Noticias de Portugal

Área para discussão de Assuntos Gerais e off-topics.

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
P44
Sênior
Sênior
Mensagens: 55684
Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
Localização: O raio que vos parta
Agradeceu: 2889 vezes
Agradeceram: 2550 vezes

Re: Noticias de Portugal

#8896 Mensagem por P44 » Qui Mai 24, 2018 12:13 pm

Imagem

Só pode ser piada

http://visao.sapo.pt/exame/2018-05-24-O ... o-trabalho

Ou então nunca tive sorte nenhuma com os empregos que tive/tenho :(




*Turn on the news and eat their lies*
Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 62304
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceu: 6529 vezes
Agradeceram: 6899 vezes
Contato:

Re: Noticias de Portugal

#8897 Mensagem por Túlio » Qui Mai 24, 2018 3:43 pm

P44 escreveu: Qui Mai 24, 2018 12:13 pm Imagem

Só pode ser piada

http://visao.sapo.pt/exame/2018-05-24-O ... o-trabalho

Ou então nunca tive sorte nenhuma com os empregos que tive/tenho :(
Talvez. Aqui vão duas sugestões:

Bons empregos: https://www.forbes.com/sites/deborahlee ... b2d7942e32

Dicas: https://www.forbes.com/sites/deborahlee ... d3ebf029ff

PS.: claro, vale aí pra cima, no Primeiro Mundo, por aqui o melhor ainda é se formar em Direito e ou sair advogando como o Aiatolá véio ou fazer concurso pra juiz, promotor, delegado de polícia ou ainda se meter com a nossa véia e querida politicagem; tudo emprego que paga bem pra caramba e dá pouquíssimo stress...




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 40609
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceu: 1207 vezes
Agradeceram: 3034 vezes

Re: Noticias de Portugal

#8898 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Mai 25, 2018 8:06 am

O que não falta neste país é pessoas diplomadas em Direito a exercer outras profissões devido ao excesso de oferta. Por acaso as soluções que tu apontaste são quase todas boas opções cá em Portugal, especialmente uma carreira politica.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 40609
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceu: 1207 vezes
Agradeceram: 3034 vezes

Re: Noticias de Portugal

#8899 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Mai 25, 2018 1:34 pm

Tesla Model 3 em Portugal com preço abaixo do esperado

Num trabalho conjunto do Watts On e do Tesla Club Portugal, realizámos um estudo comparativo que nos permite estimar com bastante confiança os valores de comercialização do Tesla Model 3 em Portugal, incluíndo as três versões conhecidas e equipamentos opcionais.

A análise foi feita comparando todos os preços dos modelos da Tesla já em comercialização em Portugal e dos modelos homólogos no mercado americano. Com este exercício, foi possível perceber uma relação constante entre o preço de venda nos Estados Unidos e o preço em Portugal, antes de ser aplicado o IVA.

Deste modo, comparando os preços em euros sem IVA em Portugal, com os preços nos EUA, em dólares, foi possível obter um valor de ajuste médio entre os dois, que se estabeleceu em 0,9655.

O valor mais desfasado deste exercício foi obtido com o Model S P100D, que custa, sem IVA em Portugal, 124 984 euros e 135 000 dólares.

Foram sempre consideradas as especificações base de cada modelo, apenas com o Pack Confort, que faz parte do equipamento das versões vendidas em Portugal, sem acréscimo de preço.

Esta tendência, aplicada ao Model 3 obtém resultados muito interessantes, que nos permitem projetar os seus preços de venda ao público no nosso país..

Aplicando o valor médio de ajuste, estimamos o preço do TM3 modelo base em 33 793 euros o que, com IVA, perfaz 41 566 euros. O modelo Base do Tesla Model 3 ainda não terá entrado em produção, mas espera-se que esta se inicie em breve.

O modelo Long Range, com pack de baterias de 75 kWh, aplicando a mesma relação, custará mais 10 688 euros, totalizando 52 254 euros (42 483 €, sem IVA).


Novas versões já têm preço também
Entretanto, foi anunciada a versão AWD, com dois motores e tração integral do Tesla Model 3. Com esta especificação, o TM3 vai acelerar dos 0-100 km/h em pouco mais do que 4,5 segundos, mantendo a velocidade máxima de 225 km/h e a autonomia de 499 km do Long Range.

De realçar que, a partir de 1 de Setembro deste ano, todos os veículos comercializados na União Europeia terão o seu consumo energético e emissões calculados mediante as novas regras WLPT (Worldwide Harmonised Light Vehicle Test Procedure), pelo que os dados referentes à autonomia do TM3 podem alterar-se.

O custo adicional do AWD será de 5000 dólares nos EUA. A nossa estimativa aponta para um valor de 5938 em Portugal.
Para além do AWD, Elon Musk anunciou ainda a esperada versão Performance do TM3, que o próprio comparou ao BMW M3.

Com acelerações na ordem dos 3,5 segundos dos 0-100 km/h e velocidade máxima de 250 km/h, vai ser seguramente o TM3 mais desejado nos próximos tempos. Terá um custo adicional de 21 500 dólares, que se traduz, de acordo com o nosso estudo, em 25 533 euros.

Estimamos ainda que um TM3 Performance com uma especificação muito completa, tenha um valor muito próximo dos 100 000 euros em Portugal, ligeiramente menos do que preço base do BMW M3 (102 360 euros).

Quanto custarão os extras?
No que diz respeito aos opcionais, usámos dois pontos de referência, entre a nossa fórmula de cálculo e o preço do mesmo equipamento no Tesla Model S em Portugal.

O valor que estimamos para as jantes de 19’’ é de 1600 euros. A pintura especial, é de 1050 euros. O Pack Premium, que inclui filtros de proteção do habitáculo, bancos e volante aquecidos e sistema de som melhorado, entre outros equipamentos, custará 5400 euros, o mesmo valor que estimamos para a função Autopilot.

Quanto à capacidade de condução autónoma total, estimamos um custo idêntico ao do Model S, de 3200 euros.

Aos valores que indicamos, falta adicionar custos administrativos e documentação nosso país, que atualmente é de 500 euros.

Embora este nosso estudo nos dê confiança para os apresentar aos leitores, baseamo-nos em informação disponível para o público e, por isso, não oficial.

Podem surgir alterações significativas ou arredondamentos a estes valores que aqui apresentamos. Todavia, a não ser que a marca altere a sua relação de preços entre os EUA e a Europa — o que não é provável, já que a Tesla pretende ter os seus modelos numa estratégia de comercialização global — estes serão, com pequenas oscilações, os valores mais prováveis.

Primeiros exemplares chegarão em 2019

Depois de algumas semanas com dificuldades na produção do TM3, a Tesla está a aproximar-se dos objetivos que estabeleceu internamente de 5000 unidades por semana. Os últimos dados apontam para um ritmo atual superior a 3500 unidades, com mais de 31 000 exemplares já matriculados.

É possível que as primeiras unidades cheguem ao mercado europeu no final deste ano. Em Portugal, talvez comecem a chegar ainda durante o primeiro semestre de 2019.

