Noticias de Portugal

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Re: Noticias de Portugal

#8911 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Jun 07, 2018 7:11 am

Diretor-geral da OMS. “Portugal tem um dos poucos bons sistemas de saúde do mundo

Atividade física para reduzir despesa no SNS? Será algo crucial para a sustentabilidade dos sistemas de saúde, diz Tedros Adhanom Ghebreyesus

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, esteve esta semana em Portugal para o lançamento de uma campanha mundial de promoção de exercício físico e não estranha a mensagem de António Costa, que defendeu que mais atividade significará mais saúde e menos encargos no SNS. Natural da Etiópia, o primeiro líder africano da OMS diz que o sistema de saúde em Portugal é dos poucos bons no mundo, mesmo que haja sempre margem para melhorar. E é duro com a indústria tabaqueira: novos produtos não visam promover a saúde dos fumadores mas manter o negócio.

O que levou a OMS a escolher Portugal para o lançamento do Plano de Ação Mundial para a Promoção da Atividade Física 2018-2030?

Houve duas razões. Por um lado terem um Serviço Nacional de Saúde, algo previsto na vossa Constituição e implementado em 1979. Por outro lado, o governo está empenhado no combate às doenças não transmissíveis e a atividade física faz parte desse movimento, tal como a luta contra o tabaco. Vimos um compromisso forte do lado do governo, inclusive no reconhecimento desta necessidade de combater a falta de exercício físico.

Esses esforços já eram visíveis antes de vir cá?

Sim, completamente. Sabíamos de medidas como o imposto sobre o açúcar que Portugal introduziu ou o imposto sobre o sal.

Esse acabou por não avançar no parlamento.

Sim, mas era certo ir por aí. E no caso do tabaco também têm adotado os instrumentos da OMS: Portugal foi um dos países que ratificaram o protocolo para a eliminação do comércio ilícito de tabaco. Está a combater as doenças não transmissíveis e essa mudança está a acontecer nos cuidados de saúde primários, que é algo que nos interessa muito. Fui visitar o centro de saúde da Baixa (Lisboa) e os médicos já prescrevem exercício físico à população, é algo que já está no sistema de saúde.

O primeiro-ministro português disse que os portugueses estão convocados para fazer mais exercício físico para serem mais saudáveis e assim poupar encargos ao SNS. Os políticos devem usar este tipo de argumentos financeiros?

É verdade. Se pudermos focar-nos nestes fatores, levar as pessoas a tornarem-se mais ativas, se as pessoas evitarem tabaco, moderarem o consumo de açúcar e sal, haverá menos doença e isto significa que se poupará não só vidas mas também dinheiro, dinheiro que se gastaria na gestão de doença cardiovascular, AVC, cancro.

Mas o argumento não pode ser contraproducente? Pessoas com hábitos muito saudáveis também adoecem e precisam de um sistema robusto, que não pode estar dependente dessas poupanças.

Claro que haverá sempre pessoas doentes, mas haverá menos pessoas doentes e isso fará com que exista mais dinheiro disponível.

Acredita que será algo crucial para a sustentabilidade dos sistemas de saúde?

Sem dúvida. Penso que é essencial reduzir os custos com doenças não transmissíveis para garantir a sustentabilidade. Se as pessoas tiverem hábitos mais saudáveis, os sistemas de saúde estarão menos sobrecarregados.

Uma campanha nacional dirigida a mulheres fumadoras com mensagens como “as princesas não fumam” foi considerada sexista por alguns críticos. Como vê o impacto deste tipo de controvérsias na promoção da saúde?

Claro que temos de ter cuidado com as mensagens que transmitimos, há ideias que podem estar bem para umas pessoas e não estar bem para outras e devemos garantir que as mensagens estão de acordo com os valores em que acreditamos. Agora não há dúvidas de que fumar é um fator de risco para a saúde. E em Portugal, em particular, os homens estão a fumar menos mas o tabagismo está a aumentar entre as mulheres. Dirigir mensagens às mulheres é importante. Agora fumar não é bom para ninguém, homens ou mulheres. Quando uma pessoa fuma, na realidade está a pagar para ficar doente. O tabaco não causa só cancro do pulmão mas também doença cardiovascular e AVC, o que foi um dos alertas do Dia Mundial Sem Tabaco. E acho que nos devemos interrogar: porque é que alguém pagaria para ficar doente? Como é que pessoas conscientes o fazem?

É uma dependência.

É uma dependência mas pode ser revertida. Medidas como consultas de cessação tabágica, como já existem por exemplo nos centros de saúde em Portugal, são algo importante.

Parece haver ainda assim algum conflito entre este combate ao tabagismo e o aparecimento de novos produtos, como o tabaco aquecido e sem fumo ou os cigarros eletrónicos.

O tabaco, seja qual for a forma, é um erro, tenha ou não tenha fumo. Não há qualquer uso aceitável, tem sempre consequências para a saúde. A indústria do tabaco tem estado à procura de alternativas mas não é pela saúde das pessoas, é para continuar a sua atividade. A OMS não apoia nenhum produto à base de tabaco.

