UM MBT NACIONAL

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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gabriel219
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Re: UM MBT NACIONAL

#2296 Mensagem por gabriel219 » Seg Dez 21, 2020 9:49 am

O que mais temo é o desperdício de recursos com modernizações. Digamos que iremos modernizar os 216x 1A5, 52x M60 - 26 operacionais, porém tínhamos 91, não veria sentido somente em modernizar somente 26 e sim duas dotações de RCB, mandando os 1BE para vala definitivamente - e 201x EE-9, a um custo de USD 2 milhões e USD 250 milhões cada.

Levando isso em consideração, o custo vai para USD 537 milhões.

Esses USD 537 milhões seriam muito mais aproveitáveis em outros programas, que trariam novas capacidades, como:

:arrow: Foi anunciado que 200 Centaurno B1 custariam USD 110 milhões, hoje coloca mais USD 40 milhões. Se isso for de fato, do jeito que estão, con um recondicionamento, já seriam mais capaz que a modernização completa do EQ-12 e é a quantidade pretendida pelo EB;
:arrow: Aquisição de versão armada (HeliCOAT) do VANT Atobá ou Caçador, um pouco mais capaz, com payload ampliado para 100 kg (Atobá), a um custo de USD 100 milhões;

Imagem

:arrow: Aquisição de mísseis Spike LR2, ER2 e LAHAT para Infantaria, Vant e viaturas, custo de USD 150 milhões;

Imagem

:arrow: Aquisição de um lote para 2 BIB's ou 2 RCB's de M2A1 Bradley, para formar doutriba de Fz Mec, via FMS. Esses Bradley sai por uma pechinca, algo em torno USD 50 milhões;
:arrow: Aquisição dos 120 M198 + programa de munições inteligentes, tanto 155 mm quanto 120 mm, Ucranianos. USD 50 milhões; e
:arrow: Repasse dos AH-2 Sabre pro Exército, equipando com HeliCOAT e mísseis Spike e LAHAT.

Em tese, restam USD 163 milhões, que poderiam servir para outros propósitos, como AAe, COBRA e entre outros.

Implementaríamos novas capacidades ao EB e poderíamos fazer frente ás ameaças, sem aumentar a capacidade ofensiva de choque até a chegada dos MBT's.

Os VBC Fz já é pretendido algo usado, talvez. Os Bradleys costumam ser repassados via EDA por valores muito baixos e já seriam melhores que qualquer coisa da AL, desbancando os BMP-3 Venezuelanos e o Marder.

Os Leopard 1A5 já são superiores a TAM 2C, SK-105 e Super Sherman, com apoio de Centauro B1, VANT e Helicóptero com mísseis LAHAT e Spike ER2, artilharia 155 mm e morteiros 120 mm com munições guiadas, Infantaria melhor equipada e montada em Bradley M2, são adversários fortes pra região e aguentam bem até a chegada de algo novo.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2297 Mensagem por FCarvalho » Seg Dez 21, 2020 12:41 pm

