TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Qual o caça ideal para o FX?

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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#84256 Mensagem por Vinicius Pimenta » Qua Mar 30, 2022 10:17 pm

FCarvalho escreveu: Qua Mar 30, 2022 10:03 pm Da mesma forma que um eventual e improvável terceiro lote de Gripen E\F para a FAB poderia ser viabilizado pela recente premência sueca de curtíssimo prazo em defesa, a introdução do Gripen E\F na aviação naval é plausível de se admitir no começo da próxima década.

Como se pode ver, o caça sueco não terá uma vida comercial fácil, e cada venda irá contar a fim de minorar os custos do projeto e torná-lo econômica e industrialmente viável, ou melhor, atrativo. Tirando os atuais usuários da família Gripen, que não passam de uma dezena de países, é mister observar que o mercado de exportação do caça sueco estará restrito a forças aéreas de países cuja necessidade de defesa não justifica altos investimentos nela.

Vamos considerar também que mesmo que Hungria e Rep Checa optassem pelo Gripen E, ainda assim os números podem não ser significativos, o mesmo se podendo dizer de África do Sul e Tailândia, com as Filipinas correndo por fora. E os checos já andaram falando em F-35...

Até 25 caças podem ser conseguidos na Colombia, mas isto ainda está em perspectiva. Chile e Peru são potenciais clientes, mas com poucas unidades a serem vendidas eventualmente. No fim, cada unidade que SAAB\Embraer conseguirem vender no mundo será de extrema importância para um caça que apesar das suas enormes qualidades está aparentemente fadado a ficar circunscrito a poucos e nada expressivos operadores na seara militar mundial.
Será de extrema importância para o caça ou para a FAB?

Se o Gripen E for um fracasso a ponto da escala ser tão pequena que a operação é extremamente difícil, a gente vai insistir num terceiro lote?

Pra ficar ainda mais dependente?

É o que, AMX 2 - O Retorno?

Se o Gripen E virar dor de cabeça - o que, ressalte-se, eu não acredito, acho que vai ser positivo pra FAB - , opera o tempo que der, pega o conhecimento adquirido e parte pra outra.

E aí sejamos bem-vindos ao mundo dos países adultos que sabem que desenvolver localmente tem seus ônus e bônus. Todo mundo já micou com projetos. A alternativa é comprar pronto. Se a gente resolveu fazer, temos que estar cientes que há o risco de não dar certo. E aí, é preciso saber a hora de sair do projeto em vez de insistir no erro.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#84257 Mensagem por FCarvalho » Qua Mar 30, 2022 10:21 pm

Vinicius Pimenta escreveu: Qua Mar 30, 2022 9:58 pm O problema do teu raciocínio é exatamente sua última frase.
Não, a aviação de asa fixa da MB não necessariamente existirá independente de um NAe. Não existia antes, pode deixar de existir. A FAB iniciou a operação de helicópteros de ataque em 2010 e menos de 15 anos depois está encerrando. Nada nesse mundo é definitivo, especialmente no Brasil.
Além disso, justamente por toda essa demanda de obtenção de meios navais - função primária da MB - a chegada de novos caças é extremamente improvável, a menos que, por milagre ou por um bom vento do ocupante de ocasião da cadeira do Planalto, seja possível incluir meia dúzia de unidades para a MB no próximo lote da FAB. Repito, considero extremamente improvável.
O tempo dirá. Tomara que você esteja certo. Torço por isso.
Eu tendo a duvidar por princípio Vinicíus que esta guerra na Ucrânia e seu desdobramentos no mundo, em todos os aspectos, mude efetivamente uma vírgula da nossa relação, ou a falta dela, com Defesa no Brasil. Nenhuma outra nos últimos 40 anos conseguiu tal proeza.
Mas eu gostaria de poder estar muito errado nisso, e acreditar que pelo menos no curto prazo alguma coisa mais propositiva no campo do investimento possa ser feito em relação os muitos projetos existentes no MD. Mas honestamente, eu agora só acredito vendo.

Do contrário o que vamos ver acontecer novamente é a repetência do mesmo de sempre. Ajustes aqui e ali, jeitinhos acolá, puxadinho de um lado, esticadinho do outro, e assim vamos, como se os conflitos mundiais fossem coisa de outro mundo. Porque no Brasil são. Sempre foram. Mesmo para os nossos militares.

