Brigada de Infantaria Paraquedista

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#781 Mensagem por FCarvalho » Qua Mai 20, 2020 12:09 am

Pergunta leiga: quais são os tipos de paraquedas utilizados hoje pela bgda pqdt e os mesmos estão em conformidade com o que existe de melhor nas demais unidades congeneres ou precismos melhorar, e muito, este aspecto, também?

abs




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#782 Mensagem por Henrique Brito » Qui Mai 21, 2020 6:35 pm

FCarvalho escreveu: Qua Mai 20, 2020 12:09 am Pergunta leiga: quais são os tipos de paraquedas utilizados hoje pela bgda pqdt e os mesmos estão em conformidade com o que existe de melhor nas demais unidades congeneres ou precismos melhorar, e muito, este aspecto, também?

abs
Então, não lembro exatamente os nomes, é algo com T e P seguido de uma numeração, quem é de intendência do Dompsa pode descrever a nomenclatura exata aqui.

Mas são basicamente de três tipos e cafa tipo tem dois ou três modelos.

O primeiro tipo é dos paraquedas para tropas regulares de combate e de operações especiais do tipo comandos, é o mais comum de se ver em treinamentos da Brigada Paraquedista, eles são de cor verde para se camuflar na grama e tem o formato redondo e sem nenhuma fenda, é geralmente para cabos e soldados ou oficiais e sargentos ainda não especializados como mestres de salto, esse formato e o fato de não ter nenhuma fenda, é justamente para fazer com que o paraquedas desça rápido e no local lançado pelo mestre de salto, evitando assim que o pqd se torne alvo ainda no céu ou que aterre fora da zona de lançamento predeterminada pelo precursor paraquedista, o que tornaria mais difícil reagrupar com a tropa ou até colocaria sua vida em risco, caindo em edificações, cursos d'água, áreas arborizadas ou muito próximo a tropa inimiga, ainda que o pqd tenha adestramento para se safar em todas estas situações.

Esse é o paraquedas chamado popularmente de queixo duro, ele permite apenas fazer pequenas manobras para desviar de algum obstáculo, mas algo bastante limitado, mas não permite reduzir a velocidade do impacto, isso não tem haver se o paraquedas é moderno ou não, tem haver apenas com a necessidade de garantir que o infante aterre no local correto e com saúde física que o possibilite a combater após aterrar.

Ainda dentro deste tipo, tem o paraquedas destinado a mestres de salto, que são oficiais e sargentos especializados com este curso, eles também são verdes e redondos e diferem dos queixos duros pelo fato de terem uma fenda para passagem de ar, o mestre de salto é habilitado para usar está fenda colocando-a contra ou a favor do vento para ajustar a velocidade da aterragem e principalmente dá a ele uma amplitude muito maior de manobra, para por exemplo, escolher onde vai aterrar, o que lhe possibilita aterrar a frente, no meio ou atrás de seu GC, pelotão ou companhia, ou até ir atrás de um pqd que ele percebeu que está com problemas no salto e vai aterrar fora da ZL.

E para fechar este tipo (me perdoem ter esquecido os nomes, não sou de Intendência), tem o paraquedas reserva, que é levado na frente do pqd, ele também é redondo, mas não tem fenda, é menor e é branco, o motivo disto é porque devido a doutrina de emprego dos pqds brasileiros, que são lançados a altitudes muito baixas, o que aumenta o risco do salto mas também aumenta consideravelmente sua operacionalidade, ficando menos tempo como alvo das metralhadoras inimigas e também por isso podendo saltar em ZLs menores, muito mais numerosas que as grandes ZLs, consequentemente podendo operar em mais locais que a maioria das demais tropas parauquedistas, voltando ao motivo, após saltar, o pqd tem que contar 4 segundos (cada segundo no ar sem um paraquedas aberto o pqd desce dezenas de metros), se após o 4° segundo o seu paraquedas principal não tiver aberto, ele precisa acionar o reserva, então por isso o reserva precisa ser menor e não tem fendas, para abrir mais rápido, mas como ele é menor, a velocidade do impacto no chão é maior, e quando o pqd o aciona, já está bastante próximo do chão, e além disso, tem o risco dele embolar com o paraquedas principal que ficou mal aberto em charuto, essas tres situações aumentam consideravelmente a chance do pqd se quebrar na aterragem, então por isso o parawudas é branco, para facilitar as equipes C-SaR do Destacamento de Saúde Paraquedista a localizar o pqd que provavelmente está ferido porque precisou abrir o reserva.

