Aviação Naval Brasileira
Moderador: Conselho de Moderação
- FCarvalho
- Sênior
- Mensagens: 37870
- Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
- Localização: Manaus
- Agradeceu: 5702 vezes
- Agradeceram: 3255 vezes
Re: Aviação Naval Brasileira
Um adendo. Sendo o Gripen F um avião biplace, e uma vez eleito como vetor exclusivo para a aquisição de 16 unidades, isto proporcionaria ao VF-1 além da total capacidade de operar nos mais amplos TOM sul americano, quiçá fora dele, também facilitar a questão da formação e manutenção das horas de voo dos caçadores navais, já que ao invés de um piloto ele levaria sempre dois.
Como o esquadrão da marinha é uma unidade pequena, ter um caça biplace como padrão torna a parte de treinamento, formação e operacionalidade melhor equilibrada já que com 16 unidades a MB pode prover o VF-1 com até 48 pilotos, o que seria uma injeção de ânimo tremenda nos oficiais que sonham dentro da instituição em pilotar os caças cinzas com o cocar naval. Além disto, com tal demanda por pilotos, a formação poderia migrar para a própria marinha ou ser reajustada com a FAB no sentido de obter mais espaço para os oficiais alunos nas escolas de formação. Com mais vagas para o esquadrão Falcão, a parte humana (oficiais e praças) receberia um incentivo muito legal no sentido de amparar operacionalmente aquela OM. E para isso muita gente dentro da MB poderia ser mobilizada e ter oportunidades de engendrar novas carreiras e/ou atividades dentro e fora de suas áreas de atuação.
Uma escola de aviação naval talvez até fosse possível de ser pensada, mesmo que em conjunto com a FAB. Aliás, penso que quando mais o tempo passar e a asa fixa se tornar uma realidade cada vez mais inquestionável na MB, tudo isso concorre para que no futuro a questão da demanda para suportar a formação dos quadros permanentes desta área da marinha irá forçar cedo ou tarde um remodelamento da formação/capacitação de seus servidores. Quem sabe daqui a vinte anos nós tenhamos a oportunidade de ter a aviação não mais como uma opção de oportunidade durante a vida profissional dos marinheiros, mas uma das Armas, Quadros e Serviços de opção já na formação básica seja na Escola Naval, seja nas demais escolas de formação da MB. Um passo e tanto.
Aliás, O antigo CATRE seria uma excelente aposta para sediar a nossa Top Gun tupiniquim.
Como o esquadrão da marinha é uma unidade pequena, ter um caça biplace como padrão torna a parte de treinamento, formação e operacionalidade melhor equilibrada já que com 16 unidades a MB pode prover o VF-1 com até 48 pilotos, o que seria uma injeção de ânimo tremenda nos oficiais que sonham dentro da instituição em pilotar os caças cinzas com o cocar naval. Além disto, com tal demanda por pilotos, a formação poderia migrar para a própria marinha ou ser reajustada com a FAB no sentido de obter mais espaço para os oficiais alunos nas escolas de formação. Com mais vagas para o esquadrão Falcão, a parte humana (oficiais e praças) receberia um incentivo muito legal no sentido de amparar operacionalmente aquela OM. E para isso muita gente dentro da MB poderia ser mobilizada e ter oportunidades de engendrar novas carreiras e/ou atividades dentro e fora de suas áreas de atuação.
Uma escola de aviação naval talvez até fosse possível de ser pensada, mesmo que em conjunto com a FAB. Aliás, penso que quando mais o tempo passar e a asa fixa se tornar uma realidade cada vez mais inquestionável na MB, tudo isso concorre para que no futuro a questão da demanda para suportar a formação dos quadros permanentes desta área da marinha irá forçar cedo ou tarde um remodelamento da formação/capacitação de seus servidores. Quem sabe daqui a vinte anos nós tenhamos a oportunidade de ter a aviação não mais como uma opção de oportunidade durante a vida profissional dos marinheiros, mas uma das Armas, Quadros e Serviços de opção já na formação básica seja na Escola Naval, seja nas demais escolas de formação da MB. Um passo e tanto.
Aliás, O antigo CATRE seria uma excelente aposta para sediar a nossa Top Gun tupiniquim.