De qualquer forma, o Gripen E segue sendo uma escolha natural para o VF-1 por simplesmente se tratar de um investimento na indústria nacional, ainda que seja um produto de origem exterior. Se ele ainda existir depois de 2030, acredito que estará em outro nível, até porque, além dos caças a MB irá também investir na patrulha marítima, VANT e nos demais meios aeronavais de que precisa para complementar a esquadra. Doutrinariamente não se pensa o uso de uma esquadra sem o seu componente aéreo. A não ser que se seja completamente incapaz, ou incompetente, para fomentar o mesmo, como é o caso de países paupérrimos. Mas este não é o nosso caso.

Só espero que ao contrário dos T-27 da FAB que sofreram solução de continuidade aos 47 min do segundo tempo por falta de opções, de planejamento, de recursos, ou de todos eles juntos mesmo, o VF-1 não caia nesta armadilha do imediatismo e curtíssimo prazo das soluções de oportunidade. Pode até funcionar por um tempo. Mas não vai muito longe. E pode sair mais caro do que se pensa.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#84258 Mensagem por Vinicius Pimenta » Qua Mar 30, 2022 10:30 pm

Eu concordo contigo. A diferença é que eu não acredito que haja qualquer bom senso no governo brasileiro, independente de qual seja.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#84259 Mensagem por FCarvalho » Qua Mar 30, 2022 10:37 pm

Vinicius Pimenta escreveu: Qua Mar 30, 2022 10:17 pm
FCarvalho escreveu: Qua Mar 30, 2022 10:03 pm Da mesma forma que um eventual e improvável terceiro lote de Gripen E\F para a FAB poderia ser viabilizado pela recente premência sueca de curtíssimo prazo em defesa, a introdução do Gripen E\F na aviação naval é plausível de se admitir no começo da próxima década.
Como se pode ver, o caça sueco não terá uma vida comercial fácil, e cada venda irá contar a fim de minorar os custos do projeto e torná-lo econômica e industrialmente viável, ou melhor, atrativo. Tirando os atuais usuários da família Gripen, que não passam de uma dezena de países, é mister observar que o mercado de exportação do caça sueco estará restrito a forças aéreas de países cuja necessidade de defesa não justifica altos investimentos nela.
Vamos considerar também que mesmo que Hungria e Rep Checa optassem pelo Gripen E, ainda assim os números podem não ser significativos, o mesmo se podendo dizer de África do Sul e Tailândia, com as Filipinas correndo por fora. E os checos já andaram falando em F-35...
Até 25 caças podem ser conseguidos na Colombia, mas isto ainda está em perspectiva. Chile e Peru são potenciais clientes, mas com poucas unidades a serem vendidas eventualmente. No fim, cada unidade que SAAB\Embraer conseguirem vender no mundo será de extrema importância para um caça que apesar das suas enormes qualidades está aparentemente fadado a ficar circunscrito a poucos e nada expressivos operadores na seara militar mundial.
Será de extrema importância para o caça ou para a FAB?
Se o Gripen E for um fracasso a ponto da escala ser tão pequena que a operação é extremamente difícil, a gente vai insistir num terceiro lote?
Pra ficar ainda mais dependente?
É o que, AMX 2 - O Retorno?
Se o Gripen E virar dor de cabeça - o que, ressalte-se, eu não acredito, acho que vai ser positivo pra FAB - , opera o tempo que der, pega o conhecimento adquirido e parte pra outra.
E aí sejamos bem-vindos ao mundo dos países adultos que sabem que desenvolver localmente tem seus ônus e bônus. Todo mundo já micou com projetos. A alternativa é comprar pronto. Se a gente resolveu fazer, temos que estar cientes que há o risco de não dar certo. E aí, é preciso saber a hora de sair do projeto em vez de insistir no erro.
Me parece Vinícius que para ambas as partes. Para o caça por questões puramente comerciais e financeiras enquanto produto, e para a FAB por questões principalmente operacionais e industriais-tecnológicas.
Nós investimos muito neste contrato, principalmente por todo o aporte industrial e tecnológico que a SAAB está possibilitando ao país. Algo fulcral em relação aos objetivos dos FX em qualquer fase. Não compramos só um caça de prateleira, compramos a possibilidade de desenvolver e receber tecnologias e capacidades que não tínhamos na indústria aeroespacial até outro dia. Ninguém no mundo faz o que os suecos se dispuseram a nos oferecer, mesmo com as limitações de praxe. Afinal, ninguém entrega o ouro assim de graça.
E a FAB está ciente de que não vamos atingir todos os objetivos a serem alcançados se ficarmos apenas em 36 caças, ou 60, 70, que sejam. Neste aspecto, a coisa toda assume uma envergadura para a força aérea que vai muito além dos hangaretes e da operação do caça em si. Estamos envolvidos até o pescoço no projeto do Gripen E\F de forma que não é só decidir cair fora quando der na telha. O nosso comprometimento com o caça sueco vai além das questões meramente militares.
Daí que a própria FAB exigir no papel a participação da BID e principalmente da Embraer em todas as fases do negócio visando principalmente eliminar os erros do AMX. Eles aprenderam com os erros e acertos deste projeto.
Óbvio que não vamos projetar e construir um caça do zero daqui 10 ou 20 anos, mesmo que fôssemos capazes, mas, a ideia é ir além desta capacidade. Na verdade é poder suportar toda a cadeia em si, e para isso, a continuidade do projeto Gripen E para nós é essencial, ao permitir um fluxo continuo no longo prazo não apenas de recursos financeiros, mas sobretudo, de trocas e aprendizagens tecnológicas que vão abalizar decisões futuras sobre a forma de fazer defesa aérea no Brasil.
Dai podemos escolher. Comprar caças por oportunidade ou seguir nas parcerias com suecos ou outros, ou trilhar um caminho próprio, quem sabe.
O que nós fizermos agora, ou não, em relação ao Gripen E\F vai fazer toda a diferença.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#84260 Mensagem por FCarvalho » Qua Mar 30, 2022 10:40 pm