Não conhecemos ao certo o número de portugueses que encomendaram o TM3, mas os números que várias fontes nos indicam apontam para várias centenas, podendo atingir o milhar em breve, uma situação que certamente se consolidará com a chegada dos primeiros exemplares e da confirmação dos preços.

Por enquanto, com os valores que aqui revelamos, já dá para começar a fazer algumas contas…

Agradecemos a estreita colaboração do Tesla Club Portugal, em particular ao João Nunes e ao Hugo Pinto, para a realização deste artigo.

https://www.motor24.pt/marcas/tesla-mod ... -esperado/




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 40609
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceu: 1207 vezes
Agradeceram: 3034 vezes

Re: Noticias de Portugal

#8900 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Mai 25, 2018 1:40 pm

Para perceberem o nível da especulação imobiliária que há em Lisboa e nas principais cidades do país:

https://www.dn.pt/dinheiro/interior/o-a ... 1527266078

Isto é apenas o dobro do preço do meu apartamento com 100 m2, dois quartos, arrecadação, sala, casa de banho e parqueamento interior.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
P44
Sênior
Sênior
Mensagens: 55684
Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
Localização: O raio que vos parta
Agradeceu: 2889 vezes
Agradeceram: 2550 vezes

Re: Noticias de Portugal

#8901 Mensagem por P44 » Sex Mai 25, 2018 4:04 pm

Li uma noticia hoje que estavam a vender o apartamento mais pequeno de Lisboa, com apenas 16 metros quadrados, por 15O mil euros!!!!!!!!




*Turn on the news and eat their lies*
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 40609
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceu: 1207 vezes
Agradeceram: 3034 vezes

Re: Noticias de Portugal

#8902 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Mai 26, 2018 7:21 am

P44 escreveu: Sex Mai 25, 2018 4:04 pm Li uma noticia hoje que estavam a vender o apartamento mais pequeno de Lisboa, com apenas 16 metros quadrados, por 15O mil euros!!!!!!!!
É exactamente o apartamento do link.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 40609
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceu: 1207 vezes
Agradeceram: 3034 vezes

Re: Noticias de Portugal

#8903 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Mai 26, 2018 7:30 am

Jorge Sampaio dá as boas-vindas a 54 estudantes sírios que chegaram esta madrugada a Lisboa

O avião da Força Aérea Portuguesa vindo de Beirute aterrou no Aeroporto Militar Figo Maduro, em Lisboa, às 4h30. Estes estudantes vão, numa primeira fase, frequentar um curso intensivo de português. Depois serão integrados em universidades e politécnicos de Lisboa, no âmbito do programa de bolsas de estudo de emergência para estudantes sírios dirigido por Jorge Sampaio.

Video - http://sicnoticias.sapo.pt/mundo/2018-0 ... a-a-Lisboa




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
P44
Sênior
Sênior
Mensagens: 55684
Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
Localização: O raio que vos parta
Agradeceu: 2889 vezes
Agradeceram: 2550 vezes

Re: Noticias de Portugal

#8904 Mensagem por P44 » Ter Mai 29, 2018 2:24 pm

Fazem falta é mais médicos assim...

Imagem




*Turn on the news and eat their lies*
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 40609
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceu: 1207 vezes
Agradeceram: 3034 vezes

Re: Noticias de Portugal

#8905 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Mai 30, 2018 7:36 am

ANTÓNIO BARRETO: "PORTUGAL INTEIRO JÁ PERCEBEU QUE O GOVERNO FAZ O QUE O SENHOR PRESIDENTE MANDA"

Isabel Tavares Isabel Tavares

É um dos mais respeitados sociólogos e pensadores portugueses. Passou pelo Partido Comunista antes de aderir ao PS, foi ministro e deputado. Muitos teriam gostado de o ver na Presidência da República, mas garante que tudo tem um tempo e esse acabou em 1991. Hoje assume-se como um liberal de esquerda.

António Barreto pede que seja feita justiça há quase dez anos. Prometeu falar até a voz lhe doer e exige o apuramento de responsabilidades: “Gostaria de ver governantes presos”, afirmou há três anos. O leque de acusados vai engrossando, os processos vão-se avolumando, mas condenados de facto são muito poucos. O que o faz hoje confessar que. "nos dias mais cépticos" desconfia que "não vamos ter nada". "Porque de bagatela em bagatela, de chicana em chicana, de recurso em recurso consegue-se arquivar e prolongar processos de julgamento por vários anos até à prescrição".

Nunca gostou da aliança entre o Partido Socialista, o PCP e o Bloco de Esquerda, que considera “monstruosa”, e mantém que “hoje o PS tem zero ideias”. Diz que 'ainda bem' que as coisas têm corrido bem ao PS nestes dois anos e meio, mas garante que na altura certa o eleitor saberá penalizar um governo que nos momentos mais difíceis não tem sabido agir.

Uma entrevista centrada na corrupção e no financiamento dos partidos, mas em que também se fala da Europa e de fotografia, uma das paixões de António Barreto, que no próximo mês irá expor na Batalha.

Em 2015 disse-me que gostaria de ver uma série de governantes presos. Nenhum foi preso entretanto. Sente-se defraudado?

É verdade, nenhum foi preso. Falo de políticos de todos os estatutos, do director-geral ao secretário de Estado, do ministro ao chefe de polícia, dos juízes aos procuradores. Aumenta o número de investigados, de arguidos, até já há condenados, mas andam de recurso em recurso, não há ainda um apuramento real de responsabilidades, um julgamento terminado, uma pena em cumprimento. Isso não temos. Até hoje temos os casos de Vale e Azevedo e, mais recentemente, de Isaltino Morais, que cumpriu pena e já é presidente de câmara outra vez. O que, para os anos que temos de peripécias políticas e partidárias e corrupção - ou de casos que aparentavam corrupção – representa muito poucos casos terminados, com trânsito em julgado.

Perdeu a esperança?

Eu, nos dias mais cépticos, desconfio que não vamos ter nada, ou nunca ou jamais. Porque de bagatela em bagatela, de chicana em chicana, de recurso em recurso consegue-se arquivar e prolongar processos de julgamento por vários anos até à prescrição. Nos últimos meses tive a consciência ou a sensação de que Portugal estava a ficar um pouco mais impaciente do que complacente, o que é bom. Ser muito paciente e muito complacente é mau. Esta coisa do deixar correr, não há-de ser nada, são todos corruptos, mas todos temos telhados de vidro, é muito negativa. E nestes últimos tempos, fosse pela acção do Ministério Público, fosse pela acção de algum juiz de instrução ou pelo debate público, que também se interessa por estes assuntos, parece que os tribunais estão a ter mais despacho. O que não sei é se é uma coisa aparente e daqui a uns meses está tudo na mesma. Gostaria que o meu país fosse, ainda que não muito mais rico, mais justo. Prioritariamente que houvesse justiça perante o crime, que as pessoas percebessem que não se fica impune, que o crime não compensa.

“GOSTARIA QUE O MEU PAÍS FOSSE, AINDA QUE NÃO MUITO MAIS RICO, MAIS JUSTO. QUE AS PESSOAS PERCEBESSEM QUE NÃO SE FICA IMPUNE, QUE O CRIME NÃO COMPENSA”

Portugal está em 5.º no ranking da corrupção, segundo um estudo da Ernest & Young...

