The Way of the Warriors escreveu:HK 416 A7 do Centro de Tropas de Operações Especiais do Exército Português.
OPERAÇÕES ESPECIAIS
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Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS
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Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS
EM LAMEGO COM AS OPERAÇÕES ESPECIAIS DO EXÉRCITO
Olhar hoje para a fachada do Comando e Estado-Maior do CTOE pode enganar. Mantendo as linhas exteriores o Convento anexo à Igreja e Santa Cruz está a tornar-se numa unidade com instalações modelo.
A decisão de manter o Centro de Tropas de Operações Especiais em Lamego foi finalmente assumida politicamente há cerca de dois anos e importantes investimentos em infra-estruturas modelo começaram a ser feitos, parte está mesmo concluída e em uso desde este mês de Abril. Permanecer na cidade – e também em Penude nos arredores – é desde logo um aspecto que permite deixar para trás um ingrato tempo de incerteza, planear e investir para o longo prazo, confere estabilidade à unidade e ao seu pessoal, nomeadamente aos oficiais e sargentos dos quadros permanentes. Como é sabido ao longo dos últimos anos houve por várias vezes intenção de “fechar Lamego” e alienar o património do Exército na cidade. Finalmente por decisão militar sustentada pela tutela política e verdadeiro aplauso da autarquia, as Operações Especiais e Lamego vão continuar a sua história comum, a qual já dura desde 1960 – com um interregno entre 1975 e 1981 – numa presença militar na cidade constante desde 1839 quando ali se instalou o Regimento de Infantaria n.º 9.
Aquilo que antes se designava por “camaratas das praças” nas unidades militares é agora a “Messe de Praças” e este edifício é o primeiro que já está ocupado e o modelo para os seguintes.
Não é necessário grandes explicações, as imagens falam por si, todas as condições para viver no quartel segundo parâmetros de conforto e de ocupação dos tempos livres ou estudo.
Organização
O organograma abaixo ilustra a organização do CTOE – comando de coronel – e da FOE – comando tenente-coronel – e as SOTU (Special Operations Task Unit) – comando capitão, excepto a SOTU “ALFA1” que tem comando major – todas constituídas por oficias e sargentos dos Quadros Permanentes e em Regime de Contrato e cabos em Regime de Contrato. Na FOE não há praças soldados, só cabos. Cada SOTU tem organicamente 16 elementos.
Formação
O Batalhão de Formação localizado em Penude a 4 km do centro da cidade de Lamego, ministra uma série de cursos dos mais elementares como o Curso de Formação Geral Comum de Praças do Exército para os candidatos às Operações Especiais, ao Curso de Operações Especiais do Quadro Permanente, passando pelos: Cursos de Operações Especiais de Praças, Regime de Contrato; Curso de Operações Especiais – Curso de Formação de Oficiais/Curso de Formação de Sargentos Regime de Contrato; Curso de Sniper; Curso de Operações Irregulares; Curso de Patrulhas de Longo Raio de Acção; Curso de Prevenção e Combate a Ameaças Terroristas.
Os militares com o Curso de Operações Especiais ficaram conhecidos por “Rangers” (alusão os oficiais portugueses que frequentaram este curso nos EUA), e a generalidade dos que aqui foram formados seguiram para a Guerra do Ultramar – 1961/1974 – para combater integrados nas unidades do Exército (não havia unidades de operações especiais). Mais 50 oficiais e sargentos dos 3.500 mobilizados com o curso de Lamego morreram em combate (a quase totalidade milicianos, neste período o CIOE não formava praças) e aqui estão homenageados em Penude, onde todos os dias a Bandeira Nacional é hasteada e eles são lembrados.
A esta panóplia de cursos ministrados no CTOE os militares das operações especiais frequentam depois em outras unidades do Exército os seguintes cursos: Socorrismo de Combate; Condução; Paraquedismo – Salto de Abertura Automática (actualmente todos os militares da FOE são especializados em pára-quedismo militar, no mínimo com esta qualificação SAA que mantêm em igualdade de condições com as Tropas Pára-quedistas Portuguesas); Saltador Operacional com pára-quedas tipo Asa Automática; Queda Livre Operacional; Sapadores das Armas e Serviços; Transmissões das Armas e Serviços; Defesa NBQ; Operações HUMINT.
Na Marinha podem frequentar o Curso de Mergulhador/Nadador de Combate e na Força Aérea o de Controlador Aéreo Avançado (FAC); ainda em Portugal o de Technical Explotation Operations (TEO), também em Portugal, uma área relativamente nova entre nós que tem a ver com perícias forenses no campo de batalha, detecção de resíduos (droga, explosivos, etc); recolha de elementos biométricos, armazenamento e transferências destes dados, etc.
No estrangeiro podem frequentar: Special Operations Task Group Operations Planning Course ; Joint Terminal Attack Controller Course; NATO Special Operations Forces Technical Exploitation Operations Coordinator; Special Forces (EUA); Combate a Ameaças Terroristas (EUA); Guerra na Selva (Brasil); Operações Especiais (Espanha).
É aqui em Penude onde hoje forma o Batalhão de Formação e onde permanecerá, que a Força de Operações Especiais vai ter o seu novo quartel, construído de raiz, deixando o actual da Cruz Alta. Também a CCS hoje junto do Comando em Santa Cruz, virá para aqui, as infra-estruturas ligadas à formação vão ser melhoradas, como por exemplo a carreira de tiro.
Mais um dia de instrução vai começar. Quando estivemos em Penude havia 42 militares em formação, alguns de Timor-Leste, país que com grande probabilidade irá levantar uma capacidade operações especiais com o apoio de Portugal.
Esta vertente “Formação” da qual aqui apenas damos esta imagem quantitativa tem desde logo aplicação no treino que os exercícios a seguir referidos proporcionam, e mais tarde é na prática das operações reais – ver segunda parte desta reportagem em Lamego – que a qualidade dos operadores das operações especiais portugueses é realmente avaliada.
Para dar uma ideia, durante o ano de 2017 os militares da FOE foram empenhados nos seguintes exercícios: Real Thaw (Lamego e Seia); Serra Branca (Serra da Estrela); Apolo 17 (Tancos e Beja); Leopardo 171 e 172 (Lamego); Cachalote (Ilha Terceira/Açores); Viriato (Lamego); Orion (Beja) e Leopardo 173 (Lamego); Long Precision 17 (Espanha); Lusitano (Ilha Terceira/Açores). Neste 2018 o panorama será semelhante prevendo-se ainda uma deslocação a exercícios na Alemanha, Jordânia e Itália.
Armamento e equipamento
Hoje a panóplia das novas armas Heckler & Koch que está distribuída à FOE é muito significativa: HK 416 5,56mm (várias versões); HK 417 7,62mm; HK G-28 7,62mm; Lança Granadas HK269 40mm. Os snipers da FOE hoje estão equipados com as novas Accuracy International multicalibre (7,62; .308; .338) e as também muito recentes Barret M107A1 .50. No calibre 12 está agora em serviço a FABARM STF 12.
Agora o PIFOE abrange além do armamento, mais 16 áreas! Não vamos ser exaustivos mas não podemos deixar de referir o equipamento para o Joint Terminal Attack Controller (um oficial do CTOE tem formação nesta área ministrada pela Força Aérea Portuguesa e já serviu uns tempos na República Centro Africana integrado na FND, mas esta capacidade ainda não está perfeitamente consolidada), como o Rover 5i; os Sistemas de Comunicações e Sistemas de Informação, alguns nacionais da “família 525 / EID” outros de fabrico estrangeiro como os Harris – RT 1796 e os individuais PRC 148 JEM da Thales; o equipamento de Vigilância do Campo de Batalha nomeadamente o chamado “kit de reconhecimento” para missões de Reconhecimento Especial e Vigilância; a Mobilidade Táctica com “uma família” de viaturas – o programa ainda não está completo – das quais já estão ao serviço as Polaris Ultraligeira TP 1 (na realidade 2!), Ultraligeira TP 2 com mais capacidade de carga e, para chegar ainda, viaturas de maior capacidade mas, todas, com características Special Operations Vehicle; o equipamento táctico e de protecção da força que já está distribuído em quantidades apreciáveis e inclui fardamento (**), os capacetes tipo Ops-Core, coletes tácticos e placas balísticas, além de vários tipos de mochilas (entre outras as de Assalto – equipamento para 1 noite; Reconhecimento – para 4 a 7 dias; Sniper). Para completar as tais 17 áreas acima mencionadas, estão ainda considerados: Sistemas de Apoio ao Comando e Estado-Maior; Sistemas de Simulação e Treino; Equipamento Sanitário; Viaturas Tácticas (não confundir com Mobilidade Táctica); Equipamento TEO; Equipamento para Operações Anfíbias; Equipamento para Operações em África/Selva; Equipamento para Operações em Montanha; Equipamento para Operações com Meios Aéreos; Equipamento de Sapadores.
