UM MBT NACIONAL

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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gabriel219
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Re: UM MBT NACIONAL

#2071 Mensagem por gabriel219 » Qua Jun 17, 2020 2:43 pm

FCarvalho escreveu: Ter Jun 16, 2020 10:10 pm Se for como vosmecês estão dizendo, qual a lógica então do lançamento de um ROB para tentar, eu disse tentar, verificar a possibilidade de uma atualização dos Leo 1A5, se qualquer um com um mínimo de informação concreta sobre a sua logística de manutenção deve saber de antemão que os custos daquela não estarão, por óbvio, fora da capacidade orçamentária do EB, e ainda mais, que o resultado pode não entregar o desejado? Não lhes parece um tanto quanto contraditório isso? Elaborar um documento que já se sabe previamente que não se vai poder pagar por nem metade do que é cito nele?

Não estou defendendo nem sim, e nem não para essa suposta atualização/modernização. Estou tentando entender onde está a lógica da coisa.

Obviamente sabe-se quem em 7 anos o apoio da KMW acaba, e depois disso é cada um por si. Conquanto não me parece do interesse dos alemães deixarem um cliente como o EB simplesmente por conta e risco. Até porque, este mesmo cliente no futuro a médio prazo será obrigado a buscar alternativas factíveis para a substituição do próprio produto. Claro, os alemães tem todo interesse em vender os Leo II para o EB, nem que sejam usados.

Agora, quanto a custos, eu não tenho como saber. Está longe de minhas capacidades verificar com fidedignidade tais informações. Mas é inconteste que praticamente todo o veículo deve ser renovado.

Conquanto, continuo na assertiva acima. As tecnologias apresentadas nas torres TORC30 e UT30BR aparentemente são de domínio da indústria. Além delas, há o projeto realizado pela Equitron que dispões de várias alternativas nacionais para funcionalidades do Cascavel que se mostraram promissoras. Isto pode significar despesas em reais, e não em dólar ou euro. Estou fazendo um exercício de reflexão. Se a ideia básica é tentar manter o CC operacional, e por tabela contrabalançar a dependência externa para esta, então a saída pela BID e indústria nacional me parece a mais óbvia no que tange soluções cujos custos possam ser controlados em reais.

Se esta solução não for possível na maior parte do processo de substituição de partes e peças, então o projeto como um todo tornar-se questionável ou mesmo inviável dado os custos de importação de insumos para a sua realização. Simplesmente não compensa e não tira a nossa dependência sobre a manutenção do veículo.

Creio que a coisa é por aí. Se for possível custear a substituição da maior parte do que deve ou precisa ser trocado no CC por soluções da indústria nacional, pode ser que valha a pena. Caso contrário, é melhor então nem começar.

Neste sentido, como disse antes, qualquer intervenção no Leo 1A5 hoje estará restrita a um paralelo com o que foi feito nos M-113. Nada demais em termos tecnológicos, mas o suficiente para manter o carro rodando e fazer o seu papel de "escola". O CC do exército me parece ir pelo mesmo caminho. E para isso não precisa trocar canhão, munição, ou qualquer outra coisa que possa ser mantida em boas condições tal como está.

abs
Então, o problema é exatamente esse, eu não sei que lógica se dá em tentar modernizar o 1A5. Se fosse o M60, seria discutível.

Se quiser operar esse até 2035 ou até mais, a única coisa aproveitável dele é o chassis e olhe lá, pois podem haver fissuras, o que é comum pra uma viatura de aço puro, sem nenhuma blindagem homogênia. O comparativo com o M113 é tremendo de descabido, porém lembre-se que gastamos milhares de DÓLARES em cada viatura e foi sim uma modernização cara para o que entregou, que não mudou quase nada, só o fez continuar andando e hoje o próprio EB disse que ele não serve para a função.

"Pode significar despesas em reais, não em dolar ou euro", é mesmo? Qual motor nacional é qualificado para Carros de Combate com 43 toneladas que podemos comprar em "reais"? Você cita a UT-30, ora, o contrato feito com ela foi em dólares também. Aparentemente você não entende como se dá o processo.

Com o 1A5 a charla é outra, é motor com mais de 8 cilindros, 800 hp's, transmissão, achar algo que caiba nele numa gambiarra e entre outros. Será que teremos que passar a mesma coisa que passamos com o M113, gastando mais de US$ 116 milhões em uma modernização que, após ela, o próprio EB constatou que a viatura não servia mais ao seu propósito?




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Re: UM MBT NACIONAL

#2072 Mensagem por FCarvalho » Qua Jun 17, 2020 11:10 pm

Olá Gabriel.

