Aviação do Exército

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: Aviação do Exército

#5176 Mensagem por FCarvalho » Sáb Mai 25, 2024 1:09 pm

950 milhões por apenas 12 unidades. Está saindo bem cara essa compra.
Ainda mais considerando que já operamos BH aqui há quase 30 anos. Mas, parece que vamos começar a fazer isso agora.
Salvo engano no Cavok falou algo sobre opções de compra além destas 12 unidades, que seriam de 8 adicionais.
A ver como isso se dá. Estes helos vem em uma hora mais que propícia à cambaleante situação em que está a Avex, que não sabe se segura as calças ou se deixa cair e perde o pudor de uma vez para atender a tantas chamadas.




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gabriel219
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Re: Aviação do Exército

#5177 Mensagem por gabriel219 » Sáb Mai 25, 2024 2:58 pm

A Austrália fez um acordo para 40 por USD 1.95 bi, nas mesmas circunstâncias, porém me parece que os helis de fato custaram USD 450 mi, sendo os outros US 500 mi em outros equipamentos e serviços, o que deve ser CLS. Esse CLS tá caro pra burro, a não ser que seja CLS pensado em mais unidades no futuro e os da FAB, o que faria sentido.

Em termos, não saiu tãaao caro assim, a Lituânia pagou quase o mesmo pela metade. Podiam ter aproveitado e ido nos AH-1Z ex-USMC, vez as condições, pois o Bahrein acabou optando por Vipers novos.




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Re: Aviação do Exército

#5178 Mensagem por FCarvalho » Dom Mai 26, 2024 4:42 pm

Por este preço, acho que pode estar embutido no contrato de 500 milhões a opção futura por mais unidades.
O EB queria a princípio 16, mas comprou 12, com tudo novo, inclusive peças, logística e treinamento.
Acho que eles não vão ficar apenas neste número, e já preveem isso no contrato que é para deixar tudo amarrado desde agora.
Vai estar de bom tamanho se pelo menos 4 unidades puderem ser distribuídas pelos três Bavex que se anda dizendo que serão apostos com estes novos helos.
Mas é pouco tendo em mente as necessidades, e também, o baixo número de HM-4 Jaguar existentes, dos quais não se vai mais comprar nenhum, no que depender do exército.
A FAB com certeza vai comprar os dela em separado, pois esta é uma compra direta do cmdo do exército. O MD sequer fala a respeito do assunto. Como é de praxe nestas compras que cada força realizam por si mesmas.
Devem ser mais 16 helos para a FAB a fim de equipar o Poti e o Pelicano no mesmo tanto que Pantera e Harpia.
Acho que até a MB uma hora dessas irá as compras de mais Sea Hawk assim que acabarem de receber os H225M no ano que vem.
Depois disso é BH ou nada nas ffaa"s.




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Re: Aviação do Exército

#5179 Mensagem por FCarvalho » Dom Mai 26, 2024 4:56 pm

Aliás, a FAB deve encomendar a modernização dos seus UH-60L a fim de padronizar a frota quando conseguir comprar os novos modelos M deste helo.

Ou podem simplesmente usar como moeda de troca como pagamento de parte dos novos UH-60M e adquirir mais unidades destes. Com 4 esquadrões a 8 unidades, seriam 32 aeronaves a comprar, só pagando a diferença entre ambos modelos. Os norte americanos com certeza não fariam oposição quanto a isso.

Na verdade, penso que a FAB deveria homogeinizar a frota de helos de todos os esquadrões com os BH e enviar os Caracal para o EB, que precisa de quantidades maiores de helos para si. Mas para não deixar ninguém com birra depois, pode dividir entre Avex e Aviação Naval. Com certeza os custos ficariam mais palatáveis ao orçamento da FAB operar um único helo, apesar da perda de algumas capacidades que os helos franceses trazem, e que o girino norte americano não oferece. Não na versão pé de boi que está sendo vendida.

Aliás, até os 2 H225M VVIP servindo na presidência por mim seriam militarizados e divididos divididos um para cada, Avex e Aviação Naval. E compraria um helo médio grande para servir no GTE. Modelos mais baratos não faltam. Seriam muito melhor aproveitados do que servindo de taxi aéreo.




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Re: Aviação do Exército

#5180 Mensagem por FCarvalho » Seg Mai 27, 2024 2:36 pm

Para quem ainda não viu, ou soube, o CFN vai ganhar, finalmente, os seus helos de ataque de origem. Serão apenas 6 unidades, mas é o suficiente para "desenvolver doutrina", como de hábito por aqui.

