JAS-39 Gripen

[FCarvalho]

A França é completamente imunte às pressões da Casa Branca pro fornecimento dos Rafale à Sérvia. Tudo o que depende é da atitude dos mesmos para com a Bósnia.

A Sérvia está sob embargo de armas da UE e USA desde as primeiras guerras de secessão da Iuguslavia nos começo dos anos 1990, e qualquer coisa para eles é vista com reticências, dado que o país jamais reconheceu o Kosovo, ou esqueceu a 'coça' que levou por causa disso da OTAN. Tanto que eles continuam até hoje sem receber sequer um parafuso do chamado mundo ocidental.
Eles não reconhecem, e nunca irão reconhecer o Kosovo como país independente. Isto por si só basta para os franceses pensarem duas vezes antes de querer vender Rafale para eles. A probabilidade de terem de lutar contra seus próprios caças no futuro a longo prazo continua muito alta. É só ver os últimos acontecimentos por lá e por que a OTAN inda mantém tropas mais de 20 anos depois naquela região. Para não falar da Bósnia, que continua um rebotalho mal resolvido entre os três grupos populacionais que formam o país.
Ademais, outro dia receberam sistemas AAe e médio alcance\altura chineses. Mais um ponto contra o fornecimento de caças ocidentais.
A não ser o Gripen E\F que é visto como um caça "bonzinho" e inofensivo.
Se eu fosse a Embraer dava um chega em Belgrado para conversar com eles.

[Túlio]

A França é completamente imunte às pressões da Casa Branca pro fornecimento dos Rafale à Sérvia. Tudo o que depende é da atitude dos mesmos para com a Bósnia.

A Sérvia está sob embargo de armas da UE e USA desde as primeiras guerras de secessão da Iuguslavia nos começo dos anos 1990, e qualquer coisa para eles é vista com reticências, dado que o país jamais reconheceu o Kosovo, ou esqueceu a 'coça' que levou por causa disso da OTAN. Tanto que eles continuam até hoje sem receber sequer um parafuso do chamado mundo ocidental.
Eles não reconhecem, e nunca irão reconhecer o Kosovo como país independente. Isto por si só basta para os franceses pensarem duas vezes antes de querer vender Rafale para eles. A probabilidade de terem de lutar contra seus próprios caças no futuro a longo prazo continua muito alta. É só ver os últimos acontecimentos por lá e por que a OTAN inda mantém tropas mais de 20 anos depois naquela região. Para não falar da Bósnia, que continua um rebotalho mal resolvido entre os três grupos populacionais que formam o país.
Ademais, outro dia receberam sistemas AAe e médio alcance\altura chineses. Mais um ponto contra o fornecimento de caças ocidentais.
A não ser o Gripen E\F que é visto como um caça "bonzinho" e inofensivo.
Se eu fosse a Embraer dava um chega em Belgrado para conversar com eles.

Ué, a Suécia agora tá pagando comi$$ão a empresas estrangeiras pra venderem os aviões dela? E se tem embargo dos EUA/UE, de onde vão sair os motores, radares, IRST (se é que já tem ), assentos ejetores e aviônicos para um lote de um punhado de Gripen E?

[FCarvalho]

Ué, a Suécia agora tá pagando comi$$ão a empresas estrangeiras pra venderem os aviões dela? E se tem embargo dos EUA/UE, de onde vão sair os motores, radares, IRST (se é que já tem ), assentos ejetores e aviônicos para um lote de um punhado de Gripen E?

No mundo da política, e dos negócios, tudo tem seu jeito.
Ademais, tirar a Sérvia da órbita de influência russa é algo que vale a pena um caça. Ou doze.
Ainda mais se for de um país que não faz parte da OTAN e nem tem problemas diretamente com os sérvios.