Carpe Diem
- Matheus
- Sênior
- Mensagens: 6182
- Registrado em: Qui Abr 28, 2005 4:33 pm
- Agradeceu: 341 vezes
- Agradeceram: 432 vezes
Re: Aviação Naval Brasileira
Concordo que a solução Gripen seria ótima por dar impulso ao programa e uma verdadeira comunalidade e capacidade de combate. No entanto, certa feita li que a MB tem "preferência" por caças que podem ser embarcados, para que seja possível treino de pouso "duro" e enganche. Na vejo nada viável além de um esquadrão de F-18C/D ex kuwait.FCarvalho escreveu: ↑Ter Out 19, 2021 10:20 pm Um adendo. Sendo o Gripen F um avião biplace, e uma vez eleito como vetor exclusivo para a aquisição de 16 unidades, isto proporcionaria ao VF-1 além da total capacidade de operar nos mais amplos TOM sul americano, quiçá fora dele, também facilitar a questão da formação e manutenção das horas de voo dos caçadores navais, já que ao invés de um piloto ele levaria sempre dois.
Como o esquadrão da marinha é uma unidade pequena, ter um caça biplace como padrão torna a parte de treinamento, formação e operacionalidade melhor equilibrada já que com 16 unidades a MB pode prover o VF-1 com até 48 pilotos, o que seria uma injeção de ânimo tremenda nos oficiais que sonham dentro da instituição em pilotar os caças cinzas com o cocar naval. Além disto, com tal demanda por pilotos, a formação poderia migrar para a própria marinha ou ser reajustada com a FAB no sentido de obter mais espaço para os oficiais alunos nas escolas de formação. Com mais vagas para o esquadrão Falcão, a parte humana (oficiais e praças) receberia um incentivo muito legal no sentido de amparar operacionalmente aquela OM. E para isso muita gente dentro da MB poderia ser mobilizada e ter oportunidades de engendrar novas carreiras e/ou atividades dentro e fora de suas áreas de atuação.
Uma escola de aviação naval talvez até fosse possível de ser pensada, mesmo que em conjunto com a FAB. Aliás, penso que quando mais o tempo passar e a asa fixa se tornar uma realidade cada vez mais inquestionável na MB, tudo isso concorre para que no futuro a questão da demanda para suportar a formação dos quadros permanentes desta área da marinha irá forçar cedo ou tarde um remodelamento da formação/capacitação de seus servidores. Quem sabe daqui a vinte anos nós tenhamos a oportunidade de ter a aviação não mais como uma opção de oportunidade durante a vida profissional dos marinheiros, mas uma das Armas, Quadros e Serviços de opção já na formação básica seja na Escola Naval, seja nas demais escolas de formação da MB. Um passo e tanto.
Aliás, O antigo CATRE seria uma excelente aposta para sediar a nossa Top Gun tupiniquim.
- J.Ricardo
- Sênior
- Mensagens: 7570
- Registrado em: Qui Jan 13, 2005 1:44 pm
- Agradeceu: 2517 vezes
- Agradeceram: 1016 vezes
Re: Aviação Naval Brasileira
Se a MB estivesse preocupada com padronização com as outras forças, ela teria acompanhado o exército e comprado o veículo blindado da Iveco e não o JLTV.
Se for pra comprar um avião que não opere em porta aviões, melhor comprar logo um SU-34, mas descendo a nossa falta de verbas, compra um M-346 FA e espera pra ver o caminho que vão tomar...
Se for pra comprar um avião que não opere em porta aviões, melhor comprar logo um SU-34, mas descendo a nossa falta de verbas, compra um M-346 FA e espera pra ver o caminho que vão tomar...