Quanto aos custos em reais, comparei com o que a Euquitron realizou no Cascavel a partir de fornecedores nacionais onde coube o uso dos mesmos. Da mesma forma as torres da ARES que eventualmente devem possuir sistemas que podem servir, ou não, em hipotética atualização do CC. Se tais sistemas forem nacionais ou tiverem domínio para produção aqui, os custos podem ser traduzidos também em reais. Apenas nestes dois casos os insumos poderiam eventualmente ser cotados em moeda nacional. Utilizei este exemplo por serem conhecidos de todos e porque os principais problemas citados nesta discussão dizem respeito à atualização da torre e dos sistemas que funcionam, a partir, ou nela própria.

Quanto as demais partes do veículo não tenho como saber a situação. Mas julgo que pela idade e o uso dos mesmos, como bem disseste, basicamente tudo tenha de ser atualizado. A pergunta que fica é: qual a viabilidade real disto ser feito? O custo é aceitável? Não sei.

Já li de outras fontes que a KMW ofereceu ao EB um pacote de modernização para os Leo 1A5 anos atrás. Não me lembro o que exatamente foi oferecido, mas tal como a oferta da Bae Systems aos M-113, o pacote partia do mínimo básico necessário até as mais modernas soluções em mobilidade, proteção e poder de fogo. Preços equivalentes a cada solução.

Acredito ainda que se esta ideia vingar, vai ficar restrita ao suficiente para manter os carros rodando e fazendo o papel de "escola" assim como os M-113. Neste sentido, julgo muito difícil que qualquer parte que não tenha a ver com a introdução de melhorias na torre e sistemas eletrônicos sejam alvo de modificações.

E se isso puder ser feito aqui mesmo, com indústrias com linhas de produção, CLS e apoio pós venda, tudo em reais, creio que esta deva ser a escolha. Novamente, estou me referindo apenas a parte eletro-eletrônica da torre e adoção de sistemas que possam ser introduzidos sem necessidade de alterar o layout do carro.

Pelo que tenho lido sobre o estado dos CC, a parte mecânica está sendo suportada a contento com o apoio da KMW. O problema é depois de 2027.

abs




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Re: UM MBT NACIONAL

#2073 Mensagem por FCarvalho » Qua Jun 17, 2020 11:43 pm

Não que eu acredite, mas, caso o EB queira ou entenda que a troca do tubo L7 é necessária, de cabeça eu me lembro que existem três ou quatro opções a serem estudadas quanto ao calibre 105mm: IWI, Leonardo / Oto Melara, CMI Jonh Crokrerill e Ruag.
A Bae Systems não tenho certeza se ainda oferece alguma versão do L7 para venda ou mesmo modernização.
Existe ainda a Denel Land Systems também, mas que não teria muitas chances por aqui também.

abs




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Re: UM MBT NACIONAL

#2074 Mensagem por gabriel219 » Qui Jun 18, 2020 2:36 pm

Não se trata de atualizar os motores do Leopard 1A5 e o resto da hidráulica, mas sim de troca das peças.

De antemão, o motor que penso é o MTU V10 892, é um motor mais leve que o atual e ainda menor, o problema é o custo dele. Lembro que a última vez que vi, lá em 2014 - quando houve uma charla de produzir o Puma sob licença aqui no Brasil - esse motor custava por volta dos USD 400 mil, sendo que lembro de ver fontes falando entre EU$ 300 ou USD 500 mil, ainda na época, hoje possa ser que esteja não muito diferente disso. É um motor bem mais potente do que o MTU 838 atual, com 300 hp's a mais, o que poderia garantir que o 1A5 possa manter sua velocidade, considerando a adição de massa devido a blindagem extra. Ainda falta considerar uma nova suspensão, salvo engano esse motor já vem com uma transmissão. Ainda tem as lagartas, então isso não será menos que US$ 1,5 mi, considerando ainda a instalação e talvez ainda mais pelo contrato de CLS, que todos estão esquecendo.

Ai tem a parte eletrônica do Leopard, que me parece ser a mais barata, porém nem tanto assim. Aqui falamos de um periscópio para comandante, eletrônica embarcada e possível atualização nos sensores internos, algo que não sairia por mais de US$ 200 mil, considerando o custo de modernização idêntica oferecida pela Raytheon's para o M1A1AIM-SA - US$ 400 mil cada, mas é claro que o nosso seria bem mais simples.

Essa é a modernização básica e o custo estimado de US$ 2 mi. Aqui não falamos de blindagem, mas 90% são trocas obrigatórias, outros 10% são melhoras na consciência situacional.