[gogogas]

É mais fácil vender F-16 sem dentes kkkk

[FCarvalho]

Vender qualquer caça ocidental para a Sérvia tem o seu preço, e seu peso.
Os russos não vão ficar olhando simplesmente o único aliado que ainda tem nos bálcãs se virar lentamente para o "lado negro da força."
Portanto, é uma venda que poderá render ainda muita discussão, principalmente na OTAN, já que a Sérvia não é vista como um país aliado e menos ainda partícipe dos interesses da organização. Mas é candidato, como outros, à UE.
Quem tem mais interesse em atrair os sérvios não necessariamente requer o fortalecimento militar do país no pacote.
Não raras vezes USA e UE, com OTAN de lambuja, divergem um do outro em diversas questões, seja nos detalhes, seja em questões menos públicas, e diria, honestas e, por principio, ética e morais.
Mas enfim, negócios são negócios. Os franceses com certeza não vão abrir mão de favorecer o seu caça e sua indústria, e com certeza irão negociar uma forma de colocar seus Rafale na força aérea sérvia.
Da mesma forma, nada impede a SAAB, que não nada com as rusgas da OTAN, UE e USA entre si e com a Sérvia, e tentar negociar seu caça com eles.
Sob o aspecto financeiro, operacional e na relação custo x benefício, o Gripen E mostra-se como uma excelente opção para um país pequeno, com poucos recursos focados na defesa, e sem maiores pretensões fora de sua região de entorno, apesar das instabilidades históricas ali.
A pergunta é: vale o risco?
Devem estar coçando a cabeça pensando nisso agora em Paris, Washington, Estocolmo, Bruxelas, e também em Moscou e Pequim.
Vamos ver no que vai dar.

[FCarvalho]

Nos Bálcãs só existem duas forças aéreas de fato. A croata e a sérvia. Os demais países da região, inclusive a Albânia, que já teve a maior força aérea ali, não possuem sequer caças para afirmar-se enquanto força aérea.

A Croácia outro dia comprou uma dúzia de Rafale usados franceses para arrumar a vida. Hoje eles operam os últimos Mig-21 ainda em operação no mundo. A idéia dos modelos usados é receber o mais rápido possível estes caças. O Gripen C\D e até o modelo E\F foram oferecidos ao país pela SAAB. Não se sabe em termos práticos como o país irá operar estes caças conhecidos pelo seu alto custo, enquanto o orçamento croata para a defesa é dos menores na Europa.

A Sérvia possui hoje algumas poucas unidades do Mig-29 atualizados, e sem maiores condições de competir de frente com caças ocidentais, ou mesmo com as versões mais modernas do próprio Mig. A opção por comprar modelos diferentes que não de origem russa é, também, fruto das dificuldades criadas pelos embargos à Rússia desde a invasão da Ucrânia, e mesmo antes. Mas comprar caças ocidentais não será exatamente tão simples quanto parece ser, ou como foi, para os croatas. Os dois países não se bicam e menos ainda tem relações que se possa dizer amistosas.

No caso da Albânia, o país é o mais pobre, senão dos mais pobres da Europa, e vive praticamente à mingua e de pires na mão em relação a USA e UE. Sua força aérea praticamente foi extinta enquanto força militar, e vive de migalhas dos vizinhos europeus e dos norte americanos. As forças militares albanesas não são sequer uma sombra do que já foram um dia. Para quem gosta de história de aviação militar, principalmente a soviética, o país é um museu a céu aberto. Com algum recurso se compra quase de tudo por lá. Não há planos e nem perspectiva de retirar do ostracismo o tema Defesa no país.

Bósnia-Herzegovina, Eslovênia, Kosovo, Monte Negro e Macedônia do Norte tem maiores problemas a serem resolvidos antes de tentar emplacara qualquer tipo de caça em suas forças aéreas. No caso daquele primeiro país, nem forças armadas há formalmente, visto o conflito latente no país. Idem para o Kosovo.

O problema é: se vai rolar Rafale para a Croácia, seria justo e oportuno também liberar o mesmo caça para o seu maior desafeto e vizinho, com todos os riscos implicados, ou dá para segurar a onda de ambos países de forma que se comprometam a não usar caças ocidentais um contra o outro em qualquer momento no futuro ou contra outros vizinhos?

Os franceses teriam todo esse cacife para impedir qualquer tentativa de usar seus caças contra eles mesmos ou seus aliados próximos?

A ver.

