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Re: EUA

#6511 Mensagem por Suetham » Qui Abr 04, 2024 12:41 pm

cabeça de martelo escreveu: Qui Abr 04, 2024 12:08 pm Tenho uma questão, li algures que o Brasil desde a invasão e respetivas sanções passou a comprar diesel à Rússia, mas agora o dito país vetou qualquer venda deste tipo de combustível ao estrangeiro, já que mal consegue produzir o suficiente para as suas próprias necessidades. Afinal vocês continuam ou não a comprar Diesel?
Rússia proibiu exportação de gasolina por seis meses contados a partir de março de 2024. O diesel seguem exportando. E sim, continuamos a importar diesel do dito país, embora diminuiu 18% por redução da demanda sazonal e também por causa da maior produção do biodiesel. Além disso, não sei se você sabe, mas somos autossuficientes em 70-75%, importamos algo em torno de 21-25% e a Rússia ano passado respondeu por 47% dessa importação, ou seja, menos de 12% totais. E se proibirem totalmente a exportação de diesel, Brasil retorna ao status anterior onde os EUA respondiam por mais de 80% da importação brasileira de diesel.

https://istoedinheiro.com.br/turquia-e- ... da-russia/
https://www.udop.com.br/noticia/2024/03 ... tonex.html




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Re: EUA

#6512 Mensagem por Túlio » Qui Abr 04, 2024 12:46 pm

cabeça de martelo escreveu: Qui Abr 04, 2024 12:08 pm
Chafurdar em miséria? De certeza que não é por causa da inflação, já que por cá a inflação está nos 2,4%, valor muito inferior ao Russo e até ao Brasileiro.

Ah não, agora vale descontextualizaire, shovel? [003] [003] [003] [003]

cabeça de martelo escreveu: Qui Abr 04, 2024 12:08 pm Tenho uma questão, li algures que o Brasil desde a invasão e respetivas sanções passou a comprar diesel à Rússia, mas agora o dito país vetou qualquer venda deste tipo de combustível ao estrangeiro, já que mal consegue produzir o suficiente para as suas próprias necessidades. Afinal vocês continuam ou não a comprar Diesel?

Eu não podia ligar menos, aqui as cousas se tornaram tão previsíveis que não importa o quanto os preços subam, aquele que compreende NO QUE as pessoas votaram em 2022 tem uma vantagem quase indecente, pois ganha o guito extra mais depressa do que elas o perdem, assim o poder de compra não apenas é preservado como na verdade aumenta: inflacção Real (não as fantasias dos meRdia) para o vulgo, deflacção para uma minoria que nem sabe de mim mas faço parte dela.

De qualquer modo, o preço do diesel na bomba não subiu (e subiria se houvesse problemas graves com fornecimento), ou estaria um gritedo dos infernos aqui, e não teria como eu não saber porque o meu único sobrinho, além de BOLOSSAURISTA é caminhoneiro, e eles berram mais que porco na faca se subir um mísero cêntimo. [003] [003] [003] [003]




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Re: EUA

#6513 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Abr 04, 2024 1:38 pm

Suetham escreveu: Qui Abr 04, 2024 12:41 pm
cabeça de martelo escreveu: Qui Abr 04, 2024 12:08 pm Tenho uma questão, li algures que o Brasil desde a invasão e respetivas sanções passou a comprar diesel à Rússia, mas agora o dito país vetou qualquer venda deste tipo de combustível ao estrangeiro, já que mal consegue produzir o suficiente para as suas próprias necessidades. Afinal vocês continuam ou não a comprar Diesel?
Rússia proibiu exportação de gasolina por seis meses contados a partir de março de 2024. O diesel seguem exportando. E sim, continuamos a importar diesel do dito país, embora diminuiu 18% por redução da demanda sazonal e também por causa da maior produção do biodiesel. Além disso, não sei se você sabe, mas somos autossuficientes em 70-75%, importamos algo em torno de 21-25% e a Rússia ano passado respondeu por 47% dessa importação, ou seja, menos de 12% totais. E se proibirem totalmente a exportação de diesel, Brasil retorna ao status anterior onde os EUA respondiam por mais de 80% da importação brasileira de diesel.

https://istoedinheiro.com.br/turquia-e- ... da-russia/
https://www.udop.com.br/noticia/2024/03 ... tonex.html
Realmente estive a ver no tio google, e realmente vocês safaram-se de boa, o que foi banido de exportar foi a gasolina.

Não Suetham, eu lá sei que vocês são um grande exportador de combustíveis... :mrgreen:

:arrow: https://www.galp.com/corp/pt/sobre-nos/ ... -no-brasil

:arrow: https://expresso.pt/economia/economia_e ... a-8f3d4d86




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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Re: EUA

#6514 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Abr 04, 2024 1:39 pm

Túlio escreveu: Qui Abr 04, 2024 12:46 pm
cabeça de martelo escreveu: Qui Abr 04, 2024 12:08 pm
Chafurdar em miséria? De certeza que não é por causa da inflação, já que por cá a inflação está nos 2,4%, valor muito inferior ao Russo e até ao Brasileiro.

Ah não, agora vale descontextualizaire, shovel? [003] [003] [003] [003]
Não vejo qualquer tipo de descontextualização.

cabeça de martelo escreveu: Qui Abr 04, 2024 12:08 pm Tenho uma questão, li algures que o Brasil desde a invasão e respetivas sanções passou a comprar diesel à Rússia, mas agora o dito país vetou qualquer venda deste tipo de combustível ao estrangeiro, já que mal consegue produzir o suficiente para as suas próprias necessidades. Afinal vocês continuam ou não a comprar Diesel?

Eu não podia ligar menos, aqui as cousas se tornaram tão previsíveis que não importa o quanto os preços subam, aquele que compreende NO QUE as pessoas votaram em 2022 tem uma vantagem quase indecente, pois ganha o guito extra mais depressa do que elas o perdem, assim o poder de compra não apenas é preservado como na verdade aumenta: inflacção Real (não as fantasias dos meRdia) para o vulgo, deflacção para uma minoria que nem sabe de mim mas faço parte dela.

De qualquer modo, o preço do diesel na bomba não subiu (e subiria se houvesse problemas graves com fornecimento), ou estaria um gritedo dos infernos aqui, e não teria como eu não saber porque o meu único sobrinho, além de BOLOSSAURISTA é caminhoneiro, e eles berram mais que porco na faca se subir um mísero cêntimo. [003] [003] [003] [003]
Por aqui é igual.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

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Re: EUA

#6515 Mensagem por Suetham » Qui Abr 04, 2024 5:17 pm

A impagável DÍVIDA AMERICANA, uma ameaça à segurança nacional
A dívida pública americana ultrapassou US$34 trilhões e não para de crescer. A trajetória do déficit fiscal preocupa cada vez mais os políticos. O problema não é novo, mas está cada vez mais crítico.

Até quando os Tesouro Americano vai conseguir financiar o rombo fiscal? Quantos trilhões mais de Treasuries o mercado está disposto a absorver? Quais as alternativas para o governo dos Estados Unidos? E se derem algum calote? Como você se protege ou até aproveita esse evento?




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Re: EUA

#6516 Mensagem por Suetham » Qui Abr 04, 2024 5:37 pm


Isso aqui é hilário.

https://www.washingtonpost.com/business ... -compared/
Biden’s economy vs. Trump’s, in 12 charts



https://www.bloomberg.com/news/articles ... ears-in-dc
Elon Musk Woos Chinese Suppliers to Set Up Right Next Door to US

https://asiatimes.com/2024/02/donald-tr ... -solution/
Donald Trump’s 60% solution

https://journal-neo.su/2024/02/15/fatal ... rial-base/
Fatal Flaws Undermine America’s Defense Industrial Base


https://aviationweek.com/defense-space/ ... rator-plan




Imagem
https://asia.nikkei.com/Politics/Defens ... outh-Korea



A Modernização e os programas Nucleares - Estados Unidos
Neste vídeo de introdução, vamos ver os desafios e objetivos dos processos de Modernização do Programa Nuclear dos Estados Unidos da América.

Modernização e Programas Nucleares S01E02
NULAND TO BE REPLACED BY CHINA HAWK

Kurt Campbell has been nominated for the second-highest position within the US State Department.

Who is he? According to Yuri Tavrovsky, chair of the expert council of the Russian-Chinese Friendship, Peace, and Development Committee, Campbell
“was particularly active in the creation of the anti-Chinese military bloc AUKUS (Australia, the UK and the US) and in strengthening the military component of the QUAD group (Quadrilateral Security Dialogue - Australia, India, the US and Japan)... [as part of] the White House’s long-term course of containing China...the second place in the State Department went not to the greatest hater of Russia, but to the greatest hater of China.”


https://www.bbc.com/news/business-68534703
Boeing whistleblower John Barnett found dead in US

https://www.dni.gov/index.php/newsroom/ ... -community
https://www.dni.gov/files/ODNI/document ... Report.pdf
Avaliação Anual de Ameaças da Comunidade de Inteligência dos EUA 2024.

A China tem a oportunidade de competir diretamente com os EUA e seus aliados e mudar a ordem mundial baseada em regras. Ao mesmo tempo, os graves problemas demográficos e económicos da China poderão torná-la num actor global ainda mais agressivo e imprevisível.

A agressão contínua da Rússia na Ucrânia sublinha que continua a ser uma ameaça à ordem internacional baseada em regras.

O Irão continuará a ser uma ameaça regional, tendo um impacto negativo mais amplo.

A Coreia do Norte expandirá as suas capacidades no domínio das armas de destruição maciça, ao mesmo tempo que será um actor destrutivo na arena regional e mundial.


Estratégia OSINT da Comunidade de Inteligência dos EUA 2024-2026.