Quanto ao requisito de fazer o 1A5 resistir a munição 120 mm, mesmo que seja APDS, só existem duas possibilidades:
:arrow: coloca-se 15 toneladas de AMAP-B no mesmo - para se ter noção, a quantidade de AMAP que tem no Leopard REVO, do qual advoguei por um bom tempo, eram somente 6 toneladas a mais - e AMAP ADS, ainda sim acho bem difícil, sendo 10 das 15 toneladas no arco frontal; ou
:arrow: compramos um K2BP e quando tentarem alvejar o Leopard 1A5, nós colocamos o K2 na frente.

A segunda opção me parece mais viável.

Mas dá para colocar uma proteção no Leopard para que, ao menos, resista a munição 105 mm APFSDS, coisa que hoje duvido que suporte disparo de DM13, que é uma munição pra lá de obsoleta (APDS, não APFSDS). AMAP seria mais indicada, já que é a única blindagem modular no mercado que utiliza nanomateriais e que não é tão pesada, podendo ser moldada ao Leopard 1A5. Já que não podemos pagar por AMAP-ADS, coloca-se uma blindagem reativa pesada nele, coisa como Relitk - barata e eficiente, mas poderia ser da Rafael. Custo estimado: US$ 2 mi, no mínimo e ainda tô chutando por baixo.

Não faço a mínima ideia da condição dos L7, mas devem estar surrados ao extremo, já que nunca foram trocados desde que esses Leopard's ainda eram 1A1, até onde eu saiba. Ai mais custo envolvido.

Considere também que o EB quer mais 1A5, para dotar totalmente suas OM's blindadas.

Vale realmente a pena isso?

Por que não usar esses possíveis/estimados USD 440 mi (USD 2 mi x 220 Leopard 1A5) como um investimento inicial para um produto já pronto e financiado, de preferência um que seja estabelecido no mercado, seja recente e ainda que haja parceria entre mais países, como o K2?

"Ah, mas K2 é coisa de sonhador, impossível". O que é mais possível, fazer um Leopard 1A5 suportar tiro de 120 mm APDS há 2 km - ou era há 1 km? - ou adquirir K2 Black Panther? Se podem sonhar com Leopard 1A5 atualizado, que duvidosamente suporta um tiro de AT-4 e já foi penetrado por munição 20 mm APFSDS em exercícios (Austrália?), por que é impeditivo o mesmo com K2?

Muitos achavam que o F-X2 era impossível de resolver e íamos acabar adquirindo Mirage 2000-5 ex-Armée de l'Air ou F-16C/B ex-AMARG, mas foi possível graças a um financiamento a longo prazo por um banco nativo, qual seria o impeditivo de tentar o mesmo?

Aproveitamos a oportunidade que a pós-crise do Covid irá nos proporcionar, com vários países querendo fechar negócios para recuperação rápida da economia global e fechamos um acordo comercial, com off-set sendo programas militares e desenvolvimento de tecnologia.

O EB quer um VBC que transponha pontes classe 60 e um K2, mesmo passando 5 toneladas a mais do requisito - sem sentido - de VBC com até 50 toneladas, consegue transpor tranquilamente isso.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2075 Mensagem por Túlio » Qui Jun 18, 2020 3:08 pm

gabriel219 escreveu: Qui Jun 18, 2020 2:36 pm (...) foi possível graças a um financiamento a longo prazo por um banco nativo, qual seria o impeditivo de tentar o mesmo?

Aproveitamos a oportunidade que a pós-crise do Covid irá nos proporcionar, com vários países querendo fechar negócios para recuperação rápida da economia global e fechamos um acordo comercial, com off-set sendo programas militares e desenvolvimento de tecnologia.

O EB quer um VBC que transponha pontes classe 60 e um K2, mesmo passando 5 toneladas a mais do requisito - sem sentido - de VBC com até 50 toneladas, consegue transpor tranquilamente isso.
Eis aí um resumo rápido das minhas melhores razões para dar preferência ao Black Panther. Iríamos numa boa até a segunda metade deste século em MBT...




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

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Re: UM MBT NACIONAL

#2076 Mensagem por gabriel219 » Qui Jun 18, 2020 3:28 pm

Túlio escreveu: Qui Jun 18, 2020 3:08 pm
gabriel219 escreveu: Qui Jun 18, 2020 2:36 pm (...) foi possível graças a um financiamento a longo prazo por um banco nativo, qual seria o impeditivo de tentar o mesmo?

Aproveitamos a oportunidade que a pós-crise do Covid irá nos proporcionar, com vários países querendo fechar negócios para recuperação rápida da economia global e fechamos um acordo comercial, com off-set sendo programas militares e desenvolvimento de tecnologia.