[Lucubus]

Nos Bálcãs só existem duas forças aéreas de fato. A croata e a sérvia. Os demais países da região, inclusive a Albânia, que já teve a maior força aérea ali, não possuem sequer caças para afirmar-se enquanto força aérea.


A ver.

A Bulgária opera Mig 29 e ja fechou a compra de dois lotes de F-16 Block 70

[Túlio]

Nos Bálcãs só existem duas forças aéreas de fato. A croata e a sérvia. Os demais países da região, inclusive a Albânia, que já teve a maior força aérea ali, não possuem sequer caças para afirmar-se enquanto força aérea.


A ver.

A Bulgária opera Mig 29 e ja fechou a compra de dois lotes de F-16 Block 70

Também estranhei os Bálcans (expressão Turca para "montanhas" ou "cordilheira") do @FCarvalho, até Grécia e Turquia têm o pézinho lá.

[FCarvalho]

Corrigindo a informação acima. Os amigos tem razão. Do ponto de vista geográfico a penísula dos bálcãs é formada pelos países da ex Iugoslávia, Albânia, Grécia, Bulgária e Romênia e em menor parte pela Turquia no que lhe compete o pequeno lado europeu do país divido pelo Darnelos e Bósforo da parte asiática.

Assim, por questão de correição geográfica e histórica faltou mencionar Bulgária, Romênia e Turquia e Grécia.
Com o raciocínio estava me remetendo apenas aos países da Iugoslavia, e acabei usando de forma incompleta e errônea o termo, sem lhe fazer jus ao significado na íntegra.

Vale então a questão búlgara que está no aguardo de novos F-16 block 70, dos F-16C\D block 40\50 gregos e turcos, e também dos F-16A\B block 15\30 romenos, vindos de Portugal, e futuramente da Noruega, também usados.

Assim, o cenário está completo e é possível melhor enxergar, e avaliar, a questão sobre introduzir ou não novos caças de procedência ocidental para a Sérvia.

Grato @Lucubus e ao @Túlio pela correção.

[FCarvalho]

Como o tópico aqui é sobre o Gripen, vale notar que o caça sueco perdeu todas as chances que houveram para a renovação da frota de caças dos países daquela região.

Assim, como visto no post acima, de mais de uma dezena de países, mesmo com qualidades que o tornam superior em muitos aspectos ao F-16 norte americano, mesmo assim o caça da SAAB, seja os C\D ou o E\F, não lograram êxito. E mais recentemente o Rafale na Croácia só fez aumentar esta conta.

Resta saber se ele de fato teria alguma chance na Sérvia, ou se os suecos vão deixar passar essa batido.

Restaria ainda a meu ver a Eslovênia em um prazo muito longo, quem sabe, dada a realidade da Europa sobre a ameaça russa e os consequentes aumentos do investimento em Defesa que cada pais se vê pressionado a fazer. Os eslovenos tem, salvo engano, um acordo com a Itália para a sua defesa aérea, o que não é lá muito exigente à Aeronautica Militare.

Eu vejo que em algum momento a Albânia também se verá premida por refazer a sua força aérea, já que sua participação na OTAN trás consigo as mesmas exigências de todos os membros. Mas isso com certeza não tem futuro no curto e médio prazo para aquele país.

Monte Negro e Macedônia do Norte são países pequenos demais, e pobres demais, para conseguir dispor de recursos que os permita ter caças para sua defesa aérea, ainda que usados. É uma situação muito similar, senão homóloga aos países bálticos, que são pequenos ratos que rugem hoje contra a Rússia, não sem seus motivos. A diferença é que aquele primeiros não tem a cobertura aérea da OTAN, recebendo, quando muito, algum auxílio dos norte americano via doações.

Bósnia e Kosovo não possuem forças armadas.

A vida comercial do caça da SAAB ao que parece não é muito promissora naquela região da Europa. E se ali não se pode esperar muita coisa, no restante do continente a situação não é muito diferente. Talvez a Romênia possa ser um alvo de oportunidade, já que os F-16 que estão recebendo e negociando são caças antigos e com pouca vida operacional restante. E como estão na linha de contato com Rússia e Ucrânia, o país deve engendrar no longo prazo alguma forma de substituir os F-16 por outro vetor que, primeiro, caiba no bolso, e segundo, seja tão moderno quanto possível, de forma a manter minimamente uma força aérea eficaz, senão eficiente. Não sem razão.

