UCRÂNIA

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Re: UCRÂNIA

#5476 Mensagem por knigh7 » Sex Mar 18, 2022 4:20 pm





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Re: UCRÂNIA

#5477 Mensagem por knigh7 » Sex Mar 18, 2022 5:02 pm

Considero que a Russia tem as razões dela para entrar nesse conflito. Aliás os americanos e a OTAN poderiam tê-lo evitado.
Mas ela nitidamente vem provocando terrorismo junto a população ucraniana. Na primeira semana de invasão não era assim. Ela viu que é uma guerra encarniçada, mais difícil do que previa e partiu para a apelação.

Já passou do ponto de ser cogitado engano, falhas. É uma atitude deliberada dela mesmo.




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Re: UCRÂNIA

#5478 Mensagem por knigh7 » Sex Mar 18, 2022 5:07 pm

EXCLUSIVO: Mísseis Kh 555 russos atingem principal hangar de jatos Mig-29 da Ucrânia.




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Re: UCRÂNIA

#5479 Mensagem por gabriel219 » Sex Mar 18, 2022 5:18 pm

knigh7 escreveu: Sex Mar 18, 2022 5:02 pm Considero que a Russia tem as razões dela para entrar nesse conflito. Aliás os americanos e a OTAN poderiam tê-lo evitado.
Mas ela nitidamente vem provocando terrorismo junto a população ucraniana. Na primeira semana de invasão não era assim. Ela viu que é uma guerra encarniçada, mais difícil do que previa e partiu para a apelação.

Já passou do ponto de ser cogitado engano, falhas. É uma atitude deliberada dela mesmo.
E tende a piorar muito, pois cada vez mais as forças Ucranianas vão se estabelecendo dentro de grandes cidades, inclusive na frente do Donbass, que são as melhores tropas Ucranianas e, apesar de estarem em péssimo estado, são bons de briga.

Isso me deixa curioso, pois mesmo em desvantagem de armamentos, os Ucranianos são duros na queda, são guerreiros mesmo e o fato de optarem por se "refugiar" dentro de grandes cidades, talvez mostre que o Alto-Comando Ucraniano não deve se importar muito com as fatalidades civis também ou talvez estejam contando com isso. Existiam outras opções para estabelecer áreas de defesa mais afastado da cidade de Maliupol em si, como Manhush, Nikolske, Khreshchatytske e Novoazovisk, mas simplesmente recuaram antes de se quer ter contato com tropas Russas avançando, cederam terreno pra DPR e a Frente da Criméia. Isso me parece ordem vinda do Alto-Comando.

Só tende a aumentar conforme o Exército Russo comece a trazer a guerra pra um cenário convencional e utilize suas forças da forma como rege sua própria doutrina: fogo de artilharia pesadíssimo, da supressão até a aniquilação, com apoio de tropas ocupando terreno.




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Re: UCRÂNIA

#5480 Mensagem por zela » Sex Mar 18, 2022 6:12 pm

knigh7 escreveu: Sex Mar 18, 2022 5:02 pm Considero que a Russia tem as razões dela para entrar nesse conflito. Aliás os americanos e a OTAN poderiam tê-lo evitado.
Mas ela nitidamente vem provocando terrorismo junto a população ucraniana. Na primeira semana de invasão não era assim. Ela viu que é uma guerra encarniçada, mais difícil do que previa e partiu para a apelação.

Já passou do ponto de ser cogitado engano, falhas. É uma atitude deliberada dela mesmo.
Acho que isso prova que eles não esperavam uma Ucrânia osso duro de roer; a primeira semana estava cirúrgica, quase nada de baixa civis. Depois ligaram o modo russo de fazer guerra, já não ligam pros civis,aliás, parece que estão fazendo questão de aumentar as baixas entre eles.