gabriel219 escreveu: Seg Dez 21, 2020 9:06 am
FCarvalho escreveu: Dom Dez 20, 2020 11:02 pm Podem dizer que não presta, que a logística é diferente de tudo que temos, que os parafusos rodam ao contrário, mas é isso aí.
Qual CC adqurido novo pelo EB não nos fará mudar totalmente toda a logística existente hoje para adaptá-lo as nossas necessidades? Ou melhor, nós nos adaptarmos a ele?
Imagem
T-84 "Yatagan"
https://morozov.com.ua/en/bronetankovay ... i/yatagan/
Não 👍
Paquistaneses que o diga, principalmente quanto aos motores Ucranianos. Não vejo lógica alguma em adaptar e Ocidentalizar a viatura inteira, é só gasto de dinheiro.
O projeto do Yatagan, conforme a empresa, já é um bldo para atender aos padrões ocidentais, podendo ser customizado de acordo com os critérios e necessidades do comprador.
No nosso caso, talvez o máximo que se trocaria nele seria a parte de optrônicos e sistemas C4ISR por modelos ocidentais já utilizados no país.
Todo o resto pode ser aproveitado de forma a dispormos aqui dos implementos necessários para mantê-lo via BID.
Esse é o segredo do negócio.
No mais, ele é superior a qualquer coisa que coloquem aqui nos próximos 30 a 40 anos sem maiores esforços e com tecnologia desenvolvida no Brasil a partir das parcerias fundadas entre empresas nacionais, ucranianas e demais fornecedores externos.
Se seguirmos os requisitos tais como estão agora, podemos aproveitar a maior parte das tecnologias, sistemas e "hardware" deste bldo para derivar, inclusive, uma VBC Fuz que o exército também quer. Além das VBE de praxe que virão também com o tempo. Estamos falando de um mercado potencial interno para mais de mil unidades entre CC e VBCI. Mais que suficiente para justificar o investimento em parcerias industriais com os ucranianos ou qualquer um que queira fazer parte do negócio.
Aliás, os ucranianos desenvolveram uma VBCI a partir do Oplot/Yatagan.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2298 Mensagem por FCarvalho » Seg Dez 21, 2020 12:50 pm

Coloquei essa imagem do T-84-120 Yatagan só porque achei bonita mesmo. :mrgreen:

Imagem




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Re: UM MBT NACIONAL

#2299 Mensagem por FCarvalho » Seg Dez 21, 2020 1:00 pm





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Re: UM MBT NACIONAL

#2300 Mensagem por FCarvalho » Seg Dez 21, 2020 1:04 pm

delmar escreveu: Seg Dez 21, 2020 12:24 am Certa vez li, em algum lugar, a história de uma pessoa que estudou em colégio tradicional da Inglaterra. Os alunos seguiam uma série de regras comportamentais baseadas na longa tradição da escola, onde várias gerações de ingleses haviam estudado. Então, certo dia, a direção reuniu os alunos para uma importante comunicação que começava assim: A partir de hoje a tradição da escola passa a ser a seguinte...
A observação acima foi colocada para provocar os companheiros que dizem que o Brasil não tem tradição de comprar material do leste europeu. Podemos ir no mesmo caminho e determinar que, a partir de agora, a tradição no Brasil será de comprar blindados russos.
Poder até podemos Delmar. Mas quem iria (querer) fazer isso? :roll:




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Re: UM MBT NACIONAL

#2301 Mensagem por gabriel219 » Seg Dez 21, 2020 1:33 pm

FCarvalho escreveu: Seg Dez 21, 2020 12:41 pm
gabriel219 escreveu: Seg Dez 21, 2020 9:06 am
Não 👍
Paquistaneses que o diga, principalmente quanto aos motores Ucranianos. Não vejo lógica alguma em adaptar e Ocidentalizar a viatura inteira, é só gasto de dinheiro.
O projeto do Yatagan, conforme a empresa, já é um bldo para atender aos padrões ocidentais, podendo ser customizado de acordo com os critérios e necessidades do comprador.
No nosso caso, talvez o máximo que se trocaria nele seria a parte de optrônicos e sistemas C4ISR por modelos ocidentais já utilizados no país.
Todo o resto pode ser aproveitado de forma a dispormos aqui dos implementos necessários para mantê-lo via BID.
Esse é o segredo do negócio.
No mais, ele é superior a qualquer coisa que coloquem aqui nos próximos 30 a 40 anos sem maiores esforços e com tecnologia desenvolvida no Brasil a partir das parcerias fundadas entre empresas nacionais, ucranianas e demais fornecedores externos.
Se seguirmos os requisitos tais como estão agora, podemos aproveitar a maior parte das tecnologias, sistemas e "hardware" deste bldo para derivar, inclusive, uma VBC Fuz que o exército também quer. Além das VBE de praxe que virão também com o tempo. Estamos falando de um mercado potencial interno para mais de mil unidades entre CC e VBCI. Mais que suficiente para justificar o investimento em parcerias industriais com os ucranianos ou qualquer um que queira fazer parte do negócio.
Aliás, os ucranianos desenvolveram uma VBCI a partir do Oplot/Yatagan.

