Programa de Reaparelhamento da Marinha
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
O nosso problema é ter muitos planos nas forças armadas e nenhum no congresso no campo da Defesa.
Enquanto os planos forem "militares" e não políticos (de Estado), vamos continuar nesta pendenga eterna de falta de recursos até para o básico. Não vamos a lugar nenhum.
A patrulha naval sequer tem a prioridade que merece na MB, visto a enorme "precaução" que se tem com esta área em relação aos investimentos na esquadra.
Enfim, não fazemos o básico, não temos recursos para o necessário, e muito menos para o que seria suficiente segundo os próprios militares.
Difícil.
Enquanto os planos forem "militares" e não políticos (de Estado), vamos continuar nesta pendenga eterna de falta de recursos até para o básico. Não vamos a lugar nenhum.
A patrulha naval sequer tem a prioridade que merece na MB, visto a enorme "precaução" que se tem com esta área em relação aos investimentos na esquadra.
Enfim, não fazemos o básico, não temos recursos para o necessário, e muito menos para o que seria suficiente segundo os próprios militares.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
O problema não está nas FFAA, mas está na própria discussão sobre Defesa no Brasil.
Uma das publicações especializadas vive pedindo um porta-aviões para a MB. Eles julgam como "patriótico" ficar pedindo equipamentos mesmo fora da realidade orçamentária.
Existe outro grupo de discussão que é oposto: tudo é uma desgraceira, nada dá certo, é tudo corrupção e não veem nada de bom que acontece. Ocorre até em fóruns.
As discussões nesse andar sobem para a política. As revistas são distribuídas gratuitamente na CRE, CREDN, Ministério da Defesa, unidades militares. E também repercutem nessas comissões as notícias dos sites. Há muitos anos atrás eu descobri a existência do Defesanet assistindo a TV Câmara...
O PAEMB (de 2009) não partiu de quem estava na Esquadra. Partiu de Brasília...
Desde a primeira edição da END há mais de 10 anos pede-se que o orçamento militar seja de 2% do PIB. Entretanto as vinculações orçamentárias ocorreram até julho de 2020 e nada foi para Defesa.
Não adianta ficar pedindo se o brasileiro tem outras prioridades. Se perguntar para qualquer um se deve aumentar o orçamento militar, certamente vai dizer que sim. Mas se colocar sob a ótica de prioridade, vai ficar para trás dos gastos sociais, infraestrutura, enfim quase tudo.
Então não adianta eu pensar no gasto de Defesa de 2% do PIB.
Nosso orçamento não dá margens para erros. A maior ajuda na discussão sobre Defesa no Brasil é a cautela para não deixar para as FFAA abacaxis.
Uma das publicações especializadas vive pedindo um porta-aviões para a MB. Eles julgam como "patriótico" ficar pedindo equipamentos mesmo fora da realidade orçamentária.
Existe outro grupo de discussão que é oposto: tudo é uma desgraceira, nada dá certo, é tudo corrupção e não veem nada de bom que acontece. Ocorre até em fóruns.
As discussões nesse andar sobem para a política. As revistas são distribuídas gratuitamente na CRE, CREDN, Ministério da Defesa, unidades militares. E também repercutem nessas comissões as notícias dos sites. Há muitos anos atrás eu descobri a existência do Defesanet assistindo a TV Câmara...
O PAEMB (de 2009) não partiu de quem estava na Esquadra. Partiu de Brasília...
Desde a primeira edição da END há mais de 10 anos pede-se que o orçamento militar seja de 2% do PIB. Entretanto as vinculações orçamentárias ocorreram até julho de 2020 e nada foi para Defesa.
Não adianta ficar pedindo se o brasileiro tem outras prioridades. Se perguntar para qualquer um se deve aumentar o orçamento militar, certamente vai dizer que sim. Mas se colocar sob a ótica de prioridade, vai ficar para trás dos gastos sociais, infraestrutura, enfim quase tudo.
Então não adianta eu pensar no gasto de Defesa de 2% do PIB.
Nosso orçamento não dá margens para erros. A maior ajuda na discussão sobre Defesa no Brasil é a cautela para não deixar para as FFAA abacaxis.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Infelizmente há pouco ou nenhuma repercussão no congresso sobre os assuntos que realmente interessam à Defesa no Brasil. Via de regra os caras lá estão mais preocupados com o interesse dos milicos na política do que nas suas missões primárias.