Inclui quatro áreas estratégicas de desenvolvimento:
1. Coordenação da recolha de dados de fonte aberta e melhor partilha de informações.
2. Estabelecer uma gestão integrada da recolha de dados de código aberto.
3. Inovar o OSINT para fornecer novos recursos.
4. Desenvolvimento de pessoal e competências profissionais na condução de OSINT de uma nova geração.
https://www.washingtonpost.com/national ... s-learned/
What the Pentagon has learned from two years of war in Ukraine
With hundreds of thousands dead or wounded and still no end in sight, the conflict has revealed that U.S. battlefield calculations must evolve

https://www.defensenews.com/naval/2024/ ... nce-needs/
Pentagon to release Arctic strategy that outlines tech, presence needs

The $130B Plan to Replace the U.S.’s Nuclear Missiles | WSJ Equipped
About 450 Cold War-era Minuteman nuclear missiles were only supposed to last 10 years. But now, these ICBMs have defended the U.S. for more than 50. The Air Force is planning to spend $130 billion on replacing them to boost the U.S. nuclear defense strategy with a new modern iteration—the Sentinel missile.

WSJ explains the science and strategy behind nuclear missiles and the logistical challenges of the Sentinel project.

Chapters:
0:00 Expired ICBMs
0:42 The U.S.’s nuclear triad
3:12 Weaknesses
5:00 What’s next for the Sentinel project?
The USNS Charlton (T-AKR-314) is a Watson-Class Roll-On/Roll-Off Ship with the U.S. Military Sealift Command’s Prepositioning Program; this Program places Cargo Ships which are Preloading with enough Equipment for at least a Brigade of the U.S. Army, at “Hotspots” around the World in case of a Major Theatre War, Humanitarian Operation, or other Contingencies.

USNS Charlton (T-AKR-314) is one of Military Sealift Command's nineteen Large, Medium-Speed Roll-on/Roll-off Ships and is part of the 33 ships in the Prepositioning Program. She is a Watson-class vehicle cargo ship named for Sergeant Cornelius H. Charlton, a Medal of Honor recipient.




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Re: EUA

#6517 Mensagem por Túlio » Seg Abr 08, 2024 8:01 pm

Suetham escreveu: Qui Abr 04, 2024 5:17 pm
A impagável DÍVIDA AMERICANA, uma ameaça à segurança nacional
A dívida pública americana ultrapassou US$34 trilhões e não para de crescer. A trajetória do déficit fiscal preocupa cada vez mais os políticos. O problema não é novo, mas está cada vez mais crítico.

Até quando os Tesouro Americano vai conseguir financiar o rombo fiscal? Quantos trilhões mais de Treasuries o mercado está disposto a absorver? Quais as alternativas para o governo dos Estados Unidos? E se derem algum calote? Como você se protege ou até aproveita esse evento?
Já está pertinho dos USD 35T (~34,7 T); a causa-máter - como eu vivo dizendo - é o cada vez mais insustentável déficit, que por sua vez exige constantes e cada vez maiores empréstimos para o gov.us poder ficar aberto, e estes exigem juros cada vez mais altos para serem concedidos.

O Jay Powell (FED) comprou uma briga que não poderia vencer com a Jan Yellen (USDT), pois ela emite as T-Bonds e ele é que tem que ao mesmo tempo dar um jeito de (re)comprar o que não for vendido em leilão, para isto tendo que emitir ainda mais USD e, num paradoxo, manter os juros altos para que alguém ainda queira comprar Treasuries enquanto finge que a inflação está baixa e que só não inverte de QT para QE porque é "Hawkish". 🤦‍♂️

E os caras trabalham como uma projeção de déficit para 2024 que claramente caminha para as da década seguinte, mesmo com a de 2031 sendo bem modesta; lembrar ainda que o FY 2024 começou em torno de USD 33T de débito e recém começou o seu H2...


Imagem

Obs.: tabela do CBO (Congressional Budget Office)




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#6518 Mensagem por Suetham » Ter Abr 09, 2024 9:28 am

Nesse ritmo, até o 3ºT de 2025 ou 1ºT de 2026, a dívida vai estar em US$40 tri.




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#6519 Mensagem por Túlio » Ter Abr 09, 2024 10:28 am

Suetham escreveu: Nesse ritmo, até o 3ºT de 2025 ou 1ºT de 2026, a dívida vai estar em US$40 tri.
Se isto fosse um processo linear sim, mas o que vemos é uma aceleração constante, descontrolada e imprevisível; o que NÃO vemos é uma proposta convincente para ir reduzindo o déficit até invertê-lo para um superávit, e a "receita" é antiga: redução forte nos gastos através do encolhimento do estado, redução ou mesmo corte de subsídios a entes não-produtivos em troca de votos, redução das FA ao nível de poderem "apenas" defender os EUA e mesmo controlar seus arredores e acessos, desoneração do setor produtivo e, principalmente, reimplante da segurança jurídica, pois pequenos negócios são, na Economia de um país, o equivalente ao nosso sistema circulatório capilar.

Claro, fácil dizer para voltarem ao que eram no século XIX (pré-Lincoln, o primeiro POTUS a cumprir apenas a parte que lhe convinha da Constituição) após a terem desfigurado completamente, mas é isso ou torcerem para aparecer um novo remendo mágico na Economia, como o Shale do Obama que, como vimos, recolocou os EUA à tona no pós-2008 mas, como vemos, podia ser e foi praticamente morto por um correligionário dele, o atual POTUS.




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#6520 Mensagem por Suetham » Ter Abr 09, 2024 10:44 am

Túlio escreveu: Ter Abr 09, 2024 10:28 am
Suetham escreveu: Nesse ritmo, até o 3ºT de 2025 ou 1ºT de 2026, a dívida vai estar em US$40 tri.
Se isto fosse um processo linear sim, mas o que vemos é uma aceleração constante, descontrolada e imprevisível; o que NÃO vemos é uma proposta convincente para ir reduzindo o déficit até invertê-lo para um superávit, e a "receita" é antiga: redução forte nos gastos através do encolhimento do estado, redução ou mesmo corte de subsídios a entes não-produtivos em troca de votos, redução das FA ao nível de poderem "apenas" defender os EUA e mesmo controlar seus arredores e acessos, desoneração do setor produtivo e, principalmente, reimplante da segurança jurídica, pois pequenos negócios são, na Economia de um país, o equivalente ao nosso sistema circulatório capilar.

Claro, fácil dizer para voltarem ao que eram no século XIX (pré-Lincoln, o primeiro POTUS a cumprir apenas a parte que lhe convinha da Constituição) após a terem desfigurado completamente, mas é isso ou torcerem para aparecer um novo remendo mágico na Economia, como o Shale do Obama que, como vimos, recolocou os EUA à tona no pós-2008 mas, como vemos, podia ser e foi praticamente morto por um correligionário dele, o atual POTUS.
A chance disso acontecer é próximo de ZERO. Esse reajuste fiscal agressivo é algo que dificilmente veríamos. E quanto mais eles prolongarem pior ficará as opções de soluções viáveis e com uma menor dor de transição economicamente.




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#6521 Mensagem por Túlio » Qui Abr 11, 2024 3:25 pm

Suetham escreveu: Ter Abr 09, 2024 10:44 am
Túlio escreveu: Ter Abr 09, 2024 10:28 am
Se isto fosse um processo linear sim, mas o que vemos é uma aceleração constante, descontrolada e imprevisível; o que NÃO vemos é uma proposta convincente para ir reduzindo o déficit até invertê-lo para um superávit, e a "receita" é antiga: redução forte nos gastos através do encolhimento do estado, redução ou mesmo corte de subsídios a entes não-produtivos em troca de votos, redução das FA ao nível de poderem "apenas" defender os EUA e mesmo controlar seus arredores e acessos, desoneração do setor produtivo e, principalmente, reimplante da segurança jurídica, pois pequenos negócios são, na Economia de um país, o equivalente ao nosso sistema circulatório capilar.

Claro, fácil dizer para voltarem ao que eram no século XIX (pré-Lincoln, o primeiro POTUS a cumprir apenas a parte que lhe convinha da Constituição) após a terem desfigurado completamente, mas é isso ou torcerem para aparecer um novo remendo mágico na Economia, como o Shale do Obama que, como vimos, recolocou os EUA à tona no pós-2008 mas, como vemos, podia ser e foi praticamente morto por um correligionário dele, o atual POTUS.
A chance disso acontecer é próximo de ZERO. Esse reajuste fiscal agressivo é algo que dificilmente veríamos. E quanto mais eles prolongarem pior ficará as opções de soluções viáveis e com uma menor dor de transição economicamente.
Diria que é estritamente ZERO: vejamos p ex como foram os leilões de T-Bonds ontem (títulos com 10 anos de maturação) e hoje (30 anos, sempre os mais cobiçados, afinal, quem não iria querer ser credor do país mais rico e poderoso do mundo por décadas a fio?):






Lembrar que não faz muito as chamadas Treasuries eram a caderneta de poupança segura, o principal Safe Haven dos bancos centrais e dos bilionários: seria engraçado, à luz destes resultados, que vêm piorando desde começos do ano passado BTW, comparar com o Ouro batendo ATH semana após semana (neste momento USD 2.362,27/oz, prestes a bater outra vez a citada ATH de USD 2.365,17); ademais, como tenho dito e repetido, uma boa parte destas Bonds foram compradas... pelo FED! Ou seja, Mrs Yellen imprime Bonds e Mr Powell imprime USD para comprar (com Tail, claro) o que os outros rejeitam: o que possivelmente poderia dar errado? 🤦‍♂️

Observar o Tail (uma espécie de desconto dado aos maiores compradores) sempre crescente também, junto com o cada vez maior desinteresse por este ativo cada vez mais tóxico, e temos o mapa do desastre: se como está o que não falta é gente querendo trocar seus USD (e até Treasuries) por Ouro e até ₿ITCOIN (repares na voracidade com que os novos ETF, especialmente o IBIT da Blackrock, vêm sendo devorados), imagines se os juros caem... 💥


EDIT - Somar a isso uma tremenda pressão para que em sua reunião em junho próximo o FED faça algum corte na taxa de juros, afinal, é ano de eleição e uma notícia assim diz ao vulgo alguma coisa como "ei, estamos saindo do buraco"! Se com os juros atuais tem cada vez menos gente querendo Treasuries, não é preciso se esforçar muito para antever o resultado com juros menores: FED tendo que imprimir ainda mais USD para comprar Bonds que ninguém quis, e os recuperando com impostos, dos quais o mais cruel se chama INFLAÇÃO.