Estes Special Operations Vehicles (SOV) destinam-se às Equipas TEO, JTAC e Pelotão Sniper
A Polaris TP 1 – na realidade pode transportar 2 militares como na imagem, mas tem bastante menos capacidade de carga que a TP2.
Simulação de uma das utilizações da nova Calibre 12 (FABARM STF) rebentar com fechaduras!
Em cima, posição de dois snipers…a nosso pedido, em baixo, levantaram-se
Não resistimos à comparação! A última vez que estivemos em reportagem nas OE’s em Lamego, já lá vão quase 17 anos (o tempo passa!) os snipers usavam a Accuracy International L96A1 em 7,62mm e a Barret M95 em .50 armas excelentes para a época. Agora, além da Accurancy multicalibre anteriormente referida, a FOE usa, à esquerda a HK G-28 7,62mm para distâncias até aos 600 a 800m e a Barret M107A1 até aos…1.600m ou mais!
Fonte: http://www.operacional.pt/em-lamego-com ... xercito-i/
Fiz um resumo...
Olhar hoje para a fachada do Comando e Estado-Maior do CTOE pode enganar. Mantendo as linhas exteriores o Convento anexo à Igreja e Santa Cruz está a tornar-se numa unidade com instalações modelo.
A decisão de manter o Centro de Tropas de Operações Especiais em Lamego foi finalmente assumida politicamente há cerca de dois anos e importantes investimentos em infra-estruturas modelo começaram a ser feitos, parte está mesmo concluída e em uso desde este mês de Abril. Permanecer na cidade – e também em Penude nos arredores – é desde logo um aspecto que permite deixar para trás um ingrato tempo de incerteza, planear e investir para o longo prazo, confere estabilidade à unidade e ao seu pessoal, nomeadamente aos oficiais e sargentos dos quadros permanentes. Como é sabido ao longo dos últimos anos houve por várias vezes intenção de “fechar Lamego” e alienar o património do Exército na cidade. Finalmente por decisão militar sustentada pela tutela política e verdadeiro aplauso da autarquia, as Operações Especiais e Lamego vão continuar a sua história comum, a qual já dura desde 1960 – com um interregno entre 1975 e 1981 – numa presença militar na cidade constante desde 1839 quando ali se instalou o Regimento de Infantaria n.º 9.
Aquilo que antes se designava por “camaratas das praças” nas unidades militares é agora a “Messe de Praças” e este edifício é o primeiro que já está ocupado e o modelo para os seguintes.
Não é necessário grandes explicações, as imagens falam por si, todas as condições para viver no quartel segundo parâmetros de conforto e de ocupação dos tempos livres ou estudo.
Organização
O organograma abaixo ilustra a organização do CTOE – comando de coronel – e da FOE – comando tenente-coronel – e as SOTU (Special Operations Task Unit) – comando capitão, excepto a SOTU “ALFA1” que tem comando major – todas constituídas por oficias e sargentos dos Quadros Permanentes e em Regime de Contrato e cabos em Regime de Contrato. Na FOE não há praças soldados, só cabos. Cada SOTU tem organicamente 16 elementos.
Formação
O Batalhão de Formação localizado em Penude a 4 km do centro da cidade de Lamego, ministra uma série de cursos dos mais elementares como o Curso de Formação Geral Comum de Praças do Exército para os candidatos às Operações Especiais, ao Curso de Operações Especiais do Quadro Permanente, passando pelos: Cursos de Operações Especiais de Praças, Regime de Contrato; Curso de Operações Especiais – Curso de Formação de Oficiais/Curso de Formação de Sargentos Regime de Contrato; Curso de Sniper; Curso de Operações Irregulares; Curso de Patrulhas de Longo Raio de Acção; Curso de Prevenção e Combate a Ameaças Terroristas.
Os militares com o Curso de Operações Especiais ficaram conhecidos por “Rangers” (alusão os oficiais portugueses que frequentaram este curso nos EUA), e a generalidade dos que aqui foram formados seguiram para a Guerra do Ultramar – 1961/1974 – para combater integrados nas unidades do Exército (não havia unidades de operações especiais). Mais 50 oficiais e sargentos dos 3.500 mobilizados com o curso de Lamego morreram em combate (a quase totalidade milicianos, neste período o CIOE não formava praças) e aqui estão homenageados em Penude, onde todos os dias a Bandeira Nacional é hasteada e eles são lembrados.
A esta panóplia de cursos ministrados no CTOE os militares das operações especiais frequentam depois em outras unidades do Exército os seguintes cursos: Socorrismo de Combate; Condução; Paraquedismo – Salto de Abertura Automática (actualmente todos os militares da FOE são especializados em pára-quedismo militar, no mínimo com esta qualificação SAA que mantêm em igualdade de condições com as Tropas Pára-quedistas Portuguesas); Saltador Operacional com pára-quedas tipo Asa Automática; Queda Livre Operacional; Sapadores das Armas e Serviços; Transmissões das Armas e Serviços; Defesa NBQ; Operações HUMINT.
Na Marinha podem frequentar o Curso de Mergulhador/Nadador de Combate e na Força Aérea o de Controlador Aéreo Avançado (FAC); ainda em Portugal o de Technical Explotation Operations (TEO), também em Portugal, uma área relativamente nova entre nós que tem a ver com perícias forenses no campo de batalha, detecção de resíduos (droga, explosivos, etc); recolha de elementos biométricos, armazenamento e transferências destes dados, etc.
No estrangeiro podem frequentar: Special Operations Task Group Operations Planning Course ; Joint Terminal Attack Controller Course; NATO Special Operations Forces Technical Exploitation Operations Coordinator; Special Forces (EUA); Combate a Ameaças Terroristas (EUA); Guerra na Selva (Brasil); Operações Especiais (Espanha).
É aqui em Penude onde hoje forma o Batalhão de Formação e onde permanecerá, que a Força de Operações Especiais vai ter o seu novo quartel, construído de raiz, deixando o actual da Cruz Alta. Também a CCS hoje junto do Comando em Santa Cruz, virá para aqui, as infra-estruturas ligadas à formação vão ser melhoradas, como por exemplo a carreira de tiro.
Mais um dia de instrução vai começar. Quando estivemos em Penude havia 42 militares em formação, alguns de Timor-Leste, país que com grande probabilidade irá levantar uma capacidade operações especiais com o apoio de Portugal.
Esta vertente “Formação” da qual aqui apenas damos esta imagem quantitativa tem desde logo aplicação no treino que os exercícios a seguir referidos proporcionam, e mais tarde é na prática das operações reais – ver segunda parte desta reportagem em Lamego – que a qualidade dos operadores das operações especiais portugueses é realmente avaliada.
Para dar uma ideia, durante o ano de 2017 os militares da FOE foram empenhados nos seguintes exercícios: Real Thaw (Lamego e Seia); Serra Branca (Serra da Estrela); Apolo 17 (Tancos e Beja); Leopardo 171 e 172 (Lamego); Cachalote (Ilha Terceira/Açores); Viriato (Lamego); Orion (Beja) e Leopardo 173 (Lamego); Long Precision 17 (Espanha); Lusitano (Ilha Terceira/Açores). Neste 2018 o panorama será semelhante prevendo-se ainda uma deslocação a exercícios na Alemanha, Jordânia e Itália.
Armamento e equipamento
Hoje a panóplia das novas armas Heckler & Koch que está distribuída à FOE é muito significativa: HK 416 5,56mm (várias versões); HK 417 7,62mm; HK G-28 7,62mm; Lança Granadas HK269 40mm. Os snipers da FOE hoje estão equipados com as novas Accuracy International multicalibre (7,62; .308; .338) e as também muito recentes Barret M107A1 .50. No calibre 12 está agora em serviço a FABARM STF 12.