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
- FCarvalho
- Sênior
- Mensagens: 37870
- Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
- Localização: Manaus
- Agradeceu: 5702 vezes
- Agradeceram: 3255 vezes
Re: Aviação Naval Brasileira
Atualmente a única forma que os caçadores navais do VF-1 tem de praticar pouso e decolagem de Nae é quando vão aos USA e operam em algum dos Nae da US Navy, e mesmo assim, salvo erro, eles operam apenas nos T-45 GostHawk, nunca um F-18 ou coisa parecida. Eles nem tem condições para isso a não ser de "saco".Matheus escreveu: ↑Qua Out 20, 2021 6:40 am Concordo que a solução Gripen seria ótima por dar impulso ao programa e uma verdadeira comunalidade e capacidade de combate. No entanto, certa feita li que a MB tem "preferência" por caças que podem ser embarcados, para que seja possível treino de pouso "duro" e enganche. Na vejo nada viável além de um esquadrão de F-18C/D ex kuwait.
Estas visitas tem como único e exclusivo motivo não deixar que percam a habilitação de operação embarcada. E é só por isso que eles vão lá. Mas nada.
E como disse, mesmo que a MB tenha a intenção de possuir um Nae, este vetor é impensável nos próximos vinte anos, pelo menos. Não há como simplesmente argumentar em seu favor tendo em vista os motivos que elenquei antes. E o almirantado sabe disso. Só não contam para ninguém.
Quanto aos F-18 do Kuwait, bem, são realmente uma opção tentadora, mas são caças com muitas horas de voo e com mais de vinte anos de uso, dado que chegaram logo após a guerra do golfo 1. Então, a meu ver seria como trocar seis por meia dúzia.
A única diferença efetiva é que quando os Nae da US Navy aparecessem por aqui, teríamos em tese como pedir carona para operar embarcado neles enquanto estivessem por aqui. E isso acontece uma ou duas vezes no ano, o que dispensaria as idas ao USA para manter a habilitação dos pilotos. Ademais, estes caças teriam que passar por uma revisão geral antes de serem incorporados, e só nisso aí, com certeza você perde algumas unidades para o tempo de uso e os esforços de voo, manutenções mal feitas, ou não feitas, etc. Nem em sonho a MB teria condições de operar 38 unidades. Com muita sorte apenas 12 a 16, e o resto viraria spar parts.
Não é algo muito animador.
Carpe Diem
- FCarvalho
- Sênior
- Mensagens: 37870
- Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
- Localização: Manaus
- Agradeceu: 5702 vezes
- Agradeceram: 3255 vezes
Re: Aviação Naval Brasileira
É como eu costumo dizer, a falta que faz um MD com culhões.J.Ricardo escreveu: ↑Qua Out 20, 2021 9:37 am Se a MB estivesse preocupada com padronização com as outras forças, ela teria acompanhado o exército e comprado o veículo blindado da Iveco e não o JLTV.
Se for pra comprar um avião que não opere em porta aviões, melhor comprar logo um SU-34, mas descendo a nossa falta de verbas, compra um M-346 FA e espera pra ver o caminho que vão tomar...
Carpe Diem
- Matheus
- Sênior
- Mensagens: 6182
- Registrado em: Qui Abr 28, 2005 4:33 pm
- Agradeceu: 341 vezes
- Agradeceram: 432 vezes
Re: Aviação Naval Brasileira
Segundo já li, o VF-1 realiza treinamento em solo com características utilizadas em Nae, como pouso duro, gancho de parada, sistema ótico, etc. Aí vai da questão doutrinária. Se a ideia da MB é ter caças embarcados, o Gripen não ajuda muito nesse quesito. Se a ideia da MB é abandonar a aviação embarcada, aí faz sentido.FCarvalho escreveu: ↑Qua Out 20, 2021 2:13 pmAtualmente a única forma que os caçadores navais do VF-1 tem de praticar pouso e decolagem de Nae é quando vão aos USA e operam em algum dos Nae da US Navy, e mesmo assim, salvo erro, eles operam apenas nos T-45 GostHawk, nunca um F-18 ou coisa parecida. Eles nem tem condições para isso a não ser de "saco".Matheus escreveu: ↑Qua Out 20, 2021 6:40 am Concordo que a solução Gripen seria ótima por dar impulso ao programa e uma verdadeira comunalidade e capacidade de combate. No entanto, certa feita li que a MB tem "preferência" por caças que podem ser embarcados, para que seja possível treino de pouso "duro" e enganche. Na vejo nada viável além de um esquadrão de F-18C/D ex kuwait.