O EB quer um VBC que transponha pontes classe 60 e um K2, mesmo passando 5 toneladas a mais do requisito - sem sentido - de VBC com até 50 toneladas, consegue transpor tranquilamente isso.
Eis aí um resumo rápido das minhas melhores razões para dar preferência ao Black Panther. Iríamos numa boa até a segunda metade deste século em MBT...
Lembrando também que a Polônia tem negociações avançadas para produzir 800 K2, a Coréia quer mais 300 e precisamos de uns 220-434 viaturas, já é uma linha de 1320-1534 viaturas, o que diminui drasticamente o custo e nós podemos até fornecer algumas peças do mercado nacional, como eletrônica embarcada Israelense.

Muito provavelmente esse seria o K2PIP, como os Coreanos vão chamando essa nova versão que eles querem adquirir. Imagina isso com uma periscópio de cmt com canhão (20 x 128 mm KAE ou 30 x 113 mm XM913 para RCC's de elite de cada Bda Blnd) e metralhadora .50 (demais unidades, penso na futura RMG .50, substituindo todas as M2HB das Remax), eletrônica embarcada Israelense, com TFD's e, quem sabe, Iron Vision. ADS? Iron Fist.

Lembrando que a Coréia do Sul desenvolve um canhão ETC para o K2, calibre ainda a ser definido, mas pode ser o 130 mm.

Só dessa forma, custando por volta de USD 10 mi, estaríamos tranquilos até 2050.

Se fomos no outro plano, que é desenvolver uma viatura pra VBC, custando, digamos, US$ 5-7,5 milhões - levando-se em conta viaturas já existentes, como Kaplan-MT e o novo MPF, que deve ser ainda mais caro que o Kaplan-MT, devido ao seu maior nível de sofisticação e blindagem - e mais USD 2 mi no 1A5. Já vai pra o custo próximo ao do K2BP e teríamos o K2 bem mais rápido, além de construir uma indústria mais sólida, aumentar a existente e participar ainda no desenvolvimento contínuo do K2.

Não vejo opção melhor do que isso.

Poderia ser um T-90M também, altamente modificado, com canhão 120 mm e componentes da mobilidade (motor, transmissão, suspensão e entre outros) mais ocidentais.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2077 Mensagem por FCarvalho » Qui Jun 18, 2020 9:57 pm

Só vejo futuro para um eventual K2 BR no exército se, e somente se, as negociações entre Coréia do Sul e Polõnia confirmarem a aquisição das quantidades supracitadas. Caso isso ocorra, e levando em conta que não teremos mais um CC plenamente operacional já na metade da próxima década, o critério econômico, e não técnico-operacional seria o fator impositivo a favorecer uma eventual associação neste veículo.
Aí tem de entrar alguns outros componentes nesta conta: MRE, MIC, MCT além do MD. Tem que ser um trabalho em conjunto, e que ofereça soluções que atendam o ROB do exército e as necessidades de participação da BID/indústria nacional. Isso é inegociável para o MD. A logística tem de ser amparada totalmente aqui, caso contrário as chances ficam bastante diminuídas.
Neste aspecto, se eu fosse os sul coreanos, já estaria mexendo os meus pauzinhos e olhando o que se teria de fazer em relação ao K-2 a fim de adaptá-lo aos requisitos do EB, que como sabido, não são nada simples. Na verdade, o carro sul coreano atende com sobras aquele documento. O problema é atender ao RTLI. Para isso, os negócios com poloneses e o MD sul coreano tem de progredir de tal forma que das duas, uma: possamos ser inseridos em um negócio tripartite, ou que as vendas se confirmem e nós aproveitemos a baixa dos custos do projeto como um todo.
Eu ficaria mais satisfeito se nós fizéssemos parte dessa negociação entre aqueles dois países como membro pleno, e não apenas mero observador, afim de colocar na mesa nossos próprios requisitos. Isso talvez ajudasse muito, já que os poloneses seriam mais flexíveis em relação a determinados componentes que eventualmente fossem escolhidos, como a indústria israelense. Uma comunalidade maior entre os CC, mesmo de países diferentes seriam um trunfo importante na hora da logística e também no controle dos custos.
Mas isso sou eu pensando alto aqui com os meus botões. Agora isso, sabemos que os sul coreanos tem um novo IFV recém saído do forno.
Mas volto a alertar que a ideia do EB, até o presente momento, é constituir uma família de blindados, entre CC e IFV. Se isto não for possível, ou os custos apresentados não se mostrarem justificáveis frente a escolha de um CC e IFV, vamos dizer assim, convencionais, então sim, o K-2 tem ótimas chances, assim como o Leopard II, que conquistou e mantém um fã clube muito grande e aferrado dentro da cavalaria do EB.
Boa sorte para todo mundo. Vamos precisar.