Agora o PIFOE abrange além do armamento, mais 16 áreas! Não vamos ser exaustivos mas não podemos deixar de referir o equipamento para o Joint Terminal Attack Controller (um oficial do CTOE tem formação nesta área ministrada pela Força Aérea Portuguesa e já serviu uns tempos na República Centro Africana integrado na FND, mas esta capacidade ainda não está perfeitamente consolidada), como o Rover 5i; os Sistemas de Comunicações e Sistemas de Informação, alguns nacionais da “família 525 / EID” outros de fabrico estrangeiro como os Harris – RT 1796 e os individuais PRC 148 JEM da Thales; o equipamento de Vigilância do Campo de Batalha nomeadamente o chamado “kit de reconhecimento” para missões de Reconhecimento Especial e Vigilância; a Mobilidade Táctica com “uma família” de viaturas – o programa ainda não está completo – das quais já estão ao serviço as Polaris Ultraligeira TP 1 (na realidade 2!), Ultraligeira TP 2 com mais capacidade de carga e, para chegar ainda, viaturas de maior capacidade mas, todas, com características Special Operations Vehicle; o equipamento táctico e de protecção da força que já está distribuído em quantidades apreciáveis e inclui fardamento (**), os capacetes tipo Ops-Core, coletes tácticos e placas balísticas, além de vários tipos de mochilas (entre outras as de Assalto – equipamento para 1 noite; Reconhecimento – para 4 a 7 dias; Sniper). Para completar as tais 17 áreas acima mencionadas, estão ainda considerados: Sistemas de Apoio ao Comando e Estado-Maior; Sistemas de Simulação e Treino; Equipamento Sanitário; Viaturas Tácticas (não confundir com Mobilidade Táctica); Equipamento TEO; Equipamento para Operações Anfíbias; Equipamento para Operações em África/Selva; Equipamento para Operações em Montanha; Equipamento para Operações com Meios Aéreos; Equipamento de Sapadores.
Estes Special Operations Vehicles (SOV) destinam-se às Equipas TEO, JTAC e Pelotão Sniper
A Polaris TP 1 – na realidade pode transportar 2 militares como na imagem, mas tem bastante menos capacidade de carga que a TP2.
Simulação de uma das utilizações da nova Calibre 12 (FABARM STF) rebentar com fechaduras!
Em cima, posição de dois snipers…a nosso pedido, em baixo, levantaram-se
Não resistimos à comparação! A última vez que estivemos em reportagem nas OE’s em Lamego, já lá vão quase 17 anos (o tempo passa!) os snipers usavam a Accuracy International L96A1 em 7,62mm e a Barret M95 em .50 armas excelentes para a época. Agora, além da Accurancy multicalibre anteriormente referida, a FOE usa, à esquerda a HK G-28 7,62mm para distâncias até aos 600 a 800m e a Barret M107A1 até aos…1.600m ou mais!
Fonte: http://www.operacional.pt/em-lamego-com ... xercito-i/
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Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS
EM LAMEGO COM AS OPERAÇÕES ESPECIAIS DO EXÉRCITO (II)
Doutrinariamente as Forças de Operações Especiais cumprem uma grande variedade de missões – que qualquer manual refere e explica – e que podemos sintetizar num parágrafo:
Acção Directa, Reconhecimento Especial, Assistência Militar, Acção Indirecta, Operações de Contra Terrorismo, Protecção a Altas Entidades e Ligação com Facções.
É para isto que se formam, treinam e estão equipados. Agora, os militares não escolhem as missões, cumprem as que lhes são atribuídas pelo poder político em cada momento. Assim as capacidades das Operações Especiais portuguesas têm sido utilizadas, umas vezes mais próximo daquilo que a doutrina prevê, outras nem por isso, mas de todas têm dado conta e foram muitas!
Simulação de um Ponto de Apoio à Missão, ou seja, simplificando, o local a partir do qual elementos de uma força de operações especiais empenhada em operações comunica com o seu escalão superior…que pode estar “do outro lado do mundo”, por isso a antena satélite.
O militar está armado com a HK 417 calibre 7,62mm com mira Trijicon ACOG e RMR e no capacete Exfil Ballistic/Team Wendy tem o dispositivo de visão nocturna ANPVS 21. Esta 417 também é usada em Lamego com a mira telescópica Schmidt & Bender 1.5-8×26 PMII Short dot.
Um sniper “pesado” com a Barret M107A1 .50 (com uma mira telescópica Schmidt & Bender) que – a nosso pedido – colocou a arma à vista! A camuflagem é umas das áreas críticas nas operações especiais.
O capacete Exfil Ballistic/Team Wendy – que por exemplo as FND portuguesas na RCA também já usam – permite o uso dos auscultadores do radio individual Thales 148. Na parte posterior tem um “contra peso” para equilibrar o conjunto – uma vez que na frente pode transportar o ANPVS21 – e no topo um “localizador” (Manta Strobe Helmet-Mounted Infrared) que permite localizar o militar mesmo de noite…sem dar nas vistas! Lateralmente está ainda equipado com uma lanterna.
Nas mãos do operador o Rover 5i do Joint Terminal Attack Controller (já referido na anterior reportagem) ligado a um Ground Laser Target Designator (GLTD) III que pode “iluminar” alvos até 16Km para serem “batidos” pelos meios aéreos.
A Accuracy Internacional multicabre referida na reportagem anterior, aqui em exposição, com uma mira telescópica Schmidt Bender 5-25X56 PM II.
Missões internacionais – exercícios e NATO Response Force
Os exercícios internacionais – a par com a formação de quadros das Operações Especiais em países amigos, com destaque para Espanha e EUA, entre outros – foi sempre um aspecto importante não só na actualização doutrinária e na adequação da formação como no equipamento da unidade. Tentando resumir uma história de muitos anos podemos dizer que depois da cooperação com as forças especiais de Espanha, talvez o aspecto mais importante (e motivador!) tenha sido a integração em 1996 de um Destacamento de Operações Especiais (CIOE) na AML (L), a Allied Commando Europe Mobile Force (Land), uma Força de Reacção Imediata da NATO nos tempos da “Guerra-Fria”. Na organização do Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE) passou mesmo a haver este Destacamento individualizado e muito do equipamento então adquirido – por exemplo o material para operações em clima frio, mas também algum outro – adveio dessa missão, o que levou a formação e mesmo exercícios na Noruega em clima Árctico. Mais tarde, com a extinção da AMF pela NATO em 2002, as Operações Especiais passam a integrar a NATO Response Force. A partir de 2003 e até 2012 com algumas variantes, primeiro um Destacamento de Operações Especiais e depois um Special Operations Task Group (2011 e 2012) as operações especiais portuguesas – como todas as outras, diga-se – aguardaram por um empenhamento operacional real neste âmbito que nunca aconteceu. Ficou o treino!
Em 2017 a FOE teve em “stand-by” uma Equipa Sniper para integrar uma unidade de Controlo de Tumultos (Crowd Riot Control) nacional que pudesse vir a ser empenhada em operações.
Treino de operações em climas frios, na Serra da Estrela em Portugal no ano de 2015. Esta área de actuação teve especial desenvolvimento no CIOE fruto do seu empenhamento na AMF (L) da NATO nos anos 90.
Missões internacionais – operações reais
Os militares de Operações Especiais portugueses têm um longo empenhamento nas missões internacionais, iniciada logo na Cooperação Técnico-Militar com os Países de Língua Oficial Portuguesa ainda nos finais dos anos 80, mas também nas missões de apoio à paz e expedicionárias no âmbito das organizações internacionais (NATO, ONU, EU) e nas operações nacionais de evacuação de não-combatentes em África. Pela natureza das missões que desempenham os números envolvidos não são muito expressivos, até porque como veremos parte importante das missões não foram executadas por Equipas ou Destacamentos / SOTU, mas por quadros. A realidade é que um grande número de oficiais e sargentos, mesmo a generalidade deles até porque não são muitos, adquiriram uma enorme experiência internacional muito diversificada pelos vários países/teatros de operações onde mantivemos e mantemos militares.
Rara imagem de um militar do Destacamento de Operações Especiais do CIOE, em 1997 na Bósnia e Herzegovina, aqui numa missão de vigilância em Sarajevo.
Equipa sniper do CIOE em Timor-Leste no ano 2000, estava integrada no Destacamento de Apoio do 1.º Batalhão de Infantaria Pára-quedista na UNTAET / PKF (United Nations Transitorial Administration in East Timor – Peace Keeping Force
Kosovo, 2007, meios de vigilância do Destacamento de Apoio – do CTOE – integrado no batalhão português que actuava como Reserva Táctica do Comandante da KFOR/NATO.
Um dos Destacamentos do CTOE que actuaram no Kosovo em 2007. Este esteve integrado no 1.º Batalhão de Infantaria Pára-quedista.