Dentro da perspectiva de investimento da aviação naval, apenas os Sea Hawks serão comprados em adendo à frota atual, com H225M e outros helos permanecendo na mesma situação atual, e sem perspectivas de renovação. Os Linx serão substituídos também por este helo. Projeta-se uma frota de 24 unidades para as fragatas e os dois NAM também planejados.

O tio Sam deve estar pra lá de satisfeito com isso. EB e FAB, idem. Tudo leva a crer que o girino norte americano no longo prazo irá se tornar o helo padrão das ffaa's. Como sempre desejado desde há muito tempo. A Helibrás que se vire para oferecer alguma outra coisa para os militares, e negociar com o governo de plantão para manter as linhas abertas depois do último H225M ser entregue em 2025.

A ver se agora com o CFN tendo em mente escolher um helo de ataque a si, se MB e EB pensam com a cabeça e juntam os tampinhas para resolver esta questão de forma homogênea. No planejamento estratégico do EB de 2027 a 2031 está agendada a seleção e compra de um helo de ataque. O plano da MB vai até de 2024 a 2044. Em algum momento neste meio tempo ambas as forças tem de encontrar uma forma de casar suas necessidades quanto a este novo vetor. Assim espero.




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Re: Aviação do Exército

#5181 Mensagem por Viktor Reznov » Ter Mai 28, 2024 1:09 am

FCarvalho escreveu: Sáb Mai 25, 2024 1:09 pm 950 milhões por apenas 12 unidades. Está saindo bem cara essa compra.
Ainda mais considerando que já operamos BH aqui há quase 30 anos. Mas, parece que vamos começar a fazer isso agora.
Salvo engano no Cavok falou algo sobre opções de compra além destas 12 unidades, que seriam de 8 adicionais.
A ver como isso se dá. Estes helos vem em uma hora mais que propícia à cambaleante situação em que está a Avex, que não sabe se segura as calças ou se deixa cair e perde o pudor de uma vez para atender a tantas chamadas.
Temos que levar a taxa de câmbio em consideração. Nossa moeda não vale nada. Não estamos na situação da Argentina ou da Venezuela onde a moeda deles vale menos que o peso em merda, mas com o dólar custando mais de 5 reais, não dá pra comprar nada por um preço bom que não seja Chinês ou Russo e os Russos não estão em condição nenhuma de entregar porra alguma.




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Re: Aviação do Exército

#5182 Mensagem por FCarvalho » Ter Mai 28, 2024 11:10 am

Pois é. Difícil na verdade comprar qualquer coisa com a taxa de câmbio que temos por aqui.
Até munição está caro de comprar. Imagina o resto.
É o caso, novamente, de reforçar os vários programas e projetos com a indústria nacional. Mesmo que a preços maiores que os ditos importados. Ainda assim acho que sairia mais barato.
O problema é que não temos nem para a BIDS, comprar lá fora então...
A legislação para a BIDS, apesar de procurar favorecer projetos, produtos e serviços no país, acaba caindo na mesma armadilha de sempre que é a insolvência orçamentária das forças. Simplesmente não dá para sair por aí inventando coisas que depois os próprios militares não conseguem comprar.
Sem previsibilidade e regularidade no poder de compras do MD, não tem indústria nacional que se sustente.
E é costumeiro das ffaa's comprar lá fora principalmente itens caros, ainda que de prateleira. É só ver a lista de consumíveis e onde andamos botando os trocados que temos no bolso.
Bom, uma forma de baratear as contas de modernização é fazer o máximo possível dentro do mercado nacional. Mas nós somos os primeiros a furar essa barca ao não ampliar e regular as compras feitas aqui e lá fora. O velho cada um por si ainda vige nas ffaa's e o MD que se lixe.




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Re: Aviação do Exército

#5183 Mensagem por EduClau » Qui Mai 30, 2024 3:19 pm

EduClau escreveu: Sex Mai 24, 2024 9:37 pm
The State Department has made a determination approving a possible Foreign Military Sale to the Government of Brazil of UH-60M Black Hawk Helicopters and related elements of logistics and program support for an estimated cost up to $950 million, which includes initial acquisition of $450 million in Major Defense Equipment, and up to $500 million in other equipment and services.
...
https://www.dsca.mil/press-media/major- ... icopters-0
Me auto cito aqui, 12 BH para a Suécia: 900M de verdes.