Se tivéssemos realmente políticos que pelo menos se interessassem de verdade pelo tema, vá lá, talvez a coisa fosse levada de forma diferente, mas o melhor exemplo de que isso não funciona e não existe está na tal bancada da defesa, que até hoje nunca vi fazer absolutamente nada de efetivo pela área.
Venhamos e convenhamos, os militares continuam sendo visto apenas como uma mera forma de anteparo entre o populacho e os donos do poder. Um reflexo a nível federal do que se faz nos estados com as PM e PC.
A mentalidade não muda tão cedo.
Os caras são tão burros e patéticos que não conseguem entender que se houvesse recursos para todos os projetos que temos na defesa, e os que ainda deveríamos ter, não haveria tempo e nem espaço para os milicos ficarem dando pitaco na vida política do país e muito menos se imiscuindo em áreas deste ou de qualquer outro governo. Mas não, preferem deixar o pessoal na merda a troco de desculpas esfarrapadas de prioridades disso e daquilo, que nunca foram de fato, e abrir brechas para os generais ficarem olhando de lado para o mundo político.
Enfim, o PAEMB pode até ter sido originado no mundo político, mas quem assinou embaixo foi a MB. Afinal, quem entende de poder naval é a MB, e quem orientou os trabalhos de execução do plano foi a MB. Deputado e senador só fez colocar a assinatura ali achando que estava dando aquela puxada de saco nos militares e com isso arrumando favores ou supostas "dívidas" a si com eles. Se ferraram legal. Porque "esqueceram" do principal... $$$
Enfim, o debate sobre defesa no Brasil é menos meritório do que simples tergiversação de quem não tem nada a dizer, e menos ainda a colaborar. Em matéria de política nacional, ainda estamos ano-luz de levar o assunto realmente a sério. De todas as partes. Inclusive a militar, que parece eternamente mais preocupada com o que não lhe diz respeito do que com suas missões primárias.
Se tivéssemos realmente políticos que pelo menos se interessassem de verdade pelo tema, vá lá, talvez a coisa fosse levada de forma diferente, mas o melhor exemplo de que isso não funciona e não existe está na tal bancada da defesa, que até hoje nunca vi fazer absolutamente nada de efetivo pela área.
Venhamos e convenhamos, os militares continuam sendo visto apenas como uma mera forma de anteparo entre o populacho e os donos do poder. Um reflexo a nível federal do que se faz nos estados com as PM e PC.
A mentalidade não muda tão cedo.
Os caras são tão burros e patéticos que não conseguem entender que se houvesse recursos para todos os projetos que temos na defesa, e os que ainda deveríamos ter, não haveria tempo e nem espaço para os milicos ficarem dando pitaco na vida política do país e muito menos se imiscuindo em áreas deste ou de qualquer outro governo. Mas não, preferem deixar o pessoal na merda a troco de desculpas esfarrapadas de prioridades disso e daquilo, que nunca foram de fato, e abrir brechas para os generais ficarem olhando de lado para o mundo político.
Enfim, o PAEMB pode até ter sido originado no mundo político, mas quem assinou embaixo foi a MB. Afinal, quem entende de poder naval é a MB, e quem orientou os trabalhos de execução do plano foi a MB. Deputado e senador só fez colocar a assinatura ali achando que estava dando aquela puxada de saco nos militares e com isso arrumando favores ou supostas "dívidas" a si com eles. Se ferraram legal. Porque "esqueceram" do principal... $$$
Enfim, o debate sobre defesa no Brasil é menos meritório do que simples tergiversação de quem não tem nada a dizer, e menos ainda a colaborar. Em matéria de política nacional, ainda estamos ano-luz de levar o assunto realmente a sério. De todas as partes. Inclusive a militar, que parece eternamente mais preocupada com o que não lhe diz respeito do que com suas missões primárias.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Existe outro lado na questão. O que aceitariam destinação para o MD de 2% do PIB desde que fosse destinado exclusivamente para reaparelhamento das FA e com exigência de readequação de todo o processo administrativo (inclua aí desde setores financeiros e recursos humanos).
Ao bater na tecla de aumento de recursos, devido a falta dos mesmos, inevitavelmente caímos no velho paradigma do montante gasto com pessoal.
Sei da importância em manter um contingente a altura do tamanho do nosso país, mas com a vinda da tecnologia, é possível fazer muito mais com menos.