Vinicius Pimenta escreveu: Qua Mar 30, 2022 10:30 pm Eu concordo contigo. A diferença é que eu não acredito que haja qualquer bom senso no governo brasileiro, independente de qual seja.
Somos dois então.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#84261 Mensagem por gabriel219 » Qui Mar 31, 2022 2:54 am

FCarvalho escreveu: Qua Mar 30, 2022 9:33 pm
gabriel219 escreveu: Qua Mar 30, 2022 6:02 pm F39 na MB, vocês devem estar de sacanagem...
Aliás, como anda as aeronaves patrulheiras da Marinha, estão operacionais, @FCarvalho e @Viking? Ah, esqueci, a MB tem que ficar brincando de USMC com seus F-18C/D, porém na forma de F-39. Patrulheiro pra quê?
Ai depois tem a coragem de falar que PROSUB é elefante branco.
Gabriel, gostemos ou não da ideia de caças na MB, os A-4 terão uma vida curta, mesmo modernizados. O planejamento atual leva a no máximo mais 10 anos de operações, e depois disso acabou para eles. Note que independente da modernização, os 6 caças utilizados vinham voando há anos regularmente no VF-1, posto que eram os únicos mantidos em condições de uso. Ademais, será muito mais caro manter estes aviões voando daqui a 10 anos, posto que o suprimento deles será quase impossível. Simplesmente não haverá de onde tirar peças.

A MB vai ser obrigada a tirar todos de operação com ou sem um substituto. Espero que na melhor das hipóteses o Gripen E\F possa servir como esse vetor substituto, dado que um Nae na marinha é coisa para, talvez, depois de 2050. Se houver uma decisão em pro deste navio até lá. Mesmo assim, a marinha não irá abrir mão de sua aviação de asa fixa, e da doutrina correspondente.

Quanto aos demais vetores, eu quero acreditar que a patrulha marítima irá para a MB no seu tempo, quando da substituição dos P-3AM, que por sua vez tendem a continuar em operação na FAB até bem depois de 2030. Mesmo sendo apenas 8 aviões. Mas claro, isso depende também do trabalho de revitalização das asas que está sendo feito, até agora, somente em 3 aeronaves. Imagino que FAB e MB tenham se entendido faz tempo quanto a este tema. E quando for oportuno e havendo os recursos necessários, haverá naturalmente a migração de uma força para a outra. Já existe pessoal da marinha operando embarcado nos P-3 assim como realizando cursos nos mais diversos aspectos dos sistemas da aeronave. Formar pilotos é algo que pode ser feito no longo prazo, também.
Gostemos não, tem que ser PROIBIDO da Marinha fazer aquisição por contra própria por 30 anos, sendo tratado isso diretamente no MD. Essa Força só faz merda e rasga dinheiro público. É bizarro ser a favor de Gripen F na Marinha, não tem justificativa lógica. A Marinha dispõe de meios aéreos para patrulha? NÃO! Possui drones de longo alcance? NÃO! Radares em terra para vigiar a costa? NÃO!