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Re: UCRÂNIA

#5481 Mensagem por Viper PT » Sex Mar 18, 2022 6:13 pm

knigh7 escreveu: Sex Mar 18, 2022 5:07 pm EXCLUSIVO: Mísseis Kh 555 russos atingem principal hangar de jatos Mig-29 da Ucrânia.
Vídeos do homem que se diz independente e depois chama palhaço assassino ao presidente da Ucrânia?

Tá certo!!




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Re: UCRÂNIA

#5482 Mensagem por knigh7 » Sex Mar 18, 2022 6:20 pm

Acho que vc deve estar confundindo o Kawaguti com o Farinazzo. O Luis K. está fazendo a cobertura do conflito para o jornal Gazeta do Povo mas de vez em quando o Farinazzo coloca uns insights dele.

O Kawaguti faz reportagens e análises equilibradas. Sou assinante do jornal e leio-as diariamente.




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Re: UCRÂNIA

#5483 Mensagem por NaScImEnTToBR » Sex Mar 18, 2022 6:22 pm

Viper PT escreveu: Sex Mar 18, 2022 6:13 pm
knigh7 escreveu: Sex Mar 18, 2022 5:07 pm EXCLUSIVO: Mísseis Kh 555 russos atingem principal hangar de jatos Mig-29 da Ucrânia.
Vídeos do homem que se diz independente e depois chama palhaço assassino ao presidente da Ucrânia?

Tá certo!!
O canal do Coronel Paulo Filho me parece mais isento do que os demais também. Abraços.




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Re: UCRÂNIA

#5484 Mensagem por ferrol » Sex Mar 18, 2022 6:45 pm

knigh7 escreveu: Sex Mar 18, 2022 5:02 pm Considero que a Russia tem as razões dela para entrar nesse conflito. Aliás os americanos e a OTAN poderiam tê-lo evitado.
Mas ela nitidamente vem provocando terrorismo junto a população ucraniana. Na primeira semana de invasão não era assim. Ela viu que é uma guerra encarniçada, mais difícil do que previa e partiu para a apelação.

Já passou do ponto de ser cogitado engano, falhas. É uma atitude deliberada dela mesmo.
Considero que Rusia non ten ningunha razón para escomenzar este conflicto xa que non foi atacada/ameazada por Ucrania previamente.
Os americanos e a OTAN non poderían telo impedido, como estamos a ver, xa que os desexos imperialistas de Putin son independentes da comunidade internacional, que condeou a invasión na ONU por 141 paises a favor hai uns días.
Así, como sabemos, a ONU xa ten aberto a Putin unha investigación por xenocidio, e seguramente será condeado cando esto remate.

Por sorte, o povo ucraino está loitando pola supervivencia mais aló do que Putin agardaba no inicio.

Agora a Putin xa só lle queda a habitual táctica soviética de arrasar cidades, como en Grozni, como en Aleppo e agora como en Mariupol, de momento...




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Re: UCRÂNIA

#5485 Mensagem por prp » Sex Mar 18, 2022 7:29 pm

Viper PT escreveu: Sex Mar 18, 2022 6:13 pm
knigh7 escreveu: Sex Mar 18, 2022 5:07 pm EXCLUSIVO: Mísseis Kh 555 russos atingem principal hangar de jatos Mig-29 da Ucrânia.
Vídeos do homem que se diz independente e depois chama palhaço assassino ao presidente da Ucrânia?

Tá certo!!
Sim. É um palhaço assassino. Um governante que traz a guerra para dentro do próprio país não tem outro nome. Na verdade é um fantoche trouxa que caiu no conto dos EUA/OTAN e estão ganhando o que sempre ganharam: morte e destruição




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Re: UCRÂNIA

#5486 Mensagem por knigh7 » Sex Mar 18, 2022 7:30 pm

ferrol escreveu: Sex Mar 18, 2022 6:45 pm
knigh7 escreveu: Sex Mar 18, 2022 5:02 pm Considero que a Russia tem as razões dela para entrar nesse conflito. Aliás os americanos e a OTAN poderiam tê-lo evitado.
Mas ela nitidamente vem provocando terrorismo junto a população ucraniana. Na primeira semana de invasão não era assim. Ela viu que é uma guerra encarniçada, mais difícil do que previa e partiu para a apelação.