abs




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Re: UM MBT NACIONAL

#2078 Mensagem por gabriel219 » Sex Jun 19, 2020 8:45 pm

FCarvalho escreveu: Qui Jun 18, 2020 9:57 pm Só vejo futuro para um eventual K2 BR no exército se, e somente se, as negociações entre Coréia do Sul e Polõnia confirmarem a aquisição das quantidades supracitadas. Caso isso ocorra, e levando em conta que não teremos mais um CC plenamente operacional já na metade da próxima década, o critério econômico, e não técnico-operacional seria o fator impositivo a favorecer uma eventual associação neste veículo.
Aí tem de entrar alguns outros componentes nesta conta: MRE, MIC, MCT além do MD. Tem que ser um trabalho em conjunto, e que ofereça soluções que atendam o ROB do exército e as necessidades de participação da BID/indústria nacional. Isso é inegociável para o MD. A logística tem de ser amparada totalmente aqui, caso contrário as chances ficam bastante diminuídas.
Neste aspecto, se eu fosse os sul coreanos, já estaria mexendo os meus pauzinhos e olhando o que se teria de fazer em relação ao K-2 a fim de adaptá-lo aos requisitos do EB, que como sabido, não são nada simples. Na verdade, o carro sul coreano atende com sobras aquele documento. O problema é atender ao RTLI. Para isso, os negócios com poloneses e o MD sul coreano tem de progredir de tal forma que das duas, uma: possamos ser inseridos em um negócio tripartite, ou que as vendas se confirmem e nós aproveitemos a baixa dos custos do projeto como um todo.
Eu ficaria mais satisfeito se nós fizéssemos parte dessa negociação entre aqueles dois países como membro pleno, e não apenas mero observador, afim de colocar na mesa nossos próprios requisitos. Isso talvez ajudasse muito, já que os poloneses seriam mais flexíveis em relação a determinados componentes que eventualmente fossem escolhidos, como a indústria israelense. Uma comunalidade maior entre os CC, mesmo de países diferentes seriam um trunfo importante na hora da logística e também no controle dos custos.
Mas isso sou eu pensando alto aqui com os meus botões. Agora isso, sabemos que os sul coreanos tem um novo IFV recém saído do forno.
Mas volto a alertar que a ideia do EB, até o presente momento, é constituir uma família de blindados, entre CC e IFV. Se isto não for possível, ou os custos apresentados não se mostrarem justificáveis frente a escolha de um CC e IFV, vamos dizer assim, convencionais, então sim, o K-2 tem ótimas chances, assim como o Leopard II, que conquistou e mantém um fã clube muito grande e aferrado dentro da cavalaria do EB.
Boa sorte para todo mundo. Vamos precisar.

abs
Se o critério econômico está em jogo, qual é a vantagem de se pagar USD 1-2 mi nos 1A5 e depois USD 7-8 mi em cada - USD 10 mi, se levar em conta o desenvolvimento - "MMBT"? Se tem dinheiro pra isso, tem dinheiro pra K2; se não tem dinheiro pra K2, então não tem pra modernizar 1A5 e pra "MMBT". A questão é muito simples.

Além do mais, nossas relações diplomáticas com a Polônia são muito boas (https://www.gov.br/planalto/pt-br/acomp ... plomaticas), ainda mais são com a Coréia do Sul, onde nós tentamos costurar um acordo comercial desde o último G20 e em Davos. Acordo entre Mercosul e Coréia do Sul sendo costurado desde 2018!

Aqui não somente falamos na aquisição de carros de combate, mas na consolidação de relações diplomáticas, abertura econômica, fortalecendo os negócios entre os países. Fora formação de emprego, com expansão/criação de indústrias no Brasil e exportação de alguns componentes.

Qual deles oferece "menos independência"? Nenhum deles, já que para desenvolvermos aqui um MMBT, 80% dos componentes serão importados e terá que ser feito por uma indústria estrangeira.

O EB já está acostumado a reformar seu ROB para comprar aquilo que deseja, vide LMV e os requisitos que foram para o Pantsir.

