Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.
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Justin Case
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#5401
Mensagem
por Justin Case » Seg Jan 21, 2019 10:20 pm
Túlio escreveu: ↑Seg Jan 21, 2019 5:10 pm
Bueno, nem preciso mudar meu ponto, VOSMEÇÊS devem recordar que faz teeeeempo que digo que o -390 não é negócio para Portugal
para comprar, apenas um Programa
para participar. Outra coisa que digo faz tempo é que uma frota de CL-415 seria muito mais importante, dada a capacidade antiincêndio nata, enquanto que no -390 há caros kits a serem comprados e adaptações a serem feitas.
Com o troco (daquela verba de EUR 800M+) modernizariam os -130 que já têm, e nas instalações da própria FAP.
Sério que a EMBRAER, ainda por cima se associando à BOEING, vai afundar por causa de menos de meia dúzia de jatos?
Portugal vai deixar de comprar o que
realmente precisa por causa de algo que pouco valor agregará às suas capacidades? Tem mais gente no mundo precisando de Cargo, é até uma ótima maneira de ver se essa JV com os EUA funciona mesmo ou se é só charla fiada. Pois Portugal precisa é DISSO:
PS.: podem me acusar do que quiserem, menos de mudar o que já digo faz anos.
Olá, amigos.
Pergunta básica: para que serve esse avião quando não há incêndio florestal?
Abraços,
Justin
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Túlio
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#5402
Mensagem
por Túlio » Ter Jan 22, 2019 12:23 am
Justin Case escreveu: ↑Seg Jan 21, 2019 10:20 pm
Olá, amigos.
Pergunta básica: para que serve esse avião quando não há incêndio florestal?
Abraços,
Justin
Grande Justin, te pergunto direto e, como sabes, sem treta:
Se tivesses alguém querido pego no meio dos incêndios sazonais (e LETAIS) de Portugal, confiarias no -390 ou no - 415? Aliás, quantas passagens (vs litros de antiincêndio) cada um pode fazer num período de 24 hs? Notar que o -390 é OBRIGADO a fazer 4 vezes mais que o -415, pois custa umas 4 vezes mais...
Aliás, repito um questionamento que faço há ANOS: o PAGADOR DE IMPOSTOS precisa de uma aeronave para alguma ASSOCIAÇÃO ou para salvar o próprio couro?
Notar que passam os anos e minha opinião segue a mesma: o que diabos quer Portugal?
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FCarvalho
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#5403
Mensagem
por FCarvalho » Ter Jan 22, 2019 12:43 am
Aviões bombeiros não precisam ser necessariamente operados pela FAP. Já os KC-390 sim.
Existem duas demandas que não concorrem entre si, e ambas precisam de recursos e meios para os quais Portugal deve dar satisfação, interna e externa, por força de obrigação do Estado.
Como resolver isso dada a realidade política e financeira do Estado português é um desafio que a sociedade e o poder público têm que enfrentar e oferecer respostas adequadas.
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#5404
Mensagem
por tgcastilho » Ter Jan 22, 2019 7:57 am
Caros colegas, muito há a dizer sobre o tema. Reparem que Portugal tem 10 milhões de habitantes. Num pais assim pequeno compensará ter varias estruturas para gerir os meios aéreos? A experiência diz que não e alias na Europa do Sul o mais normal é as funções de combate aos fogos estarem entregues à força aérea, por exemplo Grécia ou Croácia. Portugal já teve estruturas separadas, mas é uma duplicação de estruturas com inerentes gastos e foi decidido aglutinar tudo na FA, grosso modo.
O Túlio traz o assunto do combate aos fogos, porque um dos motivos apresentados para adquirir os KC foi pela capacidade de combate aos fogos.
"Pulhitiquices". Para quem não sabe, grosso modo, Portugal tem uma grande densidade florestal no Centro e Norte do País. Juntando a temperaturas na ordem 40/45º, baixa humidade e vento forte. Temos fogos de grande dimensões todos os anos pelo verão. O problema é que esse mesmo Centro e Norte são maioritariamente zonas montanhosas e é muito difícil de acreditar na utilidade do KC nestas circunstancias. E penso que tenha sido com isto em mente que o Túlio fez precisamente os seus comentários.
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#5405
Mensagem
por FCarvalho » Ter Jan 22, 2019 12:43 pm
Concordo com você TGcastilho. Mas isso não muda o fato de que Portugal continua tendo de lidar com suas responsabilidades com a Otan, e internamente com a população em relação aos incendios florestais.
O KC390 teoricamente pode responder às duas situações. Mas a questão focal é: a que preço?