A ver.

[FCarvalho]

Lista de forças aéreas equipadas com caças na região dos Bálcãs, modelos atuais que formam a maioria da frota e futuros modelos de caças em negociação ou a receber:

1. Albânia - MIG >

2. Bulgária - MIG > F-16

3. Bósnia Herzegovina

4. Croácia - MIG > RAFALE

5. Eslovênia - TYPHOON (AMI)

6. Grécia - F-16 \ RAFALE

7. Kosovo

8. Macedônia do Norte

9. Montenegro

10. Romênia - F-16

11. Sérvia - MIG > RAFALE

12. Turquia - F-16
__________________________________________

Forças Aéreas \ Fornecedores de caças

4 Usuários Mikoyan Gurevich - MIG

3 Usuários Lookheed Martin F-16

2 Usuários Dassoult Rafale

1 Usuário Dassoult Rafale (potencial)

1 Usuário Lookheed Martin F-16 (compra)

2 Usuários força aérea não possui caças

2 Usuários não possuem força aérea
________________________________________

Algumas das rusgas que podem complicar a introdução de novos vetores de caças na região:

1. Croácia x Sérvia;

2. Bósnia x Croácia;

3. Bósnia x Sérvia

4. Kosovo x Sérvia;

5. Albânia x Servia;

6. Macedônia do Norte x Bulgária

7. Macedônia do Norte x Grécia

8. Grécia x Turquia

Se imiscuir nas querelas balcânicas não é exatamente uma tarefa fácil. Vender caças por lá mais ainda.

[FCarvalho]

Informes na mídia dizem que o F-16 foi escolhido pela força aérea das Filipinas como seu novo caça. A confirmar.
Se for sério, é mais uma derrota para a coleção do Gripen.

[knigh7]

Nãooooooo, não é nãooooo, tanto que o F, que IA ser DESENVOLVIDO aqui, não vai ser mais, por quê? PORQUE NÃO! E é só um derivado a ser feito a partir do que fosse aprendido com o E.

O Brasil trabalha no desenvolvimento da versão "F" há 8 anos (é 70cm maior que a "E" e terá de ter a mesma autonomia. Não é fácil). O Comandante da FAB disse em maio do ano passado que a fabricação da versão biposta não mais realizada aqui para diminuir os custos.

[knigh7]

A Saab e sua já recorrente "estratégia" de oferecer e cobrar uma fortuna para a transferência de tecnologia para empresas de propriedade dela mesmo!!
No Brasil funcionou... Aparentemente na Índia eles tiveram um mínimo de bonsenso! (Modo irônico ativado!!)

Já coloquei aqui por várias vezes a palestra da COPAC de maio de 2015. As transferências de tecnologias requeridas entrarm como offset.

[knigh7]

Analisemos então: qual a nacionalidade dos Engenheiros, Técnicos e pessoal militar nos tempos dos IKL e das Niterói (anos 70 aos 90) montados PRODUZIDOS no Brasil? E o que tivemos mesmo que fazer neste século para ter novos subs e uns arremedos de Fragatas? Ah é, PAGAR (CARO) PARA APRENDER TUDO DE NOVO!

Mas peraí, onde foi parar toda aquela expertise?

Já o AMX, quase 1/3 do qual desenvolvido e fabricado PELA E NA EMBRAER, com real transferência de tecnologia, rendeu frutos. Mas se fores inferir (pelo que vemos acontecer) o tipo de contrato do Gripen, está muito mais para o da Imperial do que para o da FAB naqueles tempos.

A Akaer foi uma das empresas que receberam transferência de tecnologia da SAAB para o programa. Coincidemente a partir de 2016 ela iniciou o desenvolvimento de projetos mais ambiciosos nessa área (inédito para ela), como um cargueiro, uma aeronave de ataque leve e uma ARP estratégica com teto de serviço de 30.000 pés.