Os principais empenhamentos em operações reais em termos de duração e efectivos foram as missões no Kosovo no âmbito da NATO – de 1999 a 2001 e de 2005 a 2016) e em Timor-Leste (de 2000 a 20004) no âmbito da ONU. Na KFOR – Kosovo no primeiro período um Destacamento de Operações Especiais actuou integrado numa brigada de comando italiano, e no segundo período um Destacamento de Operações Especiais, com a designação de Módulo de Apoio, integrava a Força Nacional Destacada (FND) que constituía a KFOR Tactical Reserve Manoeuver Battalion (KTM) – Reserva Táctica do Comandante da KFOR.
Na ONU em Timor-Leste sob a designação de Destacamento de Apoio – aqui por razões que se prendiam com a política da ONU em relação a este tipo de unidades – um Destacamento de Operações Especiais actuou entre 2000 e 2004 integrados na FND.
Na missão SFOR da NATO na Bósnia e Herzegovina actuaram durante um curto período entre 1997 e 1998 integrados na FND.
No Afeganistão uma equipa sniper actuou em 2007 e 2008 e depois em 2010, integrada na FND que tinha a missão de Quick Reaction Force do Comandante da International Security Assistance Force – ISAF/NATO. De realçar também que vários oficiais prestaram/prestam serviço em funções de Estado-Maior directamente ligados à Componente de Operações Especiais quer da ISAF quer da actual Resolute Support Mission, o que se traduziu e traduz num contacto directo e intervenção com o “estado da arte” desta actividade em operações reais. Fica o “amargo de boca” de Portugal por opção política nunca ter optado por enviar uma Special Operations Task Unit para essa componente das operações da NATO no Afeganistão.
No âmbito da coligação internacional que actua no Iraque, Operation Inherent Resolve, quadros do CTOE participaram integrados na FND em 2015 e 2016, aqui em funções ligadas à formação das forças armadas e de segurança do Iraque.
Na actualidade ou em anos recentes oficiais e sargentos de Operações Especiais têm actuado no Uganda, Somália, Mali, República Centro Africana nas missões de formação da União Europeia, como no passado participaram em missões da ONU no Sara Ocidental, Angola, Moçambique e na actualidade na Colômbia.
Em 2017 uma Special Operations Land Task Unit do CTOE/FOE esteve 4 meses na Lituânia no âmbito das Assurance Measures da OTAN, numa missão considerada FND por Portugal e que se traduz, na prática, num período muito alargado de exercícios em ambiente multinacional num cenário bem realista que…não se deseja mas pode sempre evoluir para uma operação real.
Este ano de 2018 a FOE está a finalizar o aprontamento de uma SOTU que irá actuar no Afeganistão no âmbito da participação portuguesa na Resolute Support Mission da OTAN como “módulo de segurança” (na gíria militar “guardian angels”) para a Equipa de Mentoria (Army Institutional Advisory Team – AIAT) composta por militares de artilharia do Exército Português que vão ajudar a formar militares afegãos na sua Escola de Artilharia nos arredores de Cabul. Esta é um tipo de missão nova para as Operações Especiais portuguesas no seu já vasto leque de missões cumpridas, vai decorrer nos locais de instrução e nos itinerários onde os “mentores” portugueses tenham que trabalhar/circular. Terá ainda uma outra novidade que é o uso de viaturas blindadas (fornecidas no teatro de operações pelos EUA a título de empréstimo) MAXPRO DASH tipo Mine-Resistant Ambush Protected (MRAP), idênticas às que a nossa nova FND – segurança ao Aeroporto Internacional de Cabul – também vai usar, visto que o Exército Português ainda não dispõe deste tipo de viaturas, pouco menos que imprescindíveis para muitas das operações da actualidade.
Operações nacionais de Evacuação de Não Combatentes
Destacamentos de Operações Especiais do então CIOE participaram em várias operações de evacuação de não combatentes em África, das quais se destacam em 1997 a operação “Leopardo”(*) na República do Congo Brazzaville (actualmente a República Congo) prevendo a eventual recolha de cidadãos nacionais do Zaire em conjunto com o Destacamento de Ações Especiais dos Fuzileiros; em 1998 um forte contingente do CIOE participa na operação “Falcão” a força de resgate de cidadãos nacionais e estrangeiros da República da Guiné-Bissau, uma operação conjunta das Forças Armadas Portuguesas de grande envergadura, a que se seguem outras acções de menor relevo mas em Maio de 1999 é ainda um Destacamento de Operações Especiais que discretamente recolhe de Bissau em guerra civil uma pequena força de Operações Especiais francesa e cidadãos desta nacionalidade que ali estavam retidos.
De realçar ainda que durante anos a instabilidade politica e militar na Guiné-Bissau levou a que as Forças Armadas Portuguesas tivessem em permanência planos de contingência para um empenhamento militar na evacuação de não combatentes da região. Nesse sentido unidades navais, terrestres e aéreas estavam de “prevenção”. No caso das Operações Especiais do Exército não só estiveram sempre envolvidas no planeamento das operações como elementos seus seriam dos primeiros a ser empenhados o que pressupunha em longos períodos de tempo sempre um grau de prontidão imediato.
Na actualidade uma eventual operação no âmbito do EMGFA poderá contar com o empenhamento de um Special Operations Task Group (SOTG) composto por: Estado-Maior /SOTG; Special Operations Land Task Unit/SOLTU ; Equipa Sniper ; Estação Rádio Base ; Proteção da Força; Destacamento de Apoio de Serviços.
Cooperação Técnico-Militar
Em termos de Cooperação Técnico-Militar o histórico da participação de quadros das OE’s iniciou-se nos finais dos anos 80 e cobre todos os PALOP’s com uma grande variedade de tarefas desempenhadas, naquilo que também é no fundo uma missão típica das operações especiais, a Assistência Militar. Das unidades operacionais nos PALOP às suas Escolas de Formação Academias Militares, em todas os nossos militares de operações especiais deram um contributo para tentar melhorar as capacidades locais. Pela sua longevidade podemos talvez destacar a assessoria às Forças Especiais Angolanas, agora com um oficial em permanência e pontualmente com assessorias temporárias para actividades específicas, e parece-nos ainda que será justo referir o papel pioneiro e fulcral que o então CIOE desempenhou no lançamento dos exercícios de série Felino. Portugal foi o primeiro país a acolher este exercício em 2000 e novamente em 2001, exactamente na região de Lamego e este manteve-se até 2004 (em Angola) como um exercício destinado às Forças Especiais dos países da CPLP. Pela parte nacional participavam militares do CIOE, do Destacamento de Acções Especiais do Corpo de Fuzileiros, e em 2004, também participaram elementos dos Comandos (reactivados em 2002). Os exercícios continuam até hoje – regra geral um ano com “tropas no terreno” (FTX) e outro apenas com “postos de comando” (CPX) mas sem a característica especifica de “operações especiais”, mesmo que em vários, nomeadamente em Portugal, as Operações Especiais tenham tido intervenção. O último destes exercícios em Portugal realizou-se Regimento de Infantaria n.º 10 em S. Jacinto no ano de 2015 e o de 2017 decorreu no Brasil. Este ano de 2018 está prevista a sua realização em S. Tomé e Príncipe formato CPX e novamente FTX em Angola no ano seguinte.
OS militares portugueses empenhados no Felino 2004 tomam contacto com os meios aéreos angolanos que iriam ser empregues no exercício
Na actualidade e ainda em termos de cooperação pode estar para breve a abertura de uma nova assessoria do CTOE no estrangeiro, em Timor-Leste. É um assunto em aberto, este país tem enviado – como aliás vários outros da CPLP – militares seus para frequentarem cursos de operações especiais (neste preciso momento há militares timorenses em Lamego), e tem em estudo o levantamento dessa capacidade, eventualmente com o apoio de quadros das OE portuguesas em Timor-Leste.
Unidade do Exército
Como unidade do Exército à semelhança de todas as outras o CTOE é ainda empenhado em muitas missões destinadas a colaborar com a proteção civil e tarefas relacionadas com satisfação das necessidades básicas e a melhoria da qualidade de vida das populações. Não nos vamos alongar mas queremos deixar esta imagem: em 2017 o CTOE empenhou 276 militares em patrulhas nas serras de Montemuro e Leomil e 342 em acções de apoio ao combate a incêndios em Monção, Ponte da Barca, Cinfães, Lamego, Vila Real, Sabrosa, Sernancelhe, Vila Nova de Paiva, Mangualde, Ferreira do Zêzere e Mação.