EDIT2 17:18 - Ouro acaba de bater nova ATH, tendo chegado a USD 2.377,51/oz. Nada bom para T-Bonds, eis que ambos são ativos disputando os mesmíssimos dólares. 👎

EDIT 3 12/04 10:47 - Mais uma ATH do Ouro: USD 2.431,31; podiam ter comprado T-Bonds ontem, não? E se...






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#6522 Mensagem por Suetham » Sáb Abr 13, 2024 1:42 pm

Túlio escreveu: Qui Abr 11, 2024 3:25 pm
Suetham escreveu: Ter Abr 09, 2024 10:44 am

A chance disso acontecer é próximo de ZERO. Esse reajuste fiscal agressivo é algo que dificilmente veríamos. E quanto mais eles prolongarem pior ficará as opções de soluções viáveis e com uma menor dor de transição economicamente.
Diria que é estritamente ZERO: vejamos p ex como foram os leilões de T-Bonds ontem (títulos com 10 anos de maturação) e hoje (30 anos, sempre os mais cobiçados, afinal, quem não iria querer ser credor do país mais rico e poderoso do mundo por décadas a fio?):






Lembrar que não faz muito as chamadas Treasuries eram a caderneta de poupança segura, o principal Safe Haven dos bancos centrais e dos bilionários: seria engraçado, à luz destes resultados, que vêm piorando desde começos do ano passado BTW, comparar com o Ouro batendo ATH semana após semana (neste momento USD 2.362,27/oz, prestes a bater outra vez a citada ATH de USD 2.365,17); ademais, como tenho dito e repetido, uma boa parte destas Bonds foram compradas... pelo FED! Ou seja, Mrs Yellen imprime Bonds e Mr Powell imprime USD para comprar (com Tail, claro) o que os outros rejeitam: o que possivelmente poderia dar errado? 🤦‍♂️

Observar o Tail (uma espécie de desconto dado aos maiores compradores) sempre crescente também, junto com o cada vez maior desinteresse por este ativo cada vez mais tóxico, e temos o mapa do desastre: se como está o que não falta é gente querendo trocar seus USD (e até Treasuries) por Ouro e até ₿ITCOIN (repares na voracidade com que os novos ETF, especialmente o IBIT da Blackrock, vêm sendo devorados), imagines se os juros caem... 💥


EDIT - Somar a isso uma tremenda pressão para que em sua reunião em junho próximo o FED faça algum corte na taxa de juros, afinal, é ano de eleição e uma notícia assim diz ao vulgo alguma coisa como "ei, estamos saindo do buraco"! Se com os juros atuais tem cada vez menos gente querendo Treasuries, não é preciso se esforçar muito para antever o resultado com juros menores: FED tendo que imprimir ainda mais USD para comprar Bonds que ninguém quis, e os recuperando com impostos, dos quais o mais cruel se chama INFLAÇÃO.

EDIT2 17:18 - Ouro acaba de bater nova ATH, tendo chegado a USD 2.377,51/oz. Nada bom para T-Bonds, eis que ambos são ativos disputando os mesmíssimos dólares. 👎

EDIT 3 12/04 10:47 - Mais uma ATH do Ouro: USD 2.431,31; podiam ter comprado T-Bonds ontem, não? E se...






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#6523 Mensagem por Túlio » Ter Abr 16, 2024 6:07 pm

Não vou dizer que concordo com tudo, mas o que não foi dito me parece inegável: seja com o Pedo Joe, o Zé Topete ou mesmo o Kennedyzinho, KEYNES voltou à moda definitivamente nos EUA!

O Novo Consenso de Washington

A guerra comercial iniciada por Trump contra a China, mantida por Biden, e a recente adoção de políticas industriais pelo governo Biden, destinando centenas de bilhões de dólares para incentivar a indústria norte-americana de semicondutores.

Por Luís Antônio Paulino - de São Paulo


Depois de um breve interregno de pouco mais de meio século, durante o qual flertou com o liberalismo e sua vertente mais radical, o neoliberalismo, representado pela famosa Escola de Chicago, os Estados Unidos voltaram a praticar o que Alexander Hamilton, primeiro-secretário do Tesouro dos Estados Unidos no governo de George Washington, propunha em seu famoso “Relatório das Manufaturas” de 1791.

Conforme afirma Há-Joon Chang em seu conhecido livro “Chutando a Escada. A Estratégia de Desenvolvimento em Perspectiva História”, Hamilton argumentava que a concorrência estrangeira e a “força do hábito” impediriam as novas indústrias, que em breve poderiam ser competitivas internacionalmente, de se desenvolverem nos Estados Unidos, a menos que a ajuda governamental compensasse os prejuízos iniciais. Essa ajuda, segundo ele, poderia tomar a forma de tarifas de importação ou, em casos mais raros, de proibição de importação.
Toda a história de ascensão do capitalismo norte-americano, desde então, foi marcada por uma política fortemente protecionista, o hoje convenientemente esquecido “Sistema Americano”, advogado por Hamilton e outras importantes figuras como Henry Clay e Abraham Lincoln. Consistia na proteção das indústrias nacionais e no aperfeiçoamento interno (investimentos em infraestrutura) em oposição frontal ao “sistema britânico” de livre comércio.

Em 1828, foi estabelecida a que ficou conhecida por seus detratores do sul como “Tarifa das Abominações”, que estabeleceu uma tarifa de 38% para manufaturas importadas e 45% sobre certas matérias-primas importadas. Essa tarifa foi substituída, em 1832, por uma nova lei tarifária fixando uma tarifa média de 40% para bens manufaturados, aumentado ainda mais as tensões entre o norte e o sul dos Estados, que acabou desembocando na Guerra da Secessão entre 1861 e 1865. Erroneamente se atribuiu à questão da escravidão a causa da guerra civil americana, mas a questão de fundo era a política protecionista pleiteada pelo norte industrialista em oposição ao livre-comércio advogado pelo sul agrário e escravista.

Guerra da Secessão

A vitória do Norte na Guerra da Secessão permitiu que os Estados Unidos continuassem a ser os mais obstinados protecionistas até a Primeira Guerra Mundial. Em 1875, a tarifa média de importação variava de 40% a 50%. Em 1913 a Tarifa Underwood reduziu a tarifa média dos bens manufaturados de 44% para 25%, mas a eclosão da Primeira Guerra Mundial tornou essa lei ineficaz. Em 1930, com o início da Grande Depressão, institui-se a Lei Smoot-Hawley, cuja alíquota média para os produtos manufaturados era de 48%. Só depois da Segunda Guerra Mundial, quando os Estados Unidos alcançaram sua incontestável supremacia industrial, finalmente liberaram o comércio e passaram a advogar o livre-comércio.

A adesão dos Estados Unidos ao livre-comércio durou enquanto a sua supremacia industrial não foi contestada por nenhum outro concorrente. Com a ascensão da Alemanha, na década de 1970, e do Japão, na década de 1980, os norte-americanos foram paulatinamente abandonando sua adesão ao livre-comércio, seja forçando seus concorrentes a valorizar suas moedas frente ao dólar, como ocorreu no caso do Japão, com o chamado Acordo do Plaza, seja aplicando sanções baseadas na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA de 1974 que autoriza o presidente dos Estados Unidos a tomar todas as medidas apropriadas, incluindo retaliação tarifária e não tarifária, para obter a remoção de qualquer ato, política ou prática de um governo cuja política comercial afete os interesses norte-americanos.

Mas foi com a ascensão da China, ao se tornar a “fabrica do mundo”, que desbancou a indústria norte-americana em diversos setores, nomeadamente no eletroeletrônico, e mais recentemente no automobilístico, com os carros elétricos, que os Estados Unidos abandonaram definitivamente qualquer compromisso com o livre-comércio, primeiro inviabilizando o funcionamento da Organização Mundial do Comércio (OMC) e, mais recentemente, voltando a adotar as práticas protecionistas que vigeram nos Estados Unidos até a Segunda Guerra Mundial.

A guerra comercial iniciada por Trump contra a China, mantida por Biden, e a recente adoção de políticas industriais pelo governo Biden, destinando centenas de bilhões de dólares para incentivar a indústria norte-americana de semicondutores, carros e baterias elétricas e outras indústrias de tecnologia de ponta e para melhorar a infraestrutura do país, marcam o retorno definitivo do Estados Unidos ao chamado “Sistema Americano” proposto por Alexander Hamilton, Henry Clay, Abraham Lincoln, dentre outros. Só se surpreende com o que hoje está ocorrendo nos Estados Unidos quem desconhece a história e acha, ingenuamente, que os Estados Unidos se tornaram a potência hegemônica mundial praticando o livre-comércio e o liberalismo econômico.

Artigo do Wall Street Journal (18/3), afirmou que “Movimentos vigorosos contra duas empresas estrangeiras na semana passada mostraram como Washington abandonou a sua adesão à abertura internacional e defende agora uma visão econômica mais nacionalista e protecionista. Primeiro, a Câmara votou esmagadoramente para proibir ou forçar a venda do TikTok, o aplicativo de vídeo de propriedade chinesa. Em seguida, o presidente Biden divulgou uma declaração se opondo à oferta da Nippon Steel, com sede no Japão, pela United States Steel, que ele disse que deveria permanecer nas mãos dos EUA.”

Os líderes de ambos os partidos

Segundo a mesma matéria, “Até 2016, os líderes de ambos os partidos aceitaram geralmente o chamado Consenso de Washington: abertura ao comércio e investimento estrangeiros e interferência mínima do governo nos mercados. Donald Trump, quando era presidente, rompeu decisivamente com isso ao impor tarifas à China e aos aliados, e Biden deu continuidade a muitas dessas políticas. Num discurso no ano passado, o conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, chamou a nova abordagem de “novo consenso de Washington”. Essa visão mundial exige uma combinação de tarifas e subsídios para apoiar importantes indústrias nacionais, como o aço, os semicondutores e os automóveis, e reverter um declínio de décadas na capacidade industrial americana. O comércio global livre ajudou a baixar os preços ao consumidor, mas à custa dos trabalhadores dos EUA e da segurança nacional, prossegue o pensamento.”