Se querem aumentar, concordo, desde que o orçamento seja segmentado, ou seja, separado o que é para custeio de pessoal e o que é para compra e manutenção de equipamentos. E esto o aumento deve vir associado com a constitucionalização desta separação.
- FCarvalho
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Esse é o nosso calcanhar de Aquiles, pois os militares não querem e não aceitam esta separação. E tudo o que foi proposto até hoje para tentar gerenciar esta situação foi devidamente defenestrado antes mesmo de ser negociado.
Não existe vontade na esfera política de resolver o problema, e menos ainda na econômica e administrativa.
Não existe força no MD para impor uma solução e menos ainda no Congresso e Palácio do Planalto.
Sendo assim, ficamos como estamos. Estagnados e insolventes ano a ano.
Não existe vontade na esfera política de resolver o problema, e menos ainda na econômica e administrativa.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
A referida emenda constitucional teve um ponto extremamente positivo para a União, estados e municípios que foi a proibição da criação de novos fundos públicos que dependem do orçamento.MMerlin escreveu: ↑Seg Ago 16, 2021 9:24 amExiste outro lado na questão. O que aceitariam destinação para o MD de 2% do PIB desde que fosse destinado exclusivamente para reaparelhamento das FA e com exigência de readequação de todo o processo administrativo (inclua aí desde setores financeiros e recursos humanos).
Ao bater na tecla de aumento de recursos, devido a falta dos mesmos, inevitavelmente caímos no velho paradigma do montante gasto com pessoal.
Sei da importância em manter um contingente a altura do tamanho do nosso país, mas com a vinda da tecnologia, é possível fazer muito mais com menos.
Se querem aumentar, concordo, desde que o orçamento seja segmentado, ou seja, separado o que é para custeio de pessoal e o que é para compra e manutenção de equipamentos. E esto o aumento deve vir associado com a constitucionalização desta separação.
Não haverá mais vinculação.
Apenas a União tem 47 fundos públicos. E muitos redundantes. O Legislativo nos 3 níveis usavam como instrumento de demagogia.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
O Poder Executivo nos 3 níveis usam as FFAA como posto Ipiranga. Vivemos numa democracia: tente convencer o povo que as FFAA devam deixar de ser um "faz tudo". Não haveria um orçamento vinculado em separado mesmo se a EC 109 não tivesse surgido.FCarvalho escreveu: ↑Ter Ago 17, 2021 12:12 pm Esse é o nosso calcanhar de Aquiles, pois os militares não querem e não aceitam esta separação. E tudo o que foi proposto até hoje para tentar gerenciar esta situação foi devidamente defenestrado antes mesmo de ser negociado.
Não existe vontade na esfera política de resolver o problema, e menos ainda na econômica e administrativa.
Não existe força no MD para impor uma solução e menos ainda no Congresso e Palácio do Planalto.
Sendo assim, ficamos como estamos. Estagnados e insolventes ano a ano.
Não adianta reclamar de algo cuja maioria não dá prioridade. Democracia, Democracia, Democracia, Democracia, Democracia, Democracia...
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
O efetivo das Forças Armadas em tempos de paz tem um teto legal estabelecido em leis. E pode ser alterado. Houve 2 Projetos de Lei emanados da Casa Civil em 2009 para o aumento do teto na Marinha e Força Aérea que se transformaram em leis em 2010.MMerlin escreveu: ↑Seg Ago 16, 2021 9:24 amExiste outro lado na questão. O que aceitariam destinação para o MD de 2% do PIB desde que fosse destinado exclusivamente para reaparelhamento das FA e com exigência de readequação de todo o processo administrativo (inclua aí desde setores financeiros e recursos humanos).
Dentro deste teto o Executivo anualmente decreta o número de cargos de praças e oficiais que podem ser preenchidos.
A redução de efetivo da MB que está sendo executado, por exemplo, apenas fará voltar ao nível pré-2010. Já a redução da FAB ficará menor que o teto de 2009. Irão reduzir 40% do total que tinham em 2015. Aliás, já estão com 62 mil. Falta apenas chegar aos 54 mil para atingir o objetivo.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Navio-Patrulha Maracanã quase pronto
https://www.naval.com.br/blog/2021/05/0 ... se-pronto/
E até fins de 2024 (inicio de 2025) o NPa Mangaratiba estará pronto, portanto, enfim, teremos os 4 Navio Patrulha 500 ton Classe Macaé.