Não conheço o estudo, mas ouvi falar. E em 200 países estarmos em 5.º lugar é estar no quadro de honra. Que os políticos se defendam, até percebo – têm família, as mulheres, os filhos, os vizinhos, etc. Agora, que o Ministério Público, os acusadores públicos, que os juízes e às vezes os deputados, ajudem a esta espécie de descalabro público, isso acho muito mal e até confrangedor, a não ser que também tenham interesse nisso.


Muitas vezes os deputados votam em causa própria. Há na Assembleia da República muitos advogados, por exemplo. Isso é preocupante?

Isso não me preocupa muito neste sentido: Direito é dos estudos que mais sugerem uma vida política. Quando eu estava a terminar o liceu em Vila Real, o ensino secundário, nunca tinha ouvido falar em Sociologia. Quando me explicaram o que era, pensei que me ajudava a compreender a sociedade, a perceber o ser humano, digamos. Por outro lado, achava que a Sociologia me preparava para a vida política se quisesse seguir essa via. No sétimo ano, quando ia para a universidade, foi preciso escolher e não havia Sociologia em Portugal, era proibido. Nessa altura pensei que Direito era o curso mais próximo de algo que se parecesse com a vida política e foi o que segui - mas não estudei nada, só namorava, não passava nos exames, não fiz nada do que tinha de fazer. E foi quando cheguei a Genebra, na Suíça, que fui para Sociologia. É verdade que a Sociologia, feita a sério, é uma disciplina académica muito interessante, muito rica, e a tentação de quem está em Sociologia e gosta de bitaites políticos é muito grande, porque ela olha, percebe, descreve e interpreta.

VIVEMOS NUM PAÍS POBRE. E OS PAÍSES POBRES SUGEREM O ARRANJINHO, A CAPELINHA, A INVEJA, O PEQUENO CIÚME. O ARRANJINHO COM OS AMIGOS DA COMUNIDADE: EU COÇO-TE AS COSTAS A TI, TU COÇAS-ME AS COSTAS A MIM

E ao nível da corrupção, qual a interpretação que faz da sociedade portuguesa?

Há muitos contributos... Numa primeira linha, a pobreza do país. Portugal nunca teve uma grande agricultura, rica, pujante, como muitos países do norte. A Inglaterra, a França, a Alemanha tinham uma agricultura poderosa, forte, que dava rendimento aos proprietários, aos trabalhadores, aos que viviam dela, que produzia excedentes e alimentava as cidades. Nós vivemos sempre num país pobre. E os países pobres sugerem o arranjinho, a capelinha, a inveja, o pequeno ciúme. O arranjinho com os amigos da comunidade: eu coço-te as costas a ti, tu coças-me as costas a mim. Não é por acaso que grande parte do crime - não todo, mas grande parte da tradição criminal - nasce próximo de países pobres, de regiões pobres. É o caso da máfia, da camorra, da ETA, nasceram em regiões pobres, pouco desenvolvidas, pouco organizadas.

O MAIS IMPORTANTE DA DEMOCRACIA NÃO É VOTAR EM ALGUÉM, É PODER PÔR ESSE ALGUÉM FORA. MAIS IMPORTANTE DO QUE ELEGER UM GOVERNO BOM, PORQUE NESSA ALTURA NÃO SABEMOS SE É BOM OU MAU, É PODER TIRAR DE LÁ ESSE GOVERNO

A pobreza não é a única razão...

É uma das razões. Há muita corrupção nos países latinos, nos países com muita desigualdade. Mas penso que em Portugal fez muita falta um período de reforma histórica, de reforma religiosa. Nos países protestantes o critério de rectidão é de cada um, é dos seus pares e é de Deus. Não existe confissão, não existe perdão, não existe absolvição. Aliás, a reforma protestante, entre outras razões, surge contra o risco excessivo, os prazeres excessivos, o dinheiro excessivo. Países como Inglaterra, Holanda, a maior parte dos Estados Unidos, Alemanha, Suíça, fizeram esse expio, de frugalidade, de honestidade, de rectidão. Depois, em Portugal, certamente falta democracia. A democracia tem bastantes virtudes e muitos defeitos também. Mas, globalmente, não há nada que se assemelhe em qualidade à democracia. O mais importante da democracia não é votar em alguém, é poder pôr esse alguém fora. Mais importante do que eleger um governo bom, porque nessa altura não sabemos se é bom ou mau, é poder tirar de lá esse governo. Tal como a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão torna-se num controlo permanente dos outros. Tudo isso nos faz falta, mas somos um país com pouquíssimas horas de voo democrático.

Menos de 45 anos.

A democracia começou no final dos anos setenta, princípio dos anos oitenta, com as revisões constitucionais e o fim do Conselho da Revolução. Durante o Estado Novo houve zero de vida democrática e nos últimos anos houve uns laivos, qualquer coisa que se parecia com a democracia, em doses muito, muito homeopáticas. Vivemos sempre sob o domínio da Igreja católica como religião única - se tivéssemos várias religiões, vários cristianismos, vários protestantismos, teria havido mais liberdade, mais democracia. Tudo isto leva a que cheguemos a este ponto em que a corrupção é uma maneira de viver. Conheço pessoas que aplaudem os amigos que roubam. É como no futebol: se o meu clube rouba, se um jogador quebra os ossos ao adversário, se o manda para casa lesionado, fico satisfeito. São os meus a matar os outros. Na vida política há muito disto: se a gente do meu concelho rouba, é bom. Se a gente do meu partido rouba e mente e engana e nomeia quem não deve, demite quem não deve, está tudo bem. Isto é muito negativo, mas não vejo maneira de as coisas melhorarem.

QUANDO EU ESTAVA NA FUNÇÃO PÚBLICA CHAMAVA-SE A ISSO, NA GÍRIA, UM CONCURSO COM FOTOGRAFIA (...) SÓ PODIAM CONCORRER TRÊS OU QUATRO PESSOAS, TINHA DE SER MAIS DO QUE UMA PARA PARECER DEMOCRÁTICO, MAS JÁ SE SABIA QUEM IA GANHAR

A corrupção também se democratizou?

Hoje um bocadinho menos do que há dez anos e há dez anos um bocadinho menos do que há trinta, mas ainda estamos muito, muito longe do que deve ser. Um partido chega ao poder e varre-se os chefes da administração pública, depois arranjam-se umas regras, uma Cresap [Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública]. Quando eu estava na função pública chamava-se a isso, na gíria, um concurso com fotografia: “Prepara aí um concursozinho com fotografia”. Só podiam concorrer três ou quatro pessoas, tinha de ser mais do que uma para parecer democrático, mas já se sabia quem ia ganhar. Havia quem esperasse que a democracia viesse compor isto, simplesmente demo-nos conta de que no anterior regime era mau, muito muito mau, com a democracia certas coisas ficaram pior: deixou de haver só um a fazer e passou a haver vários. Deixou de haver só um partido a organizar a corrupção, o favoritismo e passou a haver três ou quatro partidos a fazê-lo. Eu prefiro a democracia, de qualquer maneira. Tenho sempre de dizer isto, senão alguém vai logo dizer que prefiro o anterior regime. Não prefiro nada. E chegámos onde estamos.

