ARTILHARIA DA F TERRESTRE

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#4906 Mensagem por FCarvalho » Seg Set 11, 2023 8:47 pm

O problem com certos requisitos de projetos do EB é que eles são tão obviamente direcionados que até mesmo leigos no assunto mas com algum conhecimento conseguem perceber que o processo todo é uma tremenda encenação.
O RO do novo CC ficou algo pouco claro visto que a manutenção do peso limite de 50 ton praticamente tira quase todo mundo de uma eventual concorrência, além de deixar margem para suposições e interpretações outras que não aquelas que sejam as que o documento quer dar ao público.
Tanto que quando a coisa toda dá muito na vista, e começam a chegar perguntas incômodas, do nada eles mudam uma linha ali e acolá e tentam dar um ar mais sério e providente ao procedimento.
No que tange a artilharia AP SR por agora, é um exemplo clássico. Ficaram apenas os candidatos que os EB queria que ficassem. E só não vão comprar o modelo que eles querem se isto virar uma compra política, o que talvez seja o caso agora, já que os cmtes das ffaa's e o MD estão indo em fila visitar a Índia um após o outro. Tudo para garantir o contrato do século para a Embraer, com todas consequências para a indústria nacional. Só não sei se teremos cacife para bancar os off set cobrados pelos indianos. Ao menos eles tem uma base industrial e tecnológica de respeito da qual se pode aproveitar muita coisa para nós. Resta saber fazer boas escolhas.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#4907 Mensagem por FCarvalho » Seg Set 11, 2023 9:09 pm

Um dado interessante sobre os diversos vetores de artilharia indianos.
O ATAGS, diz-se, seria uma cópia modernizada do Denel G-5\52, enquanto o obuseiro ultra leve de 155\39 seria uma cópia produzida a partir do M-777 norte americano. Já o obuseiro leve 105mm seria um derivado do L-118 britânico.
De qualquer forma, cópias ou não, todos estes sistemas se encaixam nas necessidades da artilharia de campanha do EB, inclusive o modelo AP SR ofertado, que seria supostamente também uma adaptação baseada no Denel T-5\52.
Por mim, já que o EB tem tantos problemas e nenhuma capacidade de resolvê-los por si mesmo, deixar o governo decidir o que e de quem comprar o que se precisa para a artilharia não é má ideia. Afinal, se for para vender 80 KC-390 para a Índia, com sobras para outros modelos e projetos da Embraer no país, inclusive na seara militar, bom para nós. Deixa rolar.
Apenas para cobrir todas os muitos hiatos que existe na artilha de campanha nós podemos facilmente arrumar negócios que podem ultrapassar a casa dos US 2 bilhões de dólares. Só o contrato dos 36 VBCOAP SR devem custar quase isso, de acordo com os requisitos expostos.
No caso indiano temos mais de uma alternativa para equipar os GAC das AD, seja AR ou AP.
Os GAC leve e Slv também tem opção com o modelo leve de 105mm, assim como as brigadas leves (Mtz) que não serão mecanizadas. Estas últimas inclusive poderiam mesmo optar por um modelo de veículo leve equipado cm obuseiros 105mm como dispus aqui antes afim de baratear os custos, como é de costume por aqui neste tipo de negócios.
As bdas leves e de selva tem a opção também de utilizar obuseiros 105mm e também 155\39 caso seja de interesse do EB, ou até mesmo usar apenas estes últimos no caso das bdas Pqdt e Amv. As opções são várias.
Da mesma forma as bdas leves(Mtz) tem a opção de usarem o modelo 155\39 sobre caminhão leve para equipar seus GAC dando-lhes maior mobilidade tática e estratégica.
Enfim, a quantidade quase absurda de equipamentos que os indianos nos dispõe é mais que suficiente para arrumar a vida da artilharia de campanha e também AAe, se for o caso de adotar os Akash, com direito a tot, off set e tudo o mais.
Se este negócio do KC-390 evoluir para um contrato firme, vamos ter muito trabalho para escolher o que vamos comprar por lá. E a feita indiana é muito grande. Vai sobrar para todos mundo se esbaldar com tantas opções de compras de oportunidade a acordos de transferência de tecnologia.
A ver se temos cacife para aproveitar a oportunidade e tirar o pé da lama.
Com que dinheiro... o gato comeu. :twisted:




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#4908 Mensagem por FCarvalho » Seg Set 11, 2023 9:36 pm

O EB tem duas opões em termos de logística material sobre a artilharia de campanha indiana.