Quanto a Ocidentalizar, significa trocar o motor por um Ocidental, sistema de tiro e demais peças, isso demanda ainda mais custos.

Um Oplot - Yatagan é um Oplot com canhão 120 mm - não é nada barato, muito pelo contrário, vamos gastar mais dinheiro nele, vai custar um Type 10 e o K2.

Qualquer coisa é superior ao que temos, inclusive M60 SABRA e M1A1SA, isso não é argumento pra ser a favor do Yatagan.

Essa viatura é opção pra Peru, Uruguai, Venezuela, países que já operam com filosofia do Leste Europeu. É um mundo de diferença.

Nada impossível, mas aumentará os custos. Pra quê?




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Re: UM MBT NACIONAL

#2302 Mensagem por Túlio » Seg Dez 21, 2020 1:50 pm

gabriel219 escreveu: Seg Dez 21, 2020 8:39 am
Túlio, concordo e dicordo.

Concordo com tudo o que disse, porém nenhum país com Força Aérea extremamente forte abriu mão de seus MBT's de primeira linha, até pois boots on-the-ground fazem a diferença em guerras.
Mesmo não sendo este o nosso caso, creio que te entendo. PARA A REGIÃO a FAB, mesmo ainda com AMX e F-5, é mesmo extremamente forte, a ponto de apenas um não-vizinho (Chile) poder fazer frente; com o Gripen então, nem o Chile (lembrar que a Economia de um País passa o diabo se o Povo fica mais de um ano queimando e vandalizando tudo: o orçamento do Estado encolhe - e a FRAUDEMIA também causou enormes e$trago$ - e adivinhes quem vai ter que suportar o gro$$o da conta; eu não apostaria em qualquer modernização maior para os F-16/Leo2 nem nova aquisição nesta década, bobear e até a Mntç do que já há fique difícil pra burro) consegue mais.
gabriel219 escreveu: Seg Dez 21, 2020 8:39 am A questão é: se estão sugerindo MMBT's, que são eufemismo para VBCI's como MGS na gambiarra de MBT's, por que não por pouquinho mais e pegar um MBT de verdade?

MMBT's são projetos caríssimos e totalmente inadequados, com mobilidade inferior e blindagem inexistente se comparado a um MBT.

Se podemos pagar USD 6-10 mi num MMBT, por que não o mesmo ou pouco mais em um MBT de verdade?
Mas aí é que está: tudo o que tenho visto neste tópico (e admito, fiz bastante disso também) não é realmente direcionado a uma ameaça DA REGIÃO e sim GERAL, tipo "se vier TAM a gente encara, se vier Merkava IV idem" e não me parece realista isso, pois quem puder mandar para cá algo que se compare ao Merkava (e pode ser qualquer MBT do primeiro time) antes vai mandar o suficiente para botar abaixo tudo o que tenhamos voando para a seguir detonar qualquer MBT/MMBT que tivermos.

Ou seja, a nossa realidade é REGIONAL! Assim, mantenho - com uma ligeira alteração - o que já venho propondo faz tempo: trocar o material de UM SÓ RCC (eu tinha proposto para o NE mas passou a me parecer um enorme desperdício de $$$ tirar tudo do RS), no caso o 1º, porque compartilha seu terreno com o C I Bld, o que cria uma simbiose fabulosa. E aí sim, seria uns 54 K2 sem choro, contudo vindo apenas alguns com todo o "pacote" de APS, ERA e sensores, o resto seria meio que "basicão" mesmo ou, como se dizia antigamente, "pé-de-boi". O resto seria decidido entre modernizar o que ainda tem de Leo1A5 ou partir para algum outro, bem simples e igualmente "barato". O ROB fundamental: ser capaz de encarar com boa chance de vencer o que tem na vizinhança, tipo TAM e T-72 (passar com MBT do Peru para cá é birutagem, além de pouquíssimas vias de acesso - facilmente sabotáveis - o que eles têm está todo posicionado para esperar que o Chile dê mole, ou seja, eu não me preocuparia nem se eles comprassem uns mil Armatas, a preocupação toda não seria do Planalto e sim de La Moneda) e mesmo estes me parecem uma improbabilidade gritante, pois há muitas coisas que se pode começar uma guerra sem ter, mas dinheiro e/ou crédito não está entre elas e nenhum dos dois tem nada disso.