Já passou do ponto de ser cogitado engano, falhas. É uma atitude deliberada dela mesmo.
Considero que Rusia non ten ningunha razón para escomenzar este conflicto xa que non foi atacada/ameazada por Ucrania previamente.
Os americanos e a OTAN non poderían telo impedido, como estamos a ver, xa que os desexos imperialistas de Putin son independentes da comunidade internacional, que condeou a invasión na ONU por 141 paises a favor hai uns días.
Así, como sabemos, a ONU xa ten aberto a Putin unha investigación por xenocidio, e seguramente será condeado cando esto remate.

Por sorte, o povo ucraino está loitando pola supervivencia mais aló do que Putin agardaba no inicio.

Agora a Putin xa só lle queda a habitual táctica soviética de arrasar cidades, como en Grozni, como en Aleppo e agora como en Mariupol, de momento...
Com isto daqui? Os americanos/OTAN confirmaram o vazamento para a imprensa da resposta às demandas da Rússia. Eles mantiveram a política de portas abertas ao ingresso da Ucrânia na Aliança:
knigh7 escreveu: Qua Fev 02, 2022 7:44 pm Imagem
https://www.foxnews.com/politics/state- ... an-demands


Link do El País contendo cópia dos documentos entregues pela OTAN e Estados Unidos à Rússia:


https://elpais.com/infografias/2022/02/ ... n_eeuu.pdf

Além dos itens destacados em azul, atentem para o item 8.3 da demanda da OTAN.

Obs:
-NRC: Nuclear Regulatory Commission


A Rússia havia alertado várias vezes que isso seria o cruzamento da vermelha.

O Governo Zelensky durante o Governo Biden adensou a presença militar no Donbass e manteve o objetivo de entrar para a Aliança afim de proteger o país da Rússia mesmo quando a Ucrânia já estava cercada tropas inclusive vindas da Sibéria.

Quando houve uma tentativa de golpe no Cazaquistão em janeiro a Rússia agiu rápido para estrangular o movimento e manter o aliado dela. Aquilo ali (inclusive a Ucrânia) é zona de influência dela.

O Governo americano vivia alertando sobre a invasão. Mas não era simplesmente porque a Rússia queria. Se você somar os acontecimentos iria levar a invasão, como uma conta de 2+2.




Editado pela última vez por knigh7 em Sex Mar 18, 2022 7:48 pm, em um total de 1 vez.
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Re: UCRÂNIA

#5487 Mensagem por NaScImEnTToBR » Sex Mar 18, 2022 7:46 pm

knigh7 escreveu: Sex Mar 18, 2022 7:30 pm
A Rússia havia alertado várias vezes que isso seria o cruzamento da vermelha.

E o Governo Ucraniano durante o Governo Biden adensou a presença militar no Donbass.

O Governo Zelenky manteve o objetivo de entrar ´para a Aliança afim de proteger o país da Rússia mesmo quando ela já estava cercada tropas inclusive vindas da Sibéria.

O Governo americano vivia alertando sobre a invasão. Mas não foi simplesmente porque a Rússia quis. Se você somar os acontecimentos iria levar a invasão, como uma conta de 2+2.
[/quote]