A primeira é adotar o modelo de obuseiro AR 155\52 ATAGS e a VBCOAP SR equipado com o mesmo sistema dele e já oferecida ao exército. Esta escolha pode garantir comunalidade logística com todos os GAC AD e GAC das Bgda Cav e Inf Mec. Os GAC Bldo podem eventualmente também adotar o mesmo modelo pela troca dos tubos originais pelo indiano e seu sistema de carregamento. As bdas inf leve(Mtz), pdt, Amv, Mth e slv poderiam ser dotadas com os obuseiros leves 105mm Garuda, em versão AR ou AP.

A segunda opção é a escolha do obuseiro Bharat 155\39 que oferece a possibilidade de comunalidade entre todos os GAC das bgdas leves, Mtz, slv, mec e mesmo bldas, com a troca dos tubos dos M-109A5. Este obuseiro indiano apresenta 4 versões, com tração AP e AR, além de poder ser configurado com tubos de 39 e 52 calibres. O peso varia entre 4,8 ton a 8 ton no caso daquele último. As demais bgdas podem adotar o Garuda 105mm, também em versões AP e AR.

Pode ser que este possível negócio com a Índia tenha nos brindado com uma mais que excelente oportunidade de não somente modernizar nossa artilharia como os seus manuais e doutrina ao mesmo tempo, tal a variedade de opções são oferecidas.

Em tempo, um misto de ATAGS, Bharat e Garuda também pode ser objeto de análise e estudos pelos artilheiros do exército.

A ver.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#4909 Mensagem por Aim For The Top » Seg Set 11, 2023 10:27 pm





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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#4910 Mensagem por FCarvalho » Ter Set 12, 2023 4:45 pm

Absurdamente lamentável que o EB tenha deixado de fora propositalmente mais de 15 opções de veículos\obuseiros só porque já tem candidato(s) próprio.

E ainda nos faz perder tempo com essa enrolação de concorrência pública para inglês ver.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#4911 Mensagem por knigh7 » Ter Set 12, 2023 8:29 pm

FCarvalho escreveu: Ter Set 12, 2023 4:45 pm Absurdamente lamentável que o EB tenha deixado de fora propositalmente mais de 15 opções de veículos\obuseiros só porque já tem candidato(s) próprio.

E ainda nos faz perder tempo com essa enrolação de concorrência pública para inglês ver.
Carvalho,

No mês anterior a emissão do RFP (que foi em 16 de agosto), o Exército publicou uma nova edição dos requisitos operacionais e dos requisitos técnicos.
No tocante aos requisitos Logísticos, o EB não separa os desejáveis dos absolutos, mas sim divide o inicio do item como "É desejável que" dos que são escritos com termos determinantes, como "Deve ter". Esses dão muito trabalho saber o que deixou de ser determinante.

A Força retirou 16 requisitos absolutos dentre técnicos e operacionais. Há vários requisitos absolutos que eu não consegui encontrar do SH-15 Norinco, mas não cumprem um dos requisitos logísticos obrigatórios, que é ter os itens catalogados E seguirem o previsto no sistema OTAN.

Tirando a performance on road e off road (até porque seria dificil saber em cima do Tatra 815 6x6) tanto o CAESAR quanto o ATMOS cumprem os requisitos mandatórios (absolutos).

No tocante aos offset, o EB lista as áreas de interesse da Força. Há tecnologias de para a produção de blindagem ativa(item "a") que a princípio favorecem aos israelenses, mas no item "b" observa-se o favorecimento dos franceses com: "acreditação/certificação de 2 oficinas para manutenção plena (4º escalão) de turbinas do helicóptero H225M".




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#4912 Mensagem por knigh7 » Ter Set 12, 2023 8:32 pm