Falou na agricultura pobre. Muitos vão atacá-lo por causa da Reforma Agrária, sabe isso?

Sim, eu fiz a Reforma Agrária. E ninguém me acusou de corrupção. A Reforma Agrária que tentei fazer foi inverter o caminho para o despotismo comunista que estava em curso. Havia um regime especial em Portugal, no Alentejo, a ZIRA - Zona de Intervenção da Reforma Agrária. Essa ZIRA tinha leis especiais, diferentes do resto do país, tinha polícias especiais, tinha tropas especiais e uma administração pública especial. Era uma espécie de enclave bolchevista no meio de Portugal. “Ah, porque os alentejanos votaram maioritariamente assim…” Quero lá eu saber, e o resto do país, votou como? Não vamos dar cabo do país e deixar criar e desenvolver um estado que é um estado de enclave. A maioria do povo, por 80% dos votos, não quis a Reforma Agrária, aquela. E não há melhor argumento do que esse para fazer o que fiz.

Há pouco dizia que as pessoas também se interessaram mais por estes assuntos, há mais debate público. Ainda assim, deixamos muita coisa acontecer. Somos mornos?

Pode ser que sim... Mas viver permanentemente em brasa é mau. Dá revoluções, da contra-revoluções, dá criminalidade, dá stresse, dá efervescência... Não é muito criativo. Para criar, para desenvolver propriedade intelectual, moral, é preciso ter alguma serenidade – desde que haja vontade de conhecimento, de investir, de trabalhar. Mas também é verdade que na sociedade moderna uma boa parte das pessoas queria garantias e sossego, enquanto a outra parte queria mais liberdade, queria viver fora, queria mais dinheiro. E essa malta vivia com mais nervosismo, o que tinha uma parte positiva. O termo morno tem um lado mau, que é a pessoa deixar tudo acontecer sem participar, deixar os músculos ficarem frouxos, ir à sua vidinha. Mas é um mito, essa coisa de que só produz grandes obras quem sofre, só escreve uma grande música quem perde o amor da sua vida ou só escreve um grande romance quem está a morrer à fome. Há casos, pode acontecer. O Modigliani morreu aos 36 anos tuberculoso, paupérrimo, desfeito, sem vender uma obra. No dia seguinte à sua morte apareceu um homem com 50 quadros e ficou rico de um dia para o outro. Aconteceu com escritores, com músicos que viveram na miséria, mas não é uma maioria. A maioria das pessoas precisa de serenidade, conforto e bem-estar para produzir. O sofrimento pode pura e simplesmente gerar sofrimento e resignação e apatia e suicídio.

A ACTIVIDADE POLÍTICA É UMA ACTIVIDADE ALTAMENTE LUCRATIVA. QUEM DISSER QUE A POLÍTICA É UMA ACTIVIDADE ESSENCIALMENTE PRO BONO, DEDICADA AO BEM COMUM, AO SACRIFÍCIO, AO BEM DOS OUTROS – E, ATENÇÃO, QUE TAMBÉM HÁ DISSO – MENTE

Mais tarde ou mais cedo alguém quererá voltar a levar a questão do financiamento dos partidos políticos à Assembleia da República. Antes de mais, como olha para os regimes de excepção?

Houve recentemente a polémica sobre o IVA dos partidos, que se preparavam para ficar isentos e ainda recuperar o que tinham de pagar. Em primeiro lugar, um sistema de excepção para os partidos é totalmente não recomendável e faz parte daquilo a que globalmente se chama a partidocracia. A actividade política é uma actividade altamente lucrativa. Quem disser que a política é uma actividade essencialmente pro bono, dedicada ao bem comum, ao sacrifício, ao bem dos outros – e, atenção, que também há disso – mente. A actividade política destina-se a permitir que um ou vários grupos, uma ou várias classes sociais, uma ou várias pessoas conquistem o poder político. E do exercício desse poder político vão sair medidas, umas boas, outras más. Ao conquistar o poder político, fico preso a um pacto, eu e os meus amigos. E fico autorizado a nomear para o meu partido, para o meu governo, para as minhas câmaras e organizações. Posso eleger pessoas da minha confiança, o que não é necessariamente corrupção, é um acto aberto, legal, mas é egoísta. Tenho um grande poder sobre a coisa pública, sou reconhecido, sou cumprimentado nas ruas, tenho carro e chauffeur, borlas, convites, almoços, jantares, viagens... Isto são lucros da política. Ganho poder político, tenho de tomar decisões, escolher investimentos, nomear pessoas, centenas ou milhares de pessoas ao fim de oito, dez anos. É um poder enorme. Por tudo isto, acho muito bem que a actividade política pague impostos, todos os que paga qualquer outra actividade. Em certo sentido esta é até mais lucrativa do que a maior parte das outras actividades económicas, não pode ter qualquer regime de excepção: tem de pagar IVA, IMI, IRC, tudo. E o critério é este: quem escolhe a vida política, fá-lo por vontade própria, como outros escolhem outra actividade. É um risco, mas isso também qualquer negócio em que se é mau gestor, mau funcionário, mau estudante. Vai à falência, fica desempregado, chumba.

O financiamento dos partidos deve ser público, privado ou misto?

Há uma forte inclinação para que todo o financiamento tenha de ser público e não possa haver financiamento privado. Esta não é a minha opinião. Isto é, aceito que os partidos políticos que concorrem a eleições nas câmaras ou no Parlamento e conseguem eleger representantes tenham um subsídio público correspondente aos votos ou ao número de eleitos. Porque é bom que os partidos possam desempenhar as suas actividades, possam ter algum benefício e rendimento por isso – e porque é verdade, como disse há pouco, que os partidos também fazem coisas boas. Um partido político é um centro de racionalidade, se quiser. E não quero que se sintam ameaçados por bons candidatos independentes, que têm de existir e é preciso seduzir. Se não houver esta ameaça, os partidos continuam cada vez mais medíocres, cada vez mais obedientes. Mas não consigo imaginar o que seja um parlamento de independentes, é o caos total, a arca de Noé é mais civilizada. O partido político dá racionalidade às decisões. Não é possível eliminar totalmente a imprivisibilidade política e social, mas um partido diminui consideravelmente este factor. Por isso acho bem que o tesouro público use parte do seu dinheiro para financiar os partidos.

Mas é contra o financiamento exclusivamente público.

Sim. Um partido é uma associaçáo privada, com objectivos práticos e concretos, como levar pessoas a ocupar cargos e ter uma actividade muito lucrativa, decidir sobre investimentos, enriquecer uma ou outra região, construir uma ponte ou uma fábrica. As associações privadas devem ter os seus rendimentos próprios, também, através da sua actividade ou de quotizações. Alguns recebem por ano uma quota de 15 euros, um valor ridículo, e sinal de que os partidos não estão ali para pedir um esforço descomunal aos seus militantes, mas sim uma participação. Agora, se o financiamento deve ser ilimitado? Isso penso que não, tem de haver alguma moralizaçáo. Não deve ser permitido alguém comprar um partido. E deve haver uma vigilância muito feroz ao financiamento dos partidos, que não tem sido feita. Quando chega ao fim do ano e se faz contas à vida dos partidos, se o Tribunal Constitucional detecta irregularidades, incumprimento de regras, por exemplo nas campanhas de publicidade, deve penalizar. Um partido que não cumpre, não apresenta despesas, não presta contas a tempo, contas justas, pode-lhe ser retirada a capacidade de exercer actividade política. Seis meses, um ano, ficar de fora nas eleiçõe seguintes. A vigilância é mais importante do que se é o Estado ou os privados a pagar os partidos. Isso é blá-blá, porque os ricos que querem pagar partidos, pagam na mesma. O sistema é tão frágil, tão débil, que é fácil fazê-lo.

