gabriel219 escreveu: ↑Qui Abr 20, 2023 12:42 am
@Suetham, os primeiros dois pontos:
Não disse que o NCW no J-10C é inexistente, mas não como o Gripen foi feito. Conheço o NCW e o ECM pelo que vi em exercícios Militares que o J-10C participou, a diferença são os níveis de fusão entre um caça e outro, o do Gripen é praticamente NCw de 5ª geração.
Mas é isso que eu estou ponderando, ainda não sabemos os detalhes técnicos de nenhum sistema integrado NCW chinês, isso não é revelado por eles, apenas trabalhos de pensamento estratégico do The Science of Military Strategy (SMS) é publicado, a maioria contendo uma visão compartilhado do PLA em relação ao conceito NCW americano ou informações esporádicas acerca de algum NCW em torno de sistemas individuais ou compartilhados, mas nada sobre informações acerca das tecnicidades do sistema em si, mas para institutos como o CASI e até o RAND compartilham a visão de que a China é um dos exércitos mais avançados nesse conceito e o histórico demonstra que eles não estão tão atrás assim em relação aos americanos, o que por si só já denota que não há nada que me indique que eles não tenham no J-10C uma fusão de dados e sensores semelhante ou até superior ao Gripen E, como eu disse, acredito que com relação a comparação efetiva entre a fusão de sensores e dados de ambas as aeronaves de 4++ geração, o J-10C fique atrás por causa dos sensores em si do caça, não por causa do sistema de fusão, até porque, o PLA vem perseguindo a guerra centrada em rede desde o início do século XXI(exibidos gratuitamente para chineses e russos pela 1ª vez na Guerra do Golfo mas o conceito em si foi criado em 1998), quando o conceito estava ganhando ainda mais força na liderança das forças armadas americanas que é o modelo fortemente seguido pelo PLA, mas o PLA diminuiu a lacuna existente da época pq os americanos ficaram atolados na Guerra ao Terror. Essa abordagem chinesa em torno do NCW é tão segmentada e avaliada pelos oponentes que até mesmo analistas indianos(que não são conhecidos por seus elogios aos sistemas militares chineses) como Pravin Sawhney reconhece fortemente a perseguição do PLA em torno da guerra centrada em rede.
https://web.archive.org/web/20221107054 ... he-threat/
Vou te dar um exemplo concreto:
https://www.globaltimes.cn/page/202105/1223285.shtml
PLA practices drone-guided beyond-visual-range helicopter attack
The Chinese People's Liberation Army (PLA) recently conducted a live-fire exercise in which reconnaissance drones guided helicopters in missile attacks on maritime targets beyond visual range, a technique that can boost combat efficiency, bring up the maximum potential of missiles and increase the survival rate of helicopters, a military analyst said on Wednesday.
Isso é NCW puramente. O histórico dessa capacidade remonta dois anos antes, os primeiros sinais foram demonstrados em 2019.
Não é só isso, o PLA está implementando desde o século retrasado, a capacidade IA nos sistemas e mísseis legados, na qual vai impactar diretamente a consciência situacional em tempo real do NCW chinês.
https://web.archive.org/web/20190211043 ... -missiles/
https://web.archive.org/web/20220120043 ... -missiles/
Antes do J-20 entrar em serviço, entre 2015 a 2017, a PLAAF estava testando e emulando o NCW chinês, pois era bastante nítido que o planejamento deles originalmente tinha como abordagem empregar seus caças 4/4++ geração desempenhando o papel de multiplicador de forças para a guerra centrada em rede para neutralizar caças furtivos inimigos, onde cada nó adicional poderia alavancar a capacidade geral do NCW como um todo, mas algo parece ter mudado nesse sentido com a introdução do J-20A participando nos exercícios frequentes dos esquadrões de combate, por isso hoje se observa atentamente a capacidade do J-20AS que poderia ser complementado pelo loyal wingman FH-97A.