O EB está comprando mais peças de reposição para os M-109 A3. O General Paixão, da Artilharia, disse em entrevista em novembro do ano passado que os "A3" que estavam em excelentes condições mecânicas e com os tubos em bom estado. Acho que eles ficarão ainda um bom tempo no EB.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#4913 Mensagem por FCarvalho » Qua Set 13, 2023 2:27 pm

knigh7 escreveu: Ter Set 12, 2023 8:29 pm
FCarvalho escreveu: Ter Set 12, 2023 4:45 pm Absurdamente lamentável que o EB tenha deixado de fora propositalmente mais de 15 opções de veículos\obuseiros só porque já tem candidato(s) próprio.
E ainda nos faz perder tempo com essa enrolação de concorrência pública para inglês ver.
Carvalho,
No mês anterior a emissão do RFP (que foi em 16 de agosto), o Exército publicou uma nova edição dos requisitos operacionais e dos requisitos técnicos.
No tocante aos requisitos Logísticos, o EB não separa os desejáveis dos absolutos, mas sim divide o inicio do item como "É desejável que" dos que são escritos com termos determinantes, como "Deve ter". Esses dão muito trabalho saber o que deixou de ser determinante.
A Força retirou 16 requisitos absolutos dentre técnicos e operacionais. Há vários requisitos absolutos que eu não consegui encontrar do SH-15 Norinco, mas não cumprem um dos requisitos logísticos obrigatórios, que é ter os itens catalogados E seguirem o previsto no sistema OTAN.
Tirando a performance on road e off road (até porque seria dificil saber em cima do Tatra 815 6x6) tanto o CAESAR quanto o ATMOS cumprem os requisitos mandatórios (absolutos).
No tocante aos offset, o EB lista as áreas de interesse da Força. Há tecnologias de para a produção de blindagem ativa(item "a") que a princípio favorecem aos israelenses, mas no item "b" observa-se o favorecimento dos franceses com: "acreditação/certificação de 2 oficinas para manutenção plena (4º escalão) de turbinas do helicóptero H225M".
Olá Manuel.

Da forma tal como está escrito o RO e RTLI é visível o direcionamento e o propósito destes documentos no sentido de limitar a "concorrência" à ATMOS e CAESAR, e deixar os dois se lascarem para oferecer a melhor proposta.
Isto, se não for ilegal do ponto de vista da legislação sobre concorrência pública, no mínimo é digno de questionamento, dado que claramente os requisitos foram elaborados no sentido de retirar qualquer proposta que não vinculada as capacidades e ou possibilidades de investimento e\ou infraestrutura já postas no país, ou que estejam em vias de negócio como aqueles dois pré-candidatos.

Não há qualquer lógica em se negar a participação de outros sistemas a troco de não estarem em operação e\ou em fase de entrega, não podendo ser protótipos, visto que praticamente todos os obuseiros AP SR que existem no mundo são baseados em plataformas veiculares e obuseiros já provados e homologados em seus respectivos países e exportados em versão AR. Inclusive o item opcional pela chassi Tatra comprova isso, já que é usado e provado em diversos modelos.

A única novidade de fato é que temos vários tipos de obuseiros sobre diferentes plataformas, nada mais. Isto por si só não caracteriza ou pré condiciona o desempenho e\ou capacidade do sistema em si, uma vez que são todos feitos a partir de modelos provados à exaustão nas versões AR. Os mecanismos e sistemas de apoio são todos baseados em produtos conhecidos e desenvolvidos, sem arestas. A única razão para o EB excluir todos os modelos que não estão em produção seria o custo, mas até nisso há prós e contra a se avaliar. Não é motivo suficiente para determinar a exclusão. Existe um cem número de requisitos que apontam off set e transferência de tecnologia. Como saber qual a real capacidade das demais empresas neste aspecto e se seriam mais vantajosas para nós ou não em relação a franceses e israelenses se de antemão foram impedidas de participar? Jogo de cartas marcadas. Simples assim.

Quanto ao SH-15, ele só consegue entrar na "concorrência" se botarem o obuseiro em cima de um caminhão TATRA, o que é improvável vide as relações euro-chinesas, ou convencem a Avibras a participar dispondo os veículos do ASTROS. Mas novamente, tem que negociar, e muito, com os checos, que devem ter melhores razões neste momento para se arrumarem com franceses e israelenses. Ademais, teriam que botar muita grana na Avibras para a empresa ter condições de atender todos os requisitos postos na VBOAP SR. Mas eles não fariam isso se não puderem comprar a empresa toda ou parte dela. E isso eu duvido que aconteça. Então, estão por conta e risco, e apoio político extra EB. O que não será nenhuma novidade.