E ao longo desta e da próxima década a tendência é ficar pior ainda por lá (e até por aqui), não melhor. Aí sim, poderíamos começar a pensar em alguns tipos de worst case scenario que exigiriam mudanças BEM radicais do lado de cá mas, como insisto, teria que começar pelo ar; em terra o gro$$o deveria ir para muita, mas MUITA AAAe de ponto.


É o que penso. 8-]




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Re: UM MBT NACIONAL

#2303 Mensagem por gabriel219 » Seg Dez 21, 2020 2:22 pm

Túlio escreveu: Seg Dez 21, 2020 1:50 pm
Mesmo não sendo este o nosso caso, creio que te entendo. PARA A REGIÃO a FAB, mesmo ainda com AMX e F-5, é mesmo extremamente forte, a ponto de apenas um não-vizinho (Chile) poder fazer frente; com o Gripen então, nem o Chile (lembrar que a Economia de um País passa o diabo se o Povo fica mais de um ano queimando e vandalizando tudo: o orçamento do Estado encolhe - e a FRAUDEMIA também causou enormes e$trago$ - e adivinhes quem vai ter que suportar o gro$$o da conta: eu não apostaria em qualquer modernização maior para os F-16/Leo2 nem nova aquisição nesta década, bobear e até a Mntç do que já há fique difícil pra burro) consegue mais.
Mas ai temos um problema: nossos únicos armamentos anticarro embarcados estão nos AH-2 Sabra, sendo Ataka e Shrtum, futuramente Spike ER2 nos Wildlynx da MB.

Por isso sou a favor de comprar kits HeliCOAT pro Sabre, ST, AMX e VANT's.

Nessa década? Acho que não, mas em 2030 haverão muitos Leo 2A6 por ai dando sopa e o Chile deve ser um dos grandes pescadores.

O HeliCOAT integra em qualquer aeronave mísseis LAHAT e Spike, seja LR2, ER2 ou NLOS. Não precisa de ampla integração, já que é um sistema com sensores IR, FLIR e designador laser orgânicos, somente necessitando comunicação com os eletrônicos internos da aeronave, facilitando a integração.

Dá pra padronizar os mísseis em todas as nossas forças.
Túlio escreveu: Seg Dez 21, 2020 1:50 pm
Mas aí é que está: tudo o que tenho visto neste tópico (e admito, fiz bastante disso também) não é realmente direcionado a uma ameaça DA REGIÃO e sim GERAL, tipo "se vier TAM a gente encara, se vier Merkava IV idem" e não me parece realista isso, pois quem puder mandar para cá algo que se compare ao Merkava (e pode ser qualquer MBT do primeiro time) antes vai mandar o suficiente para botar abaixo tudo o que tenhamos voando para a seguir detonar qualquer MBT/MMBT que tivermos.

Ou seja, a nossa realidade é REGIONAL! Assim, mantenho - com uma ligeira alteração - o que já venho propondo faz tempo: trocar o material de UM SÓ RCC (eu tinha proposto para o NE mas passou a me parecer um enorme desperdício de $$$ tirar tudo do RS), no caso o 1º, porque compartilha seu terreno com o C I Bld, o que cria uma simbiose fabulosa. E aí sim, seria uns 54 K2 sem choro, contudo vindo apenas alguns com todo o "pacote" de APS, ERA e sensores, o resto seria meio que "basicão" mesmo ou, como se dizia antigamente, "pé-de-boi". O resto seria decidido entre modernizar o que ainda tem de Leo1A5 ou partir para algum outro, bem simples e igualmente "barato". O ROB fundamental: ser capaz de encarar com boa chance de vencer o que tem na vizinhança, tipo TAM e T-72 (passar com MBT do Peru para cá é birutagem, além de pouquíssimas vias de acesso - facilmente sabotáveis - o que eles têm está todo posicionado para esperar que o Chile dê mole, ou seja, eu não me preocuparia nem se eles comprassem uns mil Armatas, a preocupação toda não seria do Planalto e sim de La Moneda) e mesmo estes me parecem uma improbabilidade gritante, pois há muitas coisas que se pode começar uma guerra sem ter, mas dinheiro e/ou crédito não está entre elas e nenhum dos dois tem nada disso.