''A questão principal é a profundidade estratégica. O maior argumento russo é o de profundidade estratégica, além da importância militar da Ucrânia pra Rússia, até a propulsão dos navios russos (salvo engano as fragatas da Classe Grigorovich e Gorshkov) eram feitas na Ucrânia, além do país possuir uma infraestrutura e um know how muito grande que herdou da URSS. A importância estratégica da Crimeia se deve principalmente à sua posição geográfica. A península representa uma via de acesso ao mar Negro a partir do mar de Azov, que banha o sudoeste do território russo e parte da Ucrânia. Trata-se de uma área de águas quentes que favorece o transporte marítimo tanto para fins comerciais quanto de defesa territorial por parte da Rússia, que já controla uma unidade militar na cidade de Sevastopol. A região é uma grande produtora de grãos, alimentos e bebidas como o vinho. Os portos marítimos localizados na península são ainda responsáveis pelo escoamento e distribuição de parte da produção agropecuária dos países vizinhos para outras nações europeias, além de serem utilizados para a importação de mercadorias e matérias-primas, em especial pela Ucrânia, além do fato da Crimeia ser a única saída russa para águas quentes na Europa. Em termos estratégicos, verifica-se que a importância estratégica da Ucrânia remonta aos tempos da ex-URSS. Nessa época, a Ucrânia era a segunda república mais importante da ex-URSS, ficando atrás apenas da Rússia. Formava com a Rússia uma espécie de centro de gravidade do poder soviético, uma vez que a mesma era responsável por grande parte da produção agrícola soviética, abrigava parte do arsenal nuclear soviético, sediava boa parte da base industrial de defesa soviética e era um local onde havia importantes bases militares soviéticas, com destaque para a frota do Mar Negro. Segundo analistas russos, a Ucrânia era tão vital para a ex-URSS que sua decisão de romper os laços em 1991 foi um duro golpe para Moscou. Analisando o conflito com a Crimeia sob um olhar estratégico, nota-se que, ao tomar a Crimeia, a Rússia solidificou seu controle em uma posição crítica no Mar Negro. Com uma presença militar robusta na Crimeia, a Rússia fica em condições de projetar poder em locais como o Mediterrâneo, o Oriente Médio e o norte da África, onde historicamente tem influência limitada.

Voltando a profundidade estratégica: Nessa suposição a Rússia fica em MUITA desvantagem frente aos EUA. A OTAN não atua diretamente, o Reino Unido e os EUA sempre utilizaram da guerra virtual e de propaganda online para derrubar governos, foi isso que ocorreu na Primavera Árabe, no Euromaidan, e na tentativa recente na Belarus.
Em 2005 presidente Vladimir Putin disse que a queda da União Soviética foi a maior catástrofe geopolítica da história da Rússia. O que ele quis dizer é que a fragmentação da União Soviética custaria à Rússia o elemento que lhe permitiu sobreviver a invasões estrangeiras desde o século XVIII: profundidade estratégica.
Para um país europeu derrotar a Rússia de forma decisiva, teria que tomar Moscou ou Novosibirsk. A distância até Moscou é grande e desgastaria qualquer exército em avanço, exigindo que reforços e suprimentos fossem movidos para o front. À medida que avançariam para a Rússia, as forças dos atacantes seriam inevitavelmente enfraquecidas. Hitler e Napoleão chegaram exaustos a Moscou. Ambos foram derrotados pela distância e pelo inverno, e pelo fato de os defensores não estarem no fim de sua linha de abastecimento.