Estas visitas tem como único e exclusivo motivo não deixar que percam a habilitação de operação embarcada. E é só por isso que eles vão lá. Mas nada.
E como disse, mesmo que a MB tenha a intenção de possuir um Nae, este vetor é impensável nos próximos vinte anos, pelo menos. Não há como simplesmente argumentar em seu favor tendo em vista os motivos que elenquei antes. E o almirantado sabe disso. Só não contam para ninguém.
Quanto aos F-18 do Kuwait, bem, são realmente uma opção tentadora, mas são caças com muitas horas de voo e com mais de vinte anos de uso, dado que chegaram logo após a guerra do golfo 1. Então, a meu ver seria como trocar seis por meia dúzia.
A única diferença efetiva é que quando os Nae da US Navy aparecessem por aqui, teríamos em tese como pedir carona para operar embarcado neles enquanto estivessem por aqui. E isso acontece uma ou duas vezes no ano, o que dispensaria as idas ao USA para manter a habilitação dos pilotos. Ademais, estes caças teriam que passar por uma revisão geral antes de serem incorporados, e só nisso aí, com certeza você perde algumas unidades para o tempo de uso e os esforços de voo, manutenções mal feitas, ou não feitas, etc. Nem em sonho a MB teria condições de operar 38 unidades. Com muita sorte apenas 12 a 16, e o resto viraria spar parts.
Não é algo muito animador.
- FCarvalho
- Sênior
- Mensagens: 37870
- Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
- Localização: Manaus
- Agradeceu: 5702 vezes
- Agradeceram: 3255 vezes
Re: Aviação Naval Brasileira
Sim, eu sei. A pista da Macega tem toda a aparelhagem para simular pouso a bordo de Nae, isto dá alguma expertise aos pilotos e mantém eles com certa aptidão para os meandros deste tipo de operação. Mas é tudo muito limitado, e até por isso eles tem de ir de tempos em tempos aos USA para garantir a habilitação, operando a partir dos Nae norte americanos. Sem isso praticamente o VF-1 se torna uma unidade sem qualquer capacidade aeronaval. E esta, até ordem em contrário, é a diretiva básica da existência desta OM pela marinha.Matheus escreveu: ↑Qui Out 21, 2021 10:50 am Segundo já li, o VF-1 realiza treinamento em solo com características utilizadas em Nae, como pouso duro, gancho de parada, sistema ótico, etc. Aí vai da questão doutrinária. Se a ideia da MB é ter caças embarcados, o Gripen não ajuda muito nesse quesito. Se a ideia da MB é abandonar a aviação embarcada, aí faz sentido.
No caso do Gripen, há muito tempo atrás um ex-piloto do VF-1 voo o modelo na Suécia para a Revista Força Aérea e pelo que ele falou na matéria depois publicada na mesma é que o caça tem todas as qualidades de um caça naval, só não o é na prática por questões de mercado. A adaptação dele para operações embarcadas passaria basicamente por novos trens de pouco, gancho de parada e reforço estrutural onde necessário. Mas não apareceu até hoje ninguém interessado em pagar para ver.
Neste aspecto, por mais que o Gripen E/F não seja um caça naval puro, ele é o mais próximo de algo assim que a MB poderia obter em termos de modelos zero km, com apoio interno.
Já a questão da MB deixar de operar Nae, tem que ser discutida para além dos muros do almirantado brasileiro. Se ficar só no intra-muros, vamos passar à eternidade a espera de um, sem sequer ter cacife para arrumar escoltas decentes.
E é esta parte do PEM 2040 que ferra com a ideia de uma esquadra baseada em Nae. É só olhar os cronogramas dos vários projetos que a MB tenta manter, e pode-se ver que é praticamente impossível pensar em um Nae antes de 2050. Mas claro, a MB não fala nada que é para não terminar de enterrar a ideia de ter um novo Nae algum dia.
De qualquer forma, mesmo operando apenas de terra o VF-1 pode muito bem cumprir todas a missões de suporte aéreo naval que a esquadra precisa, desde que dentro do nosso TOM na América do Sul. Se formos para além disso, no caso da costa ocidental africana e/ou mar do caribe, ou mesmo a costa oeste da AS, como agora consta no PEM, aí o buraco é mais embaixo.
