Aviação Civil da Rússia

[FCarvalho]

Até 2030,está planejado substituir completamente as aeronaves estrangeiras por aeronaves russas,mas antes disso serão necessários reparos.

Com o nível de produção esperado para os Ilyushin, Tupolev e Irkut (MS-21 e SJ-100) que até agora se vinculou, é praticamente impossível fazer tal substituição na íntegra.
O MS-21 só entrará em produção a partir de 2025 ou 2026, enquanto o IL-96M sequer será fabricado em quantidades, não contando com compras das empresas aéreas russas. O SJ-100 finalmente voou com apenas sistemas russos, mas mesmo assim ele atende apenas a um nicho específico, e que tende a se concentrar na parte ocidental do país, onde está a maior parte da população. No resto do país ele não se cria.
Mesmo que estes, e outros, modelos sejam tirados do papel daqui a dois anos, as linhas de produção russas estão muito longe de terem capacidade de oferecer números que justifiquem a afirmação acima.

[FCarvalho]

Estava aqui fazendo umas contas de padaria, e obtive a seguinte conclusão: para substituir totalmente no curtíssimo prazo todos os aviões ocidentais no país, pelo menos os narrow body que são a maioria, Irkut e Tupolev seriam obrigadas a produzir nada menos que dois ou três aviões por semana a fim de atender as demandas das empresas domésticas russas. Me refiro a MC-21-300 e Tu-214.

Como estas empresas estão muito longe de conseguir tal feito, é provável que o prazo de 2028 seja ultrapassado por larga margem.

Existem hoje na Rússia algo entre 200 e 250 jatos de corredor único operando. Algumas fontes falam em 300 unidades ou pouco mais. Considerando Boeing e Airbus

Os jatos da Embraer são poucos e mal chegam à casa das dezenas.

Com 8 a 12 aviões mensais, os dois modelos acima teriam alguma chance de terminar a presente década como os vetores predominantes ou absolutos na aviação comercial russa. Mas é preciso reconhecer que hoje as empresas aéreas russas sequer tem encomendas que justifiquem este nível de produção.

Além da questão econômica, invariavelmente muitas das empresas tem se mostrado um tanto refratárias a estas compras, de modo que o governo tem tido certa dificuldade em entubar as mesmas em relação ao produto caseiro.

Por fim, ainda vai ficar faltando ampliar a oferta de versões do MC 21, o que não deve acontecer tão cedo, a fim de cobrir as demandas existentes que a versão -310 e Tu-214 não cobrem, ou não são adequadas. Principalmente no que diz respeito a rotas mais longas e que ligam a parte oriental do país.

Resta aguardar e ver como, e se, MC21-310 e Tu-214 conseguem amainar as já muito duras condições de operação comercial da aviação russa. Mesmo que a conta gotas.

[FCarvalho]

No longo prazo o MC 21 será o único modelo narrow body produzido na Rússia.

Se o país voltar a crescer na próxima década nas mesmas taxas anteriores a 2022, muito provavelmente a sua linha de produção terá de ser mantida em níveis muito elevados para o padrão industrial russo atual.

Isto deve se complicar um pouco mais tendo em vista o necessário desenvolvimento das versões -200 e -400 de série, que trará maiores exigências às linhas de produção, muito provavelmente já saturadas com a montagem e entregas da versão -310.

Manter um padrão de montagem de pelo menos 4 aviões por mês, penso, é o mínimo que se pode aventar como necessário a atender os pedidos das empresas russas e eventuais exportações. E mesmo assim ainda é um ritmo muito baixo. Mas um salto gigantesco em relação ao sistema atual.

Mesmo que a Irkut entregue uma aeronave de cada modelo mensalmente ainda assim seria uma medida insuficiente tendo em vista a demanda interna de um mercado em franca retomada econômica. E que ainda tem muito para crescer.