RAF tem a menor força de combate de sua história

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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jambockrs
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RAF tem a menor força de combate de sua história

#1 Mensagem por jambockrs » Sex Jun 28, 2019 12:58 am

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RAF tem a menor força de combate de sua história
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Eurofighter Typhoon da RAF
Número de caças da Força Aérea Real Britânica encolheu quase metade em apenas 12 anos
A RAF (Royal Air Force) agora tem a menor frota de combate de sua história, tendo perdido quase metade de sua aeronave nos últimos doze anos, revela o Daily Mail.
O novo caça supersônico F-35 Lightning da Grã-Bretanha acaba de completar suas primeiras missões operacionais – erradicando os remanescentes do Estado Islâmico na Síria e no Iraque em 14 missões nos últimos dez dias.
Mas após a aposentadoria no início deste ano dos últimos Tornados da Força Aérea, os 17 Lightnings do Reino Unido fazem parte de uma frota disponível de apenas 119 jatos de combate, uma queda de 43% em relação a 210 em 2007.
Isso deixa a força aérea menor do que em qualquer momento desde sua criação desde a Primeira Guerra Mundial.
A RAF disse que o número de aeronaves não equivale à capacidade e que possui os jatos necessários para cumprir seus compromissos.
Mas os analistas militares alertaram que, sejam quais forem as sofisticadas capacidades dos aviões de quarta e quinta geração, que a frota compreende agora, “nenhuma aeronave, por mais capaz que seja, pode estar em mais de um lugar a qualquer momento”.
O declínio numérico da RAF para pouco mais de 100 caças é o último capítulo de uma contração que vem acontecendo há décadas.
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Durante a Segunda Guerra Mundial, cerca de 35.000 Spitfires e Hurricanes foram produzidos em seis anos para ajudar a vencer a Batalha da Grã-Bretanha e depois recuperar os céus da Europa ocupada.
Em 1989, o último ano da Guerra Fria, a RAF ainda tinha mais de 850 caças, interceptadores e caças-bombardeiros com o poder de enfrentar o poder da URSS e seus aliados do Pacto de Varsóvia, caso o pior acontecesse.
A frota era composta por Tornados, Jaguares, Phantoms e Buccaneers, além de mais de 170 jatos Harrier com capacidade de decolar e aterrissar verticalmente.
E, recentemente, em abril de 2007, os aviões da frota que estavam disponíveis para voar, que não estavam submetidos a manutenção de longo prazo ou mantidos em reserva, ainda eram 210 jatos de asa fixa.
O cavalo de batalha da RAF, o Tornado, o último dos quais foi retirado no início deste ano, representava mais de 75% da frota.
Em 2007, a RAF também tinha 32 aeronaves da quarta geração Eurofighter Typhoon: mais rápidas, mais manobráveis e mais pesadamente armadas que o Tornado.
Mas os números do Tornado caíram a cada ano entre 2007 e 2019, de acordo com o MOD, já que os aviões da frota envelhecida chegaram ao fim de sua expectativa de vida economicamente viável.
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Doze anos depois, a frota de combate não contém mais Tornados, e é composta principalmente pelo Typhoon FGR4, dos quais a RAF tinha 102 disponíveis recente. Espera-se também a entrega de dois esquadrões adicionais ainda este ano.
E 17 dos caças supersônicos de quinta geração, o Lightning F-35B, estão agora em serviço ativo – embora oito estejam nos EUA em fase de testes e treinamento.
O Ministério da Defesa recusou-se a responder aos pedidos de informação sobre o tamanho de sua frota depois da aposentadoria dos últimos Tornados na primavera.
Mas relatórios estatísticos detalhados nacionais publicados anualmente, juntamente com dados históricos, revelam como a força numérica da frota britânica disponível encolheu quase todo ano por mais de uma década, para uma fração de sua força numérica na era em torno do fim da Guerra Fria. e a primeira Guerra do Golfo.
Frotas de aeronaves em todo o mundo são divididas em Frota Disponível e Frota de Sustentação, com a primeira composta de aeronaves disponíveis para os esquadrões para voar e a segunda, incluindo aeronaves em manutenção de profundidade, programas de atualização e aqueles armazenados.
Uma divisão de dois terços das aeronaves na frota disponível e um terço na frota de sustentação é considerada padrão.
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O Reino Unido comprometeu-se a comprar um total de 138 F-35B Lightnings. Mas mesmo o primeiro lote, de 48, não será totalmente entregue até 2024, a um custo de mais de £ 9 bilhões.
O alerta sobre o potencial da frota da RAF de mergulhar para uma baixa numérica histórica antes que o número completo dos Lightnings chegue na década de 2020, especialistas do IHS Jane’s previram há quatro anos que a frota poderia encolher para 127 caças antes de crescer novamente – na verdade, é ainda menor do que temiam.
O editor de aviação do Jane’s, Gareth Jennings, disse na época: “Embora haja alguma validação no argumento de que, como os Typhoons Tranche 2 e 3A e os F-35Bs são aeronaves mais capazes do que as que vieram antes deles, menos serão necessários”, também é bem verdade que nenhuma aeronave, por mais capaz que seja, pode estar em mais de um lugar a qualquer momento.
Um porta-voz da RAF disse: ‘Números de aeronaves não equivalem à capacidade.
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F-35B da RAF
“A RAF continua a ter os caças que precisa para atender nossos compromissos operacionais globais e estamos investindo em uma força aérea de classe mundial para combater as ameaças que enfrentaremos no futuro.
“Nossos F-35 Lightning de última geração completaram suas primeiras operações na luta contra o Daesh, nós atualizamos nossos Typhoons com armas letais adicionais e vamos adicionar dois novos esquadrões dos Typhoons até o final do ano.”
O MOD disse que nos próximos anos o número de F-35 aumentará para 138 e que com a combinação de Typhoon e Lightning, a RAF é agora uma das poucas forças aéreas com a capacidade de explorar a sinergia das aeronaves de combate de 4ª e 5ª geração.
Ele disse que o Reino Unido continua totalmente comprometido com a luta contra o Daesh e a contribuição da RAF para a coalizão global.
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Fonte: Daily Mail via site Poder Aéreo 27 jun 2019




