Henrique Brito escreveu: ↑Seg Out 26, 2020 6:32 pm
Sim, estes esteiras eu conhecia, mas elas se limitam a algumas dezenas de metros, ali no ponto mais crítico de desembarque até uma área com areia menos fofa, mas o que acontece é que em determinadas áreas do nosso litoral, essas áreas de areia fofa, bem característicos de ambiente de restinga, podem se estender por quilômetros e logo depois serem substituídas por solos pantanosos de áreas de várzeas.
Além disso, eu entendo que a infantaria naval é uma Infantaria leve, a partir do momento em que adiciono carros de combate pesados, deixa de ser Infantaria naval e passa a ser Infantaria blindada.
Olá Henrique.
Dentro da estrutura da FFE há o Batalhão Tonelero que tem uma de suas companhias voltadas para reconhecimento, o que inclui os locais de desembarque, e que não se limita apenas a verificar os espaços à beira mar.
Uma operação anfíbia é um troço muito complexo e começa muito antes do pessoal ser embarcado nos navios. Todos os detalhes da operação são definidos com razoável acuricidade, dentro das limitações dos recursos que temos.
Em todo caso, o uso de CC para a realidade do CFN é algo que tem justificativa no sentido de oferecer o necessário apoio de fogo a tropa desembarcada onde, quando e como necessário, além de prover proteção contra outras forças blindadas. Mas tudo isso tem de ser previsto com muita antecedência, a fim de se avaliar os riscos e as necessidades materiais dependendo do TO, do tipo de inimigo, geografia da área, e o próprio objetivo da missão.
A ideia do CFN é dispor de uma Brigada Anfíbia, capaz de apor todos os recursos necessários para poder fazer um assalto anfíbio clássico, e formar uma cabeça de ponte para outras tropas. Hoje em dia existe uma tendência de que as primeiras vagas sejam sempre realizadas na forma de assaltos aeromóveis atrás das linhas de defesa do litoral, a partir dos navios, para só em sequência as demais forças de apoio ao combate e reforços cheguem a praia, e busquem seus objetivos. Mas isso não quer dizer que os desembarques clássicos estão fora de questão. Assaltos anfíbios à viva força são extremamente raros, e considerados fora de questão se puderem ser evitados. Aí entra a necessidade de apoio bldo pesado dentro do espectro de ação dos fuzileiros.
Ser uma tropa móvel não significa necessariamente ter de abrir mão dos seus meios bldos de apoio de fogo. Em todo caso, penso que o CFN também tem necessidade de VBR-MSR como as que o EB planeja, e há espaço para isso, mas sem comprometer a existência e as funções do CC dentro da brigada.
Como dispus acima, é possível antever-se vários "tipos de tropas" dentro da brigada anfíbia, desde que isso não distorça a função primária dos fuzileiros.
Penso que é questão de arrumarmos essa brigada anfíbia de forma a que possa atingir seus objetivos. Haverá TO e missões que exigirão apoio blindado pesado e formações mecanizadas em apoio. Em outros momentos tropas leves capazes de serem movidas por via aérea e/ou mesmo navais serão a base. O CFN chama essas forças de Unidades Anfíbias, nucleadas geralmente em um batalhão inf fz nvs, e que podem ter diversas configurações a depender da missão.
Infelizmente não temos, e nem teremos tão cedo, a capacidade de mover uma brigada anfíbia. Mas mesmo assim, sermos capazes de mover uma UAnf para qualquer lugar que se faça necessário em nosso entorno estratégico já é algo louvável e possível. E se caso venhamos a precisar de apoio de fogo bldo, podemos escolher entre um CC pesado ou médio, ou VBR-MSR e IFV ou VBCI. Depende do que nos espera. O que não podemos aceitar é não ter em mãos os recursos necessários para fazer frente a qualquer eventualidade que nos aconteça. Isso eu penso que não pode mais.
abs