A ver.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#4914 Mensagem por FCarvalho » Qua Set 13, 2023 2:34 pm

knigh7 escreveu: Ter Set 12, 2023 8:32 pm O EB está comprando mais peças de reposição para os M-109 A3. O General Paixão, da Artilharia, disse em entrevista em novembro do ano passado que os "A3" que estavam em excelentes condições mecânicas e com os tubos em bom estado. Acho que eles ficarão ainda um bom tempo no EB.
O EB está recebendo cerca de 60 M-109A5 dos estoques americanos. Alguns serão postos novamente em operação e talvez sejam elevados ao mesmo padrão dos A5 BR+.
Estes A3, se houverem em quantidades razoáveis, podem ser usados na AMAN, ESA, EscLogEx e CIBld. Seria a melhor escolha e padronizaria tudo nas escolas e nas OM operacionais com A3 e A5, respectivamente.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#4915 Mensagem por FCarvalho » Qua Set 13, 2023 2:37 pm

Quanto custaria trocar os tubos dos M-109 atuais para um modelo novo 155\52? E pergunta óbvia: os norte americanos autorizariam essa troca?
Como vamos receber novos obuseiros AP SR seria prudente no mínimo se pensar na homogeneidade logística dentro da artilharia com o uso do obuseiro pesado em todas os GAC.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#4916 Mensagem por knigh7 » Qua Set 13, 2023 5:28 pm

FCarvalho escreveu: Qua Set 13, 2023 2:27 pm
knigh7 escreveu: Ter Set 12, 2023 8:29 pm
Carvalho,
No mês anterior a emissão do RFP (que foi em 16 de agosto), o Exército publicou uma nova edição dos requisitos operacionais e dos requisitos técnicos.
No tocante aos requisitos Logísticos, o EB não separa os desejáveis dos absolutos, mas sim divide o inicio do item como "É desejável que" dos que são escritos com termos determinantes, como "Deve ter". Esses dão muito trabalho saber o que deixou de ser determinante.
A Força retirou 16 requisitos absolutos dentre técnicos e operacionais. Há vários requisitos absolutos que eu não consegui encontrar do SH-15 Norinco, mas não cumprem um dos requisitos logísticos obrigatórios, que é ter os itens catalogados E seguirem o previsto no sistema OTAN.
Tirando a performance on road e off road (até porque seria dificil saber em cima do Tatra 815 6x6) tanto o CAESAR quanto o ATMOS cumprem os requisitos mandatórios (absolutos).
No tocante aos offset, o EB lista as áreas de interesse da Força. Há tecnologias de para a produção de blindagem ativa(item "a") que a princípio favorecem aos israelenses, mas no item "b" observa-se o favorecimento dos franceses com: "acreditação/certificação de 2 oficinas para manutenção plena (4º escalão) de turbinas do helicóptero H225M".
Olá Manuel.

Da forma tal como está escrito o RO e RTLI é visível o direcionamento e o propósito destes documentos no sentido de limitar a "concorrência" à ATMOS e CAESAR, e deixar os dois se lascarem para oferecer a melhor proposta.
Isto, se não for ilegal do ponto de vista da legislação sobre concorrência pública, no mínimo é digno de questionamento, dado que claramente os requisitos foram elaborados no sentido de retirar qualquer proposta que não vinculada as capacidades e ou possibilidades de investimento e\ou infraestrutura já postas no país, ou que estejam em vias de negócio como aqueles dois pré-candidatos.

Não há qualquer lógica em se negar a participação de outros sistemas a troco de não estarem em operação e\ou em fase de entrega, não podendo ser protótipos, visto que praticamente todos os obuseiros AP SR que existem no mundo são baseados em plataformas veiculares e obuseiros já provados e homologados em seus respectivos países e exportados em versão AR. Inclusive o item opcional pela chassi Tatra comprova isso, já que é usado e provado em diversos modelos.

A única novidade de fato é que temos vários tipos de obuseiros sobre diferentes plataformas, nada mais. Isto por si só não caracteriza ou pré condiciona o desempenho e\ou capacidade do sistema em si, uma vez que são todos feitos a partir de modelos provados à exaustão nas versões AR. Os mecanismos e sistemas de apoio são todos baseados em produtos conhecidos e desenvolvidos, sem arestas. A única razão para o EB excluir todos os modelos que não estão em produção seria o custo, mas até nisso há prós e contra a se avaliar. Não é motivo suficiente para determinar a exclusão. Existe um cem número de requisitos que apontam off set e transferência de tecnologia. Como saber qual a real capacidade das demais empresas neste aspecto e se seriam mais vantajosas para nós ou não em relação a franceses e israelenses se de antemão foram impedidas de participar? Jogo de cartas marcadas. Simples assim.