Um abraço e até mais...
Cláudio Severino da Silva
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Re: RAF tem a menor força de combate de sua história

#2 Mensagem por FCarvalho » Sex Jun 28, 2019 11:10 am

A FAB não é a RAF mas devia prestar atenção a essas duas importantes questões, assim como nós:
A RAF disse que o número de aeronaves não equivale à capacidade e que possui os jatos necessários para cumprir seus compromissos.
Este é o mesmo tipo de argumento utilizado pela FAB inúmeras vezes para tentar mascarar a total incapacidade dos meios de que dispõe sobre a defesa aérea. E mais, para justificar até hoje o não indicativo do número concreto de caças necessários a verdadeira composição de uma defesa aérea conforme a legislação vigente, a doutrina aérea mais modernas e, principalmente, o tamanho da área sob sua responsabilidade, que quer queira ou não, é um dado mais que expressivo das suas necessidades enquanto força aérea.
“nenhuma aeronave, por mais capaz que seja, pode estar em mais de um lugar a qualquer momento”.
Este um dado que qualquer força aérea tem de levar em consideração na hora de planejar suas estratégias e emprego.
A FAB, segundo ela mesma, tem a responsabilidade de vigiar, proteger e integrar 22 milhões de km2 de espaço aéreo.
Bem, vai sempre ficar essa pergunta muito mau respondida até hoje: 108 caças é realmente o suficiente para dar conta da nossa defesa aérea ou é simplesmente a FAB pensando com o bolso e não com a cabeça sua frota de caças?

abs.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
A. Sapkowski
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Re: RAF tem a menor força de combate de sua história

#3 Mensagem por Cassio » Dom Jul 14, 2019 4:01 pm

No meu modo de ver... De acordo com a ameaças, o número de algo em torno de 108 a 120 estará de muito bom.
Não adianta querer mais e não ter como manter.
Manter aeronaves é caríssimo... Mesmo as potências mundias tem dificuldades em manter suas frotas.
Eu faria o seguinte...
Teria 120 aeronaves e manteria sempre 60 em operação e para pronto emprego. Outras 30 estariam em manutenção... E as 30 restantes estariam estocadas, compondo uma reserva, e fazendo rodízio com as aeronaves de linha.