Para se perceber bem do que estamos a falar em termos de esforço da unidade, este virado para o apoio à população, mais o apoio ao recrutamento que também é feito, formação, exercícios e actividade operacional, estamos a falar de uma unidade com um efectivo total que ronda os 400 militares em quadro orgânico, o qual não está completo como a generalidade das unidades do Exército e mesmo das Forças Armadas.
A boina “verde seco” das Operações Especiais foi adoptada em 1989 mas um par de anos antes já se usava o actual emblema na boina castanha que durante a Guerra no Ultramar quer as Companhias de Caçadores Especiais – de vida efémera – quer os militares formados em Lamego no CIOE, usavam. Quando a partir de 1994 todo o Exército adoptou um único emblema de boina – o actual – o CIOE conseguiu manter o seu. Com a recriação dos Comandos em 2000, estes foram autorizados a recuperar o seu emblema de boina e, acto continuo, o Exército autorizou um novo criado para as Tropas Pára-quedistas. As três Tropas Especiais do Exército têm assim hoje emblemas de boina exclusivos. De acordo com o Regulamento de Uniformes do Exército os militares com os cursos de Operações Especiais, Pára-quedismo Militar e Comandos podem usar as boinas respectivas – verde-seco, verde e vermelha – mas os emblemas de boina exclusivos só podem ser usados se estiverem em serviço nas unidades dessas tropas, devendo quem não estiver usar o emblema de boina do Exército e os oficiais generais a estrela de ouro fosco.
Uma novidade com semanas, a nova simbologia da Força de Operações Especiais – aqui num emblema de baixa visibilidade para os uniformes de campanha, as cores originais são o negro em fundo e o ouro/amarelo para as figuras e letring. O LEOPARDO – Simboliza a casta guerreira, que como hábil caçador alia à ferocidade a astúcia e a destreza, representa o gabo, a firmeza e a força; O PUNHAL – Simboliza o carácter castrense de quem faz do ousar, a sua conduta; A TROMPA DE CAÇA – símbolo histórico das Unidades de Caçadores Especiais; AS FOLHAS DE CARVALHO E LOURO – Simboliza a Vontade e o Valor das Operações Especiais; O TRIÂNGULO – O triângulo equilátero, símbolo da harmonia, da estabilidade e do equilíbrio entre o ser, o saber e o fazer. A identificação da unidade em semicírculo “FORÇA DE OPERAÇÕES ESPECIAIS”.
Conclusão
A unidade não parou nem pára para se reestruturar! As muitas missões nacionais e internacionais que lhe são atribuídas, umas mais adequadas do que outras – a tal questão da doutrina versus necessidade – mas sempre executadas com determinação e grande empenho, continuam todos os dias. O ritmo da unidade é muito intenso e só não usamos a palavra alucinante para não chocar! Em boa verdade sentimos isto em Lamego como noutras unidades do Exército! As missões sucedem-se e o pessoal é escasso, um problema transversal a todo o ramo terrestre e mesmo às Forças Armadas, mesmo que aqui em Lamego, dizem-nos, a falta de praças não é tão grave como em várias outras unidades. A retenção dos efectivos em praças constitui bem entendido uma das preocupações e não será por acaso que foi exactamente pelos alojamentos e estruturas de apoio às praças que as melhorias em infra-estruturas começaram. Mas, as coisas são como são, e há problemas de fundo como este do recrutamento e retenção do pessoal que não se resolvem com uma única medida, mesmo que possa assim ser minorado, nem dependem das unidades nem mesmo do ramo ou das forças armadas. No momento actual da vida nacional, se um Cabo de operações especiais que é um militar muito especializado, com uma formação inicial demorada e depois uma formação continua dispendiosa, que utiliza armamento e equipamento sofisticado (e caro!), e que está permanentemente empenhado em missões fora da sua área de residência, muitas vezes por semanas inteiras, se esse militar não for pago adequadamente, é muito difícil que fique muitos anos ao serviço. Encontramos em Lamego muita esperança no futuro Regime de Contrato de Duração Prolongada e percebe-se. Não havendo para as praças soluções de continuidade, a situação só pode piorar e com ela uma efectiva diminuição da capacidade operacional das diferentes unidades. Esta situação tem maior gravidade nas forças de primeiro emprego do Exército – Operações Especiais, Pára-quedistas e Comandos – que deviam pelo nível de prontidão que lhes é exigido estar com os efectivos muito próximos ou mesmo a 100%, o que não se verifica.
Só uma grande dedicação às unidades a que pertencem, e no fundo ao tipo de vida que escolheram, a vida militar, ainda leva muitos contratados a permanecer vários anos nas fileiras.
Em Lamego vivem-se tempos de optimismo, finalmente as novas instalações para a Força de Operações Especiais vão ser construídas e serão um modelo – como os alojamentos para praças – estão desenhadas para a finalidade a que se destinam. O armamento e equipamento estão a chegar e com a qualidade desejada, diremos mesmo que por enquanto sem paralelo nas restantes forças do ramo terrestre e mesmo das Forças Armadas.
Fonte : http://www.operacional.pt/em-lamego-com ... ercito-ii/
Fiz um resumo.
Doutrinariamente as Forças de Operações Especiais cumprem uma grande variedade de missões – que qualquer manual refere e explica – e que podemos sintetizar num parágrafo:
Acção Directa, Reconhecimento Especial, Assistência Militar, Acção Indirecta, Operações de Contra Terrorismo, Protecção a Altas Entidades e Ligação com Facções.
É para isto que se formam, treinam e estão equipados. Agora, os militares não escolhem as missões, cumprem as que lhes são atribuídas pelo poder político em cada momento. Assim as capacidades das Operações Especiais portuguesas têm sido utilizadas, umas vezes mais próximo daquilo que a doutrina prevê, outras nem por isso, mas de todas têm dado conta e foram muitas!
Simulação de um Ponto de Apoio à Missão, ou seja, simplificando, o local a partir do qual elementos de uma força de operações especiais empenhada em operações comunica com o seu escalão superior…que pode estar “do outro lado do mundo”, por isso a antena satélite.
O militar está armado com a HK 417 calibre 7,62mm com mira Trijicon ACOG e RMR e no capacete Exfil Ballistic/Team Wendy tem o dispositivo de visão nocturna ANPVS 21. Esta 417 também é usada em Lamego com a mira telescópica Schmidt & Bender 1.5-8×26 PMII Short dot.
Um sniper “pesado” com a Barret M107A1 .50 (com uma mira telescópica Schmidt & Bender) que – a nosso pedido – colocou a arma à vista! A camuflagem é umas das áreas críticas nas operações especiais.
O capacete Exfil Ballistic/Team Wendy – que por exemplo as FND portuguesas na RCA também já usam – permite o uso dos auscultadores do radio individual Thales 148. Na parte posterior tem um “contra peso” para equilibrar o conjunto – uma vez que na frente pode transportar o ANPVS21 – e no topo um “localizador” (Manta Strobe Helmet-Mounted Infrared) que permite localizar o militar mesmo de noite…sem dar nas vistas! Lateralmente está ainda equipado com uma lanterna.
Nas mãos do operador o Rover 5i do Joint Terminal Attack Controller (já referido na anterior reportagem) ligado a um Ground Laser Target Designator (GLTD) III que pode “iluminar” alvos até 16Km para serem “batidos” pelos meios aéreos.
A Accuracy Internacional multicabre referida na reportagem anterior, aqui em exposição, com uma mira telescópica Schmidt Bender 5-25X56 PM II.
Missões internacionais – exercícios e NATO Response Force
Os exercícios internacionais – a par com a formação de quadros das Operações Especiais em países amigos, com destaque para Espanha e EUA, entre outros – foi sempre um aspecto importante não só na actualização doutrinária e na adequação da formação como no equipamento da unidade. Tentando resumir uma história de muitos anos podemos dizer que depois da cooperação com as forças especiais de Espanha, talvez o aspecto mais importante (e motivador!) tenha sido a integração em 1996 de um Destacamento de Operações Especiais (CIOE) na AML (L), a Allied Commando Europe Mobile Force (Land), uma Força de Reacção Imediata da NATO nos tempos da “Guerra-Fria”. Na organização do Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE) passou mesmo a haver este Destacamento individualizado e muito do equipamento então adquirido – por exemplo o material para operações em clima frio, mas também algum outro – adveio dessa missão, o que levou a formação e mesmo exercícios na Noruega em clima Árctico. Mais tarde, com a extinção da AMF pela NATO em 2002, as Operações Especiais passam a integrar a NATO Response Force. A partir de 2003 e até 2012 com algumas variantes, primeiro um Destacamento de Operações Especiais e depois um Special Operations Task Group (2011 e 2012) as operações especiais portuguesas – como todas as outras, diga-se – aguardaram por um empenhamento operacional real neste âmbito que nunca aconteceu. Ficou o treino!