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#5406
Mensagem
por cabeça de martelo » Sex Jan 25, 2019 12:50 pm
KC-390 em Castelo Branco no ano de 2017. As revelações vindas agora a público em Portugal vêm colocar a possibilidade de, afinal, esta aeronave – apresentada inicialmente entre nós como tendo um preço muito competitivo – não ser a escolhida para substituir os Hércules C-130 da Força Aérea Portuguesa. Recordamos que Portugal integra (e contribui financeiramente para ) este projecto e decidiu adquirir 5 aparelhos. Este “Programa KC-390” iniciou-se em 2010 no nosso país, há uma importante vertente económica nacional porque alguns componentes da aeronave são fabricados em Portugal, e o Estado Português decidiu em 2012 investir em tranches anuais 30 milhões de euros em apoios ao projecto, valor aumentado para 38 milhões em 2015. A semana passada o CEMFA declarou que para estes 5 aparelhos a Lei de Programação Militar previa cerca de 830 milhões de euros (em 12 anos) e que não poderia ir além disso. A imprensa em Portugal escreve que há um diferencial de 100 milhões em causa.
Fonte:
http://www.operacional.pt/o-programa-kc ... -o-brasil/
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#5407
Mensagem
por FCarvalho » Sáb Jan 26, 2019 11:28 am
Acho que a FAB (governo) vai dar como prazo final para resolver este imbróglio incômodo o fechamento do negócio da JV com a Boeing em relação ao KC-390.
Até porque depois disso todas as negociações mudam de figura.
Suponho que perder a venda para Portugal não esteja na agenda da FAB e menos ainda da Embraer, enquanto empresa como a conhecemos.
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#5408
Mensagem
por Justin Case » Sáb Jan 26, 2019 11:18 pm
Olá, amigos.
Não é só o preço que interessa, mas também a capacidade militar. Vejam uma análise de Portugal sobre o resultado operacional do KC-390 comparado com o C-130H (postado por cabeça de martelo » Sáb Set 22, 2018 4:44 am).
Um batalhão completo, com toda sua logística, é transportado por três KC-390 de Lisboa para Maputo (Moçambique) em 19 dias. Para realizar a missão com três C-130H são necessários 32 dias. O estudo confirma que Portugal pode cumprir sua missão comprando menos aeronaves, caso escolha o KC-390.
Quem quiser, pode conferir os cálculos e buscar a comparação com um C-130J.
Abraços,
Justin
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#5409
Mensagem
por Túlio » Qui Fev 07, 2019 7:27 pm
Embraer anuncia venda de 12 Super Tucanos e intenção de compra de 6 KC-390
As negociações aconteceram durante a Singapore Airshow
http://www.meon.com.br/noticias/regiao/ ... c-390-2019
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#5410
Mensagem
por FCarvalho » Qui Fev 07, 2019 8:05 pm
Boa notícia. Se fechar em compra real, serão 12 junto com os da FAP.
Nesse momento a aeronave precisa mostrar serviço além da capacidade operacional, qual seja, das equipes de venda da Embraer.
República Checa tem de ser o próximo passo como membro do grupo de risco no desenvolvimento da aeronave, mesmo que somente dois aviões.
Isto feito, Suécia, Suíça e até Finlândia entram na lista de prováveis candidatos a operar o KC-390.
Polônia também é um dos mais importantes países na Europa que ainda precisa substituir os vestutos hércules C-130B doados pelos americanos.
Aqui na vizinhança com alguma sorte chilenos e colombianos façam sua opção na próxima década.
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#5411
Mensagem
por FCarvalho » Ter Fev 19, 2019 6:27 pm
Do Cavok.
A Boeing anunciou que está negociando a venda do KC-390 com cinco países.
Estes seriam diferentes dos parceiros de risco do projeto.
A matéria não deixa claro se é uma negociação conjunta Boeing /Embraer ou se a empresa americana estaria fazendo tudo por conta e risco.
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#5412
Mensagem
por Diupa » Ter Fev 19, 2019 7:28 pm
FCarvalho escreveu: ↑Ter Fev 19, 2019 6:27 pm
Do Cavok.
A Boeing anunciou que está negociando a venda do KC-390 com cinco países.
Estes seriam diferentes dos parceiros de risco do projeto.
A matéria não deixa claro se é uma negociação conjunta Boeing /Embraer ou se a empresa americana estaria fazendo tudo por conta e risco.
Abs
Aprendi um jeito de copiar as matérias do Cavok. Só colar o link da matéria aqui:
https://outline.com/
Tá aí:
Boeing e Embraer ampliam negociações de vendas do KC-390
Boeing e a Embraer estão em negociações com cinco países para venda do KC-390 nas configurações de transporte e reabastecimento aéreo,disse um executivo da Boeing em 18 de fevereiro.