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FCarvalho
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Re: RAF tem a menor força de combate de sua história

#4 Mensagem por FCarvalho » Seg Jul 15, 2019 10:57 pm

Cassio escreveu: Dom Jul 14, 2019 4:01 pm No meu modo de ver... De acordo com a ameaças, o número de algo em torno de 108 a 120 estará de muito bom. Não adianta querer mais e não ter como manter. Manter aeronaves é caríssimo... Mesmo as potências mundias tem dificuldades em manter suas frotas.
Eu faria o seguinte...
Teria 120 aeronaves e manteria sempre 60 em operação e para pronto emprego. Outras 30 estariam em manutenção... E as 30 restantes estariam estocadas, compondo uma reserva, e fazendo rodízio com as aeronaves de linha.
Olá Cássio,

Como se sabe, em um primeiro momento a FAB dispôs como sendo o objetivo primário a obtenção de cerca de 126 caças no programa F-X, que depois passaram para 108, e que neste momento são 36 concretamente, E fato é, que ninguém sabe ao certo sequer se virão mais.
A FAB sempre que questionada ao longo desse processo todo - diferente de outras forças aéreas - sempre se negou a definir um número concreto de caças que deveria possuir a fim de, efetivamente, cumprir com sua missão de defesa aérea. E o único referencial que se tem hoje, em relação ao Gripen E são as citas 108 unidades acima, divididas em três lotes, que todo mundo aqui também sabe, só exitem no papel. Até a FAB sabe disso.
O poder aéreo do país é definido em termos de ameaças concretas, hipotéticas, possíveis/previsíveis e improváveis.
No nosso caso, as concretas em qualquer prazo visível são nulas ou inexistentes. Não há motivos sequer que justifiquem a compra de caças novos para a FAB.
As hipotéticas são baseadas, via de regra geral, no enfrentamento de crises regionais e na eventualidade de interferências externas no subcontinente. Hoje, tal condição está voltada para o norte, mais precisamente a Venezuela e sua instabilidade político-institucional. Mas esta é uma situação pontual e que deve ser resolvida via diplomática. Ninguém aqui, diga-se Brasil e Colombia, está interessado em uma intervenção americana e muito menos em ter participação ou ingerência em um conflito fraticida naquele país. Ou seja, todos estão cientes que uma guerra seria o pior cenário possível para a resolução dos problemas venezuelanos. Neste aspecto, a FAB entende que a solução de curto prazo para si é o Gripen E e o KC-390, basicamente, nos quais espera obter, ou retomar, uma capacidade minimamente crível de dominância aérea na América do Sul. A questão é que as quantidades empenhadas só estarão plenamente disponíveis daqui a 5 anos. Até lá, estamos entregues aos F-5, A-1 e A-4 recauchutados e de duvidosa valia militar além de uma disponibilidade operacional mais duvidosa ainda.
Quanto as possíveis/previsíveis, bem, a FAB trabalha com o TO sul-americano e, neste aspecto, bem, não temos no curto e médio prazo motivos que justifiquem investimentos mais substanciais em caças de primeira linha para a FAB. A imensa maioria de nossos vizinhos são/estão, no que tange a forças aéreas, em situação que nem de longe sugerem constituir ameaças tão reais quanto críveis.
No caso das improváveis, bem, a questão é vista como algo no campo das ilações sem qualquer sustentação lógica, tratando-se de uma intervenção externa em nosso TO. Para esse tipo de evento a FAB prevê que nenhuma capacidade que cheguemos a dispor aqui será suficiente para tornar qualquer defesa possível em nosso favor. Admiti-se aqui que as quantidades e/ou tipos de caças que venhamos a ter não serão suficiente para dar cabo de contrapor uma ameaça de potências estrangeiras.
A partir destas análises superficiais que fiz, a FAB baseou todo o seu planejamento até 2041 no que tange a sua força de caças. Hora, o ex-cmte da FAB admitiu em entrevista que hoje se trabalha com a ideia de operar apenas três bases aéreas com caças, supondo que cada uma venha a dispor de um grupo de caça, o que totalizaria a 108 unidades acima. Seriam Manaus, Anápolis e SM ou Canoas. A partir delas se daria toda a nossa defesa aérea, nos 22 milhões de km quadrados de espaço aéreo que tem sob sua tutela.