No auge da Guerra Fria, São Petersburgo estava a cerca de 1.600 quilômetros das forças da OTAN e Moscou a cerca de 2.100 quilômetros. Hoje, São Petersburgo fica a cerca de 160 quilômetros de distância e Moscou a cerca de 800 quilômetros. Para o Putin os membros da OTAN não são previsíveis, os russos tem provas de que eles financiaram terroristas chechenos nos anos 90, além do fato de terem desmantelado a Yuguslavia de forma nada ''democrática''. Logo o que Putin entendeu foi que o interesse e a capacidade deles mudam muito rápido e que a principal ameaça à Rússia vem do Ocidente.
Se os estados do sul do Cáucaso formarem uma coalizão anti-russa e os Estados Unidos, por exemplo, apoiarem um levante no norte do Cáucaso (como já fizeram em 2008), a barreira pode ser quebrada e um caminho para o norte aberto. Portanto, a Rússia seguiu uma estratégia de impor fortes controles no norte do Cáucaso enquanto se engajava em uma guerra em 2008 com a Geórgia, sua ameaça mais significativa ao sul, com base na geografia e na aliança da Geórgia com os EUA. A guerra demonstrou os limites do poder logístico americano em tentar guerras perto do entorno geoestratégico russo. Foi uma estratégia bem-sucedida.
Um dos legados que Vladimir Putin deixara à Rússia é o resgate de uma tradição de realpolitik. Sua geopolítica tem bases profundas no expansionismo territorial fundada por Pedro, o Grande (1672-1725) e consolidado por Catarina, a Grande (1729-1796) – ainda que seja, de certa forma, fruto direto da modernização tecnoindustrial conduzida pela URSS e da abertura comercial da Rússia pós-guerra fria. Amparado pela longa história de expansionismo imperial sob o czarismo e o comunismo, ele considera a Europa Oriental, o Cáucaso e os Balcãs áreas de influência natural da Rússia no seu front ocidental. A invasão da Geórgia e a incorporação das províncias da Ossétia do Sul e Abecásia em 2008, a anexação da Criméia em 2014, a intervenção militar na Síria a partir de 2015, e a atual invasão da Ucrânia são partes dessa meticulosa política de segurança nacional pros russos. É a primeira vez que a hiperpotência militar e seus principais aliados são diretamente ameaçados por uma potência desde o fim da era bipolar. Não é pouca coisa.

A Ucrânia compartilha uma fronteira com a Rússia da mesma forma que o México e o Canadá fazem com os Estados Unidos. Desde 1823, os EUA reivindica o direito de defender o seu hemisfério de acordo com a Doutrina Monroe, e agora a Rússia está colocando em prática uma política semelhante contra a Ucrânia. Os paralelos são próximos; as razões para uma postura defensiva, óbvias. No entanto, o secretário de Estado Antony Blinken disse que os EUA NÃO ACREDITAM MAIS na existência de esferas de influência. Ou melhor, há apenas uma esfera: o terreno em constante expansão das democracias ocidentais legítimas aprovadas pela OTAN. Logo, é inegável que os EUA continuará a ''atacar'' direta ou indiretamente os aliados da Rússia, assim como fizeram na Síria, na Bielorússia recentemente. Para o Putin os membros da OTAN não são previsíveis, os russos dizem ter provas de que eles financiaram terroristas chechenos nos anos 90, além do fato de terem desmantelado a Yuguslavia de forma nada ”democrática”. Logo o que Putin entende é que o interesse e a capacidade deles mudam muito rápido e que a principal ameaça à Rússia vem do Ocidente. Se a Ucrânia também se juntar à UE enquanto a Bielorrússia pró-Rússia continua lutando contra os protestos pró-democracia, a frente ocidental da Rússia parecerá mais fraca e insegura aos olhos de Putin e seus aliados.''

https://velhogeneral.com.br/2020/11/20/ ... 0da%20URSS.

http://eblog.eb.mil.br/index.php/menu-e ... oscou.html




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Re: UCRÂNIA

#5488 Mensagem por knigh7 » Sex Mar 18, 2022 7:53 pm

@ferrol

Nas relações entre nações é o poder que determina o Direito:
da AFP
18 de Março, 2022 - 10:10 ( Brasília )
EUA denunciam 'ameaça russa para desestabilizar' Américas

A Rússia ameaça "desestabilizar" as Américas, acusou nesta quarta-feira o chefe da diplomacia americana para a América Latina e o Caribe, o qual alertou que Washington "tomará medidas" para defender seus interesses.

"Houve ameaças, nem mesmo veladas, de funcionários do alto escalão russos, que estariam tentando tirar proveito de suas alianças" nas Américas para "desestabilizar" a região, disse Brian Nichols, durante um evento organizado pelo Diálogo Interamericano em Washington.

"Isso é inaceitável e tomaremos medidas para defender nossa segurança nacional e nossos interesses nacionais". A Rússia investiu recentemente na diplomacia com a América Latina, zona de influência dos Estados Unidos, em busca de aliados.