Quanto a IFV, eu sinceramente deixaria isso com a KMW e o KF-41, mas a Merkel me preocupa ao extremo, podendo dificultar o negócio, já que precisaríamos também de um Banco fiador na Alemanha.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2079 Mensagem por FCarvalho » Sex Jun 19, 2020 11:43 pm

gabriel219 escreveu: Sex Jun 19, 2020 8:45 pm Se o critério econômico está em jogo, qual é a vantagem de se pagar USD 1-2 mi nos 1A5 e depois USD 7-8 mi em cada - USD 10 mi, se levar em conta o desenvolvimento - "MMBT"? Se tem dinheiro pra isso, tem dinheiro pra K2; se não tem dinheiro pra K2, então não tem pra modernizar 1A5 e pra "MMBT". A questão é muito simples.
Além do mais, nossas relações diplomáticas com a Polônia são muito boas (https://www.gov.br/planalto/pt-br/acomp ... plomaticas), ainda mais são com a Coréia do Sul, onde nós tentamos costurar um acordo comercial desde o último G20 e em Davos. Acordo entre Mercosul e Coréia do Sul sendo costurado desde 2018!
Aqui não somente falamos na aquisição de carros de combate, mas na consolidação de relações diplomáticas, abertura econômica, fortalecendo os negócios entre os países. Fora formação de emprego, com expansão/criação de indústrias no Brasil e exportação de alguns componentes.
Qual deles oferece "menos independência"? Nenhum deles, já que para desenvolvermos aqui um MMBT, 80% dos componentes serão importados e terá que ser feito por uma indústria estrangeira.
O EB já está acostumado a reformar seu ROB para comprar aquilo que deseja, vide LMV e os requisitos que foram para o Pantsir.
Quanto a IFV, eu sinceramente deixaria isso com a KMW e o KF-41, mas a Merkel me preocupa ao extremo, podendo dificultar o negócio, já que precisaríamos também de um Banco fiador na Alemanha.
Comprar um CC exige pensamento no horizonte distante e planejamento de Estado. Isso inclui a relações entre os países e questões que superam de longe as da Defesa em si. Tanto para o MMBT ou qualquer outro CC que seja escolhido. O EB tem de se preparar, e parece quer fazê-lo a seu modo, para um casamento, uma relação duradoura, e não apenas uma mera noitada.

Torço para seja lá qual for a decisão, que ela possa atingir seus objetivos que é dar maior peso a BID e indústria nacional no processo. A dependência sempre vai existir enquanto defesa for assunto menor no Brasil, e por conseguinte, tudo o mais que se refere a ela.

E concordo, se tem dinheiro para gastar com um, também tem com outro. A questão é qual fica a melhor relação custo x benefício. Me parece neste sentido que vamos ter muito trabalho pois uma das primeiras questões que terão de ser resolvidas é como financiar um e outro.

abs




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Re: UM MBT NACIONAL

#2080 Mensagem por gabriel219 » Sáb Jun 20, 2020 2:20 am

Alguns dados que ajudam a reforçar como acordos comerciais entre Brasil, Polônia e Coréia do Sul podem resultar numa boa parceria na área de Defesa como offset:

Coréia do Sul hoje é o nosso 12º parceiro comercial em exportações, o que caiu bastante nos governos passados e parece estar aumentando, com uma variação pouco maior que 23% no mesmo período do ano passado (Jan-Mai). Basicamente exportam commodities, como óleo bruto e farelo de soja. Nós devemos aumentar nosso mercado agro e aumentar a produção de óleo, o que poderia interessa-los. Nós importamos deles basicamente tecnologia, principalmente transistores. Algo como pretendo de reduzir ao minimo possível as tarifas seria o ideal. A balança continuaria desfavorável ao Brasil, que no caso poderia exigir como offset o K2 - talvez o AS-21 - com subsídios do Governo Sul Coreano, afim de equilibrar a balança, enquanto eles podem adquirir algum produto nosso ou quem sabe adotar alguns produtos desenvolvidos aqui no seu K2PIP. Neste caso, conseguiríamos, se caso desse certo, diminuir o custo final de cada VBC.

A versão adquirida atual estava avaliada em USD 8,6 milhões e 55 toneladas, porém defendo uma versão que eleve o custo entre USD 10-11 milhões e poderia chegar até 57 toneladas. Se conseguíssemos o subsídio, talvez deixá-lo até USD 8 milhões já seria uma vitória, praticamente o custo de um Kaplan-MT.

As modificações que advogo no K2BR são:
:arrow: Adição de mais TFD's, principalmente para o comandante;

:arrow: Periscópio do Comandante, armado com canhão 30 x 113 mm, como a torre EOS R400MK2, porém desenvolvida aqui no Brasil, para alguns RCB's de Elite (1 dos 3 RCB's de cada Bda Blind Hipotética), incluindo capacidade ABM. Torre com M2HB ou até a RMG-50 para demais VBC's. Para ambas as torres, deverá possuir capacidade de guiar míssil por laser, disparado pela própria viatura, assim deixando livre para o atirador engajar outro alvo;