O tabaco continua à venda de forma livre, ao contrário de outras substâncias que foram sendo declaradas ilícitas. Que medidas lhe parecem mais eficazes para restringir o acesso?

Acho que o passo mais importante é continuar a consciencializar as pessoas. Em segundo lugar, aumentar impostos. Isto tem levado à diminuição do consumo em muitos países e, por outro lado, as receitas fiscais podem financiar atividades nos cuidados de saúde. Há bons sinais, como haver cada vez mais espaços públicos em muitos países livres de fumo.

Há dez anos a OMS adotou a política de não recrutar funcionários fumadores. Mantêm essa prática?

Sim, é a política implementada.

Tem havido algum debate em Portugal sobre o futuro do SNS. Há quem defenda um reforço do serviço público, cortando parcerias com privados, e há quem seja favorável a um sistema cada vez mais misto. O que funciona melhor até em termos de sustentabilidade?

Em termos de sustentabilidade o importante é reduzir custos e centrar os esforços nas doenças que custam mais dinheiro. Nesse sentido, se Portugal apostar mais em promoção da saúde e no reforço dos cuidados primários, vai reduzir as doenças não transmissíveis que são as que representam mais custos para o sistema. Introduzir impostos inteligentes, taxar o tabaco, o açúcar, o álcool, faz sentido. Quanto ao resto, a parceria entre público e privado é importante.

Há quem contra-argumente que não é desejável, pois os parceiros privados terão sempre uma motivação financeira, a preocupação em obter lucro.

Sim, mas a iniciativa privada pode ser regulada. Penso que há áreas em que pode haver cooperação para garantir uma maior acessibilidade da população aos cuidados de saúde, deve ser essa a preocupação.

Um sistema exclusivamente público tem mais dificuldade em fazê-lo?

Há vários modelos, públicos, mistos. No fim do dia, aquilo em que acreditamos na OMS é que os pagamentos que são feitos pelas pessoas do seu próprio bolso, os chamados pagamentos out-of-pocket, devem ser eliminados ou mínimos e apenas para quem os pode pagar.

Os últimos dados disponíveis mostram que Portugal é dos países europeus onde as despesas com saúde mais são suportadas diretamente pelas famílias, com esses pagamentos out-of-pocket a representar 30% dos gastos a nível nacional com consultas, medicamentos e tratamentos. É um indicador que deve merecer preocupação?

Para a OMS, esse é o indicador-chave. Não conheço os números para Portugal mas irei analisá-los.

É natural da Etiópia, onde a esperança de vida ronda os 64 anos, quase menos 20 anos do que em países como Portugal. Que ideias lhe vêm à cabeça quando visita países como o nosso? Como é que se promove a equidade no acesso à saúde?

Portugal tem um dos poucos bons sistemas de saúde. As pessoas conseguem queixar-se mesmo de coisas boas, porque as têm na mão. Dito isto, qualquer sistema de saúde pode melhorar. Ter um serviço nacional de saúde consagrado na Constituição é algo que procuramos que outros países venham a implementar de forma a garantir acesso à saúde a todos os seus cidadãos. Conseguirmos algum dia um cenário de equidade no acesso à saúde será algo muito difícil, depende de muitos fatores. Os países têm diferentes níveis de desenvolvimento mas na OMS estamos empenhados em ajudá-los a preencher essas lacunas. Cada país tem de assumir isto com uma responsabilidade sua mas também tem de haver um esforço global.

:arrow: https://ionline.sapo.pt/artigo/614937/d ... Portugal_i




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Re: Noticias de Portugal

#8912 Mensagem por Viper PT » Ter Jun 12, 2018 1:42 pm

O Forumdefesa.com fechou de vez?

Não estava inscrito, mas era leitor.




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Re: Noticias de Portugal

#8913 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Jun 12, 2018 2:05 pm

Está em "manutenção" há já algum tempo... começo a ficar preocupado.




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Re: Noticias de Portugal

#8914 Mensagem por P44 » Ter Jun 12, 2018 2:24 pm

Pelo menos há 3 semanas




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Re: Noticias de Portugal

#8915 Mensagem por Túlio » Ter Jun 12, 2018 2:27 pm

Não seria tão pessimista: se o FD "acabou" então o domínio estaria à venda; pode ser esquecimento ou acidente (isso nos aconteceu recentemente, quando mandaram o boleto e ele foi parar na spam-box, só notamos quando o Fórum ficou totalmente fora do ar, o que não é o caso). Mais crível é que tenha dado treta na manutenção (já nos aconteceu também) e esta demorar bem mais do que o que seria de se esperar, ou seja, a maior chance é de voltar a qualquer momento.




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Re: Noticias de Portugal

#8916 Mensagem por P44 » Ter Jun 12, 2018 2:34 pm

Estao á espera da revisao da LPM




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Re: Noticias de Portugal

#8917 Mensagem por Túlio » Ter Jun 12, 2018 2:48 pm

Um dia contra Portugal?

Catarina Martins não quer ver "reconhecida" a "enorme violência da expansão portuguesa", quer apenas usar a história para deslegitimar os regimes ocidentais -- e só esses.