Então, temos que tomar uma decisão coletiva (o sentido social, político, militar e estratégico) até 2040: precisamos ou não de um Nae na Marinha do Brasil? Se sim ou não, por quê e para quê? O resto é consequência.
Carpe Diem
- FCarvalho
- Sênior
- Mensagens: 37870
- Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
- Localização: Manaus
- Agradeceu: 5702 vezes
- Agradeceram: 3255 vezes
Re: Aviação Naval Brasileira
Hã, apenas reforçando uma opinião pessoal que hoje tenho sobre o futuro da aviação naval; nós temos tantos problemas e lacunas a serem cobertas no curto e médio prazo que não há como pensar sequer em construir Nae sem que ao menos os problemas atuais sejam resolvidos a contento.
Neste sentido, temos dois programas não resolvidos já fazem mais de 5 anos, no mínimo, e que é a substituição dos Esquilo e dos Bell Jet Ranger, algo que poderia ter sido feito há tempos se houvesse um pouco mais de vontade e celeridade, mas acabou perdendo-se no tempo e para outras prioridades elencadas pela própria MB.
Falta-nos mais SH-16 para o HS-1, assim como um substituto para depois de 2030 aos 8 AH-11 Super Linx modernizados, e também para equipar as Fragatas Tamandaré, O mesmo ocorre com os UH-15/15A que são em número insuficiente para o apoio ao CFN e demais organizações da marinha.
Temos a questão da vigilância da ZEE via SISGAAZ, que indica o uso de drones, satélites, e outros meios aéreos necessários. Há a questão dos aviões de patrulha, que penso, cedo ou tarde irá voltar à aviação naval, talvez com a aposentadoria dos P-3AM da FAB. Precisaremos de um avião de transporte e emprego geral médio e/ou grande para diversas funções de apoio a esquadra, ao CFN e as OM espalhadas pelo país ao longo do litoral e interior. Acredito que um avião SAR na aviação naval também é uma necessidade, e já temos algumas opções nacionais a serem pensadas. Há a questão do treinamento e formação, as escolas, enfim, uma miríade de coisas que temos de fazer para deixar a aviação naval da marinha à altura dos desafios que se lhe impõe, que pensar em Nae é realmente uma quimera nos planos estratégicos da MB.
Se conseguirmos fazer tudo isso que descrevi, e ainda conseguirmos verbas, interesse e compromisso de quem por obrigação, duvido que alcancemos bom termo antes de 2050.
Por mais que os almirantes sonhem com uma esquadra de porte, e capaz de, sobretudo, suscitar a dissuasão necessária em nosso entorno estratégico, tanto para a vizinhança como para eventuais incursos externas, dificilmente iremos alcançar os objetivos de tal monta. Pelo simples fato de que não temos aqui os motivos, as razões, e nem a "necessidade" para realizá-los de forma célere e responsável.
E é isso. Com alguma sorte nós chegaremos ao final da primeira metade deste século com talvez 10 a 12 navios de escolta na esquadra, mais alguns NaPaOc, que a marinha considera como se fossem navios de guerra, e ficamos por aí. Nada demais para uma marinha que sonha alto voos de galinha.
Neste sentido, temos dois programas não resolvidos já fazem mais de 5 anos, no mínimo, e que é a substituição dos Esquilo e dos Bell Jet Ranger, algo que poderia ter sido feito há tempos se houvesse um pouco mais de vontade e celeridade, mas acabou perdendo-se no tempo e para outras prioridades elencadas pela própria MB.
Falta-nos mais SH-16 para o HS-1, assim como um substituto para depois de 2030 aos 8 AH-11 Super Linx modernizados, e também para equipar as Fragatas Tamandaré, O mesmo ocorre com os UH-15/15A que são em número insuficiente para o apoio ao CFN e demais organizações da marinha.
