Aviação do Exército

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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gabriel219
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Re: Aviação do Exército

#5116 Mensagem por gabriel219 » Dom Mar 10, 2024 9:59 am

Sim, é muito difícil, pois quem domina essas aldeias são várias ONGs, a maioria delas internacional, que não deixa nem que itens básicos de tecnologia sejam doados. Um dos motivos pro Exército levar cesta básica é que as ONGs ainda respeitam ao menos o Exército, pois sei de locais sendo repreendidos e impedidos de doar cestas básicas em algumas aldeias, especialmente em Roraima.




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Re: Aviação do Exército

#5117 Mensagem por FCarvalho » Seg Mar 11, 2024 6:13 pm

J.Ricardo escreveu: Sáb Mar 09, 2024 10:49 pm
saullo escreveu: Qui Mar 07, 2024 9:15 am Transportar cesta básica com uma máquina cara dessas.
Pelo menos a tripulação escapou.
Abraços
será tão difícil assim esses indígenas produzirem alguma comida nessas aldeias? Desculpem o off-topic mas isso não me entra na cabeça...
Já passou da hora da FAB coloca uma pista de pouso por lá e descer a ajuda por aviões e transportar o restante com esquilos e balsas, fora que os indígenas deveriam ter uma "milícia" para sua proteção contra garimpeiros.
Uma tentativa de explicação.

Na região norte existem mais de 50 etnias indígenas, com língua, costumes, crenças, cultura e "níveis" diferentes de "civilidade". Uma aldeia nunca é igual a outra, mesmo dentro dos mesmos grupos étnicos. É o caso dos Ianomami.

Dos grupos indígenas conhecidos e contatados pela FUNAI, ou que mantém relação regular com "o mundo dos brancos", eles são dos mais "primitivos" ainda, e a grande maioria não tem contato com pessoal de fora das aldeias dentro de seu território. As exceções são os garimpeiros do nosso lado e do lado venezuelano. Não esquecer que para os Ianomami as fronteiras são convenções inexistentes.

Assim, em muitos aspectos, principalmente nas regiões de fronteira e nas mais afastadas dos grandes centros urbanos, a dependência dos indígenas em termos de sobrevivência é muito grande, seja da FUNAI, seja dos demais órgãos com quem mantém contato. Acontece que na grande maioria destas localidades mais distantes a presença do Estado é praticamente inexistente, sendo sentida apenas, e tão somente, pela presença pontual dos militares, quando há alguma OM relativamente perto, e\ou de outros organismos federais em colaboração com aqueles.

Este vazio acaba sendo ocupado, mal ou bem, por ONG que trabalham direta e permanentemente nas aldeias, sem a presença e\ou autorização do Estado. O problema maior é que quanto mais perto da civilização, e da civilidade do "homem branco", maior é a dependência criada deles em relação a quase tudo, pois, não raro, acabam mudando seus costumes, modo de vida, valores e até mesmo sua cultura. Isto influi de maneira negativa na forma como eles mantém sua subsistência, e claro, criam demandas que não seriam necessárias caso mantivessem seu isolamento.

Por fim, o que atrapalha a vida dos indígenas não é propriamente o seu contato com o mundo exterior, mas a dependência criada de um modo de vida que não é o seu, exatamente pela relação com os "brancos". Mesmo que não forçada. E vi isso na prática quando morava no Alto Solimões, e em outras regiões do Estado, e pelas informações que chegam de outros estados. O problema se repete na prática em todos os lugares.

Hoje a maioria das etnias conhecidas da região moram ou vivem perto de uma cidade ou OM, o que na prática, quase que anulou por inteiro o seu modo de vida original. E como a legislação os trata como se fossem débeis e incapazes de cuidar de si mesmo, como se fossem crianças indefesa, coisa que eles nunca foram e não são, tudo fica mais complicado, pois soluções para os Ianomami não necessariamente podem servir para os "primos" da Raposa Serra do Sol ou do Vale do Javari. Cada um exige sua própria solução e complexidade de respostas. Porque não há como dar uma única resposta para todos.

Como estamos longe de tudo e todos do Brasil que se acha mais Brasil que os outros, fica esse esculhambação que vemos ai. Um problema que já vem de décadas mas que nunca foi resolvido porque os muitos interesses por trás não tem vontade e disposição para que o sejam.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: Aviação do Exército

#5118 Mensagem por FCarvalho » Seg Mar 11, 2024 6:37 pm

Em relação ao assunto do tópico, como já disse de outras vezes, há um hiato gigantesco na capacidade das ffaa's, não só do exército, em termos de apoio aéreo na região norte inteira, envolvendo CMA e CMN. Hiatos esses que vão da infraestrutura à itens básicos de saúde e alimentação.