Enquanto o presidente da república, em Boston, declarava Portugal capaz, como nenhum outro país, de “compreender, de dialogar, de aproximar pessoas”, por cá, Catarina Martins revoltava-se, muito indignada por os “discursos oficiais” não terem “reconhecido a enorme violência da expansão portuguesa, a nossa história esclavagista”. Que dizer? O 10 de Junho deveria ser um dia de vergonha e de penitência nacional – não o dia de Portugal, mas o dia contra Portugal?

Nada disto é novo. Se a memória não me está a trair, lembro-me de a RTP, em 1974, transmitir um esforço artístico progressista em que os personagens repetiam monotonamente “Diogo é cão, Diogo é cão”. Com as colónias de África em vias de serem trespassados a novas ditaduras, nada mais conveniente do que tratar a expansão portuguesa como uma nódoa para ser lavada rapidamente. A história da expansão entrou então de quarentena. Não por muito tempo, porque a democracia não arranjou mais nada com que tornar Portugal interessante para audiências internacionais (não é certamente com a história do imposto de selo), e a “globalização” valorizou novamente a origem das conexões entre os continentes.

Foi assim que, na década de 90, muitos dos actuais indignados com os Descobrimentos colaboraram, então sem indignação, com a Comissão Nacional para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses. Portugal foi nesses anos o “pioneiro da globalização”. Nos últimos tempos, tudo mudou outra vez, quando a “internacionalização” das ciências sociais submeteu a investigação portuguesa à agenda racialista das universidades americanas. De repente, os mesmos que só viam na expansão portuguesa “multiculturalismo” e “encontro com o outro” descobriram que, afinal, tudo foi racismo e exploração, e que é preciso “reconhecê-lo”. Digamos que é uma exigência bizarra, na medida em que nem as fontes clássicas – lembrem-se de Gil Vicente ou de Fernão Mendes Pinto – escamotearam a violência das “descobertas e conquistas” (como se dizia). Sobre a escravidão, nunca houve silêncio. Mas não é a história, com as suas complexidades, que importa a Catarina Martins, mas apenas o uso de uma história caricaturalmente simplificada para deslegitimar os regimes ocidentais, e só esses.

O chamado “anti-colonialismo” não é, por isso, uma ruptura com o colonialismo: é apenas a sua última fase, no sentido em que continua o velho etnocentrismo que um dia exaltou o “homem branco” como o agente da civilização, e agora o trata como o responsável por todo o mal do mundo. A expansão moderna, porém, não foi uma simples história europeia – pensar assim, é precisamente o primeiro erro etnocêntrico. Muitas das sociedades locais com que os portugueses se “encontraram” não eram compostas de nativos sossegados num idílio à Rousseau, mas impérios militares, também eles em expansão, com os seus escravos e as suas violências. Os portugueses escravizaram, mas — em menor escala — também foram escravizados, por exemplo pelos piratas argelinos que atacaram as costas portuguesas até ao século XVIII. Os Otomanos cativaram imensa gente na Europa e, em conjunto com os árabes, terão tirado tantos escravos de África como os europeus. O que verdadeiramente distinguiu os europeus nesta história não foi apenas o uso de escravos na agricultura da América colonial, mas terem sido os primeiros a abolir a escravidão. A Arábia Saudita só a ilegalizou em 1962, o Omã em 1970 e a Mauritânia em 1980. Talvez os portugueses não tivessem feito o mundo melhor, mas também não o fizeram pior.

Catarina Martins parece muito infeliz por o passado não ser igual ao presente. Não foi, de facto. A essa diferença, chama-se “história”. E para a compreender, não há caminho pior do que o simplismo das glorificações e das criminalizações com pequenos fins políticos.

https://observador.pt/opiniao/um-dia-contra-portugal/




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Re: Noticias de Portugal

#8918 Mensagem por tgcastilho » Ter Jun 12, 2018 7:23 pm

Túlio escreveu: Ter Jun 12, 2018 2:48 pm
Um dia contra Portugal?

Catarina Martins não quer ver "reconhecida" a "enorme violência da expansão portuguesa", quer apenas usar a história para deslegitimar os regimes ocidentais -- e só esses.

Enquanto o presidente da república, em Boston, declarava Portugal capaz, como nenhum outro país, de “compreender, de dialogar, de aproximar pessoas”, por cá, Catarina Martins revoltava-se, muito indignada por os “discursos oficiais” não terem “reconhecido a enorme violência da expansão portuguesa, a nossa história esclavagista”. Que dizer? O 10 de Junho deveria ser um dia de vergonha e de penitência nacional – não o dia de Portugal, mas o dia contra Portugal?

Nada disto é novo. Se a memória não me está a trair, lembro-me de a RTP, em 1974, transmitir um esforço artístico progressista em que os personagens repetiam monotonamente “Diogo é cão, Diogo é cão”. Com as colónias de África em vias de serem trespassados a novas ditaduras, nada mais conveniente do que tratar a expansão portuguesa como uma nódoa para ser lavada rapidamente. A história da expansão entrou então de quarentena. Não por muito tempo, porque a democracia não arranjou mais nada com que tornar Portugal interessante para audiências internacionais (não é certamente com a história do imposto de selo), e a “globalização” valorizou novamente a origem das conexões entre os continentes.

