O segundo lote vai ter que sair de qualquer jeito, do contrário toda essa parafernalha tecnológica e financeira montada ao redor do FX-2 e do Gripen E/F na Embraer corre o risco de ter sido em vão. Ou no mínimo se tornar altamente questionável do ponto de vista do uso do erário público.Cassio escreveu: ↑Sáb Out 31, 2020 7:59 pm Eu acho que é simplesmente inviável não haver um segundo lote de pelo menos 36. Afinal com 36 não seria possível nem equipar os esquadrões existentes minimamente.
Mas acho difícil um terceiro lote e chegarmos nessa quantidade aí... 72 aviões para mim já estará ótimo.
Além do que, os suecos provavelmente irão encomendar mais um lote do caça já no ano que vem, ou no máximo em dois anos, e fazer isso junto com a FAB é bom para os dois lados em todos os sentidos.
E tem ainda a questão comercial do caça no mundo. Seria péssimo para os negócios a FAB simplesmente dizer que não quer mais Gripen E/F porque não, simplesmente para disfarçar a cretinice e inépcia dos governos locais com a Defesa.
Se o Gripen E/F levar pelo menos na Finlândia, as quantidades de caças vão passar de duas centenas, e isso diminui custos no geral, e nos ajuda direta ou indiretamente na manutenção do nosso processo produtivo e de PDI junto ao programa do caça. Aqui e em qualquer outro lugar onde haja parcerias para a produção do Gripen.
Por fim, me parece razoável que um segundo lote seja o maior possível, tendo em mente que acreditar que uma terceira encomenda sairá naturalmente no longo prazo em um país sem memória ou responsabilidade com a defesa, e muito menos planejamento de longo prazo, é arriscado demais.
Para inteirar as 108 undes previstas, seriam necessários 72 caças a mais no segundo lote. Se eu sou da FAB, e tendo em vista a proteção que o atual PR procura dar ao orçamento e aos projetos da Defesa, e que as ações dele para garanti-los vão no máximo até a LOA de 2027, daria um jeito de cooptá-lo a fim de garantir esse número o quanto antes.
Creio que uma vez isto feito, fica mais fácil já na década de 2030 tentar envidar quem sabe um terceiro lote, ou, se por acaso um milagre acontecer, a FAB dar início junto à SAAB do desenvolvimento do seu próprio caça de 5a G.
Lembrar também que a MB não abrirá mão do VF-1 e nem da asa fixa. São pelo menos mais 12 caças em demanda, podendo chegar a 48 undes se nada mudar nos planos até lá. Com ou sem Nae.
Talvez as necessidades da aviação naval sejam exatamente o que precisamos para justificar um terceiro lote. Mantém-se a linha de produção aberta para a FAB com 72 undes do segundo lote pelo menos por quatro/seis anos após 2026, e na sequência faz-se a encomenda dos aviões necessários à Marinha. Os 6 A-4M não vão durar muito mais que dez anos. É o tempo que teremos para a FAB engendrar a continuidade da produção aqui do Gripen E/F.
Aliás, esse é o nosso maior trunfo. Produzir o caça usado pela FAB no Brasil, na terceira maior empresa aeroespacial do mundo.
Difícil arrumar argumentos que visem prejudicá-la no campo político e econômico.
Jogada mais que certeira da FAB.
abs