#2125
Mensagem
por FCarvalho » Seg Out 19, 2020 3:15 pm
Muito bem, vamos por partes.
Antes de tudo, espero e desejo que o MD possa acertar com as forças que mais este processo de modernização tem de ser levado como um elemento a mais do todo em relação as ffaa's.
Assim, cada indicativo do vídeo tem paralelos nas demais forças e sua aquisição terá de ser feita consoante as necessidades das demais, a fim de não gerar soluções de compromisso ou compras de oportunidade.
Dito isso, é preciso ressaltar, como descrito no vídeo, que as imagens são meramente ilustrativas do que se pretende dispor, ainda que um ou outro sistema que aparece pode ser um exemplo do que esteja em estudo para aquisição.
Não é preciso dizer da predileção do CFN por material de origem estadunidense, principalmente o que está em uso no USMC, que usamos como espelho para tudo.
1. VIATURAS LEVES E PESADAS OPERATIVAS: aqui destaca-se a substituição dos veneráveis Unimog em serviço já há algumas décadas no CFN, ao mesmo tempo que as Land Rover também precisam de substituição. Para este item, prevê-se que a família Marruá seja a indicada para cobrir a parte leve operacional - de 1/2 ton a 2,5 ton - enquanto os caminhões temos mais de uma alternativa, inclusive as versões mais modernas do próprio Unimog. A chegada da Tatra deve movimentar o mercado nacional de caminhões militares e trazer quiçá novidades para o setor, visto que os modelos tchecos são mais que reconhecidos pela sua excepcionalidade em termos de desempenho neste campo.
2. VIATURAS LEVES BLINDADAS SOBRE RODAS 4X4: vale lembrar que o CFN já tinha exposto em planejamento anterior a decisão de adquirir cerca de uma centena de veículos desta categoria. Neste sentido, acredito que deva haver uma concorrência internacional para a aquisição deste modelo, com a Iveco tendo uma pequena vantagem em virtude da venda dos LMV ao exército. Mas isso não significa muita coisa, dado o histórico de independência decisória da MB/CFN das demais forças. Resta saber o papel do MD nesta questão. Em tempo, os dois modelos nacionais - Guará 4WS e Gladiador II- podem ter uma chance crível ao tentar concorrer com os importados. Embora não se saiba exatamente qual a real situação de ambos os projetos, podemos presumir que tanto Avibrás como Inbra irão dispor seus produtos ao CFN. O bldo da Avibrás chegou a ser testado em Formosa pelo CFN.
3. EQUIPAGENS OPERATIVAS E DE PARAQUEDISMO: material para a infantaria e forças especiais do CFN, de forma a manter essas tropas o melhor equipadas dentro dos limites de aporte orçamentário disponível. É possível esperar a aquisição de meios com mais tecnologias embutida, além de sistemas de treinamento e simulação.
4. SISTEMAS DE FUZIS DE ASSALTO: apesar dos M-4/M-16 serem relativamente novos no CFN, a compra de novos fuzis pode ir no sentido de antenar-se com a END, de forma a minorar a dependência externa em itens que a BID possa oferecer localmente. O Imbel IA-2 e o Taurus T-4 podem ser parte dessa solução. Mas apesar de serem produtos autóctones, isto não os torna automaticamente vencedores. É possível intuir neste programa a inclusão de lançadores de granadas tanto portáteis como rotativos, de acordo com o indicado no programa Cobra do exército. Os itens acessórios para os fuzis também devem fazer parte, de forma a possibilitar dentro do possível seu fornecimento local com logística de apoio.
5. EQUIPAMENTOS DEFESA NBQR: o CFN agora tem um btl dedicado a esta atividade em São Paulo, junto a Aramar. Equipá-lo com mais e melhores sistemas é um passo natural e objetivo. A ver como será feita essa modernização, tendo em vista que o EB também possui um btl dedicado a esta função no cmdo op esp. Vamos ver se o pessoal andou trocando figurinhas.
6. SISTEMAS FUZIS DE PRECISÃO: a adoção de fuzis de precisão diz respeito a equipar, penso, tanto o Grumec/Tonelero como os batalhões de infantaria, visto que existe hoje no mercado uma vasta coleção de modelos e tipos que podem servir a ambos. A figura do atirador DMR ainda não é ponto comum dentro das ffaa's. Talvez esse este processo seja o início de uma revisão do papel deste militar dentro do CFN, e quiçá do EB também.