Das três Forças, a MB é a que mais faz merda com o seu próprio orçamento. É A-4, é MANSUP, é JLTV, agora quer caçinha pra ficar brincando.

Se a MB quer ter aviação, tem que ir na FAB e pedir os patrulheiros e adquirir drones da classe do Eitan para patrulha. É isso ou fica sem aviação, pronto!




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#84262 Mensagem por FCarvalho » Qui Mar 31, 2022 11:48 am

Olá Gabriel,

Eu acho que fui bem objetivo quanto a questão da patrulha marítima. Ela vai para a MB, só que esta migração depende essencialmente de recursos financeiros, que hoje ela não tem, e mais importante, da formação de pessoal que possa operar os meios que vierem a ser adquiridos no futuro. Isto na verdade já vem sendo feito paulatinamente desde algum tempo. Penso que FAB e MB estão de acordo quando a esta questão e fazem sem alarde o que está ao seu alcance para que tudo corra da forma menos traumática possível para ambas instituições. Quando a decisão por substituir os 8 P-3AM sair, e isto deve acontecer até o final desta década, então a MB deve assumir a direção da coisa toda de forma a dominar o processo por inteiro, da escolha do vetor a sua retirada final de operação, bem como a organização da estrutura operacional e logística da patrulha marítima dentro da sua própria. É um aprendizado longo, custoso e exigente. Os resultados devem começar a aparecer somente na próxima década.

Idem para os VANT que ela também deverá adquirir e operar via SISGAAZ no qual estão previstos o emprego. Só que este projeto não recebe sequer recursos capazes de tirá-lo efetivamente do papel. Dos 3 grandes sistemas de vigilância que temos entre as forças, ele é hoje o mais incipiente de todos, e menos por culpa da MB do que da falta de interesse do poder público e político em assegurar sua implementação no cronograma planejado e, obviamente, os recursos financeiros necessários. Não dá para fazer milagres com o que o programa recebe atualmente. E além de VANT, é preciso dizer que dentro do sistema está previsto a operação de navios, helos, aeronaves de asa fixa, sistemas de radar, ISR e C2, além de uma rede de satélites que também depende da evolução do programa espacial gestado pela FAB, já que a ideia é que sejam de projeto nacional. Tudo isso integrado por data link e sistemas de gerenciamento operacional nacionais projetados. E ainda deve estar ligado e operar integrado ao SISFRON e SISCEAB.

Infelizmente a MB não tem a chave da casa da moeda ou do tesouro nacional. E ainda ela que recebesse amanhã tudo o que deveria receber nos últimos 10 anos em relação ao desenvolvimento do SISGAAZ demoraria mais 10 anos, sendo bem otimista, para o projeto começar a sair do papel da forma como foi pensado e com tudo que lhe é cabível.

Enfim, além destas questões ligadas direta e indiretamente a esquadra, já que não se pensa doutrinariamente em operações navais modernas sem obrigatoriamente o seu componente aéreo, embarcado ou não, a vida operacional do VF-1 e o seu prolongamento está ligada à prioridade, e à capacidade, da MB em prover-lhe os recursos necessários à sua manutenção, que com os atuais A-4 não passa muito além de 2030. Se vai haver um substituto ou não para os A-4 é impossível dizer agora frente as muitas e cumulativas necessidades vistas em termos de projetos e programas na MB. Penso que a viabilidade do Gripen E\F na MB é plausível de ser analisada, enquanto opção, mas é preciso avaliar também neste contexto em que pé estará a situação orçamentária e operacional dos muitos projetos que a MB tem sob sua gestão daqui a dez anos. Ele de fato é uma alternativa a ser vista concretamente, e presumo o cmdo da aviação naval e o almirantado devem estar debruçados sobre isto agora, de forma a tentar antever as possíveis alternativas para o futuro do VF-1. Inclusive a sua eventual extinção, o que penso é pouco provável, diria, admissível, dentro da MB hoje.

Eu sigo na torcida para que o país avance e melhore a sua gestão econômica e financeira nos próximos dez anos, de forma a possibilitar que os projetos que temos na Defesa possam ser melhor aquinhoados com os recursos de que precisam, e não apenas os mantenham em uma espécie de vida vegetativa, apenas para dizer que existem. Nisto está incluso a patrulha marítima, o SISGAAZ, os caças e tudo o mais que a MB irá precisar em termos de aviação naval para apoiar a esquadra. É o que posso desejar, e cobrar, das autoridades públicas - civis e militares - de hoje e de amanhã.