E devia ser o Tribunal Constitucional a superviosionar as contas dos partidos políticos ou o Tribunal de Contas?

Nunca pensei muito nisso, mas agora que me obriga a pensar no assunto, penso que o Tribunal Constitucional tem muitos juízes nomeados pela Assembleia da República, enquanto o Tribunal de Contas não, pelo que esse seria mais um motivo para mudar para lá as contas dos partidos.

A TEORIA DE QUE TUDO É TRANSPARENTE, TUDO DEVE SER TRANSPARENTE: NÃO É VERDADE, É MENTIRA E É PURA DEMAGOGIA VIR DIZER QUE TODAS AS DECISÕES TÊM DE SER TOMADAS COM JANELAS DE VIDRO.

Quando disse que mais importante do que colocar um governo no poder é tirá-lo de lá, quis dizer a qualquer momento?

Não, isso não. Para mim tirar um governo do poder é em períodos eleitorais, nos prazos previstos. A previsibilidade é muito importante para exercer liberdade. Fenómenos como os que costumam acontecer no Brasil ou já aconteceram nos Estados Unidos, impeachments, são muito negativos para a democracia, para a institucionalização dos direitos. Na democracia moderna há uma tentação, uma tendência para criar mandatos com determinados prazos e, mal as sondagens começam a descer, querer terminá-los. Apesar de tudo, a ideia de mandato completo é muito importante, três ou quatro anos são importantes, e esta é uma das grandes forças da democracia. Tudo tem um tempo. O resto são circunstâncias muito excepcionais. A demagogia mais ou menos populista pode ser grave. Sou favorável a todo o tipo de escrutínio, o que não aceito é a teoria da transparência.

O que quer dizer?

A teoria de que tudo é transparente, tudo deve ser transparente: não é verdade, é mentira e é pura demagogia vir dizer que todas as decisões têm de ser tomadas com janelas de vidro. É curioso que o partido mais misterioso, mais clandestino, mais oculto é Portugal seja aquele a quem chamaram das janelas de vidro, como dizia o Dr. Cunhal.

Agora já não...

Já há um mais oculto?

A TRANSPARÊNCIA É PARCIALMENTE UM FALSO VALOR DA DEMOCRACIA. PELO CONTRÁRIO, PODE SER PARCIALMENTE UM ESTÍMULO DA DEMAGOGIA

Diga-me...

[risos] A discussão de alguma coisa pressupõe serenidade. Se há uma negociação importante, uma decisão política em causa, interna ou que envolva um adversário, um concorrente, é preciso reflectir, deixar evoluir o pensamento sem interferências externas; não quero ter um jornalista, ou seja quem for, constantemente em cima de mim. A transparência é parcialmente um falso valor da democracia. Pelo contrário, pode ser parcialmente um estímulo da demagogia.

E os referendos, como os enquadra?

Penso muito se os referendos fazem bem aos países e às democracias, sejam por proposta do Estado, sejam por proposta dos cidadãos. Vivi na Suíça, conheço o sistema, e impressiona-me. Para uma lei ir a referendo é preciso que a pergunta do referendo, o tema do referendo seja escrutinado durante um, dois ou três anos. Tem de ser aprovado no senado, no parlamento nacional, no governo federal e depois é preciso um longo período de gestação. Muitas vezes fala-se num referendo ou numa iniciativa popular que vai ser votada dali a três ou quatro anos. Isto faz com que um “motivo histérico”, que pode dar cabo de um país em qualquer altura, tenha tempo para ser reflectido, seja ele a eutanásia, o aborto, entrar ou sair da União Europeia. Aqui, em dois meses está tudo feito, a carga emocional e cultural efémera é enorme. E isto parece-me muito mal.

É amigo de António Costa?

Não. Quer dizer, sou amigo, vivemos no mesmo partido durante alguns anos, não muitos, porque quando ele começou a subir estava eu a sair. Nunca nos cruzámos dentro do partido. Mas conheço, estive com ele várias vezes, dou-me bem com ele, dou-me razoavelmente com ele. Não temos relações de amizade nem de intimidade, mas tenho respeito por ele.

Que balanço faz destes dois anos e meio de governação?

Há de tudo. Há a circuntância, um conjunto de dados objectivos: está a governar num período que do ponto de vista económico, não sendo de vacas gordas, é ascendente, está em franco crescimento. Os próximos anos também são favoráveis ao crescimento económico, ao desenvolvimento, ao investimento, ao emprego. Uma circunstância de que está a beneficiar, ele e nós, e ainda bem - odeio as pessoas que querem o mal dos outros para elas próprias se saírem bem. Depois há a circuntância do turismo, que tem sido o maior contributo para o crescimento económico nos últimos anos. São ventos favoráveis a Portugal, mas só os aproveita quem tem alguma arte. Há também o preço do petróleo a níveis muito baixos e um conjunto de circunstâncias que têm sido bem aproveitadas pelo governo. E um elemento que é trazido pelo governo e pelos seus aliados: a paz social. Sem paz social, em clima de agitação social e de greves, não teríamos tido oportunidade de aproveitar tão bem as circunstâncias, e isto deve-se a António Costa, ao seu partido e aos dois partidos aliados.

O GOVERNO MOSTROU INCOMPETÊNCIA NO CASOS DA LEGIONELLA, DE TANCOS E EM TODOS OS CASOS QUE SURGIRAM MAIS. ESTÁ TÃO HABITUADO A QUE AS COISAS CORRAM BEM, QUE NÃO SABE AGIR QUANDO CORREM MAL

Nota positiva, então.

Em terceiro lugar vêm as coisas negativas, que a meu ver não dependem só do primeiro-ministro e mostram também as fragilidades do país. O que aconteceu nas florestas, com os helicópteros, com as inundações, com a seca... Tudo sempre em exagero: roubos a mais nas Forças Armadas, Legionella a mais, seca a mais, incêndios a mais, água a mais, tudo a mais. E tem-se a impressão de que é tudo tão frágil, tão superficial, tão colado com cuspo. Enquanto é assim, vai-se resolvendo. Se vai um pouco mais fundo, desmorona-se. A Protecção Civil em Portugal desmoronou-se por duas vezes seguidas em três meses. O que aconteceu com os helicópteros é um disparate, houve corrupção pegada. Se este governo sofreu a fragilidade que vinha de trás, por outro lado agravou-a: colocou mais gente sem formação e sem diplomas ou com diplomas falsos (uma coisa que está a tornar-se cada vez mais frequente), não soube prever a tempo o que estava a acontecer e quando tudo estava a correr mal o primeiro-ministro foi de férias. O governo mostrou incompetência no casos da Legionella, de Tancos e em todos os casos que surgiram mais. Está tão habituado a que as coisas corram bem, que não sabe agir quando correm mal, fica desarmado. Ora toda a gente precisa e quer governos exactamente quando as coisas correm mal.

