agora seja uma aeronave exclusivamente dedicada a patrulha marítima.
Em termos de preços e desempenho, sou de opinião que é melhor pegar um E-190E2 e capitalizar suas muitas qualidades a fim de torná-lo um patrulheiro. Não seria necessário, acredito, tantas mudanças que fosse impositivo dispender bilhões em tal adaptação. Se a FAB não tardar muito em entrar de vez para o clube dos UCAV, podemos imaginar a dupla P-190 e UCAV da Embraer fazendo esse trabalho, com este último sendo o responsável por carregar armamento e realizar ataques ASW e ASupW. Como já tínhamos aquele UCAV da Embraer começando o seu desenvolvimento, nada impede que esta solução seja adotada, visto que demandaria menos modificações ainda na célula do E-190E2, que atuaria como uma plataforma IVR pura.
Além disto, a substituição dos E\R-99 a meu ver trás oportunidades para a adoção de uma plataforma E-195E2 como vetor AEW&C, abrindo o leque de missões que a FAB pode realizar com este avião. E faz sentido em termos logísticos com os E-190 na aviação de patrulha. Além disso, ainda sou de opinião que uma versão SC-390 para a aviação naval não apenas é mandatória, como uma exigência, dado os acordos internacionais de que somos parte, com responsabilidades que, não raras vezes ultrapassam os nossos limites navais e aéreos na América do Sul, chegando à costa ocidental da África e Caribe.
Falando em valores, os E2 estão contados a preço de lista entre 60 a 65 milhões de dólares, enquanto o KC-390 estaria custando pelo menos 85 milhões de dólares. Qualquer solução que se baseia nestas plataformas irá nos render vetores custando na casa das centenas de milhões de dólares. E isso não é pouco dinheiro para este e qualquer outro governo, dada a completa negligência, falta de importância e de zelo com o tema defesa.
Podem apostar, que mesmo que a Embraer tire alguma destas versões da cartola, ela ainda terá um longo caminho pela frente a percorrer até conseguir tirar do erário público os reais necessários a sua consecução. E não faltarão os críticos de sempre, a vociferar que os mais de 1 bilhão de dólares postos em investimentos em novos vetores poderiam ser muito melhor aplicados na área social e outras tantas, fruto do eterno "coitadismo" com que sempre foram tratadas.
Se for para comprar aviões da Embraer para a patrulha naval, tomara isto não seja feito a pagode, com compras do tipo, paga três e leve um funcionando e outro só para garantir.
Carpe Diem