Alguns dias depois (22/3), o mesmo Wall Street Journal, porta-voz do sistema financeiro globalizado, voltou a bater na mesma tecla: “Quem decide se o TikTok permanece chinês é banido ou vendido? Washington. Quem determina se uma empresa americana ou japonesa comprará a United States Steel? Washington. Quem está dando à Intel US$ 8,5 bilhões para fabricar semicondutores nos EUA? Você entendeu. Nos EUA, as decisões empresariais antes tomadas em salas de reuniões ou reuniões de acionistas dependem cada vez mais da política. Os EUA não estão a deslizar para o socialismo, no qual o governo controla os meios de produção. Pode, no entanto, estar se inclinando para o capitalismo de Estado, no qual o governo intervém regularmente nos negócios para garantir que estes servem ao interesse nacional.”

Segundo o jornal Nikkei Asia (23/3), “A Intel receberá até US$ 8,5 bilhões em doações e US$ 11 bilhões em empréstimos do governo dos EUA para produzir semicondutores de ponta na maior aplicação de fundos sob o CHIPS and Science Act. O presidente Joe Biden viajou para Chandler, Arizona, local de uma das novas fábricas da Intel, na quarta-feira para anunciar oficialmente a decisão. “Isso vai transformar o país de uma forma que vocês ainda nem entendem”, disse ele. A secretária de Comércio, Gina Raimondo, disse aos repórteres que esta será a “maior doação” para qualquer empresa de chips sob a lei. “Isso permitiria à Intel produzir chips de ponta para indústrias importantes”, disse Raimondo, acrescentando que tais semicondutores são vitais para a inteligência artificial e os sistemas militares.”




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prometheus
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Re: EUA

#6524 Mensagem por prometheus » Ter Abr 16, 2024 9:39 pm

Túlio escreveu: Ter Abr 16, 2024 6:07 pm
Não vou dizer que concordo com tudo, mas o que não foi dito me parece inegável: seja com o Pedo Joe, o Zé Topete ou mesmo o Kennedyzinho, KEYNES voltou à moda definitivamente nos EUA!

O Novo Consenso de Washington

A guerra comercial iniciada por Trump contra a China, mantida por Biden, e a recente adoção de políticas industriais pelo governo Biden, destinando centenas de bilhões de dólares para incentivar a indústria norte-americana de semicondutores.

Por Luís Antônio Paulino - de São Paulo


Depois de um breve interregno de pouco mais de meio século, durante o qual flertou com o liberalismo e sua vertente mais radical, o neoliberalismo, representado pela famosa Escola de Chicago, os Estados Unidos voltaram a praticar o que Alexander Hamilton, primeiro-secretário do Tesouro dos Estados Unidos no governo de George Washington, propunha em seu famoso “Relatório das Manufaturas” de 1791.

Conforme afirma Há-Joon Chang em seu conhecido livro “Chutando a Escada. A Estratégia de Desenvolvimento em Perspectiva História”, Hamilton argumentava que a concorrência estrangeira e a “força do hábito” impediriam as novas indústrias, que em breve poderiam ser competitivas internacionalmente, de se desenvolverem nos Estados Unidos, a menos que a ajuda governamental compensasse os prejuízos iniciais. Essa ajuda, segundo ele, poderia tomar a forma de tarifas de importação ou, em casos mais raros, de proibição de importação.
Toda a história de ascensão do capitalismo norte-americano, desde então, foi marcada por uma política fortemente protecionista, o hoje convenientemente esquecido “Sistema Americano”, advogado por Hamilton e outras importantes figuras como Henry Clay e Abraham Lincoln. Consistia na proteção das indústrias nacionais e no aperfeiçoamento interno (investimentos em infraestrutura) em oposição frontal ao “sistema britânico” de livre comércio.

Em 1828, foi estabelecida a que ficou conhecida por seus detratores do sul como “Tarifa das Abominações”, que estabeleceu uma tarifa de 38% para manufaturas importadas e 45% sobre certas matérias-primas importadas. Essa tarifa foi substituída, em 1832, por uma nova lei tarifária fixando uma tarifa média de 40% para bens manufaturados, aumentado ainda mais as tensões entre o norte e o sul dos Estados, que acabou desembocando na Guerra da Secessão entre 1861 e 1865. Erroneamente se atribuiu à questão da escravidão a causa da guerra civil americana, mas a questão de fundo era a política protecionista pleiteada pelo norte industrialista em oposição ao livre-comércio advogado pelo sul agrário e escravista.

Guerra da Secessão

A vitória do Norte na Guerra da Secessão permitiu que os Estados Unidos continuassem a ser os mais obstinados protecionistas até a Primeira Guerra Mundial. Em 1875, a tarifa média de importação variava de 40% a 50%. Em 1913 a Tarifa Underwood reduziu a tarifa média dos bens manufaturados de 44% para 25%, mas a eclosão da Primeira Guerra Mundial tornou essa lei ineficaz. Em 1930, com o início da Grande Depressão, institui-se a Lei Smoot-Hawley, cuja alíquota média para os produtos manufaturados era de 48%. Só depois da Segunda Guerra Mundial, quando os Estados Unidos alcançaram sua incontestável supremacia industrial, finalmente liberaram o comércio e passaram a advogar o livre-comércio.

A adesão dos Estados Unidos ao livre-comércio durou enquanto a sua supremacia industrial não foi contestada por nenhum outro concorrente. Com a ascensão da Alemanha, na década de 1970, e do Japão, na década de 1980, os norte-americanos foram paulatinamente abandonando sua adesão ao livre-comércio, seja forçando seus concorrentes a valorizar suas moedas frente ao dólar, como ocorreu no caso do Japão, com o chamado Acordo do Plaza, seja aplicando sanções baseadas na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA de 1974 que autoriza o presidente dos Estados Unidos a tomar todas as medidas apropriadas, incluindo retaliação tarifária e não tarifária, para obter a remoção de qualquer ato, política ou prática de um governo cuja política comercial afete os interesses norte-americanos.

Mas foi com a ascensão da China, ao se tornar a “fabrica do mundo”, que desbancou a indústria norte-americana em diversos setores, nomeadamente no eletroeletrônico, e mais recentemente no automobilístico, com os carros elétricos, que os Estados Unidos abandonaram definitivamente qualquer compromisso com o livre-comércio, primeiro inviabilizando o funcionamento da Organização Mundial do Comércio (OMC) e, mais recentemente, voltando a adotar as práticas protecionistas que vigeram nos Estados Unidos até a Segunda Guerra Mundial.

A guerra comercial iniciada por Trump contra a China, mantida por Biden, e a recente adoção de políticas industriais pelo governo Biden, destinando centenas de bilhões de dólares para incentivar a indústria norte-americana de semicondutores, carros e baterias elétricas e outras indústrias de tecnologia de ponta e para melhorar a infraestrutura do país, marcam o retorno definitivo do Estados Unidos ao chamado “Sistema Americano” proposto por Alexander Hamilton, Henry Clay, Abraham Lincoln, dentre outros. Só se surpreende com o que hoje está ocorrendo nos Estados Unidos quem desconhece a história e acha, ingenuamente, que os Estados Unidos se tornaram a potência hegemônica mundial praticando o livre-comércio e o liberalismo econômico.

Artigo do Wall Street Journal (18/3), afirmou que “Movimentos vigorosos contra duas empresas estrangeiras na semana passada mostraram como Washington abandonou a sua adesão à abertura internacional e defende agora uma visão econômica mais nacionalista e protecionista. Primeiro, a Câmara votou esmagadoramente para proibir ou forçar a venda do TikTok, o aplicativo de vídeo de propriedade chinesa. Em seguida, o presidente Biden divulgou uma declaração se opondo à oferta da Nippon Steel, com sede no Japão, pela United States Steel, que ele disse que deveria permanecer nas mãos dos EUA.”

Os líderes de ambos os partidos

Segundo a mesma matéria, “Até 2016, os líderes de ambos os partidos aceitaram geralmente o chamado Consenso de Washington: abertura ao comércio e investimento estrangeiros e interferência mínima do governo nos mercados. Donald Trump, quando era presidente, rompeu decisivamente com isso ao impor tarifas à China e aos aliados, e Biden deu continuidade a muitas dessas políticas. Num discurso no ano passado, o conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, chamou a nova abordagem de “novo consenso de Washington”. Essa visão mundial exige uma combinação de tarifas e subsídios para apoiar importantes indústrias nacionais, como o aço, os semicondutores e os automóveis, e reverter um declínio de décadas na capacidade industrial americana. O comércio global livre ajudou a baixar os preços ao consumidor, mas à custa dos trabalhadores dos EUA e da segurança nacional, prossegue o pensamento.”

Alguns dias depois (22/3), o mesmo Wall Street Journal, porta-voz do sistema financeiro globalizado, voltou a bater na mesma tecla: “Quem decide se o TikTok permanece chinês é banido ou vendido? Washington. Quem determina se uma empresa americana ou japonesa comprará a United States Steel? Washington. Quem está dando à Intel US$ 8,5 bilhões para fabricar semicondutores nos EUA? Você entendeu. Nos EUA, as decisões empresariais antes tomadas em salas de reuniões ou reuniões de acionistas dependem cada vez mais da política. Os EUA não estão a deslizar para o socialismo, no qual o governo controla os meios de produção. Pode, no entanto, estar se inclinando para o capitalismo de Estado, no qual o governo intervém regularmente nos negócios para garantir que estes servem ao interesse nacional.”

Segundo o jornal Nikkei Asia (23/3), “A Intel receberá até US$ 8,5 bilhões em doações e US$ 11 bilhões em empréstimos do governo dos EUA para produzir semicondutores de ponta na maior aplicação de fundos sob o CHIPS and Science Act. O presidente Joe Biden viajou para Chandler, Arizona, local de uma das novas fábricas da Intel, na quarta-feira para anunciar oficialmente a decisão. “Isso vai transformar o país de uma forma que vocês ainda nem entendem”, disse ele. A secretária de Comércio, Gina Raimondo, disse aos repórteres que esta será a “maior doação” para qualquer empresa de chips sob a lei. “Isso permitiria à Intel produzir chips de ponta para indústrias importantes”, disse Raimondo, acrescentando que tais semicondutores são vitais para a inteligência artificial e os sistemas militares.”
Já aproveitando a esteira... Vi que o Donald Trump está aventando impor uma tarifa de 60% nos produtos chineses...