https://web.archive.org/web/20230405201 ... rone_plan/
Eles nunca poderiam fazer isso se o sistema de fusão de sensores do caça assim como dos drones não fossem altamente avançados.
gabriel219 escreveu: ↑Qui Abr 20, 2023 12:42 am
Quanto ao Supercruise, a relação PP que possibilita o Gripen a ter Supercruise é a mesma que possibilita ele trocar os níveis de atuação dentro de uma camada de combate antiaéreo, podendo arremeter de forma mais rápida e eficiente, acelerando a Supercruise, entrando em capacidade supersônica mais rápida e acelerando para um contra-ataque após ter feito uma ação defensiva.
Esse tipo de condição foi observado em exercícios praticados pela RAF com o Typhoon.
Essa condição que vc me apresentou é exatamente um dos raros momentos em que o supercruise seria necessário. Nesse exercício em que foi destacado o supercruise do Typhoon, o piloto durante uma manobra defensiva usou a capacidade supercruise para fazer o que essa capacidade melhor proporciona, o gerenciamento de energia. A maior facilidade de alcançar velocidades supersônicas com eficiência sem a necessidade de pós-combustores é realmente relevante para o gerenciamento de energia do caça. No momento em que o piloto estiver na manobra defensiva e com risco de ser travado por um caça inimigo, recuperar a energia do seu caça é a maior prioridade do momento para um piloto, caso vc ainda seja travado pelo caça inimigo, o supercruise serviria para se evadir dos mísseis, caso fossem lançados. A maioria dos demais caças que não apresentem o supercruise, mesmo aqueles em dogfights acionará a pós-combustão completo para recuperar a energia e gerenciar isso da melhor forma possível.
A condição de estar em regime supercruise também pode dar ao caça a chance de aproximar-se rapidamente de um alvo a longo alcance assim como de escapar de uma aeronave interceptadora mas isso apenas em voos supercruise sustentados para sair ou entrar no raio de ação, por exemplo, o Gripen poderia ter realizado 2x a aceleração para manter velocidades supercruise tanto na ação defensiva quanto na ação ofensiva, o real problema de conclusões acerca disso não é o combate em si, mas o raio de combate.
Digamos que a aeronave comece a voar em velocidades supersônicas no raio de ação, mesmo aqui o caça economizando combustível percorrendo em regime subsônico desde a base até entrar no raio de ação, o alcance de combate vai diminuir drasticamente após usar o supercruise sustentado, isso dentro de um contexto de combate aéreo BVR, pense que um caça em velocidade supercruise estará queimando combustível a uma taxa 4/5x maior para uma mesma distância percorrida por um caça em regime de voo subsônico(com pós-combustor estará queimando a 10x mais), desde a sua decolagem da base até entrar no raio de combate, ele queimará combustível, se após isso ainda estiver no raio de ação e queimar combustível no modo supercruise, seu raio de combate vai diminuir abruptamente e olha que o Gripen E não poderia estar full-mode aqui, teria que estar em uma configuração limpa, mesmo assim, o Gripen raramente usaria também o supercruise sustentado no raio de ação.
No caso de interceptação por um caça inimigo, o mais vantajoso na chance de escapar de uma aeronave inimiga, seria mais prático usar o pós-combustor, sendo que nesta condição, a aceleração supersônica será até 2x mais rápida do que se estivesse em supercruise(mach 1.1), falando aqui especificamente do Gripen E, bastaria usar o pós-combustor, entrar em mach 1.7-2 e disparar dali, mesmo que estivesse queimando combustível a taxa 10x maior e sua assinatura IR disparasse e o caça fosse bloqueado por um SRAAM, aqui tem muito mais a ver com a linha de visão do que com o quão brilhante você aparece no IIR do AAM, a chance de sair dali vivo é maior do que entrar em regime supercruise com o inimigo em maior velocidade no seu encalço e podendo ainda contar teoricamente com grande capacidade de combustível(seja interno ou ainda com tanques), com o Gripen em supercruise a mach 1.1 e o inimigo na velocidade supersônica a mach 1.5, o Gripen teria maior resistência em manter essa velocidade, mas a cada segundo estaria sendo alcançado pelo caça inimigo, enquanto o que importaria é a capacidade da aeronave de sobreviver. Em relação ao raio de combate, essa conclusão foi publicado pela Northrop, onde o estudo de vários casos de interceptação concluíram que velocidades acima de mach 1.1 eram raramente úteis, porque reduziam o raio de combate severamente sem nenhuma vantagem fundamental no combate aéreo.
