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Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: CV 3 - Terceiro projeto de corveta

#2116 Mensagem por FCarvalho » Sáb Mar 07, 2020 10:49 pm

Discurso do Comandante da Marinha
– Programa Fragatas Classe Tamandaré

A celebração do contrato é um marco importante para o Programa Classe Tamandaré, que resultará na construção, inicialmente, de quatro navios, no Brasil, com elevada densidade tecnológica, com previsão de entrega entre 2025 e 2028.

A definição de um meio naval moderno e capaz de contribuir, na brevidade possível e de forma efetiva, para a Soberania Nacional, requereu a adoção de processo específico e empregado em países mais desenvolvidos, com a inclusão de absorção de tecnologias e conhecimento, de forma gradativa e consistente, de modo a capacitar, no estado da arte, a indústria nacional e a Força Naval.

Esse processo, iniciado em 2017, teve a Marinha do Brasil como responsável pela definição dos requisitos dos navios, pela seleção da melhor oferta, assim como pela divulgação do consórcio vencedor. Em destaque nesse processo, temos a matriz de combinações entre os resultados das metodologias de “Análise Multicritério de Apoio à Decisão” e “Análise de Risco”.

A Análise Multicritério contemplou o estabelecimento de análises de alta complexidade, focada em mais de 200 critérios, como a habilitação jurídica, capacidade financeira, regularidade fiscal e trabalhista e qualificação técnica (plataforma, sistemas de armas, comunicações e tecnologia da informação, aeronaves, capacidade técnica dos estaleiros, ciclo de vida, transferência de tecnologia, acordo de compensação e conteúdo local).

A Análise de Risco, ferramenta moderna e de natureza permanente na administração pública federal, teve como base as seguintes áreas centrais de interesse: capacidade militar das plataformas e sistemas de combate; gestão do ciclo de vida e apoio logístico integrado; transferências de tecnologia e de conhecimento para a Marinha do Brasil e empresas beneficiárias; conteúdo local, entre outros.

Assim, constatamos que a navegação que nos trouxe até aqui, foi longa, porém segura. O processo de seleção da melhor oferta foi executado durante dois anos, com diversas fases, culminando com o período de negociações junto aos consórcios finalistas, de modo a aprimorarem as respectivas propostas finais.

Coube à Empresa Gerencial de Projetos Navais, a EMGEPRON, a negociação do contrato e a aquisição dos navios, contando com as equipes especializadas em construção naval, gerenciamento de projetos, finanças corporativas e governança, além de apoio de Diretorias Especializadas da Marinha e consultorias prestadas pela Fundação Getúlio Vargas.

Adicionalmente, cabe destacar que o Programa Classe Tamandaré tem como alguns de seus alicerces, a produção de navios com elevados índices de conteúdo local; a inserção da mentalidade de gestão do ciclo de vida; e um caráter de auto sustentabilidade, estando inserido no Programa Estratégico de “Construção do Núcleo do Poder Naval”.

Dentre os benefícios do Programa, é importante destacar a transferência de conhecimento e de tecnologia. A construção dos navios em território nacional contribuirá para o aprimoramento da manutenção de meios navais, fomentará a indústria nacional de defesa, gerando empregos diretos e indiretos para os brasileiros.

Após a incorporação dos navios ao setor operativo, a Marinha do Brasil contará com navios escoltas versáteis, dotados de equipamentos de alta tecnologia, elevado poder de combate e integrados às estruturas de apoio logístico.

Nos agradecimentos da Marinha do Brasil, devo ressaltar diretrizes e apoio recebidos da Presidência da República, Congresso Nacional e Ministério da Economia. Um especial agradecimento ao Ministério da Defesa que, desde o início do Programa, presta relevante apoio e seguras orientações.

