Túlio escreveu: ↑Dom Mai 29, 2022 8:50 pm
FCarvalho escreveu: ↑Dom Mai 29, 2022 10:11 am
Ele não deixa de ter razão.
O que se colocou na Embraer e outras empresas para sustentar projetos e que foram retirados do orçamento direto da FAB poderiam muito bem ter servido para alcançar outros patamares em termos de operacionalidade.
Por outro lado, nossa dependência de importações também seria muito maior do que é hoje.
É uma conta muito difícil de ser equilibrada. E como não temos seriedade no trato do tema Defesa no Brasil, segue essa linha de cobrir os pés ou a cabeça, sempre.
Sim, pra que botar $$$ na EMBRAER para desenvolver tecnologias
NO e
PARA O Brasil se dá para fazer o mesmo com a SAAB (que o fará para a nossa amada Suécia)? Vamos é comprar drone direto de Israel e transporte leve sei lá de onde, EUA ou UE, e tá tudo bão.
Confia, vai dar
SERTO...
Bem sabes que dos mais nacionalistas do DB, mais do que eu é difícil encontrar. Até prova em contrário.
Mas o argumento do cmte da FAB não deixa de ter a sua lógica, e razão.
O problema é que este expediente de incentivar e financiar a BID e a P&D no Brasil, como aliás se faz em todos os países que levam o assunto a sério, sejam pobres, ricos ou remediados, precisa necessariamente de políticas de longo prazo e de razoável regularidade de investimentos públicos, e que, em nosso caso, simplesmente não existem desde sempre. As soluções, e os recursos, são sempre pontuais, de oportunidade e via de regra, de interesse (orçamento) único e exclusivo das próprias forças armadas, e de mais ninguém.
É impossível manter uma base industrial de defesa e sua área de pesquisa tecnológica assim no longo prazo. Simplesmente não dá. Uma hora acontece, de novo, o que está acontecendo agora. Não tem recursos para tudo o que está atrasado em termos de programas e projetos, que acabam por coincidir em sua linha do tempo de desenvolvimento. Então, entra-se novamente na escolha de Sofia. Isso no Brasil é uma regra em defesa, não uma exceção. Como mudar
Eu realmente não sei.
A Embraer e a BID podem fazer muitas coisas em termos de projetos e produtos, mas isto depende essencialmente da capacidade de investimento que o MD e forças tem anualmente, e que sabemos, está indo ladeira abaixo há muito tempo. E sempre cada vez pior. Custeio e investimento hoje não chegam a 1\4 o orçamento do MD.
Obviamente que eu prefiro que a FAB e demais forças disponham recursos para investir permanente e longamente em PDI na indústria nacional, mas isso se torna um peso a mais para os parcos recursos que são disponibilizados para a operacionalidade das forças. Como eu disse, é uma conta muito difícil de se equilibrar. E aí temos que saber se queremos uma força aérea operacional e efetiva ou se queremos uma base industrial de ótima qualidade, mas incapaz de vender seus produtos e soluções financiados pelo Estado para ele mesmo.... por falta de verbas.
Eu gostaria muito que o MD pudesse ter uma única conta de PDI e que gestasse todos os recursos nesta área, a fim de tentar ter um pouco mais de celeridade e poder de barganha na hora de negociar os recursos com os economistas - e políticos - de plantão. Nestas horas, alianças com outros ministérios onde os projetos podem coincidir em interesses mútuos é algo que penso é sempre bem vindo.
Enfim, bem que gostaria muito de ver STOUT, UCAV, UAV, ATL-100\300, M\S-200, RDS, Link BR 2, MICLA e muitas outras coisas sendo financiadas regularmente pelo Estado - note-se, pelo Estado, e não por governos, que são sempre passageiros - com verbas asseguradas na íntegra e dentro dos cronogramas e no longuíssimo prazo, independentes de qualquer óbices políticos, econômicos e\ou institucionais. Mas isso são quimeras em um país como o Brasil.