WASHINGTON, May 29, 2024 - The State Department has made a determination approving a possible Foreign Military Sale to the Government of Sweden of UH-60M Black Hawk Helicopters and related equipment for an estimated cost of $900 million. The Defense Security Cooperation Agency delivered the required certification notifying Congress of this possible sale today.
...


https://www.dsca.mil/press-media/major- ... elicopters

Sds




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Re: Aviação do Exército

#5184 Mensagem por Duka » Qui Mai 30, 2024 5:53 pm

Quase 50% do valor global em suporte e equipamentos. Eu acho isso bom na realidade. Comprar material militar e depois deixar parado no hangar por falta de peças não é muito sensato.
Quem dera todas compras fossem assim.




Abraços
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Re: Aviação do Exército

#5185 Mensagem por FCarvalho » Sex Mai 31, 2024 1:51 pm

O EB há tempos bem sabe que despois deste afago outro igual só daqui uns trinta anos.
Então é melhor prevenir do que remediar.
Pelo menos neste aspecto estamos bem há muito tempo, dado que este estilo de compra se tornou padrão nas ffaa's desde o começo deste século.
E já não era sem tempo.




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Re: Aviação do Exército

#5186 Mensagem por FCarvalho » Sex Mai 31, 2024 2:10 pm

Falando em contratos e CLS, quando a hora chegar, e já está perto, a Avex terá que fazer a sua escolha pelos helos de ataque que tanto deseja. Neste aspecto, como a MB também está articulando a compra de 6 unidades em apoio ao CFN, a lógica é que o MD articule esta compra a fim de definir os mesmos RO e RTLI para ambas as forças.

A priori, o EB quer 12 unidades, podendo chegar a 36, como estipulado no planejamento estratégico em voga. Não me parece que 18 unidades seja algo além da capacidade orçamentária do MD, se caso for o ministério que faça este trabalho.

Bem, fico aqui com a pulga atrás da orelha até prova em contrário se MB e EB vão conseguir encontrar pontos comuns para os seus respectivos requisitos, uma vez que as operações na marinha tem características peculiares, enquanto as do EB abrem mão de itens dos quais os aviadores navais não podem. Enfim, vai ser algo bem interessante de acompanhar.

Em todo caso, me parece que lá para 2028 ou 2029 tenhamos o lançamento do processo licitatório para esta escolha. Não sei se o planejamento da MB em sua nova "estratégia de defesa marítima" irá bater com o planejamento do exército, visto que são bem diferentes quanto a este aspecto temporal. A primeira vai até 2044, enquanto esta última é quinquenal.

Por este tempo, creio que o AW-249 já deva estar voando e operacional na Itália, enquanto o T-629 ATAK II turco também estará disponível para exportação e operacional no exército do país. Além destes dois, teremos o indefectivel AH-1Z Super Cobra, ou talvez, como de praxe, a oferta de refugos estocados em algum deserto norte americano. Dependerá dos requisitos e das conversas de bastidores entre ambos os lados. A Airbus teria, a priori, o Tiger, mas este helo parece será descontinuado em sua produção, com os alemães já tendo planos para sua desativação. E não se espera para breve um novo projeto de helo de ataque europeu. Não com o AW-249 operacional em princípio. Apache está descartado, assim como os russos não devem se apresentar tão cedo, após o fim do conflito com a Ucrânia. A China, por fim, talvez nos ofereça o seu modelo médio-leve na forma do Z-10E para exportação.

Cada um destes países apresenta condições e características diferentes e próprias em termos e oferta de CLS, off set, transferência de tecnologia, etc. A exceção de turcos e chineses temos experiência com todos os demais nestes termos, e sabemos, em princípio, até onde cada um pode esticar a corda para o nosso lado. Resta saber se para apenas 18 unidades seria lícito cobrar tudo isso e mais um pouco, tendo em vista que as quantidades objetivas pleiteadas não oferecem ganhos para as indústrias destes países.

O primeiro dever de casa a resolver por aqui, antes de mais nada, é saber se com tão pouco a ser comprado, vale a pena encarecer o produto\contrato final com itens que invariavelmente podem ser conseguidos, também, com um bom contrato de CLS, já que não se vislumbra investimentos industriais e tecnológicos para a quantidade hora prevista. Se o EB se dispusesse a comprar os 36 de uma vez, talvez tivéssemos algum elemento de manobra para negociar tais questões, mas não parece ser o caso.

Com apenas 12 e 6 helos de ataque dá no máximo para formar doutrina, se muito. E penso que realmente não vamos além disso. Com ou sem barulho na vizinhança. Afinal, helo de ataque não sobe morro, não faz ACISO e muito menos pode ser empregado em missões VIP.




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Re: Aviação do Exército

#5187 Mensagem por FCarvalho » Sex Mai 31, 2024 3:06 pm

À luz da atual organização, e o que se espera para o curto prazo, o EB intenciona dispor de 5 Bavex, respectivamente, Manaus(4o), Belém(5o), Campo Grande(3o) e Taubaté(1o\2o).