E ao longo desta e da próxima década a tendência é ficar pior ainda por lá (e até por aqui), não melhor. Aí sim, poderíamos começar a pensar em alguns tipos de worst case scenario que exigiriam mudanças BEM radicais do lado de cá mas, como insisto, teria que começar pelo ar; em terra o gro$$o deveria ir para muita, mas MUITA AAAe de ponto.


É o que penso. 8-]
Túlio, a questão é que, mesmo que enfrentemos somente TAM 2C, T-72B3, Leopard 2A6, VT-4, T-55AGM/T-64BVM ou Type 15, nos melhores cenários, precisamos de números.

Qualidade somente não é o suficiente, aqui nós tratamos de frentes amplas de batalha, seja onde for. A frente mais curta seria em Roraima e pode medir até 163 km de distância. Um RCC somente não cobre isso, ainda precisaremos de no mínimo mais dois RCC's, sendo um na reserva imediata e outro ainda em reserva, sendo manutenido.

Assim já praticamente falamos em uma Brigada inteira, com 3 RCB's para por somente 1 único RCB em campo. Se for pra ter somente 54 MBT's, no máximo 36 deles estarão no campo de batalha.

Por isso sempre fui favorável a possuir não somente duas Brigadas Blindadas mas sim três.

Em caso de conflito, temos o equivalente a uma engajada no campo de batalha, outra na retaguarda para rendição imediata e outra em manutenção, esperando a próxima ir pro campo de batalha, assim ficando em reserva imediata.

Ter reservas é tão importante quanto e não vai dá pra manter 1A5 como reserva, até porque o RCC "top-de-linha" que sugeriu, fatalmente teria que ir pra reserva, descansar, revizar, receber suprimentos, troca de peças desgastadas e depois, talvez, voltar ao conflito.

Não encare somente tanques vindo até aqui, mas sim nós levarmos a guerra até eles. Penso conforme alguns Oficiais pensam, que é levar a guerra até o inimigo, seja de forma expedicionária ou próximo a nossa fronteira.

Em um embate entre Chile vs Peru, a única forma do Brasil intervir e garantir a paz seria enviar uma força expedicionária, para uma zona desmilitarizada entre ambis os países, ai as ameaças de um T-72B3/T-90 ou Leopard 2A4M/2A6 são reais.

Quais as chances de isso ocorrer? Quase nulas, mas será prudente nós apagar completamente esse cenário?




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Re: UM MBT NACIONAL

#2304 Mensagem por gabriel219 » Seg Dez 21, 2020 2:33 pm

Quanto ao Yatagan. Os Tailandeses compraram 49 Oplot-M e agora passam a comprar o concorrente VT-4. Isso não seria sinal de algo?