Em 2017 a FOE teve em “stand-by” uma Equipa Sniper para integrar uma unidade de Controlo de Tumultos (Crowd Riot Control) nacional que pudesse vir a ser empenhada em operações.
Treino de operações em climas frios, na Serra da Estrela em Portugal no ano de 2015. Esta área de actuação teve especial desenvolvimento no CIOE fruto do seu empenhamento na AMF (L) da NATO nos anos 90.
Missões internacionais – operações reais
Os militares de Operações Especiais portugueses têm um longo empenhamento nas missões internacionais, iniciada logo na Cooperação Técnico-Militar com os Países de Língua Oficial Portuguesa ainda nos finais dos anos 80, mas também nas missões de apoio à paz e expedicionárias no âmbito das organizações internacionais (NATO, ONU, EU) e nas operações nacionais de evacuação de não-combatentes em África. Pela natureza das missões que desempenham os números envolvidos não são muito expressivos, até porque como veremos parte importante das missões não foram executadas por Equipas ou Destacamentos / SOTU, mas por quadros. A realidade é que um grande número de oficiais e sargentos, mesmo a generalidade deles até porque não são muitos, adquiriram uma enorme experiência internacional muito diversificada pelos vários países/teatros de operações onde mantivemos e mantemos militares.
Rara imagem de um militar do Destacamento de Operações Especiais do CIOE, em 1997 na Bósnia e Herzegovina, aqui numa missão de vigilância em Sarajevo.
Equipa sniper do CIOE em Timor-Leste no ano 2000, estava integrada no Destacamento de Apoio do 1.º Batalhão de Infantaria Pára-quedista na UNTAET / PKF (United Nations Transitorial Administration in East Timor – Peace Keeping Force
Kosovo, 2007, meios de vigilância do Destacamento de Apoio – do CTOE – integrado no batalhão português que actuava como Reserva Táctica do Comandante da KFOR/NATO.
Um dos Destacamentos do CTOE que actuaram no Kosovo em 2007. Este esteve integrado no 1.º Batalhão de Infantaria Pára-quedista.
Os principais empenhamentos em operações reais em termos de duração e efectivos foram as missões no Kosovo no âmbito da NATO – de 1999 a 2001 e de 2005 a 2016) e em Timor-Leste (de 2000 a 20004) no âmbito da ONU. Na KFOR – Kosovo no primeiro período um Destacamento de Operações Especiais actuou integrado numa brigada de comando italiano, e no segundo período um Destacamento de Operações Especiais, com a designação de Módulo de Apoio, integrava a Força Nacional Destacada (FND) que constituía a KFOR Tactical Reserve Manoeuver Battalion (KTM) – Reserva Táctica do Comandante da KFOR.
Na ONU em Timor-Leste sob a designação de Destacamento de Apoio – aqui por razões que se prendiam com a política da ONU em relação a este tipo de unidades – um Destacamento de Operações Especiais actuou entre 2000 e 2004 integrados na FND.
Na missão SFOR da NATO na Bósnia e Herzegovina actuaram durante um curto período entre 1997 e 1998 integrados na FND.
No Afeganistão uma equipa sniper actuou em 2007 e 2008 e depois em 2010, integrada na FND que tinha a missão de Quick Reaction Force do Comandante da International Security Assistance Force – ISAF/NATO. De realçar também que vários oficiais prestaram/prestam serviço em funções de Estado-Maior directamente ligados à Componente de Operações Especiais quer da ISAF quer da actual Resolute Support Mission, o que se traduziu e traduz num contacto directo e intervenção com o “estado da arte” desta actividade em operações reais. Fica o “amargo de boca” de Portugal por opção política nunca ter optado por enviar uma Special Operations Task Unit para essa componente das operações da NATO no Afeganistão.
No âmbito da coligação internacional que actua no Iraque, Operation Inherent Resolve, quadros do CTOE participaram integrados na FND em 2015 e 2016, aqui em funções ligadas à formação das forças armadas e de segurança do Iraque.
Na actualidade ou em anos recentes oficiais e sargentos de Operações Especiais têm actuado no Uganda, Somália, Mali, República Centro Africana nas missões de formação da União Europeia, como no passado participaram em missões da ONU no Sara Ocidental, Angola, Moçambique e na actualidade na Colômbia.
Em 2017 uma Special Operations Land Task Unit do CTOE/FOE esteve 4 meses na Lituânia no âmbito das Assurance Measures da OTAN, numa missão considerada FND por Portugal e que se traduz, na prática, num período muito alargado de exercícios em ambiente multinacional num cenário bem realista que…não se deseja mas pode sempre evoluir para uma operação real.
Este ano de 2018 a FOE está a finalizar o aprontamento de uma SOTU que irá actuar no Afeganistão no âmbito da participação portuguesa na Resolute Support Mission da OTAN como “módulo de segurança” (na gíria militar “guardian angels”) para a Equipa de Mentoria (Army Institutional Advisory Team – AIAT) composta por militares de artilharia do Exército Português que vão ajudar a formar militares afegãos na sua Escola de Artilharia nos arredores de Cabul. Esta é um tipo de missão nova para as Operações Especiais portuguesas no seu já vasto leque de missões cumpridas, vai decorrer nos locais de instrução e nos itinerários onde os “mentores” portugueses tenham que trabalhar/circular. Terá ainda uma outra novidade que é o uso de viaturas blindadas (fornecidas no teatro de operações pelos EUA a título de empréstimo) MAXPRO DASH tipo Mine-Resistant Ambush Protected (MRAP), idênticas às que a nossa nova FND – segurança ao Aeroporto Internacional de Cabul – também vai usar, visto que o Exército Português ainda não dispõe deste tipo de viaturas, pouco menos que imprescindíveis para muitas das operações da actualidade.
Operações nacionais de Evacuação de Não Combatentes
Destacamentos de Operações Especiais do então CIOE participaram em várias operações de evacuação de não combatentes em África, das quais se destacam em 1997 a operação “Leopardo”(*) na República do Congo Brazzaville (actualmente a República Congo) prevendo a eventual recolha de cidadãos nacionais do Zaire em conjunto com o Destacamento de Ações Especiais dos Fuzileiros; em 1998 um forte contingente do CIOE participa na operação “Falcão” a força de resgate de cidadãos nacionais e estrangeiros da República da Guiné-Bissau, uma operação conjunta das Forças Armadas Portuguesas de grande envergadura, a que se seguem outras acções de menor relevo mas em Maio de 1999 é ainda um Destacamento de Operações Especiais que discretamente recolhe de Bissau em guerra civil uma pequena força de Operações Especiais francesa e cidadãos desta nacionalidade que ali estavam retidos.
De realçar ainda que durante anos a instabilidade politica e militar na Guiné-Bissau levou a que as Forças Armadas Portuguesas tivessem em permanência planos de contingência para um empenhamento militar na evacuação de não combatentes da região. Nesse sentido unidades navais, terrestres e aéreas estavam de “prevenção”. No caso das Operações Especiais do Exército não só estiveram sempre envolvidas no planeamento das operações como elementos seus seriam dos primeiros a ser empenhados o que pressupunha em longos períodos de tempo sempre um grau de prontidão imediato.
Na actualidade uma eventual operação no âmbito do EMGFA poderá contar com o empenhamento de um Special Operations Task Group (SOTG) composto por: Estado-Maior /SOTG; Special Operations Land Task Unit/SOLTU ; Equipa Sniper ; Estação Rádio Base ; Proteção da Força; Destacamento de Apoio de Serviços.