Quanto ao SH-15, ele só consegue entrar na "concorrência" se botarem o obuseiro em cima de um caminhão TATRA, o que é improvável vide as relações euro-chinesas, ou convencem a Avibras a participar dispondo os veículos do ASTROS. Mas novamente, tem que negociar, e muito, com os checos, que devem ter melhores razões neste momento para se arrumarem com franceses e israelenses. Ademais, teriam que botar muita grana na Avibras para a empresa ter condições de atender todos os requisitos postos na VBOAP SR. Mas eles não fariam isso se não puderem comprar a empresa toda ou parte dela. E isso eu duvido que aconteça. Então, estão por conta e risco, e apoio político extra EB. O que não será nenhuma novidade.

A ver.
O EB não quer um projeto conceitual ou protótipo. Ele embarca em desenvolvimentos, mas ele não pode ser sempre um laboratório. Os requisitos não são direncionados a 1 fabricante, vai ser uma concorrencia e tanto o ATMOS quanto o CAESAR são obuseiros excelentes.

E não se esqueça que é um processo de aquisição de apenas 36 unidades (o RFP deixa claro) com uma baixa cadência de entregas indo até 2034.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#4917 Mensagem por FCarvalho » Qua Set 13, 2023 7:23 pm

A REESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE ARTILHARIA DE CAMPANHA (SAC)
– IMPLANTAÇÃO DAS VBCOAP M109 A5 e M109 A5+ BR –
Ten Cel Art Ângelo de Oliveira Alves¹, com a colaboração do Cel Art R1 Fernando
Gomes Ferreira² e do Maj Art Michel de Souza Dias

https://ompv.eceme.eb.mil.br/images/sis ... M109BR.pdf

Do texto acima pode-se depreender a seguinte organização dos M-109 no exército:

AD - 60 M-109A5+

15o GAC AP - 12
29o GAC AP - 12
27o\13o (?) GAC AP - 12

* 24 M-109A5 - spare part

BDA BLDA - 40 M-109A5 BR+

3o. GAC AP - 16 (24)
5o. GAC AP - 16 (24)

* 2 veículo escola e 6 spare part

M-109A3 - 37

3 GAC AD - 36 (atual)
22o GAC AP - 36* (previsto)
CIBld - 1

* o 22o GAC receberá veículos em melhores condições dos GAC AD com o restante sendo recolhido para spare part

ENSINO

AMAN - ?
ESA - ?
EscLogEx - ?
CIBldos - ?

37 M-109A3
40 M-109A5+
60 M-109A5

Total M-109A3\A5: 137
Total Modernizado\Revitalizado: 68
Total em Uso: 80*

* Dos 37 M-109A3 recebidos há 23 anos atrás e que não receberam nenhuma modernização ou atualização, entendo que provavelmente apenas 12 devem ser aproveitados no 22o GAC já que esta OM está subordinada a uma bda cav mec, que no longo prazo deve ser substituído pela VBOAP SR.

Portanto, é de se observar que os M-109 apesar de chegarem em boa hora e ajudar a modernizar em parte a artilharia AP do exército, mostra-se uma solução paliativa e que não deve durar mais do que 10 ou 15 anos após a modernização dos A5 BR+, uma vez que não está prevista a modernização dos demais bldos recebidos no segundo lote, apenas a sua atualização.

Conforme o texto, os M-109A3 devem ser baixados de acordo com a introdução dos A5 nos GAC AD, de forma que sejam usados como fonte de peças e suprimentos. Se a compra de novos suplementos logísticos para estes veículos vingar e as suas condições operacionais favorecerem, como no posto do @knigh7, é provável que estes blindados possam ser aproveitados na AMAN e ESA, que em princípio receberiam alguns dos 36 A5 revitalizados, liberando os GAC AD do desfalque em sua dotação orgânica, que já é pequena.

Ainda falta solução para a dotação da AMAN, ESA, CIBld e EsLogEx, que até o momento não dispõe de unidade orgânicas dos M-109 para suas atividade-fim, o que pode se considerar um hiato perigoso e complexo em uma área onde deixar para depois ou abusar de soluções de oportunidade não são condizentes com a importância destas OM para a formação de futuros oficiais e praças.

