Sete no ‘Bonde de PQDS’

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: Sete no ‘Bonde de PQDS’

#16 Mensagem por FCarvalho » Seg Jul 13, 2020 9:51 pm

Henrique Brito escreveu: Seg Jul 13, 2020 1:32 pm Quando você diz que tem que tornar a Bda Pqdt quartenaria, a que você se refere?
Brigada com 4 batalhões de infantaria.

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Re: Sete no ‘Bonde de PQDS’

#17 Mensagem por FCarvalho » Seg Jul 13, 2020 9:55 pm

Henrique Brito escreveu: Seg Jul 13, 2020 1:44 pm Sobre profissionalizar, eu também concordo que o ingresso a Bda Pqdt deveria ser por processo seletivo interno, para não haverem soldados oriundos diretamente do meio civil.
Mas ainda assim, o treinamento do soldado é completamente profissional, tendo a mesma duração do treinamento dos fuzileiros navais, que é de quatro meses, e é uma referência de profissionalismo quando se fala no Brasil em formação de soldados. E sendo ainda a formação para o salto em si, uma atividade bastante técnica e especializada, um soldado não paraquedista não consegue participar de um assalto aeroterreste, entretanto, qualquer soldado de infantaria consegue participar de um assalto anfíbio, o dia D provou isso, ainda que não o faça com a mesma perícia dos especialistas deste tipo de operação, que são os fuzileiros navais,
Fora as especializações que o soldado de infantaria pqd faz até completar dois anos de tropa, que são estágios de operações na selva, caatinga, montanha e pantanal.
Isso que falo. Na pqdt, o sujeito leva dois anos para estar totalmente formado. No caso dos soldados e cabos engajados, eles poderiam ficar apenas mais 1ou 2 anos, e o resto do tempo, salvo engano podem ficar no máximo 9 anos em serviço, eles voltam para seus locais de origem e integram uma OM de pronto emprego ou até mesmo que não esteja dentro deste conceito, mas ajuda a criar mais e melhores tropas pelo país e arraigar o conceito profissionalidade e operacionalidade nas mesmas. Algo que não se vê muito em OM que não recebem a mesma atenção das FAR-E.

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Re: Sete no ‘Bonde de PQDS’

#18 Mensagem por Henrique Brito » Seg Jul 13, 2020 11:04 pm

FCarvalho escreveu: Seg Jul 13, 2020 9:51 pm
Henrique Brito escreveu: Seg Jul 13, 2020 1:32 pm Quando você diz que tem que tornar a Bda Pqdt quartenaria, a que você se refere?
Brigada com 4 batalhões de infantaria.

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Imagino que no Brasil, isso de 4 batalhões de infantaria por brigada, nunca vai acontecer.

Porque a doutrina do EB, assim como a da maioria dos países, é de três por um, ou seja, se eu ataco, preciso de meios de manobra que sejam três vezes maiores do que o efetivo do meu inimigo que está defendendo a posição, mais um efetivo de apoio de fogo, para fazer fogo e movimento, fogo e movimento. Sobre isso eu tive instruções, e o EB faz isso do nível pelotão até brigada.

Assim, um pelotão, que é formado por três GCs e um GA, ataca um GC inimigo.

Uma companhia de fuzileiros, que é formada por tres pelotões de fuzileiros e um pelotão de apoio, ataca um pelotão inimigo

Um batalhão de Infantaria, que é formado por três companhias de fuzileiros e uma de comando e apoio, ataca uma companhia inimiga.

Uma brigada de infantaria, que como meios de manobra e apoio, é formado principalmente por três batalhões de infantaria e um grupo de artilharia, atacam um batalhão inimigo.

Esse que eu acho que é a noção de quartenaria do EB, três meios de manobra + um de apoio de fogo




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Re: Sete no ‘Bonde de PQDS’

#19 Mensagem por FCarvalho » Ter Jul 14, 2020 12:51 am

Sobre este aspecto mais doutrinal eu vou ter que pedir cartas ou ajuda aos universitários, pois está além de meus parcos conhecimentos.

Mas eu suponho que o avanço das novas tecnologias possam ter arbitrado algumas mudanças neste aspecto, já que há claras diferenças em termos de competência e eficiência entre um pelotão fuz americanos e um russo ou chinês, ou entre batalhão inf brasileiro ou colombiano e um congolês ou afegão.

Considerando o nosso atraso material, e quiçá doutrinário, em diversos aspectos quanto a essa questão da modernidade, isto me faz pensar nos inúmeros investimentos feitos pelas potências militares no sentido de dotar de maior poder de fogo e mobilidade e conectividade suas tropas. Algo que estamos longe de conseguir alcançar em mesmo nível e capacidade.