Se é possível, viável ou mesmo crível tal premissa, bem, acho que só vamos saber se um dia chegarmos a dispor desta centena de caças.
Na minha ignóbil opinião, a FAB ao pensar desta forma está simplesmente olhando - e determinando - as suas capacidades de acordo não com as hipóteses de emprego que avalia, mas simplesmente com a mão no bolso. Do ponto de vista da gestão puramente financeira do erário público, nada demais, mas, o poder aéreo do país não pode se pautar única e exclusivamente neste item. Não ao menos na teoria.
Olhando hoje as reformas que estão promovendo na estrutura da FAB, é possível perceber que a diminuição de recursos humanos, materiais e infraestrutura são a tônica do processo. A FAB de 2041 se pretende muito menor do que a de hoje, mas muito mais capaz. Ao menos em tese.
Conquanto essa relação tamanho x operacionalidade x poder de combate seja uma questão bastante complicada que nem caberia num post o começo de um debate e reflexão sérios, penso que se realmente vamos diminuir de tamanho para tentar aumentar a operacionalidade e capacidade, isto precisa levar em conta todas as condicionantes, inclusive as que não estão submetidas sob o austero empenho orçamentário e econômico.
Eu inúmeras vezes já dispus aqui e em outros tópicos as mudanças que gostaria de ver na infraestrutura da FAB, mas obviamente tudo não passa de mera opinião de um leigo e entusiasta que estuda e lê sobre estas coisas de longe e de fora do sistema.
Não gosto da ideia de termos apenas 108 caças. A meu ver, isso me parece aquela tática do EB de "todo mundo pro mato" em relação à defesa da Amazônia no caso de um inimigo maior e melhor do que nossas parcas capacidades militares. Mas fato é que hoje, mesmo em relação a nossos vizinhos, a defesa brasileira sequer está em condições de sustentar um conflito de uma semana. Ou qualquer conflito. E isso já foi admitido indiretamente no caso da crise venezuelana. Mas longe de ser uma situação pontual e arbitrária da nossa defesa, pelo contrário, ela nada mais é do que a demonstração da nossa longa tradição de sempre estar tendo de escolher entre cobrir os pés ou a cabeça. E a FAB nunca fugiu, e não foge, a esta regra.
Assim, me preocupa o fato de que os brigadeiros tenham que ficar calculando se as três bases aéreas pretendidas terão de ser divididas entre 108, 54 ou apenas 36 caças. Porque nenhum país que se preza, ou pelo menos preza a sua segurança e independência, calibra o seu poder militar, nas suas mais amplas condicionantes e implicações, olhando apenas o bolso. Mesmo potências militares tradicionais como França, Inglaterra, Itália e até mesmo a Rússia, que perdeu mais de uma década inteira afundada em uma mar de lama institucional e econômico, abriram mão de investir e manter uma defesa consoante seus interesses nacionais. Apenas para citar exemplos clássicos.
óbvio que não somos e nem estamos no mesmo patamar estratégico desses países, mas por outro lado, também não somos tão parvos e indiferentes que não possamos levar em conta a defesa como um dado fático da manutenção e preservação do futuro do país. Qualquer que seja ele.
Os ingleses estão se virando. O pessoal dos Brics tem uma posição muito clara a este respeito. Na ONU e na América do Sul, mesmo nossas forças militares sendo estruturalmente ridículas, somos levados muito em conta pelo fator humano... ao menos isso.
Assim, me parece que qualquer que sejam as escolhas da FAB para o futuro, ela tem de passar pelo crivo da racionalidade estratégica e político-institucional e social, além do financeiro/econômico.
Do contrário, os planos dos brigadeiros continuarão sendo apenas isso, planos.
Mas o país continuará precisando, querendo ou não, de sua força aérea tanto quanto ela possa ser melhor a si.
Já passou da hora de nós juntarmos uma coisa á outra.

abs




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
A. Sapkowski
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