7. SISTAMAS METRALHADORAS, LANÇA ROJÕES, MORTEIROS E MÍSSEIS ANTI-CARRO: este processo vai de encontro, aparentemente, com o que objetiva o projeto Cobra do exército, no sentido de substituir os atuais meios por modelos mais novos e atuais. No caso das metralhadoras fica a ver se as MAG/Minimi estão no famoso já ganhou como no EB, ou se haverá algum tipo seleção. Espero que isto possa ser resolvido em comum acordo via MD pelas forças dado que este assunto está na agenda do EB para ser finalizado, teoricamente, em 2023. Quanto aos lança-rojões temos aqui a nossa versão BR do AT-4 e que precisa de encomendas para a empresa poder avançar no seu desenvolvimento. A adoção do Carl Gustav Mk IV seria uma ótima solução para acompanhar esse movimento. Os morteiros temos através do AGRJ a solução via morteiros nacionais, de 60 a 120mm. Resta saber se eles se encaixam nos requisitos do CFN. Os mísseis anti carro são outra questão que entendo tem de ser resolvida junto com o EB com mediação do MD, pois ambas as forças tem necessidade de atualizar essa área. O CFN utiliza há vários anos o RBS-56 Bill de primeira geração. O sistema sueco hoje oferecido já está em sua segunda ou terceira geração. A saber se o moribundo MSS 1.2 ainda terá algum papel nesta questão.
8. EQUIPAMENTOS DE ENGENHARIA: juntamente com a engenharia de combate do EB a busca por soluções para os diversos hiatos existentes deve contribuir para a aquisição de meios que busquem a maior comunalidade possível. Neste sentido, ambas as forças se ressentem das mesmas mazelas nesta área. Novamente o papel do MD se destaca na busca se respostas comuns para ambas.
9. CARROS DE COMBATE: neste caso, os resultados do GT Nova Couraça devem amparar as respostas que o CFN irá dispor para a questão. Não se justifica a aquisição de um CC agora sem a devida comunalidade com o exercito, e sem a devida cobertura industrial e logística baseada no pais. Neste mister, segundo o próprio Padilha nos comentários da matéria, a MB mantém diálogo com o exército sobre o assunto. Já é um bom indício.
10. NOVAS BATERIAS DE MÍSSEIS SUPERFÍCIE-AR: mudança com a substituição do Mistral quiçá pela dupla Igla/RBS-70 que já existe no EB, e que hora também procura seus espaços na FAB. Além destes, é provável que haja o recebimento dos sistemas de média altura comum que se espera sejam adquiridos via MD para todas as forças.
11. NOVOS OBUSEIROS: outro projeto em comum com o EB, que já lançou o ROB para o modelo AP-SR 155, e que pode ser usado sem maiores problemas para um eventual obuseiro AR 155. O CFN já fez testes, salvo engano, com o M-777 que é a menina dos olhos no ocidente para este tipo de obuseiro. Conquanto seu custo é muito grande, e sendo assim, abre espaço e oportunidades para outros modelos, como os M-71 da Soltam, já oferecidos ao CFN e ao EB através da Ares. Ainda em tempo, os obuseiros leves 105 lIght gun também podem ser objeto de substituição pois são tão ou mais antigos que os do EB. Neste caso, novas encomendas do modelo Mk III podem ser a saída vislumbrada e comum a ambas as forças. Mas os turcos e franceses devem oferecer também seus modelos.
12. RADAR CONTROLE AEROTÁTICO: aqui temos algo que penso ser comum a todas as forças, pois o que o CFN chama de aerotático, o EB chama de contra-bateria, e a FAB de defesa aérea. Como o modelo israelense da Elta mostrado no vídeo, esses radares hoje são na verdade multi-espectro e podem realizar todas aquelas tarefas a partir de um mesmo sistema. A ver se a EDS consegue apresentar algo para este item, dado que o M/S-200 está quase pronto e é um radar de tecnologia AESA multi-modo.
abs
Carpe Diem