Notar a falta de capacidade, diga-se orçamento, do exército para dotar todos os seus GAC AP SL com os meios orgânicos previstos na íntegra, de forma que há de se pensar na viabilidade ou prudência de se receber novos lotes de M-109 a fim de tentar ao menos diminuir o gap entre as OM de artilharia e escolas\centros de formação. Não é o ideal, mas comprar material e gastar milhões de dólares apenas para manter o treinamento e formação é realmente inaceitável para um exército que se gaba de nunca ter perdido uma guerra.

Do jeito que estamos indo, creio que o EB está precisando mesmo de levar uma boa surra daquelas para sentir o gostinho da derrota e ver se toma mais a sério a sua atividade fim.

A ver.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#4918 Mensagem por FCarvalho » Qua Set 13, 2023 7:44 pm

knigh7 escreveu: Qua Set 13, 2023 5:28 pm O EB não quer um projeto conceitual ou protótipo. Ele embarca em desenvolvimentos, mas ele não pode ser sempre um laboratório. Os requisitos não são direcionados a 1 fabricante, vai ser uma concorrência e tanto o ATMOS quanto o CAESAR são obuseiros excelentes.
E não se esqueça que é um processo de aquisição de apenas 36 unidades (o RFP deixa claro) com uma baixa cadência de entregas indo até 2034.
Se olhares todos os pré candidatos podes ver que nenhum pode ser dito como sendo um projeto conceitual. Todos são na verdade evoluções de veículos existentes ou produtos que foram adaptados de sistemas de obuseiros AR também já provados e operacionais no mercado. Talvez o único que não seja assim é justamente o modelo chinês, que foi tirado do zero a partir de vários produtos chineses de exportação. Mas o restante, todos europeus, não tem nada de novo ali. Muito menos de projeto de conceito.

A meu ver o exército está direcionando este processo quando diz que protótipos e\ou veículos que não em produção, exportados, comprados pelos fornecedor não serão aceitos. Isto restringe na prática aos dois modelos israelense e francês.

Como um exército que ainda atira com obuseiros pré GM II e faz cálculos de tiro como no tempo do meu avô pode arrogar-se saber mais de artilharia moderna do que empresas e países que tem em seus GAC e linhas de produção experiência de sobra, inclusive operacional, coisa que não temos aqui há quase 80 anos, e simplesmente fazer um documento que desclassifica por antecedência quase todos os obuseiros AP SR existentes no mercado? Isto para mim não tem lógica nenhuma.

Sim, são apenas 36 unidades serem recebidas a perder de vista. Mas isso é outro erro crasso do EB, mesmo sabendo que suas demandas reais chegam a mais de uma centenas destes vetores. E mesmo assim nega-se a falar destes números a quem de obrigação deve prover-lhes os recursos necessários para tal. Parece que realmente ninguém se importa se vamos comprar 36 ou 360. Fazer o me engana que eu gosto continua valendo como sempre. E fica tudo em paz. Governo e ffaa's continuam a se enganar e a enganar a sociedade com estes projetos estratégicos que só servem para enganar o populacho alienado e broco. Afinal, temos um verdadeiro rolo compressor de massa de manobra humana aqui, tão dispensáveis quanto se possa dela servir, e que podem ser usados como bucha de canhão a generais, políticos e às oligarquias para manter o status quo. Fazer o que.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#4919 Mensagem por knigh7 » Qua Set 13, 2023 8:42 pm

A cadência de entregas, de 3 a 4 ao ano e a partir de 2032 de 5 ao ano, só faz sentido para um fabricante se candidatar na concorrência se já tiver atendendo outras demandas. Se não for protótipo ou projeto conceitual o fabricante pode entrar.

Esses projetos que são aprensentados aqui tem de ver se é de interesse do próprio fabrincante entrar na concorrência com uma cadência de entregas tão baixa.




Editado pela última vez por knigh7 em Qua Set 13, 2023 10:17 pm, em um total de 1 vez.
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#4920 Mensagem por knigh7 » Qua Set 13, 2023 8:52 pm

Carvalho,

Os M109A5 (não o +) já estão equipando um GAC da 3ª DE (29º), o da 5ª DE (15º), o 22º GAC da 2º Bda de Cav Mecanizada (cada GAC possui 12 unidades), para a AMAN (18??) e 6 foram desmontados para servirem como peças de reposição:
fontes:

https://www.eb.mil.br/publicacoes?p_p_i ... irect=true


https://5rm.eb.mil.br/index.php/logisti ... egras-aman

https://www.eb.mil.br/pt/exercito-brasi ... irect=true





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