A ver.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#84263 Mensagem por gogogas » Qui Mar 31, 2022 12:00 pm

A MB é capaz de conseguir até outro caça tampão , aquela força não sabendo usar a grana , ainda é capaz de uns F-39 parar na MB




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#84264 Mensagem por FIGHTERCOM » Qui Mar 31, 2022 4:11 pm

Vinicius Pimenta escreveu: Qua Mar 30, 2022 9:58 pm
FCarvalho escreveu: Qua Mar 30, 2022 9:50 pm

O segundo lote da FAB irá sair cedo ou tarde, dado que a força não tem como manter F-5 e A-1 indefinidamente. Os custos e a manutenção estão ficando cada vez mais restritivos. Ademais há a questão de manter a linha de produção da Embraer aberta, e todos os seus desdobramentos, afinal, não seria aceitável pagar o que pagamos pelos Gripen E somente para montar umas poucas unidades e depois simplesmente fechar tudo. Embora isso no Brasil não seja exatamente uma novidade.

A aviação naval de asa fixa existe, e existirá, independente da marinha ter um Nae, visto que os desafios no médio e longo prazo obrigam o comando da instituição a optar pela reconstrução da esquadra em primeiro lugar. E vamos levar uns vinte anos, por baixo, até conseguirmos recuperar, ainda que parcialmente, as capacidades que tínhamos até outro dia. Se o atual programa das FCT seguir em frente conforme o cronograma estipulado, vamos ter meros 4(6) navios novos no começo dos anos 2030. E para substituir na íntegra os 14 que tínhamos, no ritmo de construção das Tamandaré, 2050 chega e nós não atingimos aquele número. Não construindo apenas 4 navios a cada 8 a 10 anos. E ainda há os navios de apoio, distritais, patrulhas, etc.

Desta forma, a opção pelos Gripen E\F no VF-1 é tão natural quanto aceitável, já que mantem a operacionalidade daquele esquadrão, dá à marinha capacidade de cobertura aeronaval necessária e ainda oferece uma boa esticada de vida à linha de produção na Embraer, que se muito, com apenas dois lotes do caça sueco, vai parar na melhor das hipóteses lá por 2032 se seguir a atual taxa de entregas do caça para a FAB.

Enfim, embora não seja possível hoje como a MB vai fazer para substituir os A-4, daqui a 10 anos a situação financeira-orçamentária do governo pode ser outra, de forma a facilitar tal investimento. Se a política irá corroborar aquela percepção, a ver.
O problema do teu raciocínio é exatamente sua última frase.

Não, a aviação de asa fixa da MB não necessariamente existirá independente de um NAe. Não existia antes, pode deixar de existir. A FAB iniciou a operação de helicópteros de ataque em 2010 e menos de 15 anos depois está encerrando. Nada nesse mundo é definitivo, especialmente no Brasil.

Além disso, justamente por toda essa demanda de obtenção de meios navais - função primária da MB - a chegada de novos caças é extremamente improvável, a menos que, por milagre ou por um bom vento do ocupante de ocasião da cadeira do Planalto, seja possível incluir meia dúzia de unidades para a MB no próximo lote da FAB. Repito, considero extremamente improvável.

O tempo dirá. Tomara que você esteja certo. Torço por isso.
Meu jovem, eu já cansei se explicar isso! Foca na atividade primária!

Então é melhor você puxar a cadeira, sentar e apreciar que, de onde saiu essa ideia, tem mais...


Abraços,

Wesley




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#84265 Mensagem por Vinicius Pimenta » Qui Mar 31, 2022 5:40 pm