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Re: UM MBT NACIONAL

#2305 Mensagem por FCarvalho » Seg Dez 21, 2020 3:24 pm

gabriel219 escreveu: Seg Dez 21, 2020 1:33 pm Quanto a Ocidentalizar, significa trocar o motor por um Ocidental, sistema de tiro e demais peças, isso demanda ainda mais custos.
Um Oplot - Yatagan é um Oplot com canhão 120 mm - não é nada barato, muito pelo contrário, vamos gastar mais dinheiro nele, vai custar um Type 10 e o K2.
Qualquer coisa é superior ao que temos, inclusive M60 SABRA e M1A1SA, isso não é argumento pra ser a favor do Yatagan.
Essa viatura é opção pra Peru, Uruguai, Venezuela, países que já operam com filosofia do Leste Europeu. É um mundo de diferença.
Nada impossível, mas aumentará os custos. Pra quê?
A meu ver o motor não precisa ser trocado pois é possível, a depender do tamanho do negócio, fazer a sua produção aqui sob licença. Não temos empresas fabricando motores para CC no Brasil. Seria uma oportunidade. E eles oferecem uma série de motores que são pertinentes a vários tipos de veículos bldos, podendo ser aproveitasdos em CC e VBE, assim como em uma família de VBC Fz e derivados. Da mesma forma o sistema de transmissão, trem de rolamento e suspensão podem ser os mesmos desde que sejam fabricados aqui sob licença ou tenham empresas no Brasil capacitada a fazer a sua integração/manutenção, e quiçá produzir partes e peças.
O sistema de tiro talvez seja objeto de troca, mas apenas se o modelo original se mostrar inepto para atender os requisitos do ROB. Se atender, não há porque trocar. O modelo de carregamento é automático podendo ser semi-automático também, caso requerido. O canhão pode até mesmo ter solicitada a sua produção aqui junto com o sistema de carregamento e de tiro, bastando para isso encontrar empresas no Brasil que sejam capazes de absorver essa tecnologia.
Enfim, o Yatagan me parece uma boa oportunidade para envolver a BID e a indústria nacional não apenas na manutenção do CC em si, mas, e também, de absorver as tecnologias que vem com ele na sua maior parte seja através e produção sob licença, seja com manutenindo - e quiçá modificando - os diversos sistemas que ele possui e para os quais não temos hoje capacidade de lidar com sua logística e desenvolvimento.
Mesmo que saia caro, e sim, vai ser caro também, ainda poderia ser uma boa aposta no sentido de envolver a maior quantidade possível de empresas em um processo de off set e transferência de tecnologias.
Se alguém conseguir oferecer mais e melhores condições, melhor para nós.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2306 Mensagem por FCarvalho » Seg Dez 21, 2020 3:26 pm

gabriel219 escreveu: Seg Dez 21, 2020 2:33 pm Quanto ao Yatagan. Os Tailandeses compraram 49 Oplot-M e agora passam a comprar o concorrente VT-4. Isso não seria sinal de algo?
É sinal de que eles não tem a mesma capacidade industrial e tecnológica que nós para colocar na mesa de negociações. :wink:




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Re: UM MBT NACIONAL

#2307 Mensagem por FCarvalho » Seg Dez 21, 2020 3:56 pm

Túlio escreveu: Seg Dez 21, 2020 1:50 pm E ao longo desta e da próxima década a tendência é ficar pior ainda por lá (e até por aqui), não melhor. Aí sim, poderíamos começar a pensar em alguns tipos de worst case scenario que exigiriam mudanças BEM radicais do lado de cá mas, como insisto, teria que começar pelo ar; em terra o gro$$o deveria ir para muita, mas MUITA AAAe de ponto.
É o que penso. 8-] [/Justificar]
Apenas algumas observações se me permites.

Como não vislumbramos inimizades e nem contendas fora do nosso entorno estratégico reconhecido, ou seja, América do Sul e arredores, a FAB entende que os 108 Gripen E/F propalados seriam o suficiente para lidar com qualquer tipo de problema com a vizinhança e/ou dentro da nossa zona de interesse primária. Intervenções militares de potências estrangeiras neste espaço talvez até sejam HE elencada, mas devem estar entre as últimas da fila. Assim mudar qualquer coisa na seara do poder aéreo brasileiro exige repensar as prioridades dadas às HE que temos no campo aeroespacial. Eu fui zoado diversas vezes quando dizia que a FAB teria que ter 252 Gripen E/F se quiséssemos ter mesmo uma defesa aérea de fato por considerarem este número irreal. O que mudou no nosso pensamento estratégico para que este número passe a ser real? A meu ver, nada.