A transparência e a governança de todo o processo, desde sua concepção, envolveram órgãos e entidades aptos em aspectos técnicos e legais. A Marinha do Brasil agradece à Advocacia-Geral da União; ao Tribunal de Contas da União, que, atendendo a solicitação da Marinha, acompanha o processo desde 2018, e executará um Plano de Auditoria enfocando o modelo de negócios e a sustentabilidade ao longo do ciclo de vida dos navios; ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, pelo apoio técnico no estabelecimento e aferição do índice de conteúdo local; à Fundação Getúlio Vargas, pela assessoria no uso de inteligência de negócios, para definição do modelo de seleção.

Os cumprimentos pela navegação, ora iniciada, à EMGEPRON e ao Consórcio “Águas Azuis”, constituído pela Atech; Embraer Defesa e Segurança; e ThyssenKrupp Marine Systems, empresa dotada de mais de 175 anos de experiência na área de tecnologia e expertise em Engenharia Naval e com um portfólio que inclui a construção de 82 navios da Classe Meko, a mesma que será empregada no nosso Programa.

Nesse momento, início da retomada de uma nova era na construção naval brasileira, diante uma conjuntura que apresenta elevada amplitude de ameaças em complexas situações político-estratégicas, é oportuno relembrar o exemplo do nosso Patrono, o Marquês de Tamandaré, cuja vida foi marcada pela inconteste capacidade de suplantar o inimigo, além de sua habilidade em construir consenso e unidade, com rara visão de Estado. É sob a égide desse sentimento, que a nossa Invicta Força Naval continua firme no rumo de permanente prontidão para atuar onde e quando for necessário.

É, também, oportuno mencionar que a Marinha mantém esforço continuado de capacitação de pessoal, atualização de infraestrutura laboratorial e desenvolvimento de atividades visando atender às necessidades dos meios navais com equipamentos e sistemas no estado da arte. Para isso, atua em parceria com a academia e empresas, buscando suprir as deficiências e contribuir para o fortalecimento da Base Industrial de Defesa.

No tocante ao desenvolvimento da indústria nacional de defesa, as Fragatas da Classe Tamandaré viabilizarão, em tempo adequado, a absorção e o incremento cada vez maior de projetos tecnológicos, bem como a construção e manutenção de meios navais.

Dentre os projetos específicos, com grau de maturidade tecnológica adequado e que serão empregados, temos o Míssil Antinavio de Superfície e o MAGE MK3.

Ademais, o setor de Ciência e Tecnologia da Marinha está desenvolvendo outros projetos com potencial para aplicação em navios com maior complexidade, como o STERNA (modernização e repotencialização do Link Y e Yb) e o CISNE (projeto que caminha para atingir as características de um WECDIS – WarShip Electronic Chart Display and Information System). A aplicação desses projetos depende de adequada maturidade tecnológica e industrial, assim como da dinâmica das ameaças no entorno estratégico do Brasil.

No setor de construção naval, está sendo implantada ampla revitalização do Arsenal de Marinha no Rio de Janeiro o que contempla a reestruturação da carreira e o aprimoramento da capacitação do Corpo de Engenheiros da Marinha e, devido ao envelhecimento dos quadros de pessoal sem possibilidade de substituição, a criação de quadro técnico industrial para praças.

Adicionalmente, estão sendo alocados recursos financeiros para a construção de dois navios da Classe Macaé e continuidade da capacidade de manutenção de submarinos da classe Tupi, Fragatas da Classe “Niterói”, Corvetas da Classe Inhaúma e Corveta Barroso, além de obras visando à modernização da infraestrutura do nosso Arsenal de Marinha.

Por fim, resgato do arcabouço histórico as palavras de Rui Barbosa quando dizia: “Esquadras não se improvisam”. Estejamos, pois, sempre prontos para defender os interesses nacionais, mantendo e operando meios modernos compatíveis com dimensão das nossas riquezas, contribuindo para que o Brasil ocupe o lugar de destaque, para o qual está predestinado, no concerto das nações.

Viva a Marinha!

Viva o Brasil!