:arrow: Sistema de proteção extra:
1)Hardkill duplo Iron Fist, com a versão Heavy exclusivamente pata interceptar projéteis APFSDS, cobrindo 250º de azimute e a versão comum, com quatro lançadores, carregados de quatro granadas casa, para foguetes, projéteis químicos e mísseis, cobrindo 360º de azimute e toda a parte de cima da viatura contra munições top-attack ou overfly;

2) Sistema de detecção dupla, utilizando quatro radares e doze sensores EO/IR (este podendo atuar sozinho, com o Cmt escolhendo desligar os radares, diminuindo o RCS da viatura);

3) ROSY como sistema Softkill. Talvez um sistema para jammear mísseis e até sensores inimigos; e

4) Blindagem Reativa, que poderia ser até Relitk, adquirida sob licença ou equivalente, para as laterais da viatura. Podendo também ser blindagem NERA, desenvolvida em conjunto;

:arrow: Motor 1630 hp's da MTU, mantendo o desempenho da viatura;

:arrow: Suspensão ativa, com pequeno radar altímetro, ajustamento automaticamente a suspensão para enfrentar o terreno a seguir. Também podendo ser utilizado para detectar minas; e

:arrow: Viatura do Cmt do Plt CC ser habilitada para utilizar drone quadrirrotor, com recuperação em forma de pouso automático, além de recarga wireless (drone ficaria presa através de um eletroímã, que faria a recarga do drone).


Junto com o pacote, direito de produção da munição KSTAM. Faria acordo com a Rheinmetal ou a IMI para produzir as demais munições aqui, como DM63A1, DM11 HE-ABM, além das demais, especialmente as de treinamento.

Se a viatura atual custa USD 9 milhões e o Gov Sul Coreano puder subsidiar USD 4 milhões, podemos utilizar esses USD 4 milhões para adição das coisas que eu havia citado, assim custando cerca de USD 9 mi.

Um viatura dessa, estaríamos tranquilos até 2040-2050, quando um MLU do mesmo poderia incluir canhão 130 mm ou até ETC, além de uma evolução do AMAP ADS.

Imaginando um futuro hipotético, em que haja RCB's no lugar de RCC's, com 3x Bda Blind contando com 3x RCB's, cada um com 36 VBC's e mais dois RCB's avulsos (MT e RR), são 392 VBC's. Contanto com mais 36 pro CFN e mais 30 para Escolas de Formação (AMAN, CIblind, EsSA e entre outras), são 462 viaturas.

É bastante e custaria um F-X2, mas algo que pode ser atenuado com financiamento a longo prazo, pagamento sendo feito a partir do recebimento das primeiras unidades de série, com as 14 unidades do lote piloto sendo feitas ainda em solo Sul Coreano, com as unidades de série já sendo feitas aqui.

300 viaturas Sul Coreanas + 800 viaturas Polonesas + 324-462 viaturas Brasileiras = entre 1,424 e 1,562 viaturas, podendo derrubar o preço unitário, quem sabe abaixo dos USD 8 milhões.

Claro que alguns itens listados por mim poderiam ser colocados depois, ao longo dos anos.

É um sonho distante? Claro que sim, mas pra quem pensa em gastar quase o mesmo atualizando 1A5 e desenvolvimento uma viatura do zero, é bem factível.

Considerando ainda que esse MBT irá operar aqui por 40 anos ou mais, sendo que passará 80% desse tempo sendo extremamente válido, até para o cenário mundial, me parece uma boa.

Com o aprendizado do mesmo, podemos partir para uma parceria, junto a Rheinmetal, no desenvolvimento de um novo conceito de MBT, como esse conceito recente que estão desenvolvendo, chegando lá pra 2050, talvez criando mais uma Bda Blind.

Se vamos gastar bastante, que gastem com algo mais factível.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2081 Mensagem por FCarvalho » Sáb Jun 20, 2020 9:49 pm

Por mim, do jeito que as coisas são por aqui, até K1A2 já estava de ótimo tamanho. Era só comprar a licença de produção e colocar o máximo nele de insumos fabricados e/ou com logística de apoio no país. Temos empresas estrangeiras com expertise suficiente para fazer essa ponte. É aproveitar o que está aí e colocar para funcionar.

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Re: UM MBT NACIONAL

#2082 Mensagem por Túlio » Sáb Jul 11, 2020 10:19 pm

E se, diferente disso tudo, se optasse por um LEVE (ou quase isso)? Tipo levar de volta a Cavalaria para onde passou a maior parte de sua história, os flancos? Porque me parece que até uma carga especialmente ARDIDA de 120/125 mm já deve ser praticamente impossível de segurar, quanto mais 130 a 152 mm, como parece ser o que está vindo...