Talvez um exemplo prático disso seja o treinamento que a companhia do 25o BIPqdt está fazendo para participar da operação no USA. Bem mais longevo e exigente que se pode verificar nos demais batalhões de infantaria do exercito que não contam com o beneplácito das FAR-E. Ou seja, uma coisa é ir na África e operar com tropas africanas; bem outra é ter europeus e americanos operando bem ao lado. Padrões diferentes e condições mais ainda.

Julgo que para estar no mesmo nível dos principais players militares do mundo, nós no mínimo teríamos que estar utilizando o COBRA há mais de 10 anos, e dispor de todos os sistemas de armas e de apoio que ele oferece. Conquanto hoje não fazemos nem uma coisa e nem outra. Então, entramos em desvantagem em qualquer situação em que estejamos operando conjuntamente a estes países. Mas se formos trabalhar junto com a vizinhança o problema é bem menor, quiçá inverso em alguns casos.

Assim, a questão quantitativa acaba se tornando relativa e dependente do TO e do eventual adversário a ser batido. Um pelotão infantaria americano ou inglês, não raro, tem muito mais poder de fogo. flexibilidade e consciência situacional que uma companhia do exército afegão ou iraquiano. Neste sentido, uma brigada a 4 batalhões talvez seja uma alternativa menos meritocrática e mais intempestiva a fim de tentar compensar nossas fraquezas em relação a eventuais oponentes muito mais e melhor equipados do que nós. Claro, o contrário também é procedente. Agora, se se justifica, pelo menos no caso das duas brigadas FAR-E que temos, eu honestamente não saberia dizer.

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Re: Sete no ‘Bonde de PQDS’

#20 Mensagem por RobsonBCruz » Ter Jul 14, 2020 9:20 am

Atualmente, conforme estrutura da FT disponível no tópico "Glossário de termos militares básicos - Forças Terrestres", são quaternárias as seguintes Brigadas de Infantaria:

4ª Bda Inf L - Montanha: 10º BI Mth, 11º BI Mth, 12º BI Mth e 32º BI Mth

10ª Bda Inf Mtz: 14º BI Mtz, 59º BI Mtz, 71º BI Mtz e 72 BI Mtz

23ª Bda Inf Sl: 50º BIS, 51º BIS, 52º BIS e 53º BIS

A 7ª Bda Inf Mtz possui 15º BI Mtz, 16º BI Mtz e 31º BI Mtz, mas possui também o 16º RCM.

A 8ª Bda Inf Mtz possui o 9º BI Mtz, 18º Bi Mtz e 19º BI Mtz, mas pode adicionar o 12º RCM, que está vinculado diretamente a 6ª DE.

A 9º Bda Inf Mtz possui o 1º BI Mec, 2º BI Mtz e 57º BI Mtz, mas possui também o 15º RCM e pode adicionar o 38º BI, que está vinculado diretamente a 1ª DE.

A 11ª Bda Inl L possui o 2º BIL, 28º BIL e 37º BIL, mas possui também o 13º RCM

A 15ª Bda Inf Mec possui o 30º BIM, 33º BIM e 34º BIM, mas pode adicionar o 14º RCM, que está vinculado diretamente a 5ª DE.

Temos ainda as seguintes Brigadas quaternárias: 4ª Bda Cav Mec, 5ª Bda Cav Bld e 6ª Bda Inf Bld




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Re: Sete no ‘Bonde de PQDS’

#21 Mensagem por Henrique Brito » Ter Jul 14, 2020 12:02 pm

RobsonBCruz escreveu: Ter Jul 14, 2020 9:20 am Atualmente, conforme estrutura da FT disponível no tópico "Glossário de termos militares básicos - Forças Terrestres", são quaternárias as seguintes Brigadas de Infantaria:

4ª Bda Inf L - Montanha: 10º BI Mth, 11º BI Mth, 12º BI Mth e 32º BI Mth

10ª Bda Inf Mtz: 14º BI Mtz, 59º BI Mtz, 71º BI Mtz e 72 BI Mtz

23ª Bda Inf Sl: 50º BIS, 51º BIS, 52º BIS e 53º BIS

A 7ª Bda Inf Mtz possui 15º BI Mtz, 16º BI Mtz e 31º BI Mtz, mas possui também o 16º RCM.

A 8ª Bda Inf Mtz possui o 9º BI Mtz, 18º Bi Mtz e 19º BI Mtz, mas pode adicionar o 12º RCM, que está vinculado diretamente a 6ª DE.

A 9º Bda Inf Mtz possui o 1º BI Mec, 2º BI Mtz e 57º BI Mtz, mas possui também o 15º RCM e pode adicionar o 38º BI, que está vinculado diretamente a 1ª DE.

