Túlio escreveu: ↑Seg Dez 20, 2021 2:28 pm
Qual a justificativa para mais de 36 Gripen? Não é por causa da vizinhança, que não tem chance alguma contra isso tudo, ninguém ao redor tem como botar no ar alvos para nem metade de uns 72 Meteor e outros tantos Iris-T ou similares, e sim o vasto tamanho do Brasil.
Bueno, 28 KC-390 (que fazem muito mais do que REVO, afinal, servem também a um Exército com mais de 200 mil efetivos e um monte de tralhas, incluindo até peças de Art e helicópteros da AvEx) são igualmente muito pouco, e pela mesmíssima razão (na verdade são mais de 8,5 milhões de razões quadradas
).
De fato, a vizinhança não nos ajuda nem um pouco (e há um certo país que acabou de entrar num certo clube, que tem tudo para levar a economia e consequentemente às FFAA à categoria dos desdentados ou com dente mas sem grana pra sair do hangar...).
Desde que tivéssemos de combater com algum vizinho com caças à reação, 36 Gripens são insuficientes: Se temos 36, então temos 24 (diagonal de manutenção).
Dos 24, 4 seriam para transição operacional.
Sobram 20. Nosso espaço aéreo é divido em 4 regiões, que podem ser a FIR ou as RDA (que não são sobrepostas), 4 Cindactas. Precisamos de aeronaves de interceptação para 4 regiões. Em caso de conflito, pelo menos 2 caças em cada para realizar a interceptação. Então são 8 caças empregados.
Sobram 12 para o T.O. Com esses 12 teríamos de manter a superioridade aérea (matendo pelo menos 2 caças no ar on-station), teríamos de escoltar os A-1M, utilizar a suíte eletrônica do Gripen bem como o POD que a FAB comprará para os Gripens para realizar Guerra Eletrônica (o então comandante da FAB em 2016, o Crepaldi, disse à AFM que iríamos comprar o CJP (Common Jamming POD). Não sei se mudou pois o EAJ da SAAB estava com o desenvolvimento incipiente na época.
Ou seja, esses 12 Gripens que sobram são insuficientes para a atividade que eles teriam de realizar contra um adversário da AS que tenha caças, mesmo sem considerar a atividade de ataque (que ficaria com os A1-M).
Com relação aos F-5M, serão retirados até 2027. Talvez pudéssemos esticar um pouco mais, mas não dá para contar até o fim da década.
Penso que o número dado pelo Comandante da FAB (que a Força tenha entre 60 e 70 Gripens) como algo bastante satisfatório. Menos seria insatisfatório. Mais, seria satisfatório mas atrapalharia mais outros programas. Então eu prefiro uma quantidade que seja satisfatória e atrapale o mínimo possível outros programas.
É o mesmo raciocínio no caso das escoltas (12 no total), navios-patrulha oceânicos (também 12 no total). São quantidades dadas pela MB e possíveis (no caso de escoltas, construção ao longo de 20 anos), não são caras (embora as AAW terão de ser mais caras que as atuais, mas isso é para a próxima década). Não são os números ideais, mas são aqueles que possibilitam cumprir as missões de modo razoável, compatíveis com a consecução dos outros programas tendo em vista a faixa orçamentária de temos.
Vale ressaltar que para executarmos o nosso planejamento de aquisições para esta década (portanto, sem Porta-Aviões & demais viagens), sem atrasos, sem cancelamentos, nosso orçamento de investimento terá de ser 60% maior do que será o projetado para 2022. Ou seja, se nós conseguirmos no futuro, deveremos dar Glória a Deuxx.