Foi assim que, na década de 90, muitos dos actuais indignados com os Descobrimentos colaboraram, então sem indignação, com a Comissão Nacional para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses. Portugal foi nesses anos o “pioneiro da globalização”. Nos últimos tempos, tudo mudou outra vez, quando a “internacionalização” das ciências sociais submeteu a investigação portuguesa à agenda racialista das universidades americanas. De repente, os mesmos que só viam na expansão portuguesa “multiculturalismo” e “encontro com o outro” descobriram que, afinal, tudo foi racismo e exploração, e que é preciso “reconhecê-lo”. Digamos que é uma exigência bizarra, na medida em que nem as fontes clássicas – lembrem-se de Gil Vicente ou de Fernão Mendes Pinto – escamotearam a violência das “descobertas e conquistas” (como se dizia). Sobre a escravidão, nunca houve silêncio. Mas não é a história, com as suas complexidades, que importa a Catarina Martins, mas apenas o uso de uma história caricaturalmente simplificada para deslegitimar os regimes ocidentais, e só esses.

O chamado “anti-colonialismo” não é, por isso, uma ruptura com o colonialismo: é apenas a sua última fase, no sentido em que continua o velho etnocentrismo que um dia exaltou o “homem branco” como o agente da civilização, e agora o trata como o responsável por todo o mal do mundo. A expansão moderna, porém, não foi uma simples história europeia – pensar assim, é precisamente o primeiro erro etnocêntrico. Muitas das sociedades locais com que os portugueses se “encontraram” não eram compostas de nativos sossegados num idílio à Rousseau, mas impérios militares, também eles em expansão, com os seus escravos e as suas violências. Os portugueses escravizaram, mas — em menor escala — também foram escravizados, por exemplo pelos piratas argelinos que atacaram as costas portuguesas até ao século XVIII. Os Otomanos cativaram imensa gente na Europa e, em conjunto com os árabes, terão tirado tantos escravos de África como os europeus. O que verdadeiramente distinguiu os europeus nesta história não foi apenas o uso de escravos na agricultura da América colonial, mas terem sido os primeiros a abolir a escravidão. A Arábia Saudita só a ilegalizou em 1962, o Omã em 1970 e a Mauritânia em 1980. Talvez os portugueses não tivessem feito o mundo melhor, mas também não o fizeram pior.

Catarina Martins parece muito infeliz por o passado não ser igual ao presente. Não foi, de facto. A essa diferença, chama-se “história”. E para a compreender, não há caminho pior do que o simplismo das glorificações e das criminalizações com pequenos fins políticos.

https://observador.pt/opiniao/um-dia-contra-portugal/

Triste, muito triste.

Este assunto merece-me três considerações diferentes. Primeiro, julgar acontecimentos com 100/200/300 anos à luz dos nossos padrões contemporâneos não me parece muito sensato. A menos claro que se pretenda reescrever a história da humanidade como um todo e cheia de pedidos de desculpa. Segundo, convêm lembrar que os Portugueses não chegaram a África e tomaram-na de assalto. Os Portugueses chegaram lá e trocaram produtos por negros com outros negros!. Portanto, não vejo onde uns tenham errado mais que outros. E em terceiro, não me parece sensato julgar os filhos pelos erros do Pai, se assim for as irmãs Mortágua ainda devem uns anos à cadeia...


Para terminar e concluir, estes (não-)assunto transmitem bem aquilo que o Bloco de Esquerda é uma palhaçada sem fim. Mil PCPs a estes meninos burgueses esquerda-caviar mimados que julgam que vão mudar o mundo a um charro(baseado) de cada vez...

Cumprimentos




"Socialist governments traditionally do make a financial mess. They [socialists] always run out of other people's money. It's quite a characteristic of them."
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Re: Noticias de Portugal

#8919 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Jun 13, 2018 12:22 pm

EUA: Costa brinda com vinho da Madeira investimento de 50 milhões em biotecnologia

O primeiro-ministro brindou com vinho da Madeira, hoje, em Silicon Valley, a assinatura de um contrato de 50 milhões de dólares da multinacional norte-americana Amyris para pesquisa biotecnológica na Universidade Católica do Porto.

ste contrato foi assinado pelo presidente da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), Luís Castro Henriques, pela reitora da Universidade Católica do Porto, Isabel Capelo Gil, e pelo presidente da Amyris, John Melo.

"Foi também com vinho da Madeira que se brindou no dia da independência dos Estados Unidos", referiu John Melo, lusodescendente, perante António Costa e os ministros da Ciência e Ensino Superior, Manuel Heitor, e da Economia, Manuel Caldeira Cabral.

Nesta breve cerimónia, coube ao secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, propor o brinde, deixando uma mensagem de caráter político-económico: "Não queremos imigração".

"Queremos os nossos quadros no nosso país. Este é um grande momento para Portugal", declarou o secretário de Estado da Internacionalização.

Depois de o embaixador dos Estados Unidos em Portugal, George Glass, ter elogiado a escolha do Porto para este investimento na Escola Superior de Biotecnologia, frisando que a segunda cidade portuguesa está também em franco desenvolvimento no domínio da inovação e investigação, o primeiro-ministro fez um discurso simples, mas direto: "Descubram o novo mundo que representará para vós Portugal".