Estes três modelos de paraquedas são os usados pelas tropas de combate da Brigada de Infantaria Paraquedista e também para ações diretas do 1° Batalhão de Ações de Comandos

O segundo tipo é o de paraquedas para lançamento de cargas, como munição, explosivos, suprimentos e até viaturas, eles são redondos e verdes mas gigantescos, são de três modelos, de acordo com o peso da carga, alguns deles podem lançar uma carga de mais de 1000 quilos, e caso precisem lançar um blindado bem mais pesado, são combinados mais de um paraquedas para lançar, ainda que hoje a brigada não opere blindados.

E o último tipo é destinado a salto livre para tropas de operações especiais que precisam se infiltrar e exfiltrar em sigilo, como operadores da Companhia de Precursores Paraquedistas e do 1° Batalhão de Forças Especiais, são retangulares e permitem uma navegação de dezenas de quilômetros antes de o operador aterrar, permitindo uma grande amplitude de alcance na área inimiga sem que radares captem a aeronave lançadora, há também os paraquedas para salto HALO, que permiten o operador a se lançar de uma altitude extremamente elevada e acionar o paraquedas apenas a poucos metros do chão, conferindo também um outro tipo de furtividade na infiltração.

A cor varia, há os de cor escura para infiltração noturna, azul claro ou branco simulando a cor do céu ou das nuvens para infiltração diurna, podem ser azul marinho para se camuflar em uma infiltração marítima, podem ter as cores da bandeira nacional para datas comemotativas,.

E até onde sei, não há desvantagem nenhuma em relação a tecnologia dos nossos paraquedas com o que é praticado no exterior.

Um abraço.




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#783 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Mai 22, 2020 7:58 am

Mas afinal qual é a altitude com que os vossos Paras saltam? Abaixo dos 400 metros?




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#784 Mensagem por Henrique Brito » Sex Mai 22, 2020 6:16 pm

cabeça de martelo escreveu: Sex Mai 22, 2020 7:58 am Mas afinal qual é a altitude com que os vossos Paras saltam? Abaixo dos 400 metros?
Em geral, a 1200 pés de altura, o que dá mais ou menos 365 metros, mas também treinam pra saltos entre 1000 e 1400 pés, e emergencialmente a 800 pés.




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#785 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Mai 22, 2020 6:22 pm

Henrique Brito escreveu: Sex Mai 22, 2020 6:16 pm
cabeça de martelo escreveu: Sex Mai 22, 2020 7:58 am Mas afinal qual é a altitude com que os vossos Paras saltam? Abaixo dos 400 metros?
Em geral, a 1200 pés de altura, o que dá mais ou menos 365 metros, mas também treinam pra saltos entre 1000 e 1400 pés, e emergencialmente a 800 pés.
Então é o normal.




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#786 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Mai 22, 2020 6:25 pm





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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#787 Mensagem por Henrique Brito » Sex Mai 22, 2020 6:42 pm

Ckrauslo escreveu: Ter Mai 19, 2020 6:35 pm Sim, eu não tinha visto.
Normalmente em operações em larga escala lá fora eles mandam uma parte da tropa paraquedista por meios aéreos com o básico, o M3 faz o trabalho muito bem com munições penetradoras.
Esse tipo de equipamento normalmente vem pelas partes terrestres ou por tropas transportadas por Helis.
Não é todo efetivo das unidades PQDT que vão saltar.
Na verdade, nenhuma OM da Brigada de Infantaria Paraquedista tem previsão de ir por via terrestre para o combate, até porque, ficaria impossível reagrupar com quem tivesse se lançado de paraquedas, já que a doutrina paraquedista brasileira e mundial, prevê a utilização da infantaria paraquedista sempre para ser lançada na retaguarda do inimigo, consequentemente, os paraquedistas SEMPRE, em todas a hipóteses de conflito, combatem cercados, combatendo entre as defesas da primeira e segunda linhas inimigas, que normalmente são blindadas, consequentemente, para se juntar a quem esta sempre cercado, somente se lançando de paraquedas também.

Um abraço!




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#788 Mensagem por marcusv » Sex Mai 22, 2020 6:50 pm

Henrique uma curiosidade, há chinvuks operacionais na brigada?




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#789 Mensagem por Henrique Brito » Sex Mai 22, 2020 6:56 pm

marcusv escreveu: Sex Mai 22, 2020 6:50 pm Henrique uma curiosidade, há chinvuks operacionais na brigada?
Algumas na Companhia de Precursores Paraquedista e no Esquadrão de Cavalaria Paraquedista, quantas ao certo eu não sei.