A Embraer lançou o desenvolvimento do KC-390 em 2009, assinando um contrato em 2016 com a Boeing para receber apoio de marketing a nível mundial para venda da aeronave. A parceria aprofundou-se durante nos últimos meses, quando a Boeing e a Embraer concordaram em formar uma joint venture para comercializar o KC-390. A Boeing também concordou em adquirir 80% dos negócios de aviação comercial da Embraer e estabelecer uma joint venture separada.
Ambos os acordos estão previstos para serem finalizados este ano, dependendo apenas da aprovação do governo brasileiro. A Boeing está envolvida na comercialização do KC-390 sob o acordo de 2016.
“Atualmente, são cinco (países) com os quais estamos conversando”, disse Mark Bellew, diretor de vendas e marketing da International Government Services da Boeing Global Services. Os cinco países vão além dos acordos originais de parceria da Embraer com os governos da Argentina, Chile, Colômbia, República Tcheca e Portugal.
“Nós temos alguns novos (países) que nos questionaram sobre o KC-390”, disse Bellew.
O KC-390 está programado para entrar em serviço este ano com a Força Aérea Brasileira, que encomendou 28 unidades.
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#5413
Mensagem
por FCarvalho » Ter Fev 19, 2019 9:44 pm
Vamos torcer para que as negociações sejam feitas a contento e tudo se resolva ao final com boas vendas.
Em se tratando da Boeing, negócio é coisa na casa dos bilhões.
Menos que isso eles nem se dão o trabalho.
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#5414
Mensagem
por tgcastilho » Qua Mar 06, 2019 10:43 am
O ministro da Defesa admitiu que comprar apenas quatro aeronaves baixaria o custo, mas frisou que essa opção não está em cima da mesa.
O ministro da Defesa Nacional disse hoje que a negociação com a Embraer para a aquisição de cinco aeronaves KC-390 está em "processo avançado de negociação" e reiterou que o valor inscrito não é negociável.
Numa audição na comissão parlamentar de Defesa Nacional, João Gomes Cravinho adiantou que a compra dos KC-390 "está em fase final de negociação" mas "ainda não há acordo", sublinhando que o Governo não irá "para além do que está estabelecido em termos de custos" na Lei de Programação Militar, de 827 milhões de euros no horizonte de 12 anos.
"A Embraer sabe disso, é uma condicionante absoluta", disse o ministro, que foi hoje ouvido na comissão de Defesa Nacional no âmbito do debate na especialidade da Lei de Programação Militar, aprovada na generalidade em janeiro, com os votos contra do BE e a abstenção do PSD, CDS-PP e PCP e os votos favoráveis do PS.
O governante disse que o processo está na "fase pré-final das negociações" e manifestou a esperança de que "haja condições para uma decisão nos meses mais próximos".
Após ter sido questionado pelo deputado do CDS-PP João Rebelo, o ministro admitiu que comprar apenas quatro aeronaves baixaria o custo mas frisou que essa opção não está em cima da mesa.
"O que está em cima da mesa atendendo ao limite financeiro neste momento é a aquisição de cinco", disse.
Sobre a compra dos KC-390, que irão substituir os aviões C-130, o ministro declarou que "há avanços muito significativos no plano técnico e financeiro" e que decorre uma "pausa" para ver se o raciocínio estratégico que esteva na base da opção pela Embraer "ainda é sólido".
"Precisamos de voltar a fazer reflexão na componente estratégica. Sobre se a Embraer é a melhor opção para Portugal", disse.
Quanto aos C-130, o ministro disse que está em curso na OGMA um processo de modernização que "é limitado" mas permite que as aeronaves cumpram "algumas missões menos exigentes", afastando a possibilidade de alienação daquelas aeronaves.
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#5415
Mensagem
por FCarvalho » Qua Mar 06, 2019 11:43 am
A essa altura vale a pena questionar se é a Embraer mesmo que está negociando esses aviões.
Com tanta dificuldade me parece que algo não está de todo as claras em relação a venda do KC-390 no mercado internacional.
Ninguém em sã consciência poria tantas dificuldades para vender um produto que se quer se firmou no mercado e muito menos ainda deu provas objetivas do que é realmente capaz. Ainda mais se tratando de um parceiro de risco do projeto.
Horas, essa venda para a FAP é o portão de abertura do mercado europeu. Qual é o problema em atender as condições financeiras do cliente?
O avião nem chegou perto ainda do número necessário para se pagar o investimento nele.
O que será que acontece nos escritórios da Embraer para justificar tanta embromação?
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