"Temos excelentes universidades do Minho até ao Algarve. Venham. Estamos à vossa espera", afirmou.

A Amyris tem-se destacado na investigação e desenvolvimento de fontes de energia alternativas ao petróleo e o investimento na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade do Porto destina-se precisamente à pesquisa de novos caminhos de sustentabilidade ambiental neste domínio.

https://24.sapo.pt/economia/artigos/eua ... tecnologia




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Re: Noticias de Portugal

#8920 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Jun 14, 2018 10:39 am

Costa puxa para o regadio português grandes investidores californianos

O primeiro-ministro salientou hoje, perante alguns dos maiores investidores mundiais do setor agroalimentar, as potencialidades económicas resultantes do alargamento da área de regadio do país, particularmente do Alqueva, até 2022.

“Temos uma elevada área por explorar na zona do Alqueva. Com o novo plano nacional de regadios vamos alargar até 2022, significativamente, as áreas de exploração que podem atrair importantes investimentos no Alqueva, no centro e norte do país”, declarou António Costa.

O líder do executivo falava em Napa Valley, no coração vitivinícola da Califórnia, num jantar com empresários californianos, parte dos quais com origem portuguesa, depois de ter visitado as instalações da Corticeira Amorim – um projeto industrial classificado como o maior investimento nacional nos Estados Unidos.

Neste jantar em Napa Valley – o maior centro de produção de vinho dos Estados Unidos – o primeiro-ministro teve a companhia de empresários e investidores como Rusty Areias, da ‘Califórnia Strategies’, que é neto de portugueses e que é considerado um próspero empresário agrícola.

Na mesa de António Costa sentou-se também Manuel Eduardo Vieira, açoriano, conhecido como o rei da batata-doce e um dos maiores produtores do mundo deste produto.



Esteve também presente Ângelo Garcia, presidente da Lucas Real Estate Holdings, que após ter vendido a ‘Lucas Films’ à Disney, investe agora em propriedades vitivinícolas e no enoturismo, inclusivamente na Europa.

Xavier Unkovic, presidente da ‘Amy’s Kitchen’ – empresa que produz refeições vegan congeladas e que equaciona um investimento total de 60 milhões de euros em Santa Maia da Feira, marcou igualmente presença no evento.

Outra presença em destaque foi a de Bill Duhamel, da ‘Route One Investment Company’, empresa de São Francisco que atualmente tem investimentos no Alvito e em Aljustrel.

Bill Duhamel tenciona abrir uma ou duas unidades de transformação em Évora – um investimento estimado entre 10 e 20 milhões de euros – para produção de amêndoas, tendo em vista exportar para o mercado dos chocolateiros europeus.

António Costa referiu a estes empresários californianos que o investimento direto estrangeiro no regadio nacional está em acelerado crescimento, sendo Portugal atualmente o terceiro maior produtor de concentrado de tomate e o quinto de azeite.

“Somos um país com boas infraestruturas e com uma população jovem fluente em inglês”, advogou, já depois de se ter pronunciado sobre o setor florestal.

“Temos também o grande desafio da reforma da floresta, em relação ao qual precisamos de novos investidores com uma visão empresarial do setor florestal e da sua exploração. O nosso objetivo é apresentar as diferentes oportunidades”, justificou o líder do executivo.

O presidente da AICEP (Agência Externa para o Comercio Externo Português), Luís Castro Henriques, apresentou a ideia segundo a qual o investidor agroalimentar californiano “vai sentir-se em casa” se apostar no Alqueva.

“O Alqueva é o maior lago artificial da Europa com grandes reservas de água. Vão encontrar ali também grandes extensões de terreno”, apontou Luís Castro Henriques.

Na sua breve intervenção, o presidente da AICEP procurou deixar uma mensagem direta aos empresários californianos: “Portugal não é só um mercado de 10 milhões de habitantes, mas é a porta de entrada para o mercado europeu de 500 milhões de consumidores”.

“Temos também relações privilegiadas de cooperação com os países de expressão portuguesa”, completou Luís Castro Henriques.

A fábrica da corticeira Amorim visitada por António Costa está a operar em Napa Valley desde 2012, fornece anualmente cerca de 350 milhões de rolhas ao mercado do vinho norte-americano e está ganhar entre 500 e mil novos clientes ao ano.

O responsável da empresa na unidade de Napa Valley, Christopher Fouquet, transmitiu ao primeiro-ministro que todo o equipamento de máquinas da empresa é produzido em Portugal, parte do qual já faz por laser a impressão das marcas das diferentes companhias nas rolhas.

Durante a visita, António Costa ouviu também que a corticeira Amorim está a avançar para a produção de novas rolhas de abertura fácil, que não precisam de ser retiradas das garrafas por um saca-rolhas. Essas novas rolhas destinam-se preferencialmente ao mercado asiático para facilitar o consumo de vinho.

“Fornecemos a generalidade do mundo com as melhores rolhas de cortiça, sendo que a Amorim é a principal produtora. Num mercado tão importante como o norte-americano, não podia deixar de estar aqui”, justificou o primeiro-ministro aos jornalistas portugueses.