AE ILQUES BARBOSA JUNIOR

Comandante da Marinha




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Re: CV 3 - Terceiro projeto de corveta

#2117 Mensagem por Energys » Dom Mar 08, 2020 1:18 pm

toncat escreveu: Qui Mar 05, 2020 9:50 pm Se for considerar essa animação, pelas formas do radar então o Artisan saiu fora e esta o TRS da hensoldt. O Bofors mk4 parece que sumiu também. Não consegui idnetificar o que tem no lugar.
Rheinmetall Sea Snake.

Att.




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Re: CV 3 - Terceiro projeto de corveta

#2118 Mensagem por FCarvalho » Dom Mar 08, 2020 11:14 pm





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Re: CV 3 - Terceiro projeto de corveta

#2119 Mensagem por jambockrs » Sáb Mar 21, 2020 6:43 pm

Meus prezados
Pois o radar ( ou um dos) escolhido para equipar a classe "Tamandaré" é o BAE Artisan 3D.
Eis a entrevista do gerente da BAE no Brasil para o site Defesa Aérea & Naval, com os competentes Luiz Padilha e Guilherme Wiltgen:




Um abraço e até mais...
Cláudio Severino da Silva
claudioseverinodasilva41@gmail.com
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Re: CV 3 - Terceiro projeto de corveta

#2120 Mensagem por arcanjo » Qua Mai 20, 2020 12:05 pm

thyssenkrupp Marine Systems vai comprar o estaleiro Oceana no Brasil

Imagem
Estaleiro Oceana

:arrow: https://www.defesabrasilnoticias.com/20 ... mprar.html

abs.

arcanjo




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Re: CV 3 - Terceiro projeto de corveta

#2121 Mensagem por alex » Qua Mai 20, 2020 12:12 pm

Resumindo : vamos pagar transferencia de tecnologia dos alemaes da Alemanha para os alemaes de Santa Catarina.




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Re: CV 3 - Terceiro projeto de corveta

#2122 Mensagem por FCarvalho » Qua Mai 20, 2020 1:10 pm

A vida no Brasil como ela é. :roll: :?

abs




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Re: CV 3 - Terceiro projeto de corveta

#2123 Mensagem por alex » Qua Mai 20, 2020 2:45 pm

Se israel, eua, alemanha, franca e italia solicitarem aos seus cidadaos que deixem o Brasil ao mesmo a industria "brasileira" deixa de existir. Acho que o unico produto brasileiro eh o IA2.




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Re: CV 3 - Terceiro projeto de corveta

#2124 Mensagem por hotm » Sex Mai 22, 2020 9:43 am

arcanjo escreveu: Qua Mai 20, 2020 12:05 pm thyssenkrupp Marine Systems vai comprar o estaleiro Oceana no Brasil

Imagem
Estaleiro Oceana

:arrow: https://www.defesabrasilnoticias.com/20 ... mprar.html

abs.

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Finos :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :shock: :shock:
Trabalho numa empresa Alema e eles não dão nada de graça... .não me admira
e não gosta que os seus empregos vão para os outros




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Re: CV 3 - Terceiro projeto de corveta

#2125 Mensagem por Glauber Prestes » Qui Jun 11, 2020 12:45 am

jambockrs escreveu: Sáb Mar 21, 2020 6:43 pm Meus prezados
Pois o radar ( ou um dos) escolhido para equipar a classe "Tamandaré" é o BAE Artisan 3D.
Eis a entrevista do gerente da BAE no Brasil para o site Defesa Aérea & Naval, com os competentes Luiz Padilha e Guilherme Wiltgen:
Porque não utilizar um radar nacional, como uma versão naval do SABER M200?
Não é um radar AEGIS, mas é nacional, tem um ótimo alcance, serviria para guiar mísseis, teria comunalidade com radares do EB, geraria empregos aqui, e parece que caberia no frame das fravetas....




http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
Cuidado com os sintomas.

Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
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Re: CV 3 - Terceiro projeto de corveta

#2126 Mensagem por FCarvalho » Qui Jun 11, 2020 12:34 pm

Glauber Prestes escreveu: Qui Jun 11, 2020 12:45 am Porque não utilizar um radar nacional, como uma versão naval do SABER M200?
Não é um radar AEGIS, mas é nacional, tem um ótimo alcance, serviria para guiar mísseis, teria comunalidade com radares do EB, geraria empregos aqui, e parece que caberia no frame das fravetas....
A MB está desenvolvendo o Gaivota X, já faz tempo e que poderia fazer, em partes, o trabalho do Artisan.
O problema como sempre é a falta de verbas para terminar o trabalho.
Além desta opção, o radar M-200 da Bradar também poderia ser adaptado para uso naval.
Conquanto, levaria tempo e dinheiro que a MB não dispõe.

abs




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Re: CV 3 - Terceiro projeto de corveta

#2127 Mensagem por alex » Qui Jun 11, 2020 8:48 pm

Se a MB nao reserva mercado para produtos nacionais em suas poucas aquisicoes navais de que adianta gastar em pesquisa edesevolvimento? Mais dinheiro do contribuinte jogado no lixo. De novo a mesma coisa. Voces acham que o primeiro radar naval chines ou israelense era uma obra prima? Provavelmente nao. Mas foram instalados em seus navios aprenderam e fizeram evolucoes. Hoje exportam para outros paises. O segredo foi gastar o dinheiro em um produto nacional e nao gastar em produtos alienigenas. O dinheiro fica no pais.
Carvalho, nao eh interessante como sempre falta dinheiro para desenvolvimento mas tem dinheiro para compra externa?




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Re: CV 3 - Terceiro projeto de corveta

#2128 Mensagem por FCarvalho » Qui Jun 11, 2020 10:19 pm

alex escreveu: Qui Jun 11, 2020 8:48 pm Se a MB nao reserva mercado para produtos nacionais em suas poucas aquisicoes navais de que adianta gastar em pesquisa edesevolvimento? Mais dinheiro do contribuinte jogado no lixo. De novo a mesma coisa. Voces acham que o primeiro radar naval chines ou israelense era uma obra prima? Provavelmente nao. Mas foram instalados em seus navios aprenderam e fizeram evolucoes. Hoje exportam para outros paises. O segredo foi gastar o dinheiro em um produto nacional e nao gastar em produtos alienigenas. O dinheiro fica no pais.
Carvalho, nao eh interessante como sempre falta dinheiro para desenvolvimento mas tem dinheiro para compra externa?
Olá Alex.

Eu vejo o seguinte. A MB, como as demais outras forças, tem interesse e vontade de dispor o máximo de produtos nacionais em seus vetores. A FAB conseguiu isso há 20 anos atrás a duras penas através da modernização dos F-5/A-1 e mais recentemente do C-95, mas teve que vender o almoço para poder jantar, ou seja, a Aeroeletrõnica foi parar nas mãos dos israelenses.

Da mesma forma a MB tem diversos projetos em desenvolvimento ou ainda por desenvolver, mas que dependem sobretudo de um fator inconstante: verba. Aí ficamos na quela sinuca de bico. Ou compra material novo, ou moderniza o que tem, ou investe em PDI. Os três ao mesmo tempo não dá. Serve para a MB como para exército e força aérea. Aí, cada um resolve priorizar o que pensa ser o mais viável no momento.

O desenvolvimento tecnológico nacional depende além do investimento em si, de demandas comerciais e industriais que possam justificar o dinheiro gasto neles. Aí reside o outro problema: não temos verbas regulares e longevas no MD que possam sustentar economicamente o desenvolvimento e a produção nacional da maioria dos projetos. Ou se faz isso com um ou outro, ou simplesmente não se faz com nenhum.