Em ambos grandes comandos militares há disparidades de recursos material e humano no que diz respeito à cobertura das necessidades operacionais nas fronteiras. Isto pode ser visto do Oiapoque até a fronteira com Bolívia em Rondônia. E não muda muita coisa mesmo onde as OM estão situadas em cidades do interior.

Hoje os sete comandos de fronteira ainda dependem, literalmente, dos voos da FAB, e de empresas regionais\comerciais, taxi aéreos e qualquer outro meio disponível, para manter-se em dia com suas obrigações militares. Não é raro estas OM ficarem várias vezes sem suprimentos, ou limitarem o uso do pouco que recebem para poder manter-se. Não sem motivos o exército ainda mantém em seu planejamento a ativação de suas asas fixas para a Avex. Mas este é mais um daqueles planos que não tem hora e nem dia para começar ou acabar.

Independente de quem seja responsável ou não pelas muitas coisas erradas que acontecem na região em função da suposta prioridade que teria no planejamento militar, fato é que se continuamos assim, nada vai mudar por aqui em tempo visível, se é que algum dia de fato se pretendeu chegar-se a mudança efetiva do status quo existente aqui.

12, 16 ou 20 Black Hawk não vão mudar nada na realidade efetiva dos comandos militares de fronteira. Muito menos alocar a pagode para Roraima, ou Pará, uma dúzia ou meia dúzia de bldos em OM que sequer possui condições de recebê-los. Não tem nem para o pouco que dispõe, imagina ser elevada sem mas a nível superior.

Fato é que se for para mudar alguma coisa aqui de verdade, deve-se começar pelo básico. Qual o real nível de interesse e prioridade a região norte possui no planejamento estratégico do exército? A partir da resposta que se dê a esta questão, podemos passar a parte seguinte que é: deixa pra lá, isso não nos pertence, ou, como prover efetivamente todos os recursos necessários para que todas as OM da região disponham das condições ideias para atuar eficaz e eficientemente para proteger e resguardar as nossas fronteiras.

Isto feito, colocamos no papel os custos reais para se alcançar tal objetivo e decidimos se vale a pena ou não fazer isso.

De outra forma, se a resposta para estas questões for negativa, melhor deixar os indiozinhos aqui decidirem por si só como sobreviver sem os "afetos" que vem do sul.




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Re: Aviação do Exército

#5119 Mensagem por FCarvalho » Sáb Mar 23, 2024 2:13 pm





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Re: Aviação do Exército

#5120 Mensagem por FCarvalho » Sáb Abr 20, 2024 4:16 pm

Destacamento de Aviação do Exército/CMN recebe dois HM-1A Pantera

Por Guilherme Wiltgen

No dia 15/04 o Destacamento de Aviação do Exército no Comando Militar do Norte (DstAvEx/CMN) realizou na Base Aérea de Belém o recebimento de dois helicópteros HM-1A Pantera.

https://www.defesaaereanaval.com.br/avi ... 1a-pantera




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Re: Aviação do Exército

#5121 Mensagem por Pablo Maica » Sex Abr 26, 2024 5:37 pm

Serão 12 oriundos dos excedentes do US Army, via FMS, e vão passar por revisão e atualização antes da entrega.

Exército Brasileiro está comprando 12 Helicópteros UH-60M Black Hawk

https://forcaaerea.com.br/exercito-esta ... lack-hawk/


Um abraço e t+ :)




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Re: Aviação do Exército

#5122 Mensagem por FCarvalho » Sex Abr 26, 2024 6:17 pm

Os Cougar passaram por check D nos últimos anos. Este tipo de serviço poderia levar a mais 10 a 15 anos de operações na Avex tranquilamente. Mas ao que parece, independente do investimento feito nestes helos, eles serão substituídos pelos icônicos girinos norte americanos.

Já os 4 BH, nenhuma atividade ou planejamento de atualização\modernização de frota foi indicada, mesmo quase trinta anos de entrada em serviço. No máximo as revisões de praxe a cada X horas voadas. Salvo engano ainda são do modelo A ou L iniciais.

Me parece estranho que com tantas opções no mercado de modernizações para os BH ao longo dos anos o exército nunca tenha se dado o trabalho de tentar buscar soluções adequadas aos seus, tão amados e idolatrados na força terrestre.

Por outro lado, comprar helos usados, visto que são do estoque excedente norte americano, é o que parece estar ao alcance do orçamento, e pode ser pago via FMS em 96 vezes, tal qual os consignados que os bancos fazem por aqui para aposentados e pensionista do INSS.

Estes helos devem seguir para o 4o Bavex e para Belém, onde se fala em um suposto 5o Bavex, quando simplesmente transferir para lá o 2o Bavex de São Paulo seria a opção mais adequada e menos dispendiosa e burocrática do que criar uma OM do zero só para fazer número.

Depois destes helos, é melhor deitar na rede e embalar até dormir. Outras compras como estas só depois que os tão decantados helos de ataque chegarem por aqui, se vierem, claro, lá para 2031 em diante.




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