É provável que MB aloque Maracanã no 4º DN(ou o Mangaratiba). Os chinas gafanhotos estão dando uma dor de cabeça danada na nossa ZEE no Norte.
https://www.naval.com.br/blog/2021/05/0 ... se-pronto/
E até fins de 2024 (inicio de 2025) o NPa Mangaratiba estará pronto, portanto, enfim, teremos os 4 Navio Patrulha 500 ton Classe Macaé.
É provável que MB aloque Maracanã no 4º DN(ou o Mangaratiba). Os chinas gafanhotos estão dando uma dor de cabeça danada na nossa ZEE no Norte.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
é uma piada tanto tempo para fazer um navio tão "simples".
Deveriam ter dúzias desse tipo de navio na MB.
Deveriam ter dúzias desse tipo de navio na MB.
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Quando eu falo que as prioridades estão invertidas.
No PAEMB eram 46 NAPA 500, agora são 23 apenas. Míseros 4 Classe Macaé levarão anos a fio - como a Barroso - para sair do estaleiro. Onde está a novidade...
E mesmo agora com a frota pesqueira chinesa roçando na nossa ZEE faz tempo, para não falar nas de outros países que fazem isso a muito mais tempo sem qualquer reação efetiva nossa, digo, da Marinha, ainda estamos apostando nossos míseros recursos na aquisição de navios de 3500 ton para "proteger o pré-sal e a nossa Amazõnia Azul".
É de lascar.
Agora, pergunta para qualquer um na MB se uma guarda costeira é uma solução para este problema da proteção da ZEE....
No PAEMB eram 46 NAPA 500, agora são 23 apenas. Míseros 4 Classe Macaé levarão anos a fio - como a Barroso - para sair do estaleiro. Onde está a novidade...
E mesmo agora com a frota pesqueira chinesa roçando na nossa ZEE faz tempo, para não falar nas de outros países que fazem isso a muito mais tempo sem qualquer reação efetiva nossa, digo, da Marinha, ainda estamos apostando nossos míseros recursos na aquisição de navios de 3500 ton para "proteger o pré-sal e a nossa Amazõnia Azul".
É de lascar.
Agora, pergunta para qualquer um na MB se uma guarda costeira é uma solução para este problema da proteção da ZEE....
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Prezado colega, saudações.
Os navios patrulha, como por exemplo o NaPa 500 BR, apesar de suas dimensões modestas apresentam uma relativa complexidade para serem obtidos.
A classe NaPa 500 BR mencionada, projetada a partir de um convenio entre a EMGEPRON e o CPN, mede 57,25 m de comprimento, 9 m de boca e 2,7 m de calado e desloca carregado 640 toneladas.
A propulsão será realizada por dois motores CATERPILLAR 3516C e redutoras REINJETS WLS 1540 acoplados a dois eixos e dois hélices de passo fixo. O CCM deverá ser instalado fora da área de maquinas. Os navios serão equipados com estabilizadores ativos e bolinas e dois Bow Thruster SCHOTTEL de 200 KW.
O raio de ação previsto será de 2.800 MN com autonomia de 20 dias. A tripulação será de 35 militares com acomodações adicionais para 8 pessoas. A enfermaria do navio contará com 4 leitos. Em caso de operação SAR, por exemplo, as acomodações adicionais são muito importantes.
Entre sensores e sistemas de armas e de apoio os navios da classe serão equipados com TTI – Terminal Tático Inteligente IPqM, canhão de 40 mm, metralhadoras de 20 mm, canhão acústico, alça optrônica, radar de navegação, radar de busca combinada, dois RHIBS, além da capacidade de operar com um SARP.
Os navios serão construídos em aço naval ASTM A131 grau AH36 aplicado ao casco e alumínio 5083- H 111 na Superestrutura. A compartimentação e estanquiedade prevê a utilização de anteparas sem aberturas e flutuabilidade garantida com até dois compartimentos adjacentes alagados.
O custo de cada navio da classe 500 BR esta estimado em torno de U$S 40 milhões ou cerca de R$ 207 milhões.
Considerando a mentalidade marítima brasileira e a importância com que a classe politica brasileira reveste a agenda de Defesa do Brasil e muito improvável que sejam obtidas quantidades razoáveis destes navios. Outros países também desenvolvem programas com quantidades modestas de navios.
A Australia, por exemplo, com 32.000 km de linha costeira tem um programa de U$S 2,4 bilhões para a obtenção de apenas 12 OPV’s de 1700 toneladas. Entretanto atualmente além de navios e necessário também aviões, SARP de longo alcance e satélites para um controle relativo do mar territorial.