No que tange a AAe, tenho dúvidas que cheguemos a querer investir nela o mesmo que em MBT e VBCI, dado que os valores serão muito maiores do que agora estamos disposto a colocar neste projeto do EB. Mesmo que a gente decidisse comprar 10 mil Iglas e 5 mil RBS-70 isso não adiantaria muita coisa pois caças e drones tendem a voar, e a acertar, seus alvos em altitudes/distância bem maiores que estes sistemas costumam operar. A não ser que o apelo seja pela tal guerra de resistência. E para isso ter ou não ter CC é basicamente indiferente.

Se queremos que a AAe funcione de verdade por aqui, ela tem de estar obrigatoriamente espaçada entre as forças, com baixa, média e longa distância/altura. Até porquê, o primeiro alvo em uma guerra contra nós seriam os sistemas de C2 das forças armadas, seguindo-se das bases aéreas e principais bases militares e após os centros industriais e econômicos. Não dá para defender isso apenas com defesa de ponto. Ela seria, em todo caso, o último recurso. Falta-nos assim um pouco mais de diligência no sentido de escolher as nossas prioridades. O que é mais urgente hoje para nós? Tanques ou sistemas AAe?

Até onde vejo, nem uma coisa e nem outra.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2308 Mensagem por gabriel219 » Seg Dez 21, 2020 4:08 pm

FCarvalho escreveu: Seg Dez 21, 2020 3:24 pm
gabriel219 escreveu: Seg Dez 21, 2020 1:33 pm Quanto a Ocidentalizar, significa trocar o motor por um Ocidental, sistema de tiro e demais peças, isso demanda ainda mais custos.
Um Oplot - Yatagan é um Oplot com canhão 120 mm - não é nada barato, muito pelo contrário, vamos gastar mais dinheiro nele, vai custar um Type 10 e o K2.
Qualquer coisa é superior ao que temos, inclusive M60 SABRA e M1A1SA, isso não é argumento pra ser a favor do Yatagan.
Essa viatura é opção pra Peru, Uruguai, Venezuela, países que já operam com filosofia do Leste Europeu. É um mundo de diferença.
Nada impossível, mas aumentará os custos. Pra quê?
A meu ver o motor não precisa ser trocado pois é possível, a depender do tamanho do negócio, fazer a sua produção aqui sob licença. Não temos empresas fabricando motores para CC no Brasil. Seria uma oportunidade. E eles oferecem uma série de motores que são pertinentes a vários tipos de veículos bldos, podendo ser aproveitasdos em CC e VBE, assim como em uma família de VBC Fz e derivados. Da mesma forma o sistema de transmissão, trem de rolamento e suspensão podem ser os mesmos desde que sejam fabricados aqui sob licença ou tenham empresas no Brasil capacitada a fazer a sua integração/manutenção, e quiçá produzir partes e peças.
O sistema de tiro talvez seja objeto de troca, mas apenas se o modelo original se mostrar inepto para atender os requisitos do ROB. Se atender, não há porque trocar. O modelo de carregamento é automático podendo ser semi-automático também, caso requerido. O canhão pode até mesmo ter solicitada a sua produção aqui junto com o sistema de carregamento e de tiro, bastando para isso encontrar empresas no Brasil que sejam capazes de absorver essa tecnologia.
Enfim, o Yatagan me parece uma boa oportunidade para envolver a BID e a indústria nacional não apenas na manutenção do CC em si, mas, e também, de absorver as tecnologias que vem com ele na sua maior parte seja através e produção sob licença, seja com manutenindo - e quiçá modificando - os diversos sistemas que ele possui e para os quais não temos hoje capacidade de lidar com sua logística e desenvolvimento.
Mesmo que saia caro, e sim, vai ser caro também, ainda poderia ser uma boa aposta no sentido de envolver a maior quantidade possível de empresas em um processo de off set e transferência de tecnologias.
Se alguém conseguir oferecer mais e melhores condições, melhor para nós.
Como não? O 6TD é um motor nem um pouco confiável, tem vários problemas em ambientes quentes e o Brasil é... um ambiente quente!

Paquistaneses tiveram problemas com a versão anterior, Tailandeses estão tendo e assim vai.