No entanto, e até olhando para as sondagens, parece sair sempre incólume. Tem uma explicação?

Nada aconteceu ainda. Repare, as pessoas falam: das palhinhas de plástico que estão no fundo do mar, dos regadores que não-sei-o-quê porque é preciso tirar as espumas do rio... E a fábrica que labora alia ao lado, já parou? Houve multa? Alguém foi preso ou está a ser julgado ou examinado? É que o Tejo está num estado miserável, o que ali se passa é uma verdadeira catástrofe. Mas tivemos os ministros no Parlamento e na televisão com enormes tiradas do ponto de vista técnico, a falar das enzimas, disto e daqueloutro. Não lhes pagamos para serem os tecnocratas da poluição nem do papel nem do rio, mas sim para resolver um problema. O que está a acontecer é crime. Mas, uma vez mais, acontece uma coisa grave e o governo não sabe agir.

PENSE NO QUE ACONTECEU NOS TEMPOS DA TROIKA: FORAM QUATRO ANOS ABOSOLUTAMENTE TERRÍVEIS, DE SOFRIMENTO, A MEU VER TAMBÉM DE DESATENÇÃO DO GOVERNO (...) E AO FIM DESSES QUATRO ANOS O GOVERNO GANHOU A ELEIÇÕES. EU ESTAVA À ESPERA QUE O PSD/CDS TIVESSE 15% DOS VOTOS E TEVE MAIS DE 36%, FOI O PARTIDO MAIS VOTADO

Continua sem sair beliscado.

Nada se altera de um dia para o outro, as coisas têm o seu tempo. É preciso caldear, analisar prós e contras. Aconteceu tanta coisa boa nestes dois anos e meio que as más... Pense no que aconteceu nos tempos da troika: foram quatro anos absolutamente terríveis, de sofrimento, a meu ver também de desatenção do governo, de imperícia do governo, de falta de perícia social, de amparo, e ao fim desses quatro anos o governo ganhou a eleições. Eu estava à espera que o PSD/CDS tivesse 15% dos votos e teve mais de 36%, foi o partido mais votado. Estas coisas levam tempo. Roubaram Tancos e o governo caiu? Não, não funciona assim. Mas o governo, na opinião pública, está responsabilizado. Apesar do que corre bem e é bom, os julgamentos e a avaliação são mais complexos do que se pensa. Agora, pelo que vejo todos os dias à minha volta, o sentimento de que estes senhores não têm capacidade para reagir, para agir perante situações graves, é frequente.

MARCELO GANHOU AS ELEIÇÕES E ESTÁ A EXERCER O MANDATO SEM QUALQUER APOIO PARTIDÁRIO. O PSD NÃO APOIOU NADA, DEVE TER HAVIDO TANTOS PSDS A VOTAR NELE COMO HOUVE SOCIALISTAS

E o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, como vê a sua intervenção? Está a desempenhar o papel que esperava?

O presidente Marcelo fez algo que considero excepcional, em Portugal e no mundo inteiro – e podem dizer que ele é candidato há 40 anos, mas isso é conversa, tentou ser candidato há pouco tempo e perdeu. A partir de determinado momento, por decisão própria, por gosto pessoal, pela sua maneira de ser, por conhecer os restantes candidatos à Presidência, deu a entender que se candidatava sem o apoio do PSD, a quem pertencia desde o início, e que não devia ficar dependente de nenhum partido, de nenhuma organização, fosse o PSD, a Aliança Democrática, a Igreja ou a Universidade. E conseguiu, o que é raríssimo. Donald Trump conseguiu-o à força da projecção de 40 anos de empresas e de biliões e do apoio do Partido Republicano. Marcelo ganhou as eleições e está a exercer o mandato sem qualquer apoio partidário. O PSD não apoiou nada, deve ter havido tantos PSDs a votar nele como houve socialistas, não tenho ilusões sobre isso. E está a exercer o poder, a presidência, da mesma maneira que o conquistou. Elogio isso. E o presidente Marcelo já deu três ou quatro raspanetes ao governo, raríssimos.

O GOVERNO TEM MEDO DE NÃO FAZER O QUE MARCELO DIZ

Não são combinados?

Não são combinados. O que ele fez com Tancos, o que ele fez com os incêndios, os primeiros e os segundos, o número de vezes que diz “eu sei o que o governo já está a fazer...” E não está. Quando ele diz, em geral, não está, mas passa a fazer no dia seguinte. É a maneira que tem de dizer ao governo o que deve fazer. O governo e o Partido Socialista agradecem, porque superficialmente o presidente apoia. O presidente diz: “O governo fez” ou “o governo é que sabe”, mas vai dando indicações sobre o que deve ser feito. Parece um apoio permanente – e já há vozes dentro do Partido Socialista, cada vez mais frequentes, que não suportam a ideia de que Marcelo está constantemente a vigiar, a controlar e a dar raspanetes ao governo. Portugal inteiro já percebeu que o governo faz o que o senhor presidente manda. Não por coligação, mas porque o presidente vem dizer que é preciso fazer. E o governo vai fazendo. O governo tem medo de não fazer o que Marcelo diz.

SÓCRATES FOI PRESO, HOUVE UM DISTANCIAMENTO DE UM OU DOIS ANOS. AGORA ALGUNS DOS SEUS MAIS IMPORTANTES COLABORADORES SÃO COLABORADORES DESTE GOVERNO

António Costa deixou cair o ex-primeiro-ministro e José Sócrates entregou o cartão de militante. Quem deve estar mais aliviado e alguém deve ficar preocupado?

O assunto não me impressiona, mas incomoda-me. Como tudo o que se passou com José Sócrates. Há dez anos escrevi que Sócrates era talvez a maior ameaça para o Estado democrático e para os portugueses. Mas o consulado de José Sócrates é o mesmo que caiu agora em cima de nós, basta ver a lista dos vinte ministros e secretários de Estado e mais cem chefes de gabinete que pertencem a este governo. Este nunca é um assunto simples. Não digo que todos sejam culpados: uns só sabem parte, há outros distraídos, há os que têm a responsabilidade de assobiar para o ar... Sócrates foi preso, houve um distanciamento de um ou dois anos. Agora alguns dos seus mais importantes colaboradores são colaboradores deste governo. Com este infeliz e desgraçado episódio, de repente ficou-se com a impressão de que há vários culpados. Para já estão todos a perder, incluindo todos os portugueses. Se não houver apuramento da verdade, e este é um dos meus principais receios, perdem os cidadãos e a liberdade. Portugal tem o recorde absoluto de ministros corruptos, corrompidos e corruptores na Europa e pouco ou nada está sob averiguação ou julgamento.

De repente, a Assembleia da República encheu-se de comissões de inquérito, sendo que não se substitui aos tribunais. Faz sentido?