Temos a questão da vigilância da ZEE via SISGAAZ, que indica o uso de drones, satélites, e outros meios aéreos necessários. Há a questão dos aviões de patrulha, que penso, cedo ou tarde irá voltar à aviação naval, talvez com a aposentadoria dos P-3AM da FAB. Precisaremos de um avião de transporte e emprego geral médio e/ou grande para diversas funções de apoio a esquadra, ao CFN e as OM espalhadas pelo país ao longo do litoral e interior. Acredito que um avião SAR na aviação naval também é uma necessidade, e já temos algumas opções nacionais a serem pensadas. Há a questão do treinamento e formação, as escolas, enfim, uma miríade de coisas que temos de fazer para deixar a aviação naval da marinha à altura dos desafios que se lhe impõe, que pensar em Nae é realmente uma quimera nos planos estratégicos da MB.
Se conseguirmos fazer tudo isso que descrevi, e ainda conseguirmos verbas, interesse e compromisso de quem por obrigação, duvido que alcancemos bom termo antes de 2050.
Por mais que os almirantes sonhem com uma esquadra de porte, e capaz de, sobretudo, suscitar a dissuasão necessária em nosso entorno estratégico, tanto para a vizinhança como para eventuais incursos externas, dificilmente iremos alcançar os objetivos de tal monta. Pelo simples fato de que não temos aqui os motivos, as razões, e nem a "necessidade" para realizá-los de forma célere e responsável.
E é isso. Com alguma sorte nós chegaremos ao final da primeira metade deste século com talvez 10 a 12 navios de escolta na esquadra, mais alguns NaPaOc, que a marinha considera como se fossem navios de guerra, e ficamos por aí. Nada demais para uma marinha que sonha alto voos de galinha.
Carpe Diem
- knigh7
- Sênior
- Mensagens: 18710
- Registrado em: Ter Nov 06, 2007 12:54 am
- Localização: S J do Rio Preto-SP
- Agradeceu: 1952 vezes
- Agradeceram: 2474 vezes
- FCarvalho
- Sênior
- Mensagens: 37870
- Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
- Localização: Manaus
- Agradeceu: 5702 vezes
- Agradeceram: 3255 vezes
Re: Aviação Naval Brasileira
A confirmar se os próximos 4 e últimos também serão AH-15B. Tudo indica que sim.
Carpe Diem
- arcanjo
- Sênior
- Mensagens: 1923
- Registrado em: Seg Dez 12, 2011 4:35 pm
- Localização: Santo André, SP
- Agradeceu: 381 vezes
- Agradeceram: 830 vezes
- Contato:
Re: Aviação Naval Brasileira
Helibras entrega o terceiro EC135 à Marinha do Brasil
https://www.defesabrasilnoticias.com/20 ... ec135.html
abs.
arcanjo
https://www.defesabrasilnoticias.com/20 ... ec135.html
abs.
arcanjo
- henriquejr
- Sênior
- Mensagens: 5445
- Registrado em: Qui Mai 25, 2006 11:29 am
- Localização: Natal/RN
- Agradeceu: 383 vezes
- Agradeceram: 431 vezes
Re: Aviação Naval Brasileira
Sobre a questão da MB adquirir um substituto para o AF-1, só acho que se não for uma plataforma com capacidade de operar embarcado, ainda que seja utilizado por quase toda a sua vida útil para manter a doutrina, não faz sentido a MB ser uma segunda Força Aérea no Brasil. Melhor deixar os caças de lado e dedicar a aviação naval para apoio a esquadra (helicópteros, aviões de transporte, patrulha marítima, etc...) e ao CFN, com helicópteros de reconhecimento e ataque, que podem ser operados nos atuais meios da MB.
.
- FCarvalho
- Sênior
- Mensagens: 37870
- Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
- Localização: Manaus
- Agradeceu: 5702 vezes
- Agradeceram: 3255 vezes
Re: Aviação Naval Brasileira
A missão da aviação naval é primariamente apoiar a esquadra e, de acordo com os seus meios, dar-lhe cobertura e ampliar seu raio de ação. Isto posto, é mister afirmar que não se pode confundir o que é missão primária da aviação naval com o que é missão primária da força aérea. São complementares, mas uma não substitui a outra de forma nenhuma.henriquejr escreveu: ↑Dom Dez 19, 2021 10:39 pm Sobre a questão da MB adquirir um substituto para o AF-1, só acho que se não for uma plataforma com capacidade de operar embarcado, ainda que seja utilizado por quase toda a sua vida útil para manter a doutrina, não faz sentido a MB ser uma segunda Força Aérea no Brasil. Melhor deixar os caças de lado e dedicar a aviação naval para apoio a esquadra (helicópteros, aviões de transporte, patrulha marítima, etc...) e ao CFN, com helicópteros de reconhecimento e ataque, que podem ser operados nos atuais meios da MB.