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Suetham
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Re: EUA

#6525 Mensagem por Suetham » Ter Abr 23, 2024 8:20 am

Túlio escreveu: Ter Abr 16, 2024 6:07 pm
Não vou dizer que concordo com tudo, mas o que não foi dito me parece inegável: seja com o Pedo Joe, o Zé Topete ou mesmo o Kennedyzinho, KEYNES voltou à moda definitivamente nos EUA!

O Novo Consenso de Washington

A guerra comercial iniciada por Trump contra a China, mantida por Biden, e a recente adoção de políticas industriais pelo governo Biden, destinando centenas de bilhões de dólares para incentivar a indústria norte-americana de semicondutores.

Por Luís Antônio Paulino - de São Paulo


Depois de um breve interregno de pouco mais de meio século, durante o qual flertou com o liberalismo e sua vertente mais radical, o neoliberalismo, representado pela famosa Escola de Chicago, os Estados Unidos voltaram a praticar o que Alexander Hamilton, primeiro-secretário do Tesouro dos Estados Unidos no governo de George Washington, propunha em seu famoso “Relatório das Manufaturas” de 1791.

Conforme afirma Há-Joon Chang em seu conhecido livro “Chutando a Escada. A Estratégia de Desenvolvimento em Perspectiva História”, Hamilton argumentava que a concorrência estrangeira e a “força do hábito” impediriam as novas indústrias, que em breve poderiam ser competitivas internacionalmente, de se desenvolverem nos Estados Unidos, a menos que a ajuda governamental compensasse os prejuízos iniciais. Essa ajuda, segundo ele, poderia tomar a forma de tarifas de importação ou, em casos mais raros, de proibição de importação.
Toda a história de ascensão do capitalismo norte-americano, desde então, foi marcada por uma política fortemente protecionista, o hoje convenientemente esquecido “Sistema Americano”, advogado por Hamilton e outras importantes figuras como Henry Clay e Abraham Lincoln. Consistia na proteção das indústrias nacionais e no aperfeiçoamento interno (investimentos em infraestrutura) em oposição frontal ao “sistema britânico” de livre comércio.

Em 1828, foi estabelecida a que ficou conhecida por seus detratores do sul como “Tarifa das Abominações”, que estabeleceu uma tarifa de 38% para manufaturas importadas e 45% sobre certas matérias-primas importadas. Essa tarifa foi substituída, em 1832, por uma nova lei tarifária fixando uma tarifa média de 40% para bens manufaturados, aumentado ainda mais as tensões entre o norte e o sul dos Estados, que acabou desembocando na Guerra da Secessão entre 1861 e 1865. Erroneamente se atribuiu à questão da escravidão a causa da guerra civil americana, mas a questão de fundo era a política protecionista pleiteada pelo norte industrialista em oposição ao livre-comércio advogado pelo sul agrário e escravista.

Guerra da Secessão

A vitória do Norte na Guerra da Secessão permitiu que os Estados Unidos continuassem a ser os mais obstinados protecionistas até a Primeira Guerra Mundial. Em 1875, a tarifa média de importação variava de 40% a 50%. Em 1913 a Tarifa Underwood reduziu a tarifa média dos bens manufaturados de 44% para 25%, mas a eclosão da Primeira Guerra Mundial tornou essa lei ineficaz. Em 1930, com o início da Grande Depressão, institui-se a Lei Smoot-Hawley, cuja alíquota média para os produtos manufaturados era de 48%. Só depois da Segunda Guerra Mundial, quando os Estados Unidos alcançaram sua incontestável supremacia industrial, finalmente liberaram o comércio e passaram a advogar o livre-comércio.

A adesão dos Estados Unidos ao livre-comércio durou enquanto a sua supremacia industrial não foi contestada por nenhum outro concorrente. Com a ascensão da Alemanha, na década de 1970, e do Japão, na década de 1980, os norte-americanos foram paulatinamente abandonando sua adesão ao livre-comércio, seja forçando seus concorrentes a valorizar suas moedas frente ao dólar, como ocorreu no caso do Japão, com o chamado Acordo do Plaza, seja aplicando sanções baseadas na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA de 1974 que autoriza o presidente dos Estados Unidos a tomar todas as medidas apropriadas, incluindo retaliação tarifária e não tarifária, para obter a remoção de qualquer ato, política ou prática de um governo cuja política comercial afete os interesses norte-americanos.

Mas foi com a ascensão da China, ao se tornar a “fabrica do mundo”, que desbancou a indústria norte-americana em diversos setores, nomeadamente no eletroeletrônico, e mais recentemente no automobilístico, com os carros elétricos, que os Estados Unidos abandonaram definitivamente qualquer compromisso com o livre-comércio, primeiro inviabilizando o funcionamento da Organização Mundial do Comércio (OMC) e, mais recentemente, voltando a adotar as práticas protecionistas que vigeram nos Estados Unidos até a Segunda Guerra Mundial.

A guerra comercial iniciada por Trump contra a China, mantida por Biden, e a recente adoção de políticas industriais pelo governo Biden, destinando centenas de bilhões de dólares para incentivar a indústria norte-americana de semicondutores, carros e baterias elétricas e outras indústrias de tecnologia de ponta e para melhorar a infraestrutura do país, marcam o retorno definitivo do Estados Unidos ao chamado “Sistema Americano” proposto por Alexander Hamilton, Henry Clay, Abraham Lincoln, dentre outros. Só se surpreende com o que hoje está ocorrendo nos Estados Unidos quem desconhece a história e acha, ingenuamente, que os Estados Unidos se tornaram a potência hegemônica mundial praticando o livre-comércio e o liberalismo econômico.

Artigo do Wall Street Journal (18/3), afirmou que “Movimentos vigorosos contra duas empresas estrangeiras na semana passada mostraram como Washington abandonou a sua adesão à abertura internacional e defende agora uma visão econômica mais nacionalista e protecionista. Primeiro, a Câmara votou esmagadoramente para proibir ou forçar a venda do TikTok, o aplicativo de vídeo de propriedade chinesa. Em seguida, o presidente Biden divulgou uma declaração se opondo à oferta da Nippon Steel, com sede no Japão, pela United States Steel, que ele disse que deveria permanecer nas mãos dos EUA.”

Os líderes de ambos os partidos

Segundo a mesma matéria, “Até 2016, os líderes de ambos os partidos aceitaram geralmente o chamado Consenso de Washington: abertura ao comércio e investimento estrangeiros e interferência mínima do governo nos mercados. Donald Trump, quando era presidente, rompeu decisivamente com isso ao impor tarifas à China e aos aliados, e Biden deu continuidade a muitas dessas políticas. Num discurso no ano passado, o conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, chamou a nova abordagem de “novo consenso de Washington”. Essa visão mundial exige uma combinação de tarifas e subsídios para apoiar importantes indústrias nacionais, como o aço, os semicondutores e os automóveis, e reverter um declínio de décadas na capacidade industrial americana. O comércio global livre ajudou a baixar os preços ao consumidor, mas à custa dos trabalhadores dos EUA e da segurança nacional, prossegue o pensamento.”

Alguns dias depois (22/3), o mesmo Wall Street Journal, porta-voz do sistema financeiro globalizado, voltou a bater na mesma tecla: “Quem decide se o TikTok permanece chinês é banido ou vendido? Washington. Quem determina se uma empresa americana ou japonesa comprará a United States Steel? Washington. Quem está dando à Intel US$ 8,5 bilhões para fabricar semicondutores nos EUA? Você entendeu. Nos EUA, as decisões empresariais antes tomadas em salas de reuniões ou reuniões de acionistas dependem cada vez mais da política. Os EUA não estão a deslizar para o socialismo, no qual o governo controla os meios de produção. Pode, no entanto, estar se inclinando para o capitalismo de Estado, no qual o governo intervém regularmente nos negócios para garantir que estes servem ao interesse nacional.”

Segundo o jornal Nikkei Asia (23/3), “A Intel receberá até US$ 8,5 bilhões em doações e US$ 11 bilhões em empréstimos do governo dos EUA para produzir semicondutores de ponta na maior aplicação de fundos sob o CHIPS and Science Act. O presidente Joe Biden viajou para Chandler, Arizona, local de uma das novas fábricas da Intel, na quarta-feira para anunciar oficialmente a decisão. “Isso vai transformar o país de uma forma que vocês ainda nem entendem”, disse ele. A secretária de Comércio, Gina Raimondo, disse aos repórteres que esta será a “maior doação” para qualquer empresa de chips sob a lei. “Isso permitiria à Intel produzir chips de ponta para indústrias importantes”, disse Raimondo, acrescentando que tais semicondutores são vitais para a inteligência artificial e os sistemas militares.”
Os EUA se tornaram a maior economia do mundo em 1871. O interessante na história econômica deles é que o seu desenvolvimento nacional realmente se aplica ao ambiente livre internamente, mas a proteção a nível internacional era grande, por isso o norte se desenvolveu melhor e mais rápido do que o sul, em toda política protecionista há perdedores e ganhadores e o norte ganhou e o sul perdeu. Quando o Fed foi criado, tudo começa a piorar para eles.

Há artigos que falam de uma passagem rápida sobre o desenvolvimento dos EUA antes do FED ter sido criado.
Alguns afirmam que o melhor período de crescimento econômico da história dos EUA ocorreu durante um período em que não havia imposto de renda nem o Fed. Entre a Guerra Civil e 1913, a economia dos EUA experimentou um crescimento absolutamente explosivo. O sistema de mercado livre prosperou e o resto do mundo os olhou com inveja. O governo federal era de tamanho muito limitado, não havia imposto de renda e nem um banco central. Esse período é mais conhecido pelo nome "The Gilded Age", na qual pega um intervalo entre esse tempo da Guerra Civil e 1913 - ano da criação do FED.

O rápido desenvolvimento econômico após a Guerra Civil estabeleceu as bases para a moderna economia industrial dos EUA. Em 1890, os EUA pularam em frente da Grã-Bretanha para o primeiro lugar na produção industrial. Ocorreu uma explosão de novas descobertas e invenções, um processo denominado "Segunda Revolução Industrial". As estradas de ferro expandiram ampliando a quilometragem e construíram pistas e pontes mais fortes que lidavam com carros e locomotivas mais pesados, levando muito mais bens e pessoas a taxas mais baixas. Veículos ferroviários de refrigeração entraram em uso. O telefone, fonógrafo, máquina de escrever e luz elétrica foram inventados. No início do século XX, os carros começaram a substituir as carruagens puxadas por cavalos.