O ponto essencial é que cada caso é um caso e a tentativa de juntar vários casos tem maus resultados. Existe um caso BCP? Sim ou não. Existe um caso EDP? Sim ou não? Existe um caso CGD? Sim ou não? E por aí fora. A incidência tem de ser bem delimitada, mesmo que os casos estejam todos ligados - e sabemos que sim. Tentar torná-los num só faz com que não se consiga agarrar nada. E se está em curso alguma coisa que diga respeito aos BES, EDP, CGD, etc, faça-se o inquérito e depois veja-se se deve ou não ir para tribunal. O contrário é impedir que haja arestas para se pegar em alguma coisa. A Assembleia da República tem o direito e o dever de, paralelamente, fazer inquéritos sempre que necessário, mas tem de saber escolher, caso contrário torna-se a federação das comissões de inquérito e, com tanto inquérito de manhã à noite, não faz mais nada.

Os depósitos bancários acima de deteminado valor devem ser públicos?

Não. Só nos casos em que há investigações bancárias, caso contrário onde é que isto vai parar? Quem devia ser alvo de um processo sério é quem concedeu determinado crédito, para ter a certeza se o fez de boa fé ou se o risco financeiro era demasiado elevado e se houve gestão danosa, dolo ou crime e colocou em risco até outros bancos. Quem o deu o crédito é que devia dar explicações.

Sobre o seu mais recente livro, porquê “De Portugal para a Europa”?

Houve aqui uma questão de oportunidade, se quiser, de juntar uma série de ensaios e textos que escrevi para conferências nos últimos dois anos. Por outro lado, e isto é uma coisa muito mais séria, estamos a terminar uma crise e a começar um novo período: a ideia de que se fazem uns conselhos de ministros durante a noite e de manhã tudo se arranja não é verdade. A saída da Grã-Bretanha é uma das crise mais graves da Europa e não tem reparação. Há cinco ou seis países em situações complexas, difíceis; uns querem sair do euro, outros da União, outros alterar regras e a Europa anda a fazer admoestações a diversos Estados-membros por se portarem mal. Depois há a tensão Europa-Estados Unidos, cada vez mais latente: estou convencido de que Donald Trump não vai envenenar as relações com a Europa, mas vai mantê-las numa espécie de espera. Não é bom nem mau, vai interessar-se pela China, pela Índia, pela Ásia, pela África e pelo resto do mundo, não quer guerrear com a Europa, mas vai a vida tornar a vida à Europa cada vez mais difícil, seja por causa do comércio, da ecologia e do ambiente ou da NATO - estou à espera de coisas muito sérias, numa altura em que a Europa tem de repensar a sua defesa. Tudo isto anuncia o fim do segundo ou terceiro ciclos, uma crise de transição e o aparecimento de um novo ciclo que ninguém sabe o que vai ser. Perante isto, tomo partido pela Europa, mas a Europa que existe não é a minha Europa.

GOSTO DESTE ERASMUS QUE ANDA A FAZER BEBÉS PELA EUROPA INTEIRA (...) ISSO É QUE É A CRIAÇÃO DE UMA POPULAÇÃO EUROPEIA

Qual seria a sua Europa?

A Europa que eu quereria interrogo-a socialmente, mas não politicamente. Eu gostava que houvesse mais liberdade de circulação, mais empresas, mais pessoas a trabalhar num sítio e noutro, mais universidades ligadas umas às outras, mais casamentos entre duas nacionalidades. Gosto deste Erasmus que anda a fazer bebés pela Europa inteira - se não faz imediatamente faz daí a uns anos. Isso é que é a criação de uma população europeia. Porque não existe um cidadão europeu, isso é uma fraude absoluta, quem diz que existe um cidadão europeu, que deve haver parlamentares europeus, que não são de país nenhum, prega uma mentira. A minha Europa é uma Europa em que as nações mantêm alguma individualidade, até a democracia é uma entidade territorial: pensa-se numa democracia num país, numa região, numa câmara, não se pensa numa democracia num continente. Como é que me vou queixar à Estónia de uma coisa que está a acontecer em Portugal? Olho para o meu território e é aí que está a minha entidade política. Se a Europa não der novamente importância às nações, a Europa perde.

Isso pressupõe – e tem sido motivo de desentendimento - que cada um tem algo a dar à UE. O que tem Portugal a dar à Europa?

Um país, o que é bom. Uma das mais antigas nações do mundo, o que é óptimo. Uma plataforma marítima fenomenal, a maior do mundo proporcionalmente, não só em extensão, mas em profundidade. Isto é um contributo enorme. A história, uma língua. Isto pesa. Damos uma nação muito antiga à Europa que é a Europa das nações.

E agora para fechar com um assunto completamente diferente. É um apaixonado por fotografia e em breve vai ter a sua exposição. Pode falar nisso?

Fui à Batalha fazer uma conferência e o Joaquim Ruivo, director do Mosteiro da Batalha, veio ter comigo um pouco aflito, a pedir desculpa pelo atrevimento, e pediu-me para fazer esta exposição. Nunca ninguém me tinha pedido tal. Andei semanas ou meses a pensar no que poderia fazer, até que comecei a perceber que havia uma Batalha além da Batalha, que são também as pessoas da Batalha, mortos e vivos. A Batalha tem uma história, tem os reis, as rainhas, histórias de amor fantásticas, e tem os pedreiros, a profanação, os vândalos... Se vai como turista não se apercebe, mas de repente, se fica umas horas, começa a ver. Ainda não posso mostra nada, a exposição é para Junho, mas são coisas fantásticas que ninguém viu, em sítios perdidos e inalcansáveis, porque proibidos, mas eu pude ir lá.

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/a ... ente-manda




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 40609
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceu: 1207 vezes
Agradeceram: 3034 vezes

Re: Noticias de Portugal

#8906 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Mai 30, 2018 7:39 am

Empresas alemãs criam mais de 50 mil empregos em Portugal
As empresas alemãs são responsáveis por cerca de 35 mil empregos diretos em Portugal mas sabemos que são mais. Calculamos que são aproximadamente 50 mil.

As empresas alemãs são responsáveis por cerca de 35 mil empregos diretos em Portugal mas sabemos que são mais. Calculamos que são aproximadamente 50 mil.

A Alemanha é um dos maiores empregadores em Portugal, logo depois do Estado. As cinco maiores empresas alemãs têm mais de 20 mil trabalhadores, revela esta quarta-feira o Dinheiro Vivo, citando dados da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã (CCILA).

“Os dados oficiais revelam que as empresas alemãs são responsáveis por cerca de 35 mil empregos diretos em Portugal mas sabemos que são mais. Calculamos que são aproximadamente 50 mil. A estes juntam-se os empregos indiretos, que não conseguimos quantificar, porque muitas industriais alemãs têm fornecedores locais”, explica Hans-Joachim Böhmer, diretor executivo da CCILA, citado pelo jornal.

Gestão da dívida deu “tranquilidade” para enfrentar mercados
Ler Mais
No topo está a Volkswagen que emprega 5.700 trabalhadores na Autoeuropa, mas é seguida de perto pelo Lidl, que dá emprego a 5.200 pessoas. A Bosch através dos investimentos que tem vindo a fazer nas várias fábricas do país já contratou 4.450 pessoas. A fábrica de Braga vai receber esta segunda-feira a visita da chanceler alemã Angela Merkel.