FCarvalho escreveu: Qua Mar 30, 2022 10:37 pm
Vinicius Pimenta escreveu: Qua Mar 30, 2022 10:17 pm
Será de extrema importância para o caça ou para a FAB?
Se o Gripen E for um fracasso a ponto da escala ser tão pequena que a operação é extremamente difícil, a gente vai insistir num terceiro lote?
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Me parece Vinícius que para ambas as partes. Para o caça por questões puramente comerciais e financeiras enquanto produto, e para a FAB por questões principalmente operacionais e industriais-tecnológicas.
Nós investimos muito neste contrato, principalmente por todo o aporte industrial e tecnológico que a SAAB está possibilitando ao país. Algo fulcral em relação aos objetivos dos FX em qualquer fase. Não compramos só um caça de prateleira, compramos a possibilidade de desenvolver e receber tecnologias e capacidades que não tínhamos na indústria aeroespacial até outro dia. Ninguém no mundo faz o que os suecos se dispuseram a nos oferecer, mesmo com as limitações de praxe. Afinal, ninguém entrega o ouro assim de graça.
E a FAB está ciente de que não vamos atingir todos os objetivos a serem alcançados se ficarmos apenas em 36 caças, ou 60, 70, que sejam. Neste aspecto, a coisa toda assume uma envergadura para a força aérea que vai muito além dos hangaretes e da operação do caça em si. Estamos envolvidos até o pescoço no projeto do Gripen E\F de forma que não é só decidir cair fora quando der na telha. O nosso comprometimento com o caça sueco vai além das questões meramente militares.
Daí que a própria FAB exigir no papel a participação da BID e principalmente da Embraer em todas as fases do negócio visando principalmente eliminar os erros do AMX. Eles aprenderam com os erros e acertos deste projeto.
Óbvio que não vamos projetar e construir um caça do zero daqui 10 ou 20 anos, mesmo que fôssemos capazes, mas, a ideia é ir além desta capacidade. Na verdade é poder suportar toda a cadeia em si, e para isso, a continuidade do projeto Gripen E para nós é essencial, ao permitir um fluxo continuo no longo prazo não apenas de recursos financeiros, mas sobretudo, de trocas e aprendizagens tecnológicas que vão abalizar decisões futuras sobre a forma de fazer defesa aérea no Brasil.
Dai podemos escolher. Comprar caças por oportunidade ou seguir nas parcerias com suecos ou outros, ou trilhar um caminho próprio, quem sabe.
O que nós fizermos agora, ou não, em relação ao Gripen E\F vai fazer toda a diferença.
Creio que você deve ter visto declarações do atual comandante que a FAB que indica que a Força parece ter mudado de ideia, passando a focar mais em ter a capacidade e não em sacrificá-la tanto em "prol de um bem maior de desenvolvimento do país".

Então perceba o seguinte: há anos a gente vem discutindo capacidades olhando para as Forças, pensando no que seria o ideal com base no que ELAS sonham. Cada Comandante dá o Norte que bem entende. Tem Comandante da MB que prioriza submarinos o outro vai pras escoltas, etc. Sabe o motivo? Porque o Brasil não dá a mínima para o que elas querem fazer. O país não se preocupa em dizer o que ele espera das Forças Armadas. São elas que decidem que tipo de capacidades precisam e quais as prioridades e acaba ficando por conta da cabeça do Comandante de ocasião. Isso está errado. A própria END ninguém fala mais. Você tem os planos de reequipamento isolados e um evidente enfraquecimento do MD.

Portanto, qualquer exercício de futurologia ou wishful thinking, por não termos nenhum Norte bem definido, vai esbarrar no que a gente acha que a FAB nesse caso vai querer ou mesmo o que a gente acha que ela deveria querer.

Dei essa volta toda pra dizer: evitar um eventual fracasso do Gripen E deveria ser uma preocupação do Brasil, da FAB ou nossa?




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#84266 Mensagem por Vinicius Pimenta » Qui Mar 31, 2022 5:46 pm

gabriel219 escreveu: Qui Mar 31, 2022 2:54 am
FCarvalho escreveu: Qua Mar 30, 2022 9:33 pm

Gabriel, gostemos ou não da ideia de caças na MB, os A-4 terão uma vida curta, mesmo modernizados. O planejamento atual leva a no máximo mais 10 anos de operações, e depois disso acabou para eles. Note que independente da modernização, os 6 caças utilizados vinham voando há anos regularmente no VF-1, posto que eram os únicos mantidos em condições de uso. Ademais, será muito mais caro manter estes aviões voando daqui a 10 anos, posto que o suprimento deles será quase impossível. Simplesmente não haverá de onde tirar peças.

A MB vai ser obrigada a tirar todos de operação com ou sem um substituto. Espero que na melhor das hipóteses o Gripen E\F possa servir como esse vetor substituto, dado que um Nae na marinha é coisa para, talvez, depois de 2050. Se houver uma decisão em pro deste navio até lá. Mesmo assim, a marinha não irá abrir mão de sua aviação de asa fixa, e da doutrina correspondente.