É uma boa oportunidade sim, mas pra quem não entende do que está falando.
FCarvalho escreveu: Seg Dez 21, 2020 3:26 pm
gabriel219 escreveu: Seg Dez 21, 2020 2:33 pm Quanto ao Yatagan. Os Tailandeses compraram 49 Oplot-M e agora passam a comprar o concorrente VT-4. Isso não seria sinal de algo?
É sinal de que eles não tem a mesma capacidade industrial e tecnológica que nós para colocar na mesa de negociações. :wink:
Meu Deus :shock:

É sinal que aquilo é uma merda e só! Os caras simplesmente queriam 300, pegaram 49 e desistiram do acordo com os Ucranianos, foram atrás dos Chineses por, pasmem, possuírem blindados mais confiáveis e tu vens dizer que é culpa dos Tailandeses? Jesus!!!

O Oplot não é nem 1/30 da frota de blindados de seu próprio país, com uma pancada de problemas de entrega e do nada vira algo bom pra nós?

Olha a demora que é e o Oplot-M existe desde 2009 e eles só possuem 10!!!

Sério, esquece essa coisa ai. Não tem nenhum motivo lógico pra se ir atrás fe algo que eles mesmos não conseguem dar conta.




Editado pela última vez por gabriel219 em Seg Dez 21, 2020 4:31 pm, em um total de 1 vez.
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Re: UM MBT NACIONAL

#2309 Mensagem por gabriel219 » Seg Dez 21, 2020 4:31 pm

Aliás, complementando, os problemas do Oplot não eram somente no seu motor. Todos eles possuíam problemas no canhão e sistema de tiro, fazendo errarem muito. No Strong Tank Challenge 2018, foi o PIOR, mesmo contra MBT's teoricamente inferiores, como Leopard 2A4 Austríaco.

Depoimentos de um Militar Ucraniano: https://novynarnia.com/2018/06/15/a-yak ... nyah-nato/

Na mesma competição, três dos quatro Oplot tiveram problemas no sistema de recarregamento da torre, que se quer conseguia colocar as munições de forma apropriada no tubo. Só conseguiram disparar 16 tiros dos 40 cartuchos que levaram pra competição.

Em comparação, os Ucranianos, em 2017, foram com T-64BV e obtiveram resultados BEM melhores!

Os Tailandeses cancelaram o contrato em favor dos VT-4, por vários problemas sem especificar, o que não deve ser diferente do visto acima. Os Paquistaneses sempre tiveram problemas com os motores e se voltaram aos Chineses mais uma vez.

Parceria com a Ucrânia dá certo em radares e munições, esquece o resto.

Só falta sugerir gastar dinheiro pra melhorar isso, era só o que faltava. Por isso que temos que nos aprofundar nos problemas.

Eu sempre fui a favor do Leopard 2A7, até me aprofundar e ver a roubada que é ter parceria com a KMW.

Pro EB é Type 10 ou K2, não tem jeito!




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Re: UM MBT NACIONAL

#2310 Mensagem por FCarvalho » Ter Dez 22, 2020 1:42 am

gabriel219 escreveu: Seg Dez 21, 2020 4:31 pm Pro EB é Type 10 ou K2, não tem jeito!
Eu não sou tão aferrado assim a soluções do tipo "é isso ou aquilo".
Estes CC podem ser muito bons e terem ótimas referencias para nós, mas isso não significa que nos sejam uma solução impositiva. Não é assim que funciona.
Como disse, é provável que os requisitos sejam modificados antes mesmo que haja um processo seletivo para um CC no exército.
Saber o que serão essas modificações ficamos a dever. Mas presumo que possa ser algo no sentido de promover o interesse do maior número possível de empresas. Isso se quisermos ter alguma chance de negociar as melhores condições para adquirirmos um tanque de verdade.
A depender do que façam, até o Altay poderia entrar nessa concorrência. E para ser honesto, espero que meio mundo entre nela. Não temos nada a perder trazendo para cá tanques de 30 ou 60 toneladas.




Carpe Diem
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