O presidente russo, Vladimir Putin, recebeu o colega brasileiro, Jair Bolsonaro, em Moscou, onde já havia se encontrado com o presidente argentino, Alberto Fernández. Putin conta com três aliados na região (Cuba, Venezuela e Nicarágua), que o apoiaram quando ele lançou a invasão à Ucrânia.

Na semana passada, o Comando Sul dos Estados Unidos apresentou um documento ao Comitê de Serviços Armados da Câmara dos Representantes (Hasc) no qual afirma que a Rússia "continua desestabilizando a região e minando a democracia" por meio da desinformação.

"A relação entre a Rússia e seus principais parceiros regionais permite que Moscou amplie seu acesso aéreo e marítimo para projetar poder militar na região", acrescenta o texto.

A dança da influência russa na América Latina¹

No início de fevereiro, o presidente argentino, Alberto Fernández, já havia manifestado, de forma enfática, o desejo de que a Rússia tivesse um papel mais forte na região: "Queremos ver como a Argentina poderia se tornar uma porta de entrada para a América Latina, de modo que a Rússia possa ganhar uma posição mais importante na América Latina", disse o argentino durante uma reunião com Putin em Moscou.

Pouco antes, a Rússia parecia estar disposta a corresponder esse desejo, em termos militares. Em resposta ao que Moscou vê como um desrespeito aos interesses de segurança russos na Europa, a Rússia estaria cogitando aumentar sua presença militar em Cuba e na Venezuela. "Não quero confirmar nem descartar nada", disse em meados de janeiro o vice-ministro russo do Exterior, Sergei Ryabkov.

Ameaça de nova crise dos mísseis?
No Ocidente, tais palavras evocam a memória da crise dos mísseis em Cuba, em 1962. Na época, a instalação de mísseis russos em Cuba levou o mundo à beira da guerra nuclear. Ao final, chegou-se a um acordo. Os navios russos com mísseis a bordo deram meia-volta, e os Estados Unidos retiraram da Turquia os mísseis de médio alcance que poderiam alcançar Moscou. A Rússia busca um acordo semelhante na crise da Ucrânia?

Günther Maihold, especialista em América Latina da Instituto Alemão de Assuntos Internacionais e de Segurança (SWP), em Berlim, é bastante cético em entrevista à DW: "Criar uma nova crise dos mísseis cubana tem pouco potencial de inovação. Seria apenas uma cópia ruim." Ele avalia que segue baixa a chance de a Rússia realmente aumentar sua presença militar na América Latina, por exemplo com mísseis ou bombardeiros de longo alcance.

Cuba e Venezuela são hoje países muito fracos e sem peso na região para isso, afirma: "No campo do discurso, porém, a construção de um cenário de ameaça por parte da Rússia certamente funciona."

Provocações fazem parte do jogo diplomático
Também não é a primeira vez que a Rússia sugere aumentar seu envolvimento militar na América Latina. Em 2008, a Rússia ameaçou estacionar bombardeiros nucleares Tu-160 de longo alcance em Cuba e na Venezuela, em reação a planos do Ocidente de instalar um sistema de defesa antimíssil na Polônia e na República Tcheca.

Em 2014, a mídia russa informou sobre a possível reativação da antiga base soviética Lourdes, perto de Havana. A estação de escuta segue desativada até hoje, mas aparentemente serve à Rússia vez ou outra como uma ameaça para advertir os EUA para que não ultrapasse certos limites na Europa.

Venezuela e Colômbia exploram o conflito
Além das ameaças simbólicas de Moscou, os países latino-americanos e os atores regionais têm seus próprios interesses e estão tentando se beneficiar da crise da Ucrânia. Por exemplo, o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela.

"Maduro tem interesse em colocar seus problemas em cima desse confronto, a fim de parecer interessante para a Rússia e possivelmente ganhar vantagens", explica Maihold. Uma dessas vantagens seria, por exemplo, encontrar outro pretexto para finalmente enterrar as rodadas de diálogo com a oposição venezuelana.