Cooperação Técnico-Militar
Em termos de Cooperação Técnico-Militar o histórico da participação de quadros das OE’s iniciou-se nos finais dos anos 80 e cobre todos os PALOP’s com uma grande variedade de tarefas desempenhadas, naquilo que também é no fundo uma missão típica das operações especiais, a Assistência Militar. Das unidades operacionais nos PALOP às suas Escolas de Formação Academias Militares, em todas os nossos militares de operações especiais deram um contributo para tentar melhorar as capacidades locais. Pela sua longevidade podemos talvez destacar a assessoria às Forças Especiais Angolanas, agora com um oficial em permanência e pontualmente com assessorias temporárias para actividades específicas, e parece-nos ainda que será justo referir o papel pioneiro e fulcral que o então CIOE desempenhou no lançamento dos exercícios de série Felino. Portugal foi o primeiro país a acolher este exercício em 2000 e novamente em 2001, exactamente na região de Lamego e este manteve-se até 2004 (em Angola) como um exercício destinado às Forças Especiais dos países da CPLP. Pela parte nacional participavam militares do CIOE, do Destacamento de Acções Especiais do Corpo de Fuzileiros, e em 2004, também participaram elementos dos Comandos (reactivados em 2002). Os exercícios continuam até hoje – regra geral um ano com “tropas no terreno” (FTX) e outro apenas com “postos de comando” (CPX) mas sem a característica especifica de “operações especiais”, mesmo que em vários, nomeadamente em Portugal, as Operações Especiais tenham tido intervenção. O último destes exercícios em Portugal realizou-se Regimento de Infantaria n.º 10 em S. Jacinto no ano de 2015 e o de 2017 decorreu no Brasil. Este ano de 2018 está prevista a sua realização em S. Tomé e Príncipe formato CPX e novamente FTX em Angola no ano seguinte.
OS militares portugueses empenhados no Felino 2004 tomam contacto com os meios aéreos angolanos que iriam ser empregues no exercício
Na actualidade e ainda em termos de cooperação pode estar para breve a abertura de uma nova assessoria do CTOE no estrangeiro, em Timor-Leste. É um assunto em aberto, este país tem enviado – como aliás vários outros da CPLP – militares seus para frequentarem cursos de operações especiais (neste preciso momento há militares timorenses em Lamego), e tem em estudo o levantamento dessa capacidade, eventualmente com o apoio de quadros das OE portuguesas em Timor-Leste.
Unidade do Exército
Como unidade do Exército à semelhança de todas as outras o CTOE é ainda empenhado em muitas missões destinadas a colaborar com a proteção civil e tarefas relacionadas com satisfação das necessidades básicas e a melhoria da qualidade de vida das populações. Não nos vamos alongar mas queremos deixar esta imagem: em 2017 o CTOE empenhou 276 militares em patrulhas nas serras de Montemuro e Leomil e 342 em acções de apoio ao combate a incêndios em Monção, Ponte da Barca, Cinfães, Lamego, Vila Real, Sabrosa, Sernancelhe, Vila Nova de Paiva, Mangualde, Ferreira do Zêzere e Mação.
Para se perceber bem do que estamos a falar em termos de esforço da unidade, este virado para o apoio à população, mais o apoio ao recrutamento que também é feito, formação, exercícios e actividade operacional, estamos a falar de uma unidade com um efectivo total que ronda os 400 militares em quadro orgânico, o qual não está completo como a generalidade das unidades do Exército e mesmo das Forças Armadas.
A boina “verde seco” das Operações Especiais foi adoptada em 1989 mas um par de anos antes já se usava o actual emblema na boina castanha que durante a Guerra no Ultramar quer as Companhias de Caçadores Especiais – de vida efémera – quer os militares formados em Lamego no CIOE, usavam. Quando a partir de 1994 todo o Exército adoptou um único emblema de boina – o actual – o CIOE conseguiu manter o seu. Com a recriação dos Comandos em 2000, estes foram autorizados a recuperar o seu emblema de boina e, acto continuo, o Exército autorizou um novo criado para as Tropas Pára-quedistas. As três Tropas Especiais do Exército têm assim hoje emblemas de boina exclusivos. De acordo com o Regulamento de Uniformes do Exército os militares com os cursos de Operações Especiais, Pára-quedismo Militar e Comandos podem usar as boinas respectivas – verde-seco, verde e vermelha – mas os emblemas de boina exclusivos só podem ser usados se estiverem em serviço nas unidades dessas tropas, devendo quem não estiver usar o emblema de boina do Exército e os oficiais generais a estrela de ouro fosco.
Uma novidade com semanas, a nova simbologia da Força de Operações Especiais – aqui num emblema de baixa visibilidade para os uniformes de campanha, as cores originais são o negro em fundo e o ouro/amarelo para as figuras e letring. O LEOPARDO – Simboliza a casta guerreira, que como hábil caçador alia à ferocidade a astúcia e a destreza, representa o gabo, a firmeza e a força; O PUNHAL – Simboliza o carácter castrense de quem faz do ousar, a sua conduta; A TROMPA DE CAÇA – símbolo histórico das Unidades de Caçadores Especiais; AS FOLHAS DE CARVALHO E LOURO – Simboliza a Vontade e o Valor das Operações Especiais; O TRIÂNGULO – O triângulo equilátero, símbolo da harmonia, da estabilidade e do equilíbrio entre o ser, o saber e o fazer. A identificação da unidade em semicírculo “FORÇA DE OPERAÇÕES ESPECIAIS”.
Conclusão
A unidade não parou nem pára para se reestruturar! As muitas missões nacionais e internacionais que lhe são atribuídas, umas mais adequadas do que outras – a tal questão da doutrina versus necessidade – mas sempre executadas com determinação e grande empenho, continuam todos os dias. O ritmo da unidade é muito intenso e só não usamos a palavra alucinante para não chocar! Em boa verdade sentimos isto em Lamego como noutras unidades do Exército! As missões sucedem-se e o pessoal é escasso, um problema transversal a todo o ramo terrestre e mesmo às Forças Armadas, mesmo que aqui em Lamego, dizem-nos, a falta de praças não é tão grave como em várias outras unidades. A retenção dos efectivos em praças constitui bem entendido uma das preocupações e não será por acaso que foi exactamente pelos alojamentos e estruturas de apoio às praças que as melhorias em infra-estruturas começaram. Mas, as coisas são como são, e há problemas de fundo como este do recrutamento e retenção do pessoal que não se resolvem com uma única medida, mesmo que possa assim ser minorado, nem dependem das unidades nem mesmo do ramo ou das forças armadas. No momento actual da vida nacional, se um Cabo de operações especiais que é um militar muito especializado, com uma formação inicial demorada e depois uma formação continua dispendiosa, que utiliza armamento e equipamento sofisticado (e caro!), e que está permanentemente empenhado em missões fora da sua área de residência, muitas vezes por semanas inteiras, se esse militar não for pago adequadamente, é muito difícil que fique muitos anos ao serviço. Encontramos em Lamego muita esperança no futuro Regime de Contrato de Duração Prolongada e percebe-se. Não havendo para as praças soluções de continuidade, a situação só pode piorar e com ela uma efectiva diminuição da capacidade operacional das diferentes unidades. Esta situação tem maior gravidade nas forças de primeiro emprego do Exército – Operações Especiais, Pára-quedistas e Comandos – que deviam pelo nível de prontidão que lhes é exigido estar com os efectivos muito próximos ou mesmo a 100%, o que não se verifica.
Só uma grande dedicação às unidades a que pertencem, e no fundo ao tipo de vida que escolheram, a vida militar, ainda leva muitos contratados a permanecer vários anos nas fileiras.
Em Lamego vivem-se tempos de optimismo, finalmente as novas instalações para a Força de Operações Especiais vão ser construídas e serão um modelo – como os alojamentos para praças – estão desenhadas para a finalidade a que se destinam. O armamento e equipamento estão a chegar e com a qualidade desejada, diremos mesmo que por enquanto sem paralelo nas restantes forças do ramo terrestre e mesmo das Forças Armadas.
Fonte : http://www.operacional.pt/em-lamego-com ... ercito-ii/
Fiz um resumo.
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Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS
Que fuzil bonito!cabeça de martelo escreveu: ↑Qua Mai 02, 2018 10:21 am
The Way of the Warriors escreveu:HK 416 A7 do Centro de Tropas de Operações Especiais do Exército Português.
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS
Warrior Competition 2018 KASOTC Amman Jordan
Registered teams for the Warrior Competition 2018:
* USA Stanislaus County Sheriff's Department SWAT
* UAE Abu Dhabi Police - F7 Team 1
* UAE Abu Dhabi Police - F7 Team 2
* Lebanon Black Panthers - Team
* Moldova Guard Service Team
* Lebanon IDSF Team
* Brunei Royal Brunei Armed Forces Team
* Belarus Special Operations Forces Team
* Ukraine Ministry of Defence Team
* Turkey Gendarmerie Commando Special Operations Team
* Jordan Royal Guards Team
* Kosovo Police Team
* Turkey Gendarmerie Commando School Team
* Greece EKAM Team
* Austria Cobra Team
* Jordan Special Unit 1 - Team
* Oman Royal Oman Police Team
* Jordan Special Unit 2 - Team
* Lebanon Lebanese Armed Forces - Team 1
* Lebanon Lebanese Armed Forces - Team 2
* Kenya MOI Team
* Sudan Special Operations Forces Team
* Poland BOA Team
* Kuwait Commandos 25 Team
* Sweden Piketen Team
* USA 1-184th Infantry Battalion Team
* Jordan Gendarmerie Team
* Kazakhstan Army Team
* Kuwait Police Team
* Czech 102nd Reconnaissance Battalion Team
* Portugal CompOEsp - LAND Team (FOE)
* Qatar Special Operations Forces Team 1
* Qatar Special Operations Forces Team 2
* Saudi Arabia Land Force Team
* India NSG Team
* Kuwait National Guards Team
* China PAP Team 1
* China PAP Team 2
* USA ODA - 5233 Unit Team
* USA ODA - 5232 Unit Team
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Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS
The Way of the Warriors escreveu:KASOTC 2018, Warrior competition. A Componente de Operação Especiais este ano foi representada por equipa da FOE e por um elemento da CPOE na 10th Annual Warrior Competition, que teve lugar no KASOTC, Jordânia.