No ranking das contratações, mais abaixo surge a Siemens (2150), Continental Mabor (2038), Coindu (2000), Enercon (1.500), Gabor (1.400), Grohe (800) ou ainda Preh (600).

O presidente do conselho diretor da CCILA explica que os alemãs procuram em Portugal “a qualidade dos recursos humanos, em particular na área da engenharia”. “O excelente domínio das línguas estrangeiras, uma boa rede de infraestruturas, o elevado nível de segurança, a estabilidade política e a boa abertura que Portugal sempre teve ao investimento estrangeiro”, são também fatores que explicam o entusiasmo das empresas alemãs em relação a Portugal, elenca Miguel Franco.

Segundo os dois responsáveis, o desafio de Portugal nos próximo anos é conseguir responder à procura de mão-de-obra qualificada que estas empresas vão ter. “As empresas procuram talento, mas é preciso que ele exista”, diz Miguel Franco.

https://www.sapo.pt/noticias/economia/e ... 913a57b7c2




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 40609
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceu: 1207 vezes
Agradeceram: 3034 vezes

Re: Noticias de Portugal

#8907 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Mai 30, 2018 11:15 am

Imagem

Inaceitável! Isto é uma clara pressão/ameaça velada sobre os deputados e por razões politicas. Não vi o dito jornal fazer o mesmo em tantas e tantas questões relacionadas com corrupção, compadrio e ligações obscuras que há na AR.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 62304
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceu: 6529 vezes
Agradeceram: 6899 vezes
Contato:

Re: Noticias de Portugal

#8908 Mensagem por Túlio » Qua Mai 30, 2018 2:47 pm

Não sei de que lado essa gente ficou, eu sou a favor da eutanásia (sei lá, posso precisar mais adiante, ninguém tá livre de pegar um troço brabo e penar por meses ou anos até bater as botas, melhor ter a chance de escolher se quer ir mais cedo) porque sou véio.




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
Avatar do usuário
P44
Sênior
Sênior
Mensagens: 55684
Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
Localização: O raio que vos parta
Agradeceu: 2889 vezes
Agradeceram: 2550 vezes

Re: Noticias de Portugal

#8909 Mensagem por P44 » Qui Mai 31, 2018 12:07 pm

cabeça de martelo escreveu: Qua Mai 30, 2018 11:15 am

Inaceitável! Isto é uma clara pressão/ameaça velada sobre os deputados e por razões politicas. Não vi o dito jornal fazer o mesmo em tantas e tantas questões relacionadas com corrupção, compadrio e ligações obscuras que há na AR.
Tenho cá uma pena deles. Estimo bem que se fodam!




*Turn on the news and eat their lies*
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 40609
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceu: 1207 vezes
Agradeceram: 3034 vezes

Re: Noticias de Portugal

#8910 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Jun 06, 2018 8:46 am

Faturas sem papel, acesso automático a apoios sociais, “Tinder” das empresas e a Lola. Conheça as medidas do Simplex

O Governo vai apresentar, esta quarta-feira, várias medidas do programa Simplex+2018. Uma por uma, conheça-as

O acesso a apoios sociais relacionados com a parentalidade e com as pensões vai passar a ser automatizado, os estrangeiros residentes em Portugal vão ter um “cartão de cidadão” e as faturas vão passar a ser emitidas sem papel. Estas são algumas das medidas que o Governo vai apresentar, esta quarta-feira, no âmbito do Simplex+2018. Uma por uma, conheça-as.

Faturas sem papel
A Fatura sem Papel vai permitir que um contribuinte que adquira algum produto ou serviço não seja obrigado a levar a fatura em papel, já que ela ficará disponível na área pessoal do Portal das Finanças. O Público escreve que esta medida irá poupar quase 70 mil árvores por ano.

Parentalidade e pensões… agora +Simples
O Simplex+2018 vai trazer o pré-preenchimento dos pedidos de prestações sociais, de forma a reduzir o tempo passado em filas na Segurança Social e mesmo os prazos de pagamento destas prestações. Em causa estão apoios como o abono de família, a licença de parentalidade ou as pensões. O pré-preenchimento dos pedidos será feito a partir da informação que o Estado já tem nas suas bases de dados, para atribuir um direito ou conceder uma licença.

Qual@Escola
Para facilitar o acesso a informação sobre a rede de escolas públicas, será lançada a Qual@Escola. Esta plataforma georreferenciada vai disponibilizar informação sobre as escolas públicas de cada zona, em função das ofertas e modalidades de ensino. O portal vai agregar informação que hoje está dispersa nos sites das autarquias e do Ministério da Educação.

Lola, a funcionária pública robô
Este ano, o Governo aposta num robô humanoide para prestar serviços de assistência nas Lojas do Cidadão. O robô Lola estará disponível, numa primeira fase, na Loja do Cidadão do Porto e vai interagir com os cidadãos para os reencaminhar para o serviço adequado, conduzindo-os no interior da loja ao local pretendido.

Cartão de cidadão para estrangeiros
Vai ser criado uma espécie de “cartão de cidadão” para estrangeiros que passem a viver em Portugal. No documento, vão constar os números de identificação fiscal, de segurança social e de Serviço Nacional de Saúde (SNS). A entrega deste cartão acontecerá no mesmo momento e local da emissão da autorização de residência.

“Tinder” empresarial
O Governo quer ser o cupido das empresas e, para isso, vai lançar um “Tinder empresarial”, um serviço de business match making, que pretende indicar às empresas portuguesas os mercados internacionais mais adequados para os seus produtos. É uma plataforma que funcionará à base de inteligência artificial e que permitirá fazer match entre a oferta e a procura, estando aberta a qualquer empresa que esteja interessada em levar os seus produtos além fronteiras. Estará operacional no quarto trimestre de 2019.

Central de Marcações do Estado
Mais uma plataforma eletrónica. Esta servirá para fazer o agendamento online de diversos serviços públicos, que vão desde a renovação de documentos como a carta de condução, cartão de cidadão ou passaporte, até à marcação de uma consulta. Vários destes serviços já podem ser agendados online. A diferença é que, agora, estarão agregados no mesmo portal.

Alfândegas +Simples
Para facilitar o processo de desalfandegamento de encomendas, será lançado o Alfândegas +Simples, uma medida que está a ser trabalhada pelo Governo em conjunto com os CTT. O objetivo é encurtar o processo de desalfandegamento em 10 a 15 dias. Será ainda criada uma área no Portal das Finanças, na qual se poderá acompanhar o estado do processo em questão. A medida estará em funcionamento no segundo trimestre de 2019. Até lá, será lançado um concurso público para a construção da plataforma.

Contratação para I&D fica mais fácil
O limite máximo de contratação por ajuste direto na atividade científica e de investigação vai ser alargado, com o objetivo de tornar as contratações nesta área mais rápidas e ágeis. O limite máximo de contratação através de ajuste direto passará a ser de 75 mil euros, o valor de referência da Europa.

https://www.sapo.pt/noticias/economia/f ... 5032b8dd49




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Responder