No caso do radar Gaivota X, presumo que ele pode/poderia ser efetivamente utilizado, por exemplo, nos navios de patrulha oceânica projetados pelo CPN. Mas, faz anos que estes navios estão no planejamento da MB, e nenhuma decisão foi tomada até hoje. Sem esta perspectiva concreta de recursos para pesquisar e desenvolver, e consequentemente produzir os recursos de que necessitamos é impossível a conta fechar. Assim também os radares da Bradar que podem muito bem ser adaptados para diversas outras missões, além de derivar outros modelos que hoje a FAB está requerendo em seus planos futuros de modernização do SISCEAB, mas...

Se nós não contarmos com um mínimo de previsibilidade financeira para os projetos em todas as suas fases, desde a concepção até a produção e retirada de serviço, fica muito difícil conseguir que eles cheguem a bom termos e serem operados pelas ffaa's, que não raro, vivem sempre entre ter de decidir entre comprar para operar ou investir para produzir e abrir mão da operacionalidade.

Pesquisa e desenvolvimento leva muito tempo e é muito caro. Nossas ffaa não tem tempo e nem dinheiro via de regra para atender ambas as questões. Temos de manter forças pelo menos com um mínimo de operacionalidade efetiva e ainda incentivar a indústria e a pesquisa nacional. Mas infelizmente não conseguimos fazer bem nem uma coisa e nem outra. Até que alguém decida um dia que isso mude.

Boa sorte para nós.

abs




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Re: CV 3 - Terceiro projeto de corveta

#2129 Mensagem por alex » Qui Jun 11, 2020 11:39 pm

Continuo achando que ocorre o discurso eh um e as acoes sao outras. A Marinha pra mim eh a pior neste game de ilusao. Projetos de navios de baixa complexidade comprados fora , navios comprados da China que poderiam ser feitos aqui, etc. Nao da para acreditar em uma instituicao que fala uma coisa e faz outra. E esta forca tenta vender a ideia que tera um sub nuclear efetivo. Como ? Com que conhecinento adquirido? A verdade eh que o "foderoso" sub brasileiro estara atracado ao cais da Guanabara criando limo esperando uma subcontratada francesa consertar suas placas eletronicas.




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Re: CV 3 - Terceiro projeto de corveta

#2130 Mensagem por FCarvalho » Sex Jun 12, 2020 10:17 am

Olá Alex,

Quanto ao subnuc eu discordo. O programa é muito mais complexo do que se pensa, tanto em termos de tecnologia naval como na nuclear. A engenharia naval brasileira está fazendo 95% do trabalho de projeto deste navio, e os outros 5% são a parte francesa que está dispondo a transferência de tecnologia no que concerne a partes que sobre as quais ainda não temos domínio. Neste sentido, a operacionalidade do navio também é objeto do seu processo de desenvolvimento, não foi menosprezada ou negligenciada.

Agora, uma coisa é o que a MB planeja em consonância com o que lhe próprio ao cumprimento de sua missão. Bem outra é o interesse e a responsabilidade com que o governo trata o tema Defesa. A MB não determina o seu orçamento, apenas diz o que é preciso em termos financeiros. Se vai receber, ou não, cabe ao governo e ao congresso confirmar. Se eles disserem que a MB vai ter 1 real para gastar com custeio da armada e do CFN durante um ano, é com isso que tem de se virar. Tudo isso depende de muitas negociações ano a ano junto ao ME e ao congresso para que os recursos necessários sejam alocados no orçamento. E sabemos que eles nunca o são na íntegra. Daí os problemas que expus no texto anterior.

O subnuc é um programa que tentou-se ser defenestrado de todas as formas, e ainda é, ao longo das últimas quatro décadas, seja por omissão interna, seja por ação externa. E sim, muito dos insumos que estarão nele ainda serão importados, mas até nisso a MB tem tido o cuidado de escolher muito bem cada fornecedor e cada detalhe dos sistemas que farão parte dele.

Quanto ao mais, nenhum plano da Defesa sobrevive à primeira reunião com qualquer equipe econômica no Brasil, se é que me entendes.

abs




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