Portanto, o que a MB ainda busca no longo prazo (2040) é a possibilidade de voltar a operar Nae próprios de acordo com o contexto geopolítico, estratégico e econômico do país. Mas esta é uma decisão que precisa de foco no longo prazo, algo que por aqui é inviável diante da nossa tradicional miopia em relação a qualquer coisa que vá além das próximas eleições, ou de assuntos estúpidos e irrelevantes pelos quais estamos diariamente cercados.
O VF-1 será mantido até que haja uma ordem superior ao almirantado que diga: asa fixa na MB acabou. Ponto. Cumpra-se a ordem. Mas quem vai fazer isso fora da MB? Ninguém que eu saiba até hoje. Ou em havendo decisão do próprio almirantado que, mudando todos os padrões doutrinários até agora assumidos e a visão estratégica da MB, decidam que caças na MB são um anacronismo, e portanto, desnecessários. Desconheço qualquer pensamento, teórico ou prático, dentro da instituição Marinha do Brasil que corrobore este tipo de iniciativa. Então, o VF-1 e seus vetustos A-4 seguem aí até decisão em contrário, ou que um substituto seja encontrado. No caso, temos um candidato natural, o Gripen E/F.
É sempre bom lembrar que a existência de vetores de asa fixa na aviação naval, mesmo caças, não concorre com a força aérea, visto que ambas desempenham missões totalmente diferentes, e cada uma tem suas próprias postulações doutrinárias e operacionais. Se parecem, mas não são iguais.
E sim, a MB está em busca de conseguir todos os (melhores) meios de asa rotativa e fixa para aquinhoar seus esquadrões atuais, e futuros. O problema como sempre é que as demandas são muito maiores do que a nossa vontade de dar conta delas. Ou seja, falta verba até para o mais simples desde sempre, imagines conseguir abrir a carteira para outras que bem mais importantes.
Carpe Diem
- henriquejr
- Sênior
- Mensagens: 5445
- Registrado em: Qui Mai 25, 2006 11:29 am
- Localização: Natal/RN
- Agradeceu: 383 vezes
- Agradeceram: 431 vezes
Re: Aviação Naval Brasileira
Em nenhum momento eu disse que a aviação de caça naval concorre com a aviação de caça da Força Aérea. O que eu disse é que não faz sentido a MB operar caças sem capacidade de serem operados embarcados, mesmo que MB não venha dispor desse meio, mas que seja possível pelo menos manter a doutrina (a exemplo a Armada Argentina, com os SUE). Não tem como manter isso operando caças projetados para operarem em terra. Como estes caças iriam prover a tão necessária cobertura aérea a Esquadra, tendo que operar em terra? Mudaremos a missão da nossa esquadra para atuar apenas na plataforma continental do Brasil, onde, teoricamente, seria possível esse apoio aéreo de caças operados em terra? A MB perderia a sua vocação de projeção de poder para justificar uma Aviação Naval baseada em terra?FCarvalho escreveu: ↑Qua Dez 22, 2021 8:38 pmA missão da aviação naval é primariamente apoiar a esquadra e, de acordo com os seus meios, dar-lhe cobertura e ampliar seu raio de ação. Isto posto, é mister afirmar que não se pode confundir o que é missão primária da aviação naval com o que é missão primária da força aérea. São complementares, mas uma não substitui a outra de forma nenhuma.henriquejr escreveu: ↑Dom Dez 19, 2021 10:39 pm Sobre a questão da MB adquirir um substituto para o AF-1, só acho que se não for uma plataforma com capacidade de operar embarcado, ainda que seja utilizado por quase toda a sua vida útil para manter a doutrina, não faz sentido a MB ser uma segunda Força Aérea no Brasil. Melhor deixar os caças de lado e dedicar a aviação naval para apoio a esquadra (helicópteros, aviões de transporte, patrulha marítima, etc...) e ao CFN, com helicópteros de reconhecimento e ataque, que podem ser operados nos atuais meios da MB.