Mas António Costa foi ainda mais longe, considerando que a Amorim “é um excelente exemplo de como as relações económicas portuguesas com os Estados Unidos podem ter dois sentidos”.

“E podem ser também relações económicas onde a indústria agroalimentar tem um papel importante”, completou.

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Re: Noticias de Portugal

#8921 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Jun 14, 2018 10:43 am

Parlamento do Luxemburgo rejeita petição para proibir empresas de pedir língua portuguesa

O parlamento do Luxemburgo rejeitou uma petição que propunha que as empresas no Luxemburgo fossem proibidas de pedir candidatos que falem português, considerando-a discriminatória.

“A Comissão não pode admitir uma petição em que se pede para proibir uma língua [em anúncios de emprego], mas não outras, como o sueco ou o chinês”, disse Vera Haas-Gelejinsky, secretária da Comissão das Petições, responsável por analisar os pedidos.

A petição n.º 1032, proposta em 28 de maio por Samantha Gaertner, propunha “proibir os empregadores de reclamar a língua portuguesa para um posto de trabalho no Luxemburgo”, de acordo com o título publicado no site do Parlamento luxemburguês.

Enquanto aguardam pela avaliação da Comissão das Petições, os pedidos são publicados apenas com o título e o nome do proponente no site do parlamento, com a referência “em análise de admissibilidade”, não sendo divulgado o texto de motivação até receberem luz verde.

Apesar de rejeitarem a proposta, considerada discriminatória, os deputados notificaram a autora da petição para “reformular o pedido”, de forma a não excluir um idioma específico.

“O que ela pretende é que os anúncios se limitem a pedir as três línguas do país [alemão, francês e luxemburguês], mas não tem o direito de pedir para excluir o português”, explicou a secretária da Comissão.


Se a petição não for reformulada no prazo de um mês, será definitivamente rejeitada.

“A maior parte das pessoas não reformula, mas se o fizer, vamos novamente examinar se a petição é discriminatória”, avançou o presidente da Comissão das Petições, Marco Schanck, deputado do partido cristão-social (CSV).

Apesar de ter tido parecer desfavorável do Parlamento, a petição n.º 1032 foi partilhada nas redes sociais, com muitos portugueses a insurgirem-se com o pedido.

Esta não é a primeira vez que a questão da língua portuguesa em anúncios de emprego chega ao parlamento.

Em março de 2014, o partido nacionalista ADR questionou o ministro da Educação do Luxemburgo, Claude Meisch, sobre um anúncio publicado por uma associação de apoio a crianças, jovens e famílias, pedindo candidatos para uma vaga de educador que falassem português, além das três línguas oficiais do Luxemburgo.

Na questão parlamentar, o deputado Fernand Kartheiser, do ADR, perguntava ao ministro da Educação do Luxemburgo se “considerava normal” que uma associação subsidiada pelo Estado exigisse o conhecimento de uma língua que não faz parte dos idiomas oficiais do país, acusando-a de favorecer os falantes de língua portuguesa e de não contribuir para a integração dos estrangeiros.

Na resposta, que a Lusa noticiou em 10 de março de 2014, o ministro defendeu que “neste caso concreto não se trata[va] de familiarizar as pessoas com as línguas oficiais do país ou de facilitar a sua integração, mas de as compreender e ajudar”.

A língua portuguesa também já foi mencionada numa petição que propunha preservar o multilinguismo, em 2016, em reação a uma outra proposta para converter o luxemburguês na principal língua administrativa do Grão-Ducado, mas neste caso, defendendo a sua valorização.

“O português merecia, igualmente, ser mais estudado na escola. É a sexta língua mais falada no mundo, com mais de 270 milhões de falantes, e há mais de 93 mil portugueses (16,3%) a viver entre nós”, apontava a petição assinada pelo luxemburguês Joseph Schloesser.

O Parlamento do Luxemburgo introduziu as petições eletrónicas em março de 2014, para reforçar a participação dos cidadãos.

Para apresentar uma reivindicação, é preciso ter mais de 15 anos e estar inscrito no Registo Nacional de Pessoas Físicas, sendo também exigido que os pedidos tenham interesse público e “respeitem princípios éticos”, segundo uma nota publicada no site do parlamento.

Se receberem parecer favorável na Comissão das Petições e forem aprovadas pela Conferência de Presidentes, passam a estar abertas a assinaturas, durante 42 dias, tendo que obter 4.500 subscritores para serem discutidas em plenário no parlamento luxemburguês.

:arrow: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/p ... portuguesa




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Re: Noticias de Portugal

#8922 Mensagem por Túlio » Qui Jun 14, 2018 3:35 pm

É tri isso, HAMMERHEAD véio, mas não quero nem ver quando empresas de Portugal e outros Países Europeus começarem a exigir algum idioma/dialeto ÁRABE ou de outra região do OM como condição para obter emprego (e vai acontecer, se é que já não começou)... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:




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Re: Noticias de Portugal

#8923 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Jun 15, 2018 6:52 am

Túlio escreveu: Qui Jun 14, 2018 3:35 pm
É tri isso, HAMMERHEAD véio, mas não quero nem ver quando empresas de Portugal e outros Países Europeus começarem a exigir algum idioma/dialeto ÁRABE ou de outra região do OM como condição para obter emprego (e vai acontecer, se é que já não começou)... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:
Tenho uma ex-colega de curso que está a trabalhar para uma multinacional Alemã graças ao facto dela ser Licenciada em Filologia Germânica. Pensas que se ela não fala-se e escreve-se em Alemão correctamente, ela tinha entrado?