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#790 Mensagem por Henrique Brito » Sex Mai 22, 2020 7:02 pm

cabeça de martelo escreveu: Sex Mai 22, 2020 6:22 pm
Henrique Brito escreveu: Sex Mai 22, 2020 6:16 pm

Em geral, a 1200 pés de altura, o que dá mais ou menos 365 metros, mas também treinam pra saltos entre 1000 e 1400 pés, e emergencialmente a 800 pés.
Então é o normal.
Normal no Brasil e talvez em alguns poucos países como Portugal que teve alguma influência do Brasil na formação da sua escola de paraquedistas, mas de um modo geral, a a maioria das tropas paraquedistas do mundo copiam os modelos americano e britanico, e eles saltam a partir de 1400 pés. Inclusive há uns 20 anos vieram no Brasil e não saltaram no modelo brasileiro devido a altura, alegaram que não estavam acostumados a saltar a menos que 1400 pés e saltar mais baixo que isso seria muito arriscado sem o devido treinamento, pode ser que algo mudou desde então.




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#791 Mensagem por Henrique Brito » Sex Mai 22, 2020 7:08 pm

Excelente! Só quem já abandonou uma aeronave militar em pleno voo sabe a emoção que é. É diferente do paraquedismo civil.

O que você pensa sobre a possibilidade de uma aproximação militar entre Brasil e Portugal como são EUA e Uk?




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#792 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Mai 22, 2020 7:10 pm

Estou a achar a história muito estranha, os saltos a essas altitudes são básicos.





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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#793 Mensagem por Henrique Brito » Sex Mai 22, 2020 7:20 pm

cabeça de martelo escreveu: Sex Mai 22, 2020 7:10 pm Estou a achar a história muito estranha, os saltos a essas altitudes são básicos.

Talvez eu que esteja desatualizado, mas há 20 anos atrás os americanos não saltavam a menos que 1400 pés, 1000 pés então nem pensar, pois corria-se o risco de não haver tempo suficiente para acionar o reserva.

Inclusive o exercício conjunto consistia em que um pelotão brasileiro saltaria no Hercules americano e um pelotao americano no Hercules brasileiro na ZL da Base Aérea dos Afonsos, e estes militares teriam o direito de usar no uniforme o breve de paraquedista da outra nação. Eles não saltaram, nós sim, temos nossos breves americanos até hoje.

Mas em 20 anos, muita coisa muda, procedimentos são melhorados, e a maior potencia militar do mundo não vai ficar pra trás, talvez essa seja uma vantagem que não tems mais

Um abraço.




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#794 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Mai 22, 2020 7:29 pm

Eu posso estar errado, mas o problema terá sido outro. Ou eles não gostaram da ZL, ou qualquer coisa, porque há uns 20 anos atrás tive desde Belgas, a Norte-Americanos, a Espanhóis, a Italianos... a passar por Tancos e a altitude de salto era padrão a todos. Havia diferenças, por exemplo enquanto nós só íamos para o avião quando as condições eram as indicadas, os Belgas iam para o avião, o mesmo levantava e ficava a sobrevoar o Arrepiado até estar reunidas as condições. Era uma questão de vontade (€).

Já agora deixo um vídeo de um salto onde estavam Portugueses, Canadianos, Dinamarqueses e Norte-americanos.





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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#795 Mensagem por Henrique Brito » Sex Mai 22, 2020 7:36 pm

cabeça de martelo escreveu: Sex Mai 22, 2020 7:29 pm Eu posso estar errado, mas o problema terá sido outro. Ou eles não gostaram da ZL, ou qualquer coisa, porque há uns 20 anos atrás tive desde Belgas, a Norte-Americanos, a Espanhóis, a Italianos... a passar por Tancos e a altitude de salto era padrão a todos. Havia diferenças, por exemplo enquanto nós só íamos para o avião quando as condições eram as indicadas, os Belgas iam para o avião, o mesmo levantava e ficava a sobrevoar o Arrepiado até estar reunidas as condições. Era uma questão de vontade (€).

Já agora deixo um vídeo de um salto onde estavam Portugueses, Canadianos, Dinamarqueses e Norte-americanos.

Algum destes saltos que voce me mandou os vídeos é a 1000 pés? Eu só vi a referencia ao salto dos marines a 1200 pés.

Enfim, eles não eram marines eram da Airborne e o que nos foi passado foi isso, que eles não saltaram porque a 1000 pés seria muito arriscado caso houvesse necessidade de acionar o reserva e o tamanho da ZL dos Afonsos era menor do que a que eles estavam acostumados, e por isso tinham o risco de aterrar fora da ZL.

Mas quem sabe o que realmente pode ter acontecido. Um abraço.




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