Portanto, o que a MB ainda busca no longo prazo (2040) é a possibilidade de voltar a operar Nae próprios de acordo com o contexto geopolítico, estratégico e econômico do país. Mas esta é uma decisão que precisa de foco no longo prazo, algo que por aqui é inviável diante da nossa tradicional miopia em relação a qualquer coisa que vá além das próximas eleições, ou de assuntos estúpidos e irrelevantes pelos quais estamos diariamente cercados.
O VF-1 será mantido até que haja uma ordem superior ao almirantado que diga: asa fixa na MB acabou. Ponto. Cumpra-se a ordem. Mas quem vai fazer isso fora da MB? Ninguém que eu saiba até hoje. Ou em havendo decisão do próprio almirantado que, mudando todos os padrões doutrinários até agora assumidos e a visão estratégica da MB, decidam que caças na MB são um anacronismo, e portanto, desnecessários. Desconheço qualquer pensamento, teórico ou prático, dentro da instituição Marinha do Brasil que corrobore este tipo de iniciativa. Então, o VF-1 e seus vetustos A-4 seguem aí até decisão em contrário, ou que um substituto seja encontrado. No caso, temos um candidato natural, o Gripen E/F.
É sempre bom lembrar que a existência de vetores de asa fixa na aviação naval, mesmo caças, não concorre com a força aérea, visto que ambas desempenham missões totalmente diferentes, e cada uma tem suas próprias postulações doutrinárias e operacionais. Se parecem, mas não são iguais.
E sim, a MB está em busca de conseguir todos os (melhores) meios de asa rotativa e fixa para aquinhoar seus esquadrões atuais, e futuros. O problema como sempre é que as demandas são muito maiores do que a nossa vontade de dar conta delas. Ou seja, falta verba até para o mais simples desde sempre, imagines conseguir abrir a carteira para outras que bem mais importantes.
Sei que essa é uma decisão e almirantado, e eu acredito que eles tem quebrado muito a cabeça com essa questão.
Se o que se quer é uma aviação naval com capacidade para dar cobertura aérea à Esquadra, então ela tem que acompanhá-la!
.
- knigh7
- Sênior
- Mensagens: 18710
- Registrado em: Ter Nov 06, 2007 12:54 am
- Localização: S J do Rio Preto-SP
- Agradeceu: 1952 vezes
- Agradeceram: 2474 vezes
Re: Aviação Naval Brasileira
O Tenente Brigadeiro Taveira, chefe do então COMGAR, que era na época o responsável por delinear o Programa de Fortalecimento do Espaço Aéreo Brasileiro, vulgo plano Fênix. em entrevista a Revista Força Aérea em 1.997 disse que a atividade da FAB é dar cobertura aérea à esquadra dentro dos limites das aeronaves.
Com o Gripen+KC 390, seria muito maior.
Obs: sabem que dos 5 submarinos que temos 2 estão na reserva? Que o Orçamento do SisGAAz para 2022 é de R$ 2,6 milhões? Sabem que estamos carentes de escoltas (mesmo com as 4), de Navios Patrulha, de Navios Oceanográficos, de navios-tanque (navio de apoio logístico), de navios caça-minas etc, etc, etc...
Mas se quiserem insistir no debate da MB ter caças tendo as restrições orçamentárias que frequentemente tem, boa sorte.
Com o Gripen+KC 390, seria muito maior.
Obs: sabem que dos 5 submarinos que temos 2 estão na reserva? Que o Orçamento do SisGAAz para 2022 é de R$ 2,6 milhões? Sabem que estamos carentes de escoltas (mesmo com as 4), de Navios Patrulha, de Navios Oceanográficos, de navios-tanque (navio de apoio logístico), de navios caça-minas etc, etc, etc...
Mas se quiserem insistir no debate da MB ter caças tendo as restrições orçamentárias que frequentemente tem, boa sorte.
Editado pela última vez por knigh7 em Qui Dez 30, 2021 9:31 am, em um total de 1 vez.