A vizinha Colômbia, o único "parceiro global" da OTAN na América Latina, aparentemente também descobriu a possibilidade de fazer da crise da Ucrânia um capital político. Em sua atual viagem à Europa, o presidente Iván Duque não perdeu a oportunidade de apontar o perigo que a Rússia representaria na região.

Na segunda semana de fevereiro, o ministro do Exterior colombiano, Diego Molina, mencionou a presença de militares russos na Venezuela, na região fronteiriça com a Colômbia, e falou de "interferência estrangeira". Perigo real ou manobra de político interna?

A Colômbia realizará eleições parlamentares em março e presidenciais no fim de maio, nas quais um candidato de esquerda é considerado o mais provável sucessor do direitista Duque.

"Iván Duque mencionou a presença russa como uma ameaça à Colômbia por razões políticas domésticas", afirma Maihold. "Foi uma manobra para associar um determinado candidato da campanha eleitoral a uma ameaça comunista fictícia."

Abstinência autoimposta do México
Segundo Maihold, o fato de atores regionais da "segunda e terceira fila" estarem tentando aparecer no cenário mundial também se deve ao fato de a América Latina ter perdido muito espaço na política internacional. Os pesos-pesados regionais México e Brasil praticamente não desempenham nenhum papel no palco mundial, no momento.

No México, por exemplo, o presidente Andrés Manuel López Obrador, que comanda a segunda economia mais importante da América Latina, fez da não-interferência um princípio. O perfil da política externa mexicana perdeu tanta força, que dificilmente se pode esperar alguma influência no cenário internacional.

Contudo, no início de 2021, López Obrador convidou Putin para ir ao México. Na ocasião, ambos discutiram ao telefone a entrega de 24 milhões de doses da vacina russa Sputnik V. A diplomacia da vacina na América Latina poderia valer muito mais a pena e ser mais sustentável para a Rússia do que o custoso e politicamente arriscado envio de aeronaves e mísseis.

Argentina busca saída para sua crise
Alberto Fernández também tinha a vacina russa em mente. Era possível quase adivinhar isso ao vê-lo elogiando efusivamente o país, durante sua visita a Moscou: "Estamos muito gratos por o senhor ter estado presente quando ninguém mais quis nos dar vacinas", disse o presidente da Argentina a Putin.

"A maneira como Fernández declarou seu país uma porta de entrada para a Rússia na América Latina me surpreendeu", disse Maihold. Mas o mandatário também está buscando seus próprios interesses, ao se aproximar da Rússia: seu país está muito endividado com o Fundo Monetário Internacional e busca maneiras de se livrar dessa dependência.

Apesar da atual atenção às atividades da Rússia na América Latina, em conexão com a crise na Ucrânia, a presença de Moscou na região não é, de qualquer forma, concorrência para a China, assegura Günther Maihold. De maneira silenciosa, há longo tempo o gigante asiático já ganhou influência muito maior.
via
https://www.defesanet.com.br/ghl/notici ... -Americas/




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Re: UCRÂNIA

#5489 Mensagem por NaScImEnTToBR » Sex Mar 18, 2022 8:08 pm

knigh7 escreveu: Sex Mar 18, 2022 7:53 pm @ferrol

Nas relações entre nações é o poder que determina o Direito:
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https://www.defesanet.com.br/ghl/notici ... -Americas/
Tem até nome que os russos dão pra isso: Realpolitik.




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Re: UCRÂNIA

#5490 Mensagem por knigh7 » Sex Mar 18, 2022 8:19 pm

NaScImEnTToBR escreveu: Sex Mar 18, 2022 8:08 pm
knigh7 escreveu: Sex Mar 18, 2022 7:53 pm @ferrol

Nas relações entre nações é o poder que determina o Direito:

via
https://www.defesanet.com.br/ghl/notici ... -Americas/
Tem até nome que os russos dão pra isso: Realpolitik.
Ludwig von Rochau, um alemão, criou essa expressão e a positivou num conceito. Mas ela está presente em livros desde Fung Ku, quer dizer, Kung Fu, ops, Sun Tzu.




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