Vou citar o exemplo do meu estado que se aplica também aos demais da região, talvez com exceção do leste do Pará.
Dos 62 municípios do Amazonas, menos de 10 recebem linhas regulares de voo comercial, contando com Manaus. O demais, ou não possuem pista de pouso - a grande maioria - ou são acessíveis apenas por via fluvial. Os que tem pistas de pouso recebem apenas aviões de pequeno porte em pistas não preparadas ou curtas demais para aviação comercial. Além disso, esses municípios não apresentam demanda que justifique uma linha aérea.
Assim, a região norte como um todo tem uma enorme carência para hidroaviões que possam operar nestes municípios onde os rios são as únicas estradas de acesso e saída para eles. Aviões de pequeno e médio porte são absolutamente necessários aqui, tanto do ponto de vista da gestão dos serviços públicos como da iniciativa privada. A região centro-oeste tem uma situação parecida com a Amazõnia
No litoral brasileiro onde se concentra mais de 80% da população, apesar da extensa malha rodoviária a presença de aviões anfíbios se dá principalmente nas funções de apoio ao serviço público, seja de segurança, defesa, ou atividades de defesa civil, turismo, carga e passageiros, SAR, correios, etc. Existem milhares de vilas e pequenas cidades que podem ser acessadas por este tipo de aeronave. O que não há no Brasil é interesse e uma óbvia miopia de visão, dado que a iniciativa privada no Brasil em matéria de aviação comercial ainda é canhesta, imediatista e inflexível.
Enfim, as potencialidades de uso destes aviões é enorme. Mas não temos cultura e nem visão para divisar as inúmeras possibilidades que ela nos oferece. É mais fácil continuar insistindo no óbvio, que nem sempre é a resposta mais indicada para resolver todos os nossos problemas.
abs