Aqui a questão que se coloca é que tu tens áreas em Luxemburgo em que as empresas são quase todas constituídas por Portugueses (são 10% da população) e não é apenas o gestor e alguns quadros superiores como em Portugal. Para além disso, a petição não visou proibir a exigência de outras línguas para além das três oficiais, mas sim o Português em particular e isso é descriminação sim!




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Re: Noticias de Portugal

#8924 Mensagem por Túlio » Sex Jun 15, 2018 2:35 pm

cabeça de martelo escreveu: Sex Jun 15, 2018 6:52 am
Tenho uma ex-colega de curso que está a trabalhar para uma multinacional Alemã graças ao facto dela ser Licenciada em Filologia Germânica. Pensas que se ela não fala-se e escreve-se em Alemão correctamente, ela tinha entrado?

Aqui a questão que se coloca é que tu tens áreas em Luxemburgo em que as empresas são quase todas constituídas por Portugueses (são 10% da população) e não é apenas o gestor e alguns quadros superiores como em Portugal. Para além disso, a petição não visou proibir a exigência de outras línguas para além das três oficiais, mas sim o Português em particular e isso é descriminação sim!
Não me entendeste, HAMMERHEAD: estava zoando o fato de VOSMEÇÊS de Europa continuarem tão desunidos quão sempre! Isso, claro, me leva a crer que se não fossem artificialismos impostos pela força da Economia (e das armas, naturalmente) como OTAN e UE/ZE não durava um ano sem que se pegassem na porrada por qualquer irrelevância como faziam por costume até 1945, quando os ianques e soviéticos deram o BASTA!

Notar que aqui, nas colómnias, idioma como pré-requisito é tão comum para diversas profissões (talvez seja assim por sermos um País de imigrantes) que nem notamos e muito menos vai aparecer gente berrando que é "discriminação". Felizmente, estar nas beiradas do mundo nos torna bem menos propensos a aceitar aberrações como o famigerado POLITICAMENTE CORRECTO, pelo menos em sua forma ampla, cada vez mais comum em Europa: na restrita, tipo "igualdade de oportunidade" é claro que até eu acho certo, mas de acordo com as capacidades: mesmo o melhor Mestre-de-Obras do Brasil não irá se candidatar a Gerente de Projetos da EMBRAER, pois sabe que não possui nem a formação nem os conhecimentos necessários para bem desempenhar as funções inerentes ao cargo. Da mesma forma, para lecionar em uma Escola exclusiva para filhos de executivos e funcionários sênior de uma ou várias multinacionais dos EUA e Consulado/Embaixada é claro que vai ter que provar que domina o idioma e de preferência que fez Intercâmbio tendo, portanto, conhecimentos sobre os usos e costumes do público-alvo. Repito, mal notamos quando é exigido domínio de idiomas como o citado ou, mais recentemente, castelhano e mandarim para determinados empregos porque sabemos que sem isso não se consegue trabalhar.

QED, o que me chamou a atenção no texto que postaste foi que sequer consigo considerar como sério que uma coisa assim seja tratada em nível de Estado. A mim parece tão ridículo quanto, mesmo para um emprego público, o RS exigisse que só Gaúchos pudessem se candidatar; já trabalhei com AP que veio de várias outras províncias, como SP, RJ, MS e CE, fez o concurso e entrou, chegando inclusive a ocupar cargos de chefia. E aí vemos o que está acontecendo em RR, com a "invasão vuvuzelana": tem um monte de criança ali, cedo ou tarde várias Escolas irão precisar de um bom número de Professores para ensiná-las e, sem dominar o castelhano, vai ser brabo de ensinar-lhes a falar, entender, ler e escrever em Português (o verdadeiro, não o daí :twisted: ). É natural e terá que ser feito, simples assim (a não ser que, por algum milagre, voltem). Ademais, como já foi dito, nos é natural que, na iniciativa privada e, em certos casos, até no serviço público, o domínio deste ou daquele idioma seja condição sine qua non.

Assim, big deal for nothing.




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Re: Noticias de Portugal

#8925 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Jun 16, 2018 6:48 am

Túlio escreveu: Sex Jun 15, 2018 2:35 pm
cabeça de martelo escreveu: Sex Jun 15, 2018 6:52 am
Tenho uma ex-colega de curso que está a trabalhar para uma multinacional Alemã graças ao facto dela ser Licenciada em Filologia Germânica. Pensas que se ela não fala-se e escreve-se em Alemão correctamente, ela tinha entrado?