A 11ª Bda Inl L possui o 2º BIL, 28º BIL e 37º BIL, mas possui também o 13º RCM

A 15ª Bda Inf Mec possui o 30º BIM, 33º BIM e 34º BIM, mas pode adicionar o 14º RCM, que está vinculado diretamente a 5ª DE.

Temos ainda as seguintes Brigadas quaternárias: 4ª Bda Cav Mec, 5ª Bda Cav Bld e 6ª Bda Inf Bld
No conceito do que é quartenaria com quatro batalhões de infantaria orgânicos da mesma brigada, destas todas aí, só teriam mesmo a 4ª Bda Inf L, a 10ª Bda Inf Mtz e a 23ª Bda Inf Sl. E eu posso estar enganado, mas ainda acho que são 4 batalhões de infantaria nestas brigadas por estes batalhões terem a mesma especialidade, estarem na mesma região, mas não haverem seis batalhões de infantaria que mobiliariam duas brigadas de três batalhões cada uma naquela região. Uma outra situação que corrobora esta desconfiança, é se o EB realmente entendesse que quatro batalhões de infantaria são o ideal por brigada, por qual motivo que as duas brigadas de infantaria de pronto emprego do EB não teriam quatro batalhões de infantaria? Já que em tese estas brigadas tem a estrutura e meios considerados os"ideais" pro EB dentro daquilo que o EB possui de meios.

Mas obrigado pelo post. Um abraço.




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Re: Sete no ‘Bonde de PQDS’

#22 Mensagem por RobsonBCruz » Ter Jul 14, 2020 6:14 pm

Henrique Brito escreveu: Ter Jul 14, 2020 12:02 pm
No conceito do que é quartenaria com quatro batalhões de infantaria orgânicos da mesma brigada, destas todas aí, só teriam mesmo a 4ª Bda Inf L, a 10ª Bda Inf Mtz e a 23ª Bda Inf Sl. E eu posso estar enganado, mas ainda acho que são 4 batalhões de infantaria nestas brigadas por estes batalhões terem a mesma especialidade, estarem na mesma região, mas não haverem seis batalhões de infantaria que mobiliariam duas brigadas de três batalhões cada uma naquela região. Uma outra situação que corrobora esta desconfiança, é se o EB realmente entendesse que quatro batalhões de infantaria são o ideal por brigada, por qual motivo que as duas brigadas de infantaria de pronto emprego do EB não teriam quatro batalhões de infantaria? Já que em tese estas brigadas tem a estrutura e meios considerados os"ideais" pro EB dentro daquilo que o EB possui de meios.

Mas obrigado pelo post. Um abraço.
O conceito de brigada quaternária se aplica a brigadas com 4 unidades (Batalhão ou Regimento) de combate, não incluindo as unidades de apoio ao combate (como os GAC).




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Re: Sete no ‘Bonde de PQDS’

#23 Mensagem por FCarvalho » Ter Jul 14, 2020 8:20 pm

Tornar as brigadas as 6 brigadas, e futuramente 8, do CMA e CMN seria um meio de economizar até na criação e/ou transferência de OM para a região norte. E para isso seria necessário deslocar os vários batalhões que estão ligados a comandos ou regiões militares ou até mesmo divisões, e que são muitos.

Nesta perspectiva, teríamos aqui apenas 8 GU mas contando com 32 BIS, que é o mínimo necessário para dar conta, efetivamente, dos problemas de Defesa que temos aqui.

No mesmo rítmo, há de se perguntar: porque não uma bgda pqdt quaternária? O mesmo vale para a 12a Amv.

Notar que a 4a Bgda Inf Mth já é quaternária, embora a distribuição das unidades esteja espalhada entre MG e RJ. Mas isso também pode ser resolvido.

Uma GU quaternária nos dá a possibilidade de lidar com uma maior complexidade e tipos de de situação ao longo do país, e reforça a nossa capacidade expedicionária internacional, onde e quando necessário, sem com isso deixar brechas no dispositivo militar do país.

Como são três unidades especializadas, seria de se pensar que cada batalhão destas brigadas poderia receber a missão primária de pronta resposta a nível internacional, contando para isso com os recursos materiais e humanos necessários.

Acredito que a 9a bgda inf mtz, que está sendo mecanizada, com sua localização privilegiada no RJ poderia ser incluída no rol de FAR-E como elemento de choque necessário as operações no exterior, no valor batalhão inf mecanizado.

Existia um planejamento no CFN de tornar a FFE uma brigada quaternária, mas que até hoje não veio à luz.

Se estas 5 GU fossem quaternárias, teríamos uma força de pronto emprego em nível divisional no exército e ainda contando com o apoio de uma UAnf do CFN. Cinco batalhões com emprego primário em ações internacionais, seja em favor da ONU ou em missões de interesse nacional. E tudo isso sem ter de descobrir a defesa interna.

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