Quanto aos demais vetores, eu quero acreditar que a patrulha marítima irá para a MB no seu tempo, quando da substituição dos P-3AM, que por sua vez tendem a continuar em operação na FAB até bem depois de 2030. Mesmo sendo apenas 8 aviões. Mas claro, isso depende também do trabalho de revitalização das asas que está sendo feito, até agora, somente em 3 aeronaves. Imagino que FAB e MB tenham se entendido faz tempo quanto a este tema. E quando for oportuno e havendo os recursos necessários, haverá naturalmente a migração de uma força para a outra. Já existe pessoal da marinha operando embarcado nos P-3 assim como realizando cursos nos mais diversos aspectos dos sistemas da aeronave. Formar pilotos é algo que pode ser feito no longo prazo, também.
Gostemos não, tem que ser PROIBIDO da Marinha fazer aquisição por contra própria por 30 anos, sendo tratado isso diretamente no MD. Essa Força só faz merda e rasga dinheiro público. É bizarro ser a favor de Gripen F na Marinha, não tem justificativa lógica. A Marinha dispõe de meios aéreos para patrulha? NÃO! Possui drones de longo alcance? NÃO! Radares em terra para vigiar a costa? NÃO!

Das três Forças, a MB é a que mais faz merda com o seu próprio orçamento. É A-4, é MANSUP, é JLTV, agora quer caçinha pra ficar brincando.

Se a MB quer ter aviação, tem que ir na FAB e pedir os patrulheiros e adquirir drones da classe do Eitan para patrulha. É isso ou fica sem aviação, pronto!
Na real, nenhuma decisão de equipamento deveria vir da Força, mas sim do MD, que por sua vez deveria nortear as decisões com base em uma END atualizada e aprovada pelo Congresso Nacional como compromisso do Estado brasileiro, não de governo ou dos militares isoladamente.

Em que pese minha absoluta rejeição pelo conjunto da obra (sem querer entrar nesse mérito ou debate), só tivemos parcialmente algo mais próximo disso no final da década passada, ainda com o então Ministro Nelson Jobim e ainda assim de forma bem aquém do ideal.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#84267 Mensagem por Vinicius Pimenta » Qui Mar 31, 2022 5:48 pm

gogogas escreveu: Qui Mar 31, 2022 12:00 pm A MB é capaz de conseguir até outro caça tampão , aquela força não sabendo usar a grana , ainda é capaz de uns F-39 parar na MB
Pode ser até que consiga alguns A-1 ou F-5 que estiverem sendo aposentados da FAB. Não duvido, seria menos pior do que comprar alguma outra coisa que não o F-39, em que pese, como eu já disse, ser algo que não tem cabimento dadas as condições atuais e de médio prazo.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#84268 Mensagem por Vinicius Pimenta » Qui Mar 31, 2022 5:54 pm

FIGHTERCOM escreveu: Qui Mar 31, 2022 4:11 pm
Vinicius Pimenta escreveu: Qua Mar 30, 2022 9:58 pm

O problema do teu raciocínio é exatamente sua última frase.

Não, a aviação de asa fixa da MB não necessariamente existirá independente de um NAe. Não existia antes, pode deixar de existir. A FAB iniciou a operação de helicópteros de ataque em 2010 e menos de 15 anos depois está encerrando. Nada nesse mundo é definitivo, especialmente no Brasil.

Além disso, justamente por toda essa demanda de obtenção de meios navais - função primária da MB - a chegada de novos caças é extremamente improvável, a menos que, por milagre ou por um bom vento do ocupante de ocasião da cadeira do Planalto, seja possível incluir meia dúzia de unidades para a MB no próximo lote da FAB. Repito, considero extremamente improvável.

O tempo dirá. Tomara que você esteja certo. Torço por isso.
Meu jovem, eu já cansei se explicar isso! Foca na atividade primária!

Então é melhor você puxar a cadeira, sentar e apreciar que, de onde saiu essa ideia, tem mais...


Abraços,

Wesley
Sim, e qual é atividade primária? Que tipo de capacidades são exigidas. Já vi Comandante da Marinha pensando em Marinha de águas azuis, defendendo necessidade de NAe, escoltas de maior tonelagem e tal. Tem Comandante que defende negação do uso do mar (submarinos) e o resto uma Força enxuta, predominantemente de águas marrons e com alguma capacidade limitada de águas azuis. Quem tá certo? Os dois, porque ninguém definiu pra Marinha (nem FAB, nem EB) o que é de fato a prioridade.

