Fato 1, os Gripen E da FAB só terão o FOC daqui a dois anos, no mínimo;
Fato 2, os modelos Gripen F ainda vão voar, se tudo der certo, este ano conforme o cronograma, mas isto ainda não está certo, porque até agora nada se soube, e nem foi divulgado sobre a realidade do status desta parte do projeto; seu processo de homologação deve levar, no mínimo, de dois a três anos até estar plenamente operacional;
Fato 3, o Gripen E tem arquitetura de sistemas aberta no padrão OTAN e não possui qualquer empecilho para a integração de sistemas de armas e ISR israelense ou de qualquer outra procedência; a FAB já está em processo de integração destes sistemas nos seus caças via GDDN\SAAB e Embraer; tudo o que precisa ser homologado no caça o será através deste empreendimento conjunto entre Brasil e Suécia; e ele trabalha a pleno faz tempo desde sua inauguração;
Fato 4, a FAC pelo divulgado até o momento pela imprensa que acompanha este processo, tem pressa em substituir seus Kfir C10 devido a fadiga das células, alto custo de operação\manutenção, e pela nenhuma disponibilidade de apoio técnico sobre o mesmo. Se esperava que os caças fossem substituídos há quase dez anos, e neste interim, nada foi feito por nenhum governo daquele país, e o desgaste dos aviões só fez aumentar. a insegurança com que eles operam é cada vez maior, tendo pelo 2 ou 3 acidentes com quedas de 2020 até agora; as poucas células disponíveis estão praticamente paralisadas e só voam quando necessário ou impositivamente;
Fato 5, a FAC está interessada em substituir os seus A-37, que além de COIN também fazem o trabalho de LIFT na Colômbia. Neste aspecto, os T-50 sul coreanos são um dos candidatos a complementar a frota de caças que virá a ser adquirida, mesmo tendo os Super Tucano em sua versão mais avançada operando no país. Talvez novas tratativas entre os atuais governos de esquerda dos dois países possa trazer novidades sobre esta questão;
Fato 6, a Colômbia também estaria interessada nos KC-390 para os quais tem carta de intenção assinada de 12 exemplares. O que deixa ainda mais interessante um eventual negócio entre os dois países, pois pelo nosso lado, a MB precisa de novos NaPaOc e NaPaFlu além de navios auxiliares, que até o momento não saíram do papel, entre outros itens de interesse mútuo na pauta de defesa entre ambos países;
Fato 7, a Suécia não teria qualquer problema em entregar Gripen C\D para a FAC até a entrada em operação dos modelos E\F, com a integração de todos os sistemas que eles já operam, com entrega no curto prazo de uma quantidade suficiente para não deixar eles na mão, caso os Kfir sejam baixados este ano. Assim como os modelos E\\F, os Gripen C\D possuem arquitetura aberta e facilitam a integração de sistemas de qualquer origem no padrão OTAN que se queira apor;
Fato 8, há tempos atrás o
@knigh7 disse aqui que a capacidade das linhas de produção da SAAB na Suécia seria de até 24 aviões por ano, em esforço máximo, o que poderia se juntar à linha de montagem no Brasil, com igual ou menor capacidade, sendo que, a velocidade da produção pode ser ajustada de acordo com a demanda. Os 16 caças para a FAC poderiam ser inseridos na linha de montagem da Embraer sem maiores esforços, já que a FAB não irá receber nada além de 4 a 6 unidades anualmente até 2027, o que dá a entender que teremos espaço de sobra para encetar a montagem de mais unidades em GPX. A SAAB Estruturas pode tranquilamente acolher a produção das partes destinadas aos caças colombianos sem infligir sem influir nos caças destinados à FAB ou força aérea sueca. Além desta empresa, várias outras no Brasil também participam da linha de montagem do caça no Brasil. Entregas a curto prazo não seriam um problema para a SAAB\Embraer;
Fato 9, a FAC com certeza tem ciência de que a FAB intenta um novo lote de Gripen E\F antes de receber o último caça do primeiro lote, além dos 4 adicionais que se espera receber, uma vez autorizados pelo antigo ministério da economia e pelo ex-PR. O que se precisa saber ao certo é qual a posição do atual governo sobre o assunto. Uma nova compra e a afirmação dos 4 caças extras colocam a questão de custos, preços e prazos como vetor de referência para uma compra pelos colombianos, que poderia ser algo até benéfico para nós, no caso de um negócio casado entre FAC e FAB. Esta é uma hipótese que se tem de por à mesa, junto aos suecos. Pode ser uma solução tipo ganha-ganha. Inclusive com KC-390 no meio e outras questões de importância para ambas as forças aéreas, como por exemplo, aviões ISR e AEW&C;
Fato 10, uma solução de compra conjunta entre FAC e FAB pode render ao invés de 16 aviões, uma encomenda para os suecos de mais de 50 caças, se por ventura os números iniciais propostos naquele país (24) fossem postos na mesa, em adendo a um segundo lote da FAB (26
) + 4 extras, de forma que os custos, preços e prazos do Gripen E\F nos daria melhores condições de barganhar com a SAAB a montagem de todos eles em GPX pela Embraer. Uma compra única não de 16, 24, 26 ou 36 caças, mas sim de +50 caças. Pode parecer algo fora de questão, mas ao menos do ponto de vista político pode ser algo a ser pensado. Interessaria aos dois presidentes. E ambos países ganhariam.
A ver.