FCarvalho escreveu: ↑Seg Abr 15, 2019 6:00 pm
Gabriel, eu citei os bldos acima apenas como exemplo da realidade que temos aqui, ou seja, estamos pegando material usado, antigo XCe recauchutando como dá e como pode. Apenas isso. Os Leo 1A5 estão na mesma prega. São usados, antigos e eventualmente podem ser recauchutados.
Eu particularmente não faço a mínima ideia do que o EB entende por modernização para esses veículos, só sei que a sua substituição não está na lista de prioridades. Neste sentido, quaisquer que sejam as modificações que se deseje fazer neles, em minha opinião, serão apenas e tão somente "o que dá e como pode". Não vislumbro mudanças radicais, até pelos vários motivos que tu mesmo já expuseste aqui. Então o que temos é apenas uma notícia sobre uma possível modernização dos CC do EB, e é só.
Como já disse antes, se não temos como pagar por Abrams do deserto, doados ou não, ou qualquer outro, novo ou usado, que sairia ainda mais caro, não acredito que o comando do exército vá se dar ao luxo de gastar o que não tem para manter um CC operando por pelo menos mais 10 anos. Se decidiram por mexer no CC é porque devem ter conseguido uma solução de consenso que permita manter a logística dele sem maiores problemas até que se arrume um substituto. E de preferencia usando o dinheiro do próprio bolso, já que dificilmente o MD financiaria um projeto assim.
Alías, sempre que se fala aqui em substituir os CC, é preciso lembrar que quando se vai comprar um tanque, não estamos simplesmente comprando um carro, estamos comprando toda uma família, e a logística de suporte. Ou seja, se vamos precisar de pelo menos uns 350 CC novos, isso tem que se multiplicado pelos número de veículos de suporte e apoio que devem vir com eles, pois do contrário, não adianta ter uma cavalaria blda novinha em folha se a art, inf, com e eng blda não conseguirem acompanhar os mesmos. No dia que tivermos um CC novo por aqui, obrigatoriamente teremos de dar conta de arrumar uma VBCI ou coisa que o valha para substituir as M-113, que não por acaso devem ainda ficar por aí até bem depois de 2030. Para não falar da intenção de dispor de todo o lote de 200 M577 que os americanos nos ofereceram. Isso significa mais de 700 M113 e derivados por mais 10/15 anos no EB. E sem substituto a vista.
Enfim, se houver a possibilidade de modificar os Leo 1A5 de forma tal que possa dar-lhe uma sobrevida um pouco mais fácil, e isso puder ser feito com os parcos recursos que se tem, então porque não? Não conheço os problemas dos CC a fundo. Mas com certeza devem ser muitos e variados.Conquanto se quem opera eles acha que pode fazer algo dentro das limitações impostas pela nossa realidade, então não vejo porque não fazer. Isso não vai nos oferecer um CC moderno e atual, mas um CC capaz de cumprir a missão primária que lhe foi aposta pelo EB, que é, hoje, manter atualizada o mais que possível a doutrina e a operação de cavalaria blda. Não é o ideal, como sempre, mas é o que temos e o que dá por agora.
abs
Não, o que você citou não tem nada a ver com a realidade. Primeiro de tudo, as versões mais novas do M109 foram fabricadas, inclusive usando peças do Bradley na versão A6, fabricado entre 1990 até 1998. A versão A7 também será unidade totalmente nova, fabricada a partir do chassis do Bradley. Então quando você o usa de exemplo pra dizer "olha, se eles mantém M109 até hoje, então não seria difícil fazer com o 1A5" é totalmente falacioso. Segundo sobre o M113, esse chega a ser mais absurdo, pois você ignora que quase tudo do M113 foi trocado, até o motor foi trocado. E pior, trata-se de uma viatura muito simples, com peças disponíveis para substituição, que não pertencem necessariamente ao projeto original, em abundância no mercado, com mais de 20 tipos de pacotes de modernização diferentes.
É tão absurdo que se quer deveria ser usado de argumento por alguém que entenda minimamente da área, ainda mais alguém como você que sabe a diferença e sabe os problemas que o 1A5 tem.
O 1A5 não possui nenhum pacote disponível que inclua motorização, suspensão, transmissão e entre outros, que são os problemas crônicos do MBT e a falta de peças vai cobrar o resultado. Só existem modernizações - Israelense e Turca - que abrangem a eletrônica do MBT e isso qualquer um imbecil faz, até aqui na BID. Você quer pagar pra modernizar a eletrônica e depois vai puxar o blindado com bois? Fala sério!
Ai depois você fala do contrato com a KMW, mesmo sabendo que a KMW não tem qualquer obrigação em fornecer peças e eles não possuem desde o 2º semestre de 2010, ainda depois quer falar em realidade!
A realidade é clara e todos sabemos: não existem peças do 1A5 e pra mante-lo operacional vão ter que trocar motor, transmissão, suspensão e hidráulica, sistema de giro da torre, sistema de estabilização, eletrônica e consertar possíveis fissuras que ocorram no chassis, pois é aço puro com mais de 50 anos e seria normal ter isso. Ai depois tem ainda a blindagem, APU...
Isso não vai dar menos que R$ 3 milhões, e estou sendo muito otimista quanto ao preço. Só o MTU 881, que é o único que vejo possível colocar ali - mesmo sabendo que será necessário
cortar/adaptar o chassi pra colocar o MTU 881 e sua transmissão HSWL 284C - custa EU$300 mil, isso daria hoje
R$ 1,34 milhão. Não fabricamos MTU 881 no Brasil, somente é fabricado na Alemanha, ou seja, teremos que pagar em Euro.
Pegue esses R$ 1,34 milhão ao restante, como transmissão, suspensão, blindagem, adaptação do motor e transmissão no chassis...
Ai deixa eu ver se entendi: não temos dinheiro pra pagar US$ 1,8 milhão em M1A1 modernizado, mas temos R$3-4 milhões pra modernizar 1A5, sem acrescentar nada em desempenho, pra durar até 2035 e olhe lá? Cara, você é realmente um gênio!
Claro, não esquecer de problemas óbvios de chassis, que vão ter que ser totalmente revitalizados para durar mais anos. Ou seja, mais $$$. Caramba, é de uma inteligência que está além de eu entender, poderíamos até fazer o que eu cheguei a propor acima, tira a torre do 1A5 e coloca a do T-72. O debate nem é sério mesmo, talvez até se colocar a torre do Altay fique legal, depois é só colocar um MTU883, vamos ter um blindado com cerca de 50 toneladas e 1500hp de potência, já imaginou? Engenharia pra quê?
O resto do seu texto é pra dispensável.