Apesar da crônica falta de recursos para a implantação de Programas de Construção Naval perenes e importante destacar o relativo êxito da obtenção da classe Grajaú que conta com 12 unidades.
Em minha opinião a MB com o objetivo de substituir os 4 navios da classe Bracui e os 12 da classe Grajau poderia estabelecer um Programa para a obtenção de 16 NaPa 500 BR em lotes de 4 exemplares, construídos no AMRJ com a participação da indústria naval do RJ através de insumos, materiais e terceirização de serviços e mão de obra. Os classe Grajau substituídos e em melhores condições poderiam ser remanejados para o ambiente fluvial a exemplo da classe Piratini.
Este programa teria um investimento previsto de U$S 640 milhões ou R$ 3,3 bilhões realizados com uma carência inicial e vários anos de desembolso.
Outro necessidade importante e a obtenção de NaPaOc. Estes navios em media tem um custo por volta de U$S100/150 milhões.
Em paralelo a obtenção dos NaPa 500 BR a MB deveria realizar esforços no sentido da construção, através de estaleiro privado associado a um parceiro estrangeiro, de pelo menos 6 NaPaOc por meio de um processo licitatório. Considerando um custo U$S 120 milhões este Programa teria um investimento de cerca de U$S 720 milhões ou R$ 3,7 bilhões. E importante destacar que estes dois Programas contribuiriam para o desenvolvimento nacional através da geração de impostos, emprego, renda, arrasto tecnológico e fortalecimento da BID.
Também sou da opinião que a MB deveria construir mais algumas unidades de AvPaCo da classe Marlim. Estes Avisos são relativamente simples e de custo baixo de produção e poderiam ser construídos em vários estaleiros de pequeno ou porte médio, além de serem oferecidos para Guardas Costeiras amigas, assim como os NaPa 500 br.
São embarcações que poderiam contribuir para o incremento de inspeções e patrulhas navais pelas Capitanias dos Portos.
Sds
Viking
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Olá Lord.Viking escreveu: ↑Ter Set 07, 2021 9:56 pm Prezado colega, saudações.
Os navios patrulha, como por exemplo o NaPa 500 BR, apesar de suas dimensões modestas apresentam uma relativa complexidade para serem obtidos.
A classe NaPa 500 BR mencionada, projetada a partir de um convenio entre a EMGEPRON e o CPN, mede 57,25 m de comprimento, 9 m de boca e 2,7 m de calado e desloca carregado 640 toneladas.
A propulsão será realizada por dois motores CATERPILLAR 3516C e redutoras REINJETS WLS 1540 acoplados a dois eixos e dois hélices de passo fixo. O CCM deverá ser instalado fora da área de maquinas. Os navios serão equipados com estabilizadores ativos e bolinas e dois Bow Thruster SCHOTTEL de 200 KW.
O raio de ação previsto será de 2.800 MN com autonomia de 20 dias. A tripulação será de 35 militares com acomodações adicionais para 8 pessoas. A enfermaria do navio contará com 4 leitos. Em caso de operação SAR, por exemplo, as acomodações adicionais são muito importantes.
Entre sensores e sistemas de armas e de apoio os navios da classe serão equipados com TTI – Terminal Tático Inteligente IPqM, canhão de 40 mm, metralhadoras de 20 mm, canhão acústico, alça optrônica, radar de navegação, radar de busca combinada, dois RHIBS, além da capacidade de operar com um SARP.
Os navios serão construídos em aço naval ASTM A131 grau AH36 aplicado ao casco e alumínio 5083- H 111 na Superestrutura. A compartimentação e estanquiedade prevê a utilização de anteparas sem aberturas e flutuabilidade garantida com até dois compartimentos adjacentes alagados.
O custo de cada navio da classe 500 BR esta estimado em torno de U$S 40 milhões ou cerca de R$ 207 milhões.
Considerando a mentalidade marítima brasileira e a importância com que a classe politica brasileira reveste a agenda de Defesa do Brasil e muito improvável que sejam obtidas quantidades razoáveis destes navios. Outros países também desenvolvem programas com quantidades modestas de navios.
A Australia, por exemplo, com 32.000 km de linha costeira tem um programa de U$S 2,4 bilhões para a obtenção de apenas 12 OPV’s de 1700 toneladas. Entretanto atualmente além de navios e necessário também aviões, SARP de longo alcance e satélites para um controle relativo do mar territorial.