Se eventualmente o 5o Bavex for criado, a partir do núcleo de aviação existente hoje, é provável que após a sua completa operacionalidade, a Avex se volte para a região sul, com o 1o ou 2o Bavex sendo enviado para lá.

Com a situação atual do RS, que deve perdurar anos em termos de recuperação, se espalhando para o sul de Santa Catarina, e os recorrentes reclamos do poder publico municipais, estaduais e federal pelo emprego dos meios militares em atividades de defesa civil, junto aos esforços que a Avex vem fazendo, inclusive tendo de deslocar unidades de outras áreas do país, abrindo brechas na operacionalidade destas OM, é mister pensar que a implantação de um Bavex em Santa Maria ou Porto Alegre agora é apenas questão de tempo, vontade, mas principalmente de disposição de recursos.

Ou podem criar mais um Bavex do zero, como hora estão fazendo com o núcleo de aviação em Belém. Não ficaria de todo surpreso se isso acontecer. O exército é muito bom em criar mais burocracia e estamentos funcionais a fim de possibilitar vagas para comando e adendos financeiros. É muito provável que vejamos no curto a médio prazo a ativação de mais um núcleo de aviação do exército naquele estado.

A doutrina básica da aviação do exército prevê a escolta e o apoio de fogo aos elementos de manobra quando em ação de assalto aeromóvel, sendo que os Esquilo hoje fazem este trabalho. Com base no vislumbrado acima, podemos admitir que a Avex precisará dispor de, pelo menos, 6 helos de ataque por Bavex a fim de manter tal capacidade no lugar dos AH-1 Esquilo. Com 6 unidades, supostamente teremos à disposição 4 helos de ataque por Bavex. Se chegarmos a ter 6 Bavex, como mencionado acima, a demanda teórica do EB é de apenas 36 unidades de helos de ataque, pouco além do afirmado no seu planejamento estratégico, com vista a uma disponibilidade de 24 unidades.

Notar que para realizar um assalto aeromóvel em nível companhia de infantaria, como ditado pelo manual, um Bavex precisará dispor de 5 HM-4 Jaguar, 12 HM-2A Black Hawk, 16 HM-1 Pantera K2 ou um misto de todos eles, considerando sua existência e disponibilidade em cada Bavex. Em todo caso, ainda segundo os manuais, e a convenção doutrinária existente mundo afora, com variações particulares, cada helo de ataque é "responsável" pela escolta de 2 a 4 helos de manobra, dependendo da missão. Assim, presupôem -se que um assalto com os Jaguar irá demandar pelo menos 2 helos de ataque, com BH de 3 a 6 helos de escolta, e os Pantera K2 demandam 8 a 4 helos de ataque. Os números podem variar de acordo com o escopo da missão.

De qualquer forma, como se pode observar, a manter-se apenas 6 unidades de helos de ataque em cada Bavex, as operações sempre estarão no limite quando a OM depender apenas dos seus próprios meios para realizar suas missões. Isto no caso de escolta de aeronaves de manobra. Como um Bavex irá realizar muito mais que assaltos aeromóveis ao mesmo tempo dentro de um TO específico, mesmo dispondo de 6 unidades de ataque, ainda assim as operações serão sempre feitas no estrito limite operacional dos vetores que possui. Ou seja, cada Bavex precisará invariavelmente do apoio de outras OM iguais a fim de dispor de maior e melhor disponibilidade de meios. Esta é uma característica funcional e operacional da Avex desde sua recriação a quase 40 anos atrás. E diga-se de passagem de grande parte das OM do exército, principalmente no norte e nordeste, visto que a maioria são OM incompletas e\ou isoladas em suas atividades\localidades. E pouco importa se são GU ou pelotão.

Haja vista tal perspectiva, é bom salientar que, a meu ver, a fim de garantir um mínimo de independência operacional, cada Bavex pudesse contar com pelo menos 9 helos de ataque, a fim de manter uma disponibilidade mínima sempre de 6 unidades, o que já melhoraria muito frente ao atual escopo proposto. Do ponto de vista operacional, vislumbrando um Bavex organizado de acordo com suas necessidades e missões, para atender na íntegra as atividades primárias, seria bom que fossem 12 helos de ataque por Bavex, de forma a permitir uma disponibilidade adequada e a menor dependência possível de outras OM. É sempre bom lembrar que quando em missão, um Bavex deve ocupar-se para muito além das missões de assalto aeromóvel.