Num país que a FAB cuida de fazenda, o Exército cuida de caminhão pipa, a Marinha de atendimento odontológico ribeirinho, tudo é importante e tudo é prioridade. Logo, nada é.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#84269 Mensagem por gabriel219 » Qui Mar 31, 2022 6:04 pm

Vinicius Pimenta escreveu: Qui Mar 31, 2022 5:46 pm Na real, nenhuma decisão de equipamento deveria vir da Força, mas sim do MD, que por sua vez deveria nortear as decisões com base em uma END atualizada e aprovada pelo Congresso Nacional como compromisso do Estado brasileiro, não de governo ou dos militares isoladamente.

Em que pese minha absoluta rejeição pelo conjunto da obra (sem querer entrar nesse mérito ou debate), só tivemos parcialmente algo mais próximo disso no final da década passada, ainda com o então Ministro Nelson Jobim e ainda assim de forma bem aquém do ideal.
E concordo contigo, dei a ideia lá no tópico do RECOP sobre duas mudanças para mudar o patamar das FFAA:

:arrow: Utilizar 3,5% do atual imposto de 7% que vai para a empresa reguladora sobre mineração, além de a mesma alícota sobre exploração de petróleo, que, em ambos os casos, seria incidido no LUCRO. Isso não seria mais imposto, mas apenas substitutivo e essa verba iria direto para o MD, já indexada para investimentos. Eu calculo que conseguiríamos entre R$ 12-15 Bilhões por ano, sem contar as futuras projeções, mas usei projeção de ano passado. Uma das previsões é que o Brasil passe a lucrar 3x a mais em dez anos com mineração, ainda mais se permitir em terras indígenas; e

:arrow: Toda e qualquer compra feita pelas FFAA em relação a MEM - sobre insumos básicos, pagamento de contas, salários e manutenção, ai ok, continua com as forças - e todo investimento em P&D relativo também a MEM fique a cargo do MD. As FFAA emitiram seus requisitos (ROB e RFI) e encaminharão para uma Secretaria Especial de Aquisições do MD, que seria uma expansão da Secretaria de Produtos de Defesa e lá seriam feitos os trâmites. Se o ROB/RFI coincidir com o de outra força, como sistema de AAe ou até Fuzil, os ROB's/RFI's das Forças serão cominados em um ROB/RFI conjunto para aquisição da mesma MEM. Todo processo de avaliação e compra ficará a cargo do MD.

Assim evitamos bizarrices como EB adquirindo Spike e o CFN querendo Javelin ou mesmo EB adquirindo Lince e o CFN querendo JLTV. Isso teria evitado até do EB reinventar a roda pagando caríssimo para desenvolver um produto barato como o Guarani. Sempre gosto de lembrar isso aqui, em 2003 a Patria ofereceu uma fábrica pro Brasil fabricar o AMV, que já em 2004 já tinha chegado na casa do milhar de encomendas e ainda impediria do CFN, anos depois, adquirir o Piranha IIIC, com nós tendo bem mais integração entre as forças utilizando o mesmo MEM.

Ainda tem o caso de projetos sozinhos, como MANSUP, que muito bem poderia ter tido maior parte do seu investimento em conjunto com o EB e o MTC - parte do investimento do MANSUP é justificado sobre a cabeça-de-guerra e só, isso é equivalente a 2/5 do projeto - e outros projetos suicidas, como desistirem do FOG-MMP mas continuarem com MSS 1.2AC.

A MB consegue cagar em 90% daquilo que faz com seu orçamento e isso é inacreditável!




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#84270 Mensagem por Túlio » Qui Mar 31, 2022 6:09 pm

Vinicius Pimenta escreveu: Qui Mar 31, 2022 5:40 pm
Portanto, qualquer exercício de futurologia ou wishful thinking, por não termos nenhum Norte bem definido, vai esbarrar no que a gente acha que a FAB nesse caso vai querer ou mesmo o que a gente acha que ela deveria querer.
Depois de darem um coice num Programa Nacional (390) em favor de um estrangeiro (Gripen), eu é que não duvido de mais nada.
Vinicius Pimenta escreveu: Qui Mar 31, 2022 5:40 pm Dei essa volta toda pra dizer: evitar um eventual fracasso do Gripen E deveria ser uma preocupação do Brasil, da FAB ou nossa?
Da SAAB e, até certo ponto, Elbit; só depois da FAB e por último do Brasil todo. A fatia da EMBRAER foi tão reduzida que nem sei se faria falta.




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