Bom, eu acompanhava a RFA desde o número 1 em 1995, e tinha a coleção completa, até resolverem deixar tudo só no computador...
Em nenhuma das edições que tratavam do KC-390, desde a concepção até a entrega para a FAB nunca se falou que a empresa apregoava vender mais de 700 destes aviões, mas que a proposta era tentar abocanhar entre 20% a 30% desse mercado, se muito. Isso foi tirado dos mesmos gerentes do projeto do KC-390, dos diretores da empresa e de fontes da FAB ligadas ao projeto que confirmaram esta informação. Então, hoje, como a 15 anos atrás, a Embraer, se não mudou nada nas diretivas comerciais do projeto, continua vendo mercado real de vendas para o KC-390 na faixa de 140 a 210 aviões em vinte anos. E para por aí.
Estes números foram e são confirmados em todas as demais revistas sobre defesa do país desde aquela época, como T&D, S&D e ASAS. Todas revistas que considero sérias no trabalho que realizam.
Enfim, vendemos 28 para FAB, 5(+1) para a Portugal e 2 para a força aérea da Hungria. São 35(36) aviões vendidos desde o lançamento. Isto para apenas 3 clientes. Mesmo com o possível corte da FAB de 25% que se possa fazer nos contratos segundo o cmte Baptista, ou seja, até 7 unidades, é possível dizer que os números hoje do KC-390 enquanto projeto comercial ainda são bastante robustos para quem se pretender concorrer com uma lenda chamada C-130 Hércules. E na mesma entrevista brigadeiro Baptista deixou bem claro que mesmo com os cortes agora, existe/existiria potencial espaço para além das 28 unidades contratadas. Isto pode levar a FAB até 35 unidades conforme o contrato atual.
Se o governo brasileiro via MD e MRE fizerem o seu dever de casa, é admissível entender que vendas para Colombia e Chile sejam não apenas hipóteses distantes, mas negócios que podem de fato ser realizados no médio e longo prazo. As quantidades o tempo e as negociações definirão. No caso sueco, é mister admitir que um segundo lote dos Gripen E/F esteja necessariamente atrelado a venda daquele avião ao país nórdico. E mais recentemente saiu uma nota do MD onde se aponta alguns países nos quais se irá concentrar os esforços de vendas da BID, ou seja, as chances de vendas concretas no curto e médio prazo para o KC-390. Está lá no tópico do MD para quem quiser ver.
De qualquer forma, com o que se tem hoje, cerca de 35 unidades vendidas, isto equivale a 25% a 16,6% das vendas projetadas. Não se pode dizer no logo no lançamento do projeto o KC-390 esteja abaixo das expectativas. O primeiro foi entregue em 2019 com todos os atrasos envolvidos. Era para ser em 2016. Mas mesmo assim, temos pela frente mais uns 14 anos de vendas conforme a perspectiva da Embraer. Nada que não possa ser alcançado.