Apesar da crônica falta de recursos para a implantação de Programas de Construção Naval perenes e importante destacar o relativo êxito da obtenção da classe Grajaú que conta com 12 unidades.
Em minha opinião a MB com o objetivo de substituir os 4 navios da classe Bracui e os 12 da classe Grajau poderia estabelecer um Programa para a obtenção de 16 NaPa 500 BR em lotes de 4 exemplares, construídos no AMRJ com a participação da indústria naval do RJ através de insumos, materiais e terceirização de serviços e mão de obra. Os classe Grajau substituídos e em melhores condições poderiam ser remanejados para o ambiente fluvial a exemplo da classe Piratini.
Este programa teria um investimento previsto de U$S 640 milhões ou R$ 3,3 bilhões realizados com uma carência inicial e vários anos de desembolso.
Outro necessidade importante e a obtenção de NaPaOc. Estes navios em media tem um custo por volta de U$S100/150 milhões.
Em paralelo a obtenção dos NaPa 500 BR a MB deveria realizar esforços no sentido da construção, através de estaleiro privado associado a um parceiro estrangeiro, de pelo menos 6 NaPaOc por meio de um processo licitatório. Considerando um custo U$S 120 milhões este Programa teria um investimento de cerca de U$S 720 milhões ou R$ 3,7 bilhões. E importante destacar que estes dois Programas contribuiriam para o desenvolvimento nacional através da geração de impostos, emprego, renda, arrasto tecnológico e fortalecimento da BID.
Também sou da opinião que a MB deveria construir mais algumas unidades de AvPaCo da classe Marlim. Estes Avisos são relativamente simples e de custo baixo de produção e poderiam ser construídos em vários estaleiros de pequeno ou porte médio, além de serem oferecidos para Guardas Costeiras amigas, assim como os NaPa 500 br.
São embarcações que poderiam contribuir para o incremento de inspeções e patrulhas navais pelas Capitanias dos Portos.
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Viking
Algumas questões.
A parte de motorização e acessórios dos NAPA 500 BR será nacional ou importada?
TTI – Terminal Tático Inteligente(IPqM);
Canhão de 40 mm;
Metralhadoras de 20 mm;
Canhão acústico;
Alça optrônica;
Radar de navegação;
Radar de busca combinada;
2 RHIBS;
SARP
Dos sistemas acima, qual/quais podem ser nacionais, levando-se em conta os projetos do IPqM e da BID?
O SISCONTA pode ser utilizado neste tipo de navio? Se sim, o que precisa ser modificado nele para a missão de patrulha, ou do jeito que o sistema é hoje já está bom? A versão atual do sistema seria a IV, aplicada na Barroso. E diz-se haveria uma versão V, que não sei se chegou mesmo a ser desenvolvida.
Alguns destes sistemas poderiam ser utilizados no NaPaOc? O aproveitamento seria importante para dar alguma musculatura ao processo produtivo de ambos navios, caso fossem construídos ao mesmo tempo. Aliás, o que aconteceu com o projeto do CPN?
Se o NAPA 500 BR custa 40 milhões de dólares, o custo total dos 23 propostos no planejamento da MB atual irá demandar cerca de 920 milhões de dólares, o que é basicamente o custo aproximado de 2 novas Tamandaré. A relação custo x benefício é francamente favorável ao investimento nos navios patrulha. Da mesma forma os NaPaOc, que custando 100 ou 150 milhões, com apenas 12 navios a encomendar, mesmo assim teriam um custo menor do que o projeto das novas fragatas da MB, com óbvios ganhos quantitativos e qualitativos para a esquadra, e para a indústria nacional.
Se a MB pôde conseguir assegurar mais de 1,6 bilhão de dólares para operar apenas 4 navios de escolta, também pode, e deve, com muito mais e melhores argumentos, auferir verba igual, ou até menor, para garantir os navios de patrulha de que precisamos.
Em tempo, o projeto do navio de patrulha 200 ton do CPN seria um ótimo referencial tanto para o 4o DN, como inicialmente aventado, como para todos os DN ao longo da costa. E mesmo para o 9o e 6o DN, fluviais por natureza.
As vezes acho que falta um bocado de bom senso nas pessoas que fazem o nosso planejamento naval. E isto não é apenas uma questão de prioridades invertidas, mas pautas que nada tem a ver com a nossa realidade fática.
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