Paralelamente a essas conquistas foi o desenvolvimento da infraestrutura industrial da nação. O carvão foi encontrado em abundância nas montanhas dos Apalaches da Pensilvânia ao sul para Kentucky. O petróleo foi descoberto no oeste da Pensilvânia; foi usado principalmente para lubrificantes e para querosene para lâmpadas. Grandes minas de minério de ferro foram abertas na região do Lago Superior do Alto Oeste. As usinas de aço prosperaram em lugares onde esses minérios de carvão e ferro poderiam ser reunidos para produzir aço. Grandes minas de cobre e prata foram abertas, seguidas de minas de chumbo e fábricas de cimento. Em 1913 Henry Ford introduziu a linha de montagem, um passo no processo que se tornou conhecido como produção em massa.

A milhagem das ferrovias triplicou entre 1860 e 1880 e depois dobrou novamente em 1920. A nova linha ligava áreas anteriormente isoladas a mercados maiores e permitia o surgimento da agricultura comercial, pecuária e mineração, criando um mercado verdadeiramente nacional. A produção de aço americana subiu para superar os totais combinados da Grã-Bretanha, Alemanha e França.

Investidores em Londres e Paris despejaram dinheiro nas ferrovias através do mercado financeiro americano, centrado em Wall Street. Em 1900, o processo de concentração econômica havia se estendido à maioria dos ramos da indústria - algumas grandes corporações, chamadas "trusts", dominavam o aço, o petróleo, o açúcar, a carne e o maquinário agrícola.

O aumento da mecanização da indústria é uma marca importante da busca da Era Dourada por formas mais baratas de criar mais produtos. Frederick Winslow Taylor observou que a eficiência do trabalhador no aço poderia ser melhorada através do uso de observações muito próximas com um cronômetro para eliminar o desperdício de esforço. A mecanização transformou algumas fábricas em uma montagem de trabalhadores não qualificados, executando tarefas simples e repetitivas sob a direção de engenheiros e chefes qualificados. As oficinas mecânicas cresceram rapidamente e elas constituíam trabalhadores e engenheiros altamente qualificados. O número de trabalhadores qualificados e não qualificados aumentou, à medida que seus salários aumentaram.

As faculdades de engenharia foram estabelecidas para alimentar a enorme demanda por expertise. As ferrovias inventaram uma administração moderna, com cadeias claras de comando, relatórios estatísticos e complexos sistemas burocráticos. Eles sistematizaram os papéis dos gerentes de nível médio e estabeleceram faixas de carreira explícitas. Eles contrataram homens jovens com idades entre 18 e 21 anos e os promoveram internamente até que um homem alcançasse o status de engenheiro de locomotiva, maestro ou agente de estação aos 40 anos ou mais. Faixas de carreira foram inventadas para empregos qualificados de colarinho-azul e para gerentes de colarinho branco, começando em ferrovias e expandindo para finanças, manufatura e comércio. Juntamente com o rápido crescimento das pequenas empresas, uma nova classe média estava crescendo rapidamente, especialmente nas cidades do norte.

Os Estados Unidos se tornaram líderes mundiais em tecnologia aplicada. De 1860 a 1890, 500,000 patentes foram emitidas para novas invenções - mais de dez vezes o número emitido nos setenta anos anteriores. George Westinghouse inventou freios a ar para os trens (tornando-os mais seguros e mais rápidos). Theodore Vail estabeleceu a American Telephone & Telegraph Company e construiu uma grande rede de comunicações. Thomas Edison, além de inventar centenas de dispositivos, estabeleceu o primeiro utilitário de iluminação elétrica, baseando-se em corrente contínua e uma eficiente lâmpada incandescente. O fornecimento de energia elétrica se espalhou rapidamente pelas cidades da Era Dourada. As ruas eram iluminadas à noite, e os bondes elétricos permitiam um deslocamento mais rápido para o trabalho e uma compra mais fácil.

A Petroleum lançou uma nova indústria começando nos campos de petróleo da Pensilvânia na década de 1860. Os Estados Unidos dominaram a indústria global na década de 1950. O querosene substituiu o óleo de baleia e velas por casas de iluminação. John D. Rockefeller fundou a Standard Oil Company e monopolizou a indústria do petróleo, que produzia principalmente querosene antes de o automóvel criar uma demanda por gasolina no século XX.

Primeiro, eles forneceram uma rede altamente eficiente para transportar frete e passageiros em um grande mercado nacional. O resultado foi um impacto transformador na maioria dos setores da economia, incluindo manufatura, varejo e atacado, agricultura e finanças. Os Estados Unidos tinham um mercado nacional integrado praticamente do tamanho da Europa, sem barreiras ou tarifas internas, todos apoiados por uma linguagem comum, e sistema financeiro e um sistema legal comum.

O financiamento das ferrovias forneceu a base para uma expansão dramática do sistema financeiro privado (não governamental). A construção de ferrovias era muito mais cara que as fábricas. Em 1860, o total combinado de ações e títulos ferroviários era de US$1.8 bilhão; Em 1897, alcançou US$10.6 bilhões (comparado a uma dívida nacional total de US$1.2 bilhão). O financiamento veio de financistas(John Stewart Kennedy) em todo o nordeste e da Europa, especialmente da Grã-Bretanha. Cerca de 10% do financiamento veio do governo, especialmente na forma de concessões de terras que poderiam ser realizadas quando uma certa quantidade de trilhas fosse aberta. O emergente sistema financeiro americano foi baseado em títulos ferroviários. Nova York em 1860 era o mercado financeiro dominante. Os britânicos investiram pesadamente em ferrovias em todo o mundo, mas em nenhum lugar mais do que os Estados Unidos; o total chegou a cerca de US$3 bilhões em 1914. Em 1914-1917, eles liquidaram seus ativos americanos para pagar suprimentos de guerra.

O crescimento das ferrovias de 1850 a 1880 tornou a agricultura comercial muito mais viável e lucrativa. Milhões de hectares foram abertos para assentamento, uma vez que a estrada de ferro estava nas proximidades, e forneceu uma saída de longa distância para o trigo, gado e porcos que atingiram todo o caminho para a Europa. Os Estados Unidos rural tornou-se um mercado gigantesco, pois os atacadistas compravam os produtos de consumo produzidos pelas fábricas no leste e os enviavam para comerciantes locais em pequenas lojas em todo o país.

Durante as décadas de 1870 e 1880, a economia dos EUA cresceu ao ritmo mais rápido de sua história, com salários reais, riqueza, PIB e formação de capital crescendo rapidamente. Por exemplo, entre 1865 e 1898, a produção de trigo aumentou em 256%, o milho em 222%, o carvão em 800% e as milhas da via ferroviária em 567%. Redes nacionais grossas para transporte e comunicação foram criadas. A corporação se tornou a forma dominante de organização de negócios, e uma revolução na administração científica transformou as operações de negócios.

No início do século XX, o produto interno bruto e a produção industrial nos Estados Unidos lideraram o mundo. Kennedy relata que "a renda nacional dos EUA, em números absolutos per capita, estava muito acima da de todos os outros até 1914". A renda per capita nos Estados Unidos foi de US$377 em 1914, comparada à Grã-Bretanha em US$244, na Alemanha a US$184, à França a US$153 e à Itália a US$108, enquanto a Rússia e o Japão ficaram muito atrás em US$41 e US$36.

A Europa, especialmente a Grã-Bretanha, permaneceu como o centro financeiro do mundo até 1914, mas o crescimento dos Estados Unidos fez com que estrangeiros perguntassem, como escreveu o escritor britânico W.T. Stead em 1901, "Qual é o segredo do sucesso americano? Os empresários da Segunda Revolução Industrial criaram vilas e cidades industriais no Nordeste com novas fábricas e contrataram uma classe trabalhadora industrial etnicamente diversificada, muitos deles novos imigrantes da Europa.

A Era Dourada viu o maior período de crescimento econômico da história americana. Após o pânico de curta duração de 1873, a economia se recuperou com o advento das políticas de dinheiro restrito e industrialização. De 1869 a 1879, a economia dos EUA cresceu a uma taxa de 6,8% para o PIB real e 4,5% para o PIB per capita real, apesar do pânico de 1873. A economia repetiu esse período de crescimento na década de 1880, na qual a riqueza da nação cresceu a uma taxa anual de 3,8%, enquanto o PIB também foi duplicado.

Industriais ricos e financiadores como John D. Rockefeller, Jay Gould, Henry Clay Frick, Andrew W. Mellon, Andrew Carnegie, Henry Flagler, Henry H. Rogers, J.P. Morgan, Leland Stanford, Meyer Guggenheim, Jacob Schiff, Charles Crocker, Cornelius Vanderbilt às vezes seriam rotulados de "barões ladrões" por seus críticos, que argumentam que suas fortunas foram feitas às custas da classe trabalhadora, pela fraude e pela traição à democracia. Seus admiradores argumentaram que eles eram "capitães da indústria" que construíram a economia industrial dos EUA Central e também o setor sem fins lucrativos por meio de atos de filantropia. Por exemplo, Andrew Carnegie doou mais de 90% de sua riqueza e disse que a filantropia era seu dever - o "Evangelho da Riqueza". Dinheiro privado dotou milhares de faculdades, hospitais, museus, academias, escolas, casas de ópera, bibliotecas públicas e instituições de caridade. John D. Rockefeller doou mais de US$500 milhões para várias instituições de caridade, pouco mais da metade de seu patrimônio líquido.

A rápida expansão da industrialização levou a um crescimento real dos salários de 60% entre 1860 e 1890, espalhado pela força de trabalho cada vez maior. Os salários reais (ajustando a inflação) aumentaram continuamente, com o aumento percentual exato dependendo das datas e da força de trabalho específica. O Census Bueau informou em 1892 que o salário médio anual por trabalhador industrial (incluindo homens, mulheres e crianças) subiu de US$380 em 1880 para US$564 em 1890, um ganho de 48%. O historiador econômico Clarence D. Long estima que (em termos de dólares constantes de 1914), a renda anual média de todos os funcionários não agrícolas americanos subiu de US$375 em 1870 para US$395 em 1880, US$519 em 1890 e US$573 em 1900, ganho de 53% em 30 anos.