A competição tem como objetivo testar capacidades fisicas, psíquicas e técnicas e o trabalho em equipa de pequenas Unidades de Operações Especiais em diversos ambientes tácticos.
Este ano participaram 40 equipas de 22 países, que durante 5 dias efetuaram diversas provas. A equipa Portuguesa obteve durante os primeiros dias de prova o 11 lugar tendo-se apurado para a grande final (The King's Challenge) que teve lugar no dia 04Mai18. Neste momento aguarda classificação final.
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Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS
Militar de 23 anos morre com tiro na cabeça em treinamento do Exército
Incidente aconteceu em Formosa (GO). Victor Campos Ferreira era praça e tinha o sonho de seguir carreira na corporação
Um militar do Exército de 23 anos morreu com um tiro na cabeça durante um treinamento da Brigada de Operações Especiais em Formosa (GO). O incidente aconteceu por volta de 16h30 desta quarta-feira (9/5). Victor Campos Ferreira era praça e tinha o sonho de seguir carreira dentro da corporação. Uma aeronave da Força Aérea Brasileira fará o traslado do corpo da vítima para o Pará, onde ela será enterrada.
Victor Campos fazia treinamento no 6º Grupo de Instrução de Lançadores Múltiplos de Foguetes das Forças Armadas. A reportagem do Correio apurou que o tiro foi disparado por um sargento e atingiu a parte de trás e atravessou a cabeça de Victor. Ainda não se sabe se o disparo aconteceu durante o treinamento de tiro. Ele morreu na hora. A Polícia do Exército foi acionada e fez a perícia.
O militar era primo do deputado federal João Campos (PRB-GO). O parlamentar, que é delegado, disse que levará o caso ao presidente da república, Michel Temer. “O fato aconteceu. Partimos do pressuposto que foi acidental. Mas não posso conceber que, em pleno Século XXI, com a tecnologia que temos, as Forças Armadas façam um treinamento com munição letal. Temos todos os recursos para que essas atividades sejam feitas com o mesmo desempenho com munição não letal”, criticou.
João Campos também questionou a forma com que a família foi tratada pelo Exército. Foi após uma reclamação do parlamentar que o Exército disponibilizou um avião para levar o corpo de Victor para o Pará. "A segunda coisa que me incomodou é que, em países desenvolvidos, e não estou falando de quem está em guerra, quando um militar sofre um acidente, ele e a família tem todo um apoio da força. Ele colocou a vida a favor da pátria. Tem aeronave, ambulância, tudo. Mas fui descobrir que as Forças Armadas tem um contrato com uma seguradora, e essa empresa que cuida da funerária e da questão do translado do corpo", afirmou.
Ainda de acordo com João Campos, Victor é de Redenção do Pará, no sul do estado e não há voos comerciais para a região. "É um membro do Exército Brasileiro, e que perdeu a vida na função. É uma questão de estado", disse. Por meio de nota, a assessoria de imprensa do Exército comentou o ocorrido. Segundo o texto, uma equipe médica prestou os primeiros socorros e transportou a vítima para o Hospital Municipal de Formosa, onde verificou-se que Victor estava morto. Além disso, a investigação ficará a cargo de uma equipe de perícia do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília. "Um inquérito policial militar será instaurado para apurar o fato ocorrido", afirma o texto.
Por último, a assessoria da corporação informou que o Comando de Operações Especiais "está tomando todas as providências para apoiar a família do militar, através de uma equipe, composta por um psicólogo e um capelão militar".
FONTE - https://www.correiobraziliense.com.br/a ... cito.shtml
Incidente aconteceu em Formosa (GO). Victor Campos Ferreira era praça e tinha o sonho de seguir carreira na corporação
Um militar do Exército de 23 anos morreu com um tiro na cabeça durante um treinamento da Brigada de Operações Especiais em Formosa (GO). O incidente aconteceu por volta de 16h30 desta quarta-feira (9/5). Victor Campos Ferreira era praça e tinha o sonho de seguir carreira dentro da corporação. Uma aeronave da Força Aérea Brasileira fará o traslado do corpo da vítima para o Pará, onde ela será enterrada.
Victor Campos fazia treinamento no 6º Grupo de Instrução de Lançadores Múltiplos de Foguetes das Forças Armadas. A reportagem do Correio apurou que o tiro foi disparado por um sargento e atingiu a parte de trás e atravessou a cabeça de Victor. Ainda não se sabe se o disparo aconteceu durante o treinamento de tiro. Ele morreu na hora. A Polícia do Exército foi acionada e fez a perícia.
O militar era primo do deputado federal João Campos (PRB-GO). O parlamentar, que é delegado, disse que levará o caso ao presidente da república, Michel Temer. “O fato aconteceu. Partimos do pressuposto que foi acidental. Mas não posso conceber que, em pleno Século XXI, com a tecnologia que temos, as Forças Armadas façam um treinamento com munição letal. Temos todos os recursos para que essas atividades sejam feitas com o mesmo desempenho com munição não letal”, criticou.
João Campos também questionou a forma com que a família foi tratada pelo Exército. Foi após uma reclamação do parlamentar que o Exército disponibilizou um avião para levar o corpo de Victor para o Pará. "A segunda coisa que me incomodou é que, em países desenvolvidos, e não estou falando de quem está em guerra, quando um militar sofre um acidente, ele e a família tem todo um apoio da força. Ele colocou a vida a favor da pátria. Tem aeronave, ambulância, tudo. Mas fui descobrir que as Forças Armadas tem um contrato com uma seguradora, e essa empresa que cuida da funerária e da questão do translado do corpo", afirmou.
Ainda de acordo com João Campos, Victor é de Redenção do Pará, no sul do estado e não há voos comerciais para a região. "É um membro do Exército Brasileiro, e que perdeu a vida na função. É uma questão de estado", disse. Por meio de nota, a assessoria de imprensa do Exército comentou o ocorrido. Segundo o texto, uma equipe médica prestou os primeiros socorros e transportou a vítima para o Hospital Municipal de Formosa, onde verificou-se que Victor estava morto. Além disso, a investigação ficará a cargo de uma equipe de perícia do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília. "Um inquérito policial militar será instaurado para apurar o fato ocorrido", afirma o texto.
Por último, a assessoria da corporação informou que o Comando de Operações Especiais "está tomando todas as providências para apoiar a família do militar, através de uma equipe, composta por um psicólogo e um capelão militar".
FONTE - https://www.correiobraziliense.com.br/a ... cito.shtml
Editado pela última vez por Frederico Vitor em Sex Mai 11, 2018 11:52 am, em um total de 1 vez.
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Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS
Snipers da FOEsp:
Estes são da FAP mais vai no espírito da coisa.
Estes são da FAP mais vai no espírito da coisa.
Militares do Núcleo de Operações Táticas de Projeção (NOTP) da Força Aérea Portuguesa,treina tiro Helitransportado num EH101 também da Força Aérea Portuguesa no Exércicio Hot Blade 2018
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Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS
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Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS
Centro de treinamento de operações especiais na Chechena.
Quando sai o plano desse projeto, falaram que era desperdício de dinheiro por par dos russos.
Pra quem fala que muçulmano não sabe lutar.
Quando sai o plano desse projeto, falaram que era desperdício de dinheiro por par dos russos.
Pra quem fala que muçulmano não sabe lutar.
- Viktor Reznov
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Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS
A Chechênia é dificilmente um exemplo válido porque suas forças foram completamente refeitas desde a derrota na Segunda Guerra da Chechênia.
I know the weakness, I know the pain. I know the fear you do not name. And the one who comes to find me when my time is through. I know you, yeah I know you.