Aqui a questão que se coloca é que tu tens áreas em Luxemburgo em que as empresas são quase todas constituídas por Portugueses (são 10% da população) e não é apenas o gestor e alguns quadros superiores como em Portugal. Para além disso, a petição não visou proibir a exigência de outras línguas para além das três oficiais, mas sim o Português em particular e isso é descriminação sim!
Não me entendeste, HAMMERHEAD: estava zoando o fato de VOSMEÇÊS de Europa continuarem tão desunidos quão sempre! Isso, claro, me leva a crer que se não fossem artificialismos impostos pela força da Economia (e das armas, naturalmente) como OTAN e UE/ZE não durava um ano sem que se pegassem na porrada por qualquer irrelevância como faziam por costume até 1945, quando os ianques e soviéticos deram o BASTA!
Na verdade quanto mais tempo passa, mas difícil é de cortar as ligações no seio da UE. Tu tens demasiadas pessoas a trabalhar noutros países da UE e demasiadas pessoas a casarem com outras nacionalidades para que isso se reverter-se. O problema é o crescimento de forças populistas/nacionalistas graças aos refugiados e à tendência dos políticos europeus de culparem o vizinho do lado pelos problemas, em vez de assumirem as próprias responsabilidades.
Notar que aqui, nas colómnias, idioma como pré-requisito é tão comum para diversas profissões (talvez seja assim por sermos um País de imigrantes) que nem notamos e muito menos vai aparecer gente berrando que é "discriminação". Felizmente, estar nas beiradas do mundo nos torna bem menos propensos a aceitar aberrações como o famigerado POLITICAMENTE CORRECTO, pelo menos em sua forma ampla, cada vez mais comum em Europa: na restrita, tipo "igualdade de oportunidade" é claro que até eu acho certo, mas de acordo com as capacidades: mesmo o melhor Mestre-de-Obras do Brasil não irá se candidatar a Gerente de Projetos da EMBRAER, pois sabe que não possui nem a formação nem os conhecimentos necessários para bem desempenhar as funções inerentes ao cargo. Da mesma forma, para lecionar em uma Escola exclusiva para filhos de executivos e funcionários sênior de uma ou várias multinacionais dos EUA e Consulado/Embaixada é claro que vai ter que provar que domina o idioma e de preferência que fez Intercâmbio tendo, portanto, conhecimentos sobre os usos e costumes do público-alvo. Repito, mal notamos quando é exigido domínio de idiomas como o citado ou, mais recentemente, castelhano e mandarim para determinados empregos porque sabemos que sem isso não se consegue trabalhar.
Em Portugal é perfeitamente normal pedirem o conhecimento de línguas estrangeiras e presumo que no Luxemgurgo idém, o problema do autor dessa petição não são com essa exigência, apenas com o Português em particular. Ou seja, provavelmente será mais um ressabiado que não gosta de Portugueses e que tenta ao máximo dificultar a vida da comunidade por lá. Não sei como é agora, mas até à uns anos atrás eu sei que os Portugueses estavam proibidos de concorrer a vagas na Função Pública, o que é descabido. Na Junta de Freguesia da localidade onde trabalho, uma boa fatia dos funcionários são brasileiros e ninguém tem problemas com isso.
QED, o que me chamou a atenção no texto que postaste foi que sequer consigo considerar como sério que uma coisa assim seja tratada em nível de Estado. A mim parece tão ridículo quanto, mesmo para um emprego público, o RS exigisse que só Gaúchos pudessem se candidatar; já trabalhei com AP que veio de várias outras províncias, como SP, RJ, MS e CE, fez o concurso e entrou, chegando inclusive a ocupar cargos de chefia. E aí vemos o que está acontecendo em RR, com a "invasão vuvuzelana": tem um monte de criança ali, cedo ou tarde várias Escolas irão precisar de um bom número de Professores para ensiná-las e, sem dominar o castelhano, vai ser brabo de ensinar-lhes a falar, entender, ler e escrever em Português (o verdadeiro, não o daí :twisted: ). É natural e terá que ser feito, simples assim (a não ser que, por algum milagre, voltem). Ademais, como já foi dito, nos é natural que, na iniciativa privada e, em certos casos, até no serviço público, o domínio deste ou daquele idioma seja condição sine qua non.

Assim, big deal for nothing.
[/Justificar]
Ler o que respondi acima, mas sabes uma coisa interessante, é que já há inúmeros países na UE em que tu podes servir nas Forças Armadas mesmo sendo de outra nacionalidade e para isso basta tu saberes a língua local e seres cidadão Europeu. Conheço vários casos de Portugueses nas Forças Armadas Belgas.Finlandesas, etc.

Uma coisa tens que compreender, a UE ainda não é um país, mas uma soma de países com legislações cada vez mais similares, mas ainda com diferenças entre si. Tu tens Repúblicas e Monarquias no seio da UE, tu tens países centralizados e tu tens Federações, tu tens basicamente todos os sistemas políticos possíveis e imaginários (democráticos) por cá. Isso estende-se a tudo, Forças Armadas (algumas são profissionais, outras têm o SMO), Forças Policiais (tens Policias de caracter Nacional como em Portugal, tu tens Policias por regiões como em Espanha, tu tens Policias Militarizadas e tu tens Civis (por norma são forças completas que executam qualquer missão e não como é por aí), tu tens de tudo!




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