O historiador australiano Peter Shergold descobriu que o padrão de vida dos trabalhadores industriais era maior do que na Europa. Ele comparou os salários e o padrão de vida em Pittsburgh com Birmingham, na Inglaterra, uma das cidades industriais mais ricas da Europa. Depois de levar em conta o custo de vida (que era 65% mais alto nos EUA), ele descobriu que o padrão de vida de trabalhadores não qualificados era o mesmo nas duas cidades, enquanto trabalhadores qualificados em Pittsburgh tinham cerca de 50% a 100% mais altos padrões de vida como aqueles em Birmingham, Inglaterra. De acordo com Shergold, a vantagem americana cresceu ao longo do tempo entre 1890 e 1914, e a percepção do aumento do salário americano levou a um fluxo constante de trabalhadores qualificados da Grã-Bretanha para a América industrial. De acordo com o historiador Steve Fraser, os trabalhadores geralmente ganham menos de US$ 800 por ano, o que os mantém na pobreza. Os trabalhadores tiveram que trabalhar cerca de 60 horas por semana para ganhar tanto.

Os democratas do Bourbon apoiavam uma política de livre mercado, com tarifas baixas, impostos baixos, menos gastos e, em geral, um governo de laissez-faire. Eles argumentaram que as tarifas tornavam a maioria dos bens mais cara para o consumidor e subsidiavam os "trusts" (monopólios). Eles também denunciaram o imperialismo e a expansão no exterior. Por outro lado, os republicanos insistiram que a prosperidade nacional dependia da indústria que pagava altos salários, e advertiram que a redução da tarifa traria um desastre porque os bens de fábricas européias de salários baixos inundariam os mercados americanos.

No geral, as plataformas políticas republicanas e democratas permaneceram notavelmente constantes nos anos anteriores a 1900. Ambas favoreciam os interesses comerciais. Os republicanos pediam altas tarifas, enquanto os democratas queriam muito dinheiro e comércio livre. A regulamentação raramente era um problema.

Antes da Era Dourada, o tempo comumente referido como a antiga imigração viu o primeiro boom real de recém-chegados aos Estados Unidos. Durante a Era Dourada, aproximadamente 20 milhões de imigrantes vieram para os Estados Unidos no que é conhecido como a nova imigração. Alguns deles eram fazendeiros prósperos que tinham dinheiro para comprar terras e ferramentas especialmente nos estados das Planícies. Muitos eram camponeses pobres que procuravam o Sonho Americano em trabalho manual não especializado em fábricas, minas e fábricas. Poucos imigrantes foram para o sul da pobreza, no entanto.

Uma expansão dramática na agricultura ocorreu durante a Era Dourada, com o número de fazendas triplicando de 2.0 milhões em 1860 para 6.0 milhões em 1905. O número de pessoas que vivem em fazendas cresceu de cerca de 10 milhões em 1860 para 22 milhões em 1880 a 31 milhões em 1905. O valor das fazendas subiu de US$8 bilhões em 1860 para US$30 bilhões em 1906.

O governo federal emitiu trechos de 160 acres (65 ha) virtualmente livres para colonos sob o Homestead Act de 1862. Um número ainda maior comprou terras a juros muito baixos das novas ferrovias, que estavam tentando criar mercados. As ferrovias anunciavam muito na Europa e traziam, com tarifas baixas, centenas de milhares de agricultores da Alemanha, da Escandinávia e da Grã-Bretanha.

Apesar de seu notável progresso e prosperidade em geral, os agricultores norte-americanos do século 19 experimentaram ciclos recorrentes de dificuldades, causadas principalmente pela queda dos preços mundiais do algodão e do trigo.

Juntamente com as melhorias mecânicas que aumentaram muito o rendimento por unidade de área, a quantidade de terra cultivada cresceu rapidamente ao longo da segunda metade do século, à medida que as ferrovias abriram novas áreas do oeste para assentamento. Os agricultores de trigo desfrutaram de uma produção abundante e de bons anos de 1876 a 1881, quando as más safras europeias mantiveram o preço mundial alto. Eles então sofreram com uma recessão na década de 1880, quando as condições na Europa melhoraram. Quanto mais a oeste os colonos iam, mais dependentes eles se tornavam nas ferrovias monopolistas para mover seus produtos para o mercado, e mais inclinados a protestar, como no movimento populista da década de 1890. Agricultores de trigo culparam proprietários de elevadores de grãos locais (que compraram suas colheitas), ferrovias e banqueiros do leste pelos baixos preços. Este protesto foi agora atribuído ao aumento da incerteza na agricultura devido à sua comercialização, com monopólios, o padrão-ouro e empréstimos sendo apenas visualizações deste risco.

A sociedade americana experimentou mudanças significativas no período após a Guerra Civil, notadamente a rápida urbanização do Norte. Devido à crescente demanda por trabalhadores não qualificados, a maioria dos imigrantes europeus foi para cidades de engenho, campos de mineração e cidades industriais. Nova York, Filadélfia e especialmente Chicago, viram um rápido crescimento. Louis Sullivan tornou-se um notável arquiteto usando estruturas de aço para construir arranha-céus pela primeira vez, enquanto era pioneiro na idéia de "forma segue a função". Chicago se tornou o centro da mania dos arranha-céus, começando com o prédio de dez andares do Home Insurance Building, em 1884–1885, por William Le Baron Jenney.

Em 1890, um terço das 2000 milhas de ruas de Chicago foram pavimentadas, principalmente com blocos de madeira, que davam melhor tração do que a lama. A pavimentação de tijolos foi um bom compromisso, mas ainda melhor foi a pavimentação de asfalto. Com Londres e Paris como modelos, Washington estabeleceu 400 mil metros quadrados de pavimentação asfáltica até 1882 e serviu de modelo para Buffalo, Filadélfia e outros lugares. No final do século, as cidades americanas ostentavam 30 milhões de jardas quadradas de pavimentação asfáltica, seguidas pela construção de tijolos. Os bondes elétricos de rua passaram a 12 milhas por hora e se tornaram o principal serviço de transporte para compradores de classe média e trabalhadores de escritório. Ruas de grandes cidades se tornaram caminhos para veículos mais rápidos e maiores e mais perigosos, os pedestres devem ficar atentos. Nas maiores cidades, as ferrovias das ruas eram elevadas, o que aumentava sua velocidade e diminuía seus perigos. Boston construiu o primeiro metrô na década de 1890, seguido por Nova York, uma década depois.

Os nativos americanos individualmente tinham a opção de viver em reservas, com alimentos, suprimentos, educação e assistência médica fornecidos pelo governo federal, ou vivendo sozinhos na sociedade maior e ganhando salários, tipicamente como um vaqueiro em uma fazenda, ou trabalhador manual na cidade. Os reformadores queriam dar ao maior número possível de nativos americanos a oportunidade de possuir e operar suas próprias fazendas e ranchos, então a questão era como dar aos indígenas terras individuais pertencentes à tribo. Para assimilar os nativos na sociedade americana, os reformadores estabeleceram programas de treinamento e escolas, como a Carlisle Indian Industrial School, em Carlisle, Pensilvânia, que produziu muitos líderes americanos nativos proeminentes. No entanto, os tradicionalistas anti-assimilação das reservas resistiram à integração e à consequente perda de sua vida tradicional.

Em 1887, o Dawes Act propuseram dividir a terra tribal e dividir 160 acres (0.65 km²) de terra para cada chefe de família. Tais lotes deviam ser mantidos em confiança pelo governo por 25 anos, depois entregues a proprietários com título completo, para que pudessem vendê-lo ou hipotecá-lo. À medida que os nativos individuais vendiam suas terras, o total detido pela comunidade nativa diminuía quase pela metade. O sistema individualizado minou a tradicional organização tribal comunal. Além disso, a maioria dos nativos respondeu à intensa atividade missionária ao se converter ao cristianismo. O objetivo de longo prazo do Dawes Act era integrar os nativos ao mainstream; a maioria aceitou a integração e foi absorvida pela sociedade americana, deixando um rastro de ancestralidade nativa em milhões de famílias americanas. Aqueles que se recusaram a assimilar permaneceram na pobreza em reservas, apoiado até agora pela comida, medicina e escolaridade do governo federal.

Os EUA depois da Guerra Civil, restringiu a oferta monetária praticadas durante a guerra para financiá-la, essa ação trouxe um ciclo de deflação no período posterior à guerra, tanto é que há 3 ciclos de deflações comentados nos EUA, o primeiro de 1817 a 1860 - período anterior a Guerra Civil -; o segundo sendo posterior a Guerra Civil entre 1865 a 1900, e a terceira entre 1930 a 1933, sendo essa causada pela crise de 29, na qual dispensa todos os comentários, sendo uma deflação resultada da quebra do sistema bancário, totalmente diferente das outras duas deflações, na qual foi ocasionada pelo aumento extraordinário da produtividade.

Quando o Federal Reserve - FED - foi estabelecido em 1913, o nível de preços nos EUA ainda era menor do que em 1800. Durante os próximos 100 anos, o dólar perdeu 96% de seu valor, fazendo com que os preços nominais aumentassem quase 2.000%. Em 1991, o economista John J. McCusker publicou um histórico índice de preços dos valores monetários nos EUA. Ele descobriu que o nível de preços era realmente 50% maior em 1800 do que em 1900. Os preços subiram durante a Guerra de 1812 antes de cair novamente em torno de 1815-1817. Impulsionados pelo aumento da maquinaria industrial, os preços caíram e a produção cresceu consistentemente até o início da Guerra Civil. O governo dos EUA imprimiu dinheiro e emprestou pesadamente durante a guerra, mas cessou uma vez que a paz voltou.

Falando mais sobre esse período, houve uma explosão sem precedentes de novas tecnologias industriais e agrícolas . O escritório de patentes dos Estados Unidos emitiu 440 mil patentes entre 1860 e 1900-12 vezes mais do que nos 70 anos anteriores. Nas fazendas, tratores de vapor e ceifadores mecânicos, colheitadeiras, e combina todo o aumento da produtividade agrícola. Em 1900, exigia apenas 15 horas-homem por acre para aumentar o trigo, enquanto um século antes, havia levado 56 horas-homem por acre.