Alguém aí sabe de algum tipo de material que pese e ocupe espaço igual à mesma quantidade de aço mas pesando proporcionalmente dezenas de vezes menos? Não sei de nenhum mas fiquei curioso...




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Re: UM MBT NACIONAL

#2083 Mensagem por gabriel219 » Sáb Jul 11, 2020 10:35 pm

Túlio escreveu: Sáb Jul 11, 2020 10:19 pm
E se, diferente disso tudo, se optasse por um LEVE (ou quase isso)? Tipo levar de volta a Cavalaria para onde passou a maior parte de sua história, os flancos? Porque me parece que até uma carga especialmente ARDIDA de 120/125 mm já deve ser praticamente impossível de segurar, quanto mais 130 a 152 mm, como parece ser o que está vindo...

Alguém aí sabe de algum tipo de material que pese e ocupe espaço igual à mesma quantidade de aço mas pesando proporcionalmente dezenas de vezes menos? Não sei de nenhum mas fiquei curioso...
Existe uma longa lista de MBT's que suportam 120/125 mm há 1 ou 2 km. A leveza de um MBT implica em blindagem mais fraca, o que implica não só no combate contra outro MBT, mas também ao assaltar uma posição fortificada do inimigo, com presença de armas anti-carro.

Esse conceito de leveza e atacar pelos flancos foi o que gerou o Leopard 1A5 e não levaram muito tempo pra saber que tinham se equivocado.

Quanto a materiais, vários: CNT-MMC, Aço Nanométrico tratado com Nb2O5, Nanocerâmicas e entre outros. O K2, Type 10 e a blindagem AMAP são exemplos de blindagem que resistem a canhões 120/125 mm há 1 ou 2 km de distância facilmente e não pesam tanto assim.

O peso ideal de um MBT para este século, na minha opinião, fica entre 54-57 toneladas, pronto pra combate.




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Re: UM MBT NACIONAL

#2084 Mensagem por FCarvalho » Sáb Jul 11, 2020 10:46 pm

Túlio escreveu: Sáb Jul 11, 2020 10:19 pm
E se, diferente disso tudo, se optasse por um LEVE (ou quase isso)? Tipo levar de volta a Cavalaria para onde passou a maior parte de sua história, os flancos? Porque me parece que até uma carga especialmente ARDIDA de 120/125 mm já deve ser praticamente impossível de segurar, quanto mais 130 a 152 mm, como parece ser o que está vindo...

Alguém aí sabe de algum tipo de material que pese e ocupe espaço igual à mesma quantidade de aço mas pesando proporcionalmente dezenas de vezes menos? Não sei de nenhum mas fiquei curioso...
Acho que essa deve ser a pergunta sobre a qual todos os engenheiros de MBT devem estar quebrando a cabeça neste momento. Porque os avanços tecnológicos tem sido tão rápidos, que no momento em que alguém inventa um material novo, logo a seguir já tem outro fuçando algo para superá-lo, o que não demora muito acontecer. E assim vai.

Não vejo saída para essa sinuca de bico a não ser que se desenvolva além de materiais mais leves e duráveis, outros sistemas paralelos para a defesa do bldos, que é o que se vê neste momento sendo adotados.

Com 50, 30 ou 70 toneladas, já se viu de tudo um pouco sendo destruídos por IEDs, munição de canhão, mísseis, e por aí vai. Nada resistiu muito tempo. Abrams e Leo II que eram os CC considerados melhor protegidos no ocidente levaram vários tiros diretos no oriente médio que os tiraram da luta. Isso mesmo contando com vários tipos de proteção.

Aí fica a dúvida, adianta gastar milhões procurando um material impenetrável, ou melhor que o aço de agora, se amanhã ou depois alguém já terá superado ele com outro tipo de sistema?

No caso do Brasil, que tem HE apenas no cenário sul americano, quanto vale apena investir em tecnologias tão díspares a nível mundial, e portanto caríssimas, se para o que nos cerca, até uma simples ERA e/ou sistemas ativos bastaria para segurar a cavalaria da vizinhança?

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Re: UM MBT NACIONAL

#2085 Mensagem por Túlio » Sáb Jul 11, 2020 11:07 pm

A rigor, só fiz uma SUGESTÃO: o quanto teria que pesar um CC capaz de abater o maior de todos no primeiro tiro sem ser abatido (porque acertou), incluindo a capacidade de se relocalizar rapidamente (aceleração, não VMax) antes de ser pego pelos demais?

Além disso, é o CC crível como linha de frente ou, como citei, flanco?

Por fim, alguém ainda acredita em ataques frontais de Cavalaria Pesada? Mais de dois séculos atrás o Marechal NEY provou que não funcionava mais...




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