Só reafirmando aqui que o supercruise usará muito mais combustível do que o modo de voo de cruzeiro subsônico. O supercruise usa muito menos combustível do que o pós-combustor em modo supersônico claramente, só que o supercruise em torno de mach 1.5+ é mais eficiente do que o supercuise em mach 1.2 por causa dos efeitos de choque transônico que terminam em torno de mach 1.3 (o número real depende do projeto da fuselagem e projeto do caça), o Gripen aqui está em desvantagem, sabendo-se que o consumo de combustível do Gripen não seria pequeno. Obviamente que aqui estou desconsiderando o emprego de tanques com relação ao Gripen, o que ajudaria a manter o caça na luta por mais tempo assim como sustentar o supercruise por mais tempo, mas isso tem um custo considerável na carga útil do Gripen.
A capacidade supercruise é útil em raros momentos, incluí-la não é um grande efeito em termos de design e capacidade de um caça. O recurso, a meu ver, fornece a capacidade de recuperação e gerenciamento de energia que são usados frequentemente e talvez até seja útil na interceptação e fuga rápida de longo alcance, exceto nesses momentos, essa capacidade provavelmente não será necessária. No caso do Gripen E, só o fato da caça conseguir supercruise com um motor não mt potente, um maior payload e peso total em relação aos Gripens anteriores, nos revela que a sua estrutura aerodinâmica é mt mais eficiente que qualquer caça no mundo em arrasto em voo de regime supersônico, seja devido a entradas de ar que permitam isso, estrutura mais resistente ao calor, devido a asa delta em canard entre outros motivos, à medida que a tecnologia do motor melhorar e incluir no Gripen, a eficiência do supercruise do caça também deve melhorar.
Em muitos momentos, entrar em supercruise não seria a melhor decisão tática, seria melhor restringir o envelope de velocidade para que o caça seja mais eficiente em todas as outras missões, obviamente que um caça contando com esse recurso seria melhor para um piloto ter mais um adicional, mas o exercício que vc apresentou do Typhoon em modo supercruise com a RAF, essa aceleração transitória para o regime supersônico é bastante normal em combates aéreos, caso um caça não tenha supercruise como o J-10C, nessa mesma situação, ele usaria o pós-combustor sem o menor problema, porque combates aéreos supersônicos sustentados são muito raros como o estudo da Northop concluiu.
A eficiência do supercruise em aumentar a velocidade e energia do caça o máximo possível é como os caças evitam bloqueios de mísseis e também como eles recuperam energia depois de manobras de combate sustentadas que esgotam sua reserva potencial de energia, pode-se obter o mesmo tipo de resultado sem supercruise, mas com consequências diretas no estoque interno(ou externo) de combustível e, como os combates aéreos sustentados são raros, ainda mantém o caça na luta mesmo usando o pós-combustor, por isso o uso de tanques alijáveis(ou conformais) são fundamentais para caças como J-10C e outros que não possuem supercruise, pois conseguem se sustentar no combate aéreo por maior período porque inicialmente estariam evitando o consumo do tanque de combustível interno, fazendo com que esse raio de combate que eu disse lá em cima não diminua abruptamente, mesmo em regime supersônico, só que entraria na mesma raridade do que o supercruise, porque o combate aéreo supersônico sustentado é mt raro.