Nas fábricas, o Processo de Bessemer e o Forno Siemens-Martin modificaram radicalmente a fabricação de aço. Nos prédios de escritórios dos Estados Unidos, caixas registradoras, máquinas de adição e máquinas de escrever transformaram a forma como as pessoas faziam negócios. O telefone de Alexander Graham Bell, desenvolvido em 1876, revolucionou a comunicação comercial, enquanto o trabalho de Thomas Edison com eletricidade iluminou casas e fábricas movidas.
John D. Rockefeller empregou novos métodos de refinação de petróleo, enquanto um pouco menos famoso, Charles Pillsbury e Cadwallader Washburn (Gold Medal Flour) desenvolveram tecnologias que forneceram farinha barata de alta qualidade para cozinhas americanas.

Em segundo lugar, essas indústrias crescentes geraram bens para mercados urbanos crescentes. Durante a Era Dourada, as cidades da América explodiram. Em 1900, os 30 milhões de habitantes da cidade dos Estados Unidos representavam 40% da população americana, de 20% em 1860. Cerca de metade desses novos residentes urbanos eram imigrantes , a grande maioria deles da Europa. Durante a década de 1880, cinco milhões de pessoas vieram para a América do exterior. Durante a década de 1890, a imigração diminuiu, mas ainda havia uma chegada líquida de 3,7 milhões de pessoas do exterior.

Os novos residentes vieram por uma variedade de razões - alguns vieram para os empregos oferecidos pelo setor de fabricação em expansão, enquanto outros vieram para as conveniências e a excitação da vida da cidade oferecida. Os 68.000 afro-americanos que se mudaram para as cidades do norte do sul durante a década de 1870 vieram por seus próprios motivos mais complexos e distintivos.

Em terceiro lugar, a expansão da expansão dos Estados Unidos trouxe novos bens e uma crescente população em conjunto. A rede ferroviária americana cresceu de 35 mil milhas de trilha em 1865 para 242 000 em 1900.

Além disso, os carros dorminhocos do Pullman Palace tornaram a viagem mais confortável, e os vagões refrigerados permitiram que carne, vegetais e frutas fossem transportados por todo o país. Para tornar este sistema ferroviário mais eficiente, as empresas ferroviárias passaram para uma bitola padrão de 4 "8.5" entre 1880 e 1890, permitindo que diferentes ferrovias usassem o mesmo equipamento.

Em nome da eficiência, as ferrovias usaram tempo padronizado. A partir do meio-dia (horário padrão do leste) em 18 de novembro de 1883, as ferrovias introduziram um sistema cuidadosamente planejado de novos fusos horários, terminando séculos de experiência humana em que cada cidade definiu seus próprios relógios em um momento ligeiramente diferente de acordo com a posição do sol no céu.

Em quarto lugar, o financiamento para tudo isso veio de um aumento da oferta de capital - e do capital derivado de fontes novas e mais amplas. No início do século, a maior parte do capital utilizado para a expansão industrial tinha vindo das empresas em expansão. Mas nas décadas após a Guerra Civil , as poupanças pessoais individuais aumentaram e um novo lote de instituições foi criado para capturar e disponibilizar essas economias para os mutuários de negócios - bancos comerciais, caixas de poupança e companhias de seguros, todos forneceram novos veículos para acumular e dispensar o capital precisava alimentar o crescimento econômico americano.

A Importância da Cultura

Outros historiadores econômicos, no entanto, insistem que esse tipo de análise negligencia contribuintes ideológicos igualmente críticos para o crescimento da Era Dourada.

Para iniciantes, o desenvolvimento econômico foi facilitado por uma cultura solidária - que colocou a confiança em industriais e empresários e se recusou a permitir que o governo interfira em seus esforços. A maioria dos americanos abraçou os princípios da economia do laissez faire, que argumentava que as forças econômicas deveriam se permitir trabalhar com a máxima liberdade e interferência mínima do governo.

Parte da lógica era puramente econômica - acreditava-se que o envolvimento do governo tendia a dificultar ou mesmo impedir o desenvolvimento econômico. Mas parte do argumento era ético . Os defensores do Laissez-faire argumentaram que a interferência do governo distorceu as forças naturais e equitativas do desenvolvimento econômico. A intervenção governamental foi considerada equivalente à "legislação de classe" - uma reafectação injusta e artificial de recursos econômicos e de poder de um grupo para outro.

Os ideais do Laissez faire permitiram que os industriais e empresários operassem com apoio público e sem interferência governamental. Além disso, a filosofia foi traduzida pelos tribunais em um conjunto de regras práticas que permitiram que as empresas operassem com maior autonomia.

Por exemplo, durante as últimas décadas do século XIX, o tribunal reforçou as regras que aumentaram a santidade do contrato. As leis estaduais que tentaram regular o local de trabalho, como as restrições ao horário de trabalho e aos requisitos de segurança, foram repetidamente eliminadas pelos tribunais estaduais com o argumento de que eles violaram os direitos dos empregadores e empregados para celebrar contratos livremente. Os tribunais também aplicaram cada vez mais a regra do "servente", que aliviou os empregadores de responsabilidade por danos no local de trabalho se uma causa contributiva fosse a negligência de outro empregado.
E os tribunais enfraqueceram os sindicatos , insistindo que os empregadores tinham o direito de substituir os trabalhadores em greve, ao mesmo tempo que negavam que os grevistas tivessem o direito de organizar boicotes.

Para muitos historiadores, a história econômica dos Estados Unidos durante a Era Dourada não pode ser explicada sem referência a essa cultura filosófica e jurídica, o que favoreceu o crescimento econômico não regulamentado.

Ainda assim, outros insistem que reconhecer a importância desta cultura não completa a história. Esses estudiosos insistem que um punhado de jogadores-chave eram críticos para a maneira particular como a economia americana se desdobrou. Eles argumentam que as habilidades e estratégias de um punhado de gigantes industriais individuais foram essenciais para o extraordinário crescimento econômico dos Estados Unidos.

John Pierpont Morgan

JP Morgan completou a tríade dos grandes gigantes industriais da Era Dourada da América. Ele também perseguiu o controle do monopólio sobre seu setor da economia - mas ele finalmente estabeleceu um conjunto mais variado de participações do que Rockefeller ou Carnegie.

Mesmo os seus contemporâneos desaprovaram seus primeiros negócios - durante a Guerra Civil , ele vendeu armas defeituosas ao Exército da União a preços inflados e ele instalou uma linha de telégrafo em seu escritório para poder comprar e vender ouro com base em notícias de batalha da frente.

Após a guerra, ele trouxe o mesmo instinto perspicaz ao seu objetivo de monopolizar as ferrovias. Como resultado, até o final do século, seus ativos incluíam as ferrovias do Atlântico Sul, Reading, Erie e Northern Pacific, e ele ocupava grandes participações no B & O, e as ferrovias Atchison, Topeka e Santa Fe também. Mas não contente com o controle de apenas as ferrovias, Morgan também construiu a General Electric em um grande conglomerado industrial ao fundir as empresas Edison General e Thompson-Houston Electric Companies. E em 1901, ele forjou uma fusão entre a Carnegie Steel e várias outras empresas para formar a US Steel. Os movimentos financeiros de Morgan construíram as grandes corporações industriais que liderariam a carga da economia americana no século XX.

É difícil ignorar as contribuições desses gigantes industriais para o desenvolvimento da economia americana. Mas alguns historiadores sugerem que se concentrar nesses tipos de indivíduos ainda não captura o caráter completo da emergente economia industrial. Como o retrato estatístico ou a redução da economia para uma lista de ingredientes abstratos, um foco em apenas um punhado de indivíduos poderosos não consegue capturar o caráter da economia para a grande maioria dos 75 milhões de pessoas da América.

Em particular, essas abordagens não revelam o impacto dessa forma particular de crescimento econômico sobre aqueles que estão no fundo da escada econômica.
A mesma economia que deu a Carnegie, Rockefeller e Morgan a oportunidade de acumular as maiores fortunas da história do mundo também exigiu trabalhadores industriais não qualificados para trabalhar uma média de 60 horas por semana por 10 centavos por hora. (Contabilidade para inflação, 10 centavos em 1880 valeu cerca de US $ 2 hoje).

Assim, uma história econômica completa da Idade Gilded requer uma compreensão da subclasse crescente da nação. Mas, como essas pessoas deixaram menos registros, os historiadores tiveram que reparar o caráter de sua existência construindo um tipo diferente de instantâneo. Suas vidas foram vividas nas favelas urbanas crescentes da América, lugares que a maioria dos americanos ricos e da classe média tentaram evitar.

Nos primeiros anos da história americana, a maioria dos líderes políticos se mostrou relutante em envolver demais o governo federal no setor privado, exceto na área de transporte. Em geral, eles aceitaram o conceito de laissez-faire, uma doutrina que se opõe à interferência do governo na economia, exceto para manter a lei e a ordem. Essa atitude começou a mudar durante a última parte do século 19, quando pequenas empresas, fazendas e movimentos trabalhistas começaram a pedir ao governo que intercedesse em seu nome.

Embora com um governo limitado, havia sim regulações como Lei Sherman Antitrust para impedir a formação de monopólio, assim como a Tariff of Abominations e a Tariff of 1832 na qual davam proteção a indústria do norte , sendo a última derrubada no ano seguinte, mas o governo tentava por tudo que é jeito proteger o norte. Isso é interessante, já que o Leandro afirma que a Morrill Tariff foi a verdadeira causa da guerra, analisando historicamente, sempre houve essa confusão do sul não se submeter as medidas protecionistas do norte, portanto, faz sentido sim que a tarifa seja o verdadeiro motivo da guerra, com a questão dos escravos sendo o estopim da guerra. Vale destacar que até 1860, a taxa de importação americana era uma das mais baixas do mundo, em torno de 17% a 21%, com a aprovação da tarifa, a taxa de importação oscilou em até 50%.
Algumas fontes:
https://www.shmoop.com/gilded-age/economy.html
https://www.investopedia.com/ask/answer ... istory.asp
http://theeconomiccollapseblog.com/arch ... al-reserve




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