Isto dito, com 6 Bavex operacionais, a demanda por helos de ataque, como dito, pode chegar a 36 unidades. Se 9 helos forem dispostos a cada OM, são 54 unidades demandantes, enquanto que para 12 helos por Bavex, são 72 unidades.

Falar em helicópteros de ataque para as forças armadas no Brasil soa como uma ofensa, ameaça ou virulência militar incompatível com o status quo de "país pacífico" do Brasil. E pouco importa se forem 72 ou meia dúzia as pretensões. Os ofendidos não se sentirão menos ofendidos, indiferente aos números. Mas fato é que a Avex tem a sua frente nos próximos anos, determinar de fato até onde quer ir com a sua capacidade operacional. Já ficou mais que provado que sociedade e poder político no Brasil só tem olhos para os helos mitares enquanto vetores de emprego em atividades essencialmente civis, e nada mais. Mesmo com todo o barulho na vizinhança e fora dela. Isto pouco ou nada interfere na visão que se tem sobre a missão primária das forças militares do país.

Por outro lado, é preciso separar as coisas, e deixar muito claro o tremendo equívoco que é planejar nossas capacidades à luz de nortes inverídicos para as missões primárias das forças militares nacionais. Neste aspecto, cabe os comandos militares informar, esclarecer e "dar nomes aos bois" aos responsáveis pela política de defesa nacional no que tange as ameaças presentes e futuras. E principalmente, que atuar de forma sempre reativa é a pior das respostas que se pode dar no campo da Defesa. Ainda que os custos, aparentemente sejam justificáveis.

A considerar, que se o EB lançar mão de 6 unidades por Bavex, obtendo pelo menos 36 unidades, é mister entender que o CFN também pode seguir tal lógica tendo em vista os 6 btlfuznvs que se tem hoje. Com certeza vão dizer que 72 helos de ataque para o Brasil é uma ignomínia, mas, ante a realidade que nos cerca não podemos nos curvar, e nem recusar a responsabilidade de tratar a defesa de forma preventiva, e não apenas reativa, como é de praxe em tudo que não diz respeito aos pequenos interesses políticos e ideológicos do governo de plantão. Da sociedade não se espere nada além da indiferença de costume. O Estado tem de assumir e exercer suas responsabilidades. O contrário disso estamos todos vendo os resultados, todos os dias, na tv e nas mídias, no sul do país.

Se a nossa irresponsabilidade com a defesa civil custa, e tem custado, muitas vidas, imagine-se se o país está disposto a pagar o preço pela sua negligência com a defesa militar. Eu duvido completamente. E respostas do tipo "se vira" não serão suficientes para resolver os problemas.




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Re: Aviação do Exército

#5188 Mensagem por Pablo Maica » Sex Mai 31, 2024 5:34 pm

Suécia acabou de fazer um pedido de 12 Black Hawks com valor bem semelhante ao do nosso contrato.

Governo dos EUA aprova venda de 12 helicópteros Black Hawk para a Suécia
No dia 29 de maio de 2024, o Departamento de Estado dos EUA aprovou uma potencial Venda Militar Estrangeira (FMS) para a Suécia envolvendo doze helicópteros UH-60M Black Hawk e logística associada e apoio ao programa, com um custo estimado de até US$ 950 milhões.
https://www.cavok.com.br/governo-dos-eu ... a-a-suecia

Um abraço e t+ :)




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Re: Aviação do Exército

#5189 Mensagem por FCarvalho » Sáb Jun 01, 2024 1:15 pm

A meu ver, ainda dinheiro público suado e ralado por nós jogado fora, visto que é uma compra de oportunidade que não trará absolutamente nada de relevante para a realidade palpável da Avex, dado que é o caso de trocar 6 por meia dúzia. Não vamos sequer aumentar a capacidade da Avex em termos quantitativos, que é urgente e inegável.

E ainda teremos de assistir a bizarra repartição destes 12 unidades entre diferentes Bavex, já que a quantidade não justifica o preço e menos ainda a capacidade proporcionada por esta compra. Infelizmente, no Brasil, defesa ainda é um negócio invariavelmente nulo e indiferente em matéria de interesse público e político.

Estamos pagando extremamente caro para deixar mais ricos os quem já é muito rico, apenas para ficar na mesma. :?

Amém. [036]




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Re: Aviação do Exército

#5190 Mensagem por gogogas » Sáb Jun 01, 2024 4:13 pm

O problema nem sempre é comprar , e sim manter ! O Exército não tem só a Avex pra investimentos , país pobre forças pobre ! Bem válido está compra , e ao contrário da FAB , o EB correu atrás tbm para logística e manutenção do helicóptero! Sem contar no generoso FMS




Gogogas !
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