MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7531 Mensagem por Bolovo » Qui Set 21, 2017 5:36 pm

Penguin escreveu:Política de Substituição de Importações é coisa velha Bolovo. Tem que ser feita com inteligência, caso contrário há uma tendência de se criar artificialmente proteção contra concorrência para setores específicos por tempo demais, prejudicando assim o próprio desenvolvimento do setor que passa a oferecer ao mercado produtos caros e defasados tecnologicamente.
Isso começou a ser aplicado no Brasil como política de Estado desde a 1a metade do século XX.
Funcionou em alguns setores e não funcionou em outros.
Exemplo de setor que não funcionou e atrapalhou outros setores: Informática.

No Brasil, o Governo produz remédios. O Governo Federal através da Fiocruz produz medicamentos essenciais como antibióticos, antiinflamatórios, antiulcerosos, analgésicos e produtos dermatológicos, entre outros (https://portal.fiocruz.br/pt-br/content/medicamentos):
A produção nacional desses medicamentos representa uma redução importante nos custos do Sistema Único de Saúde do Governo Federal, o SUS. Ao gastar menos com a aquisição de medicamentos, o poder público pode investir em outras áreas da saúde, contribuindo para melhorar a qualidade de vida dos brasileiros. Farmanguinhos desempenha, ainda, um importante papel no fortalecimento das indústrias farmoquímicas nacionais e na regulação de preços do mercado farmacêutico brasileiro.
Governos estaduais tb produzem medicamentos (IVB, Bahiafarma, Butatan, Tecpar etc).
Não acho que substituição das importações seja coisa velha, acho que seja uma coisa que se feita bem, ainda tem validade. O que eu digo não é uma empresa que seja necessário fechar o mercado para vender um produto inferior em relação ao importado, pelo contrário, acho isso uma bobagem. Minha indagação veio no sentido de que o Brasil gasta milhões e milhões de reais por ano com importações que poderiam ser facilmente substituídas por produtos nacionais, dei o exemplo de remédios que já tem a patente expirada. Investir em tecnologia é fundamental para o desenvolvimento de um país e hoje nos temos um Ministério de Ciência e Tecnologia que gasta apenas alguns poucos milhões em investimento e é comandado por um aspone qualquer que mal deve saber qual é a fórmula química da água.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7532 Mensagem por Penguin » Qui Set 21, 2017 7:25 pm

Bolovo escreveu:
quote="Penguin"]Política de Substituição de Importações é coisa velha Bolovo. Tem que ser feita com inteligência, caso contrário há uma tendência de se criar artificialmente proteção contra concorrência para setores específicos por tempo demais, prejudicando assim o próprio desenvolvimento do setor que passa a oferecer ao mercado produtos caros e defasados tecnologicamente.
Isso começou a ser aplicado no Brasil como política de Estado desde a 1a metade do século XX.
Funcionou em alguns setores e não funcionou em outros.
Exemplo de setor que não funcionou e atrapalhou outros setores: Informática.

No Brasil, o Governo produz remédios. O Governo Federal através da Fiocruz produz medicamentos essenciais como antibióticos, antiinflamatórios, antiulcerosos, analgésicos e produtos dermatológicos, entre outros (https://portal.fiocruz.br/pt-br/content/medicamentos):
A produção nacional desses medicamentos representa uma redução importante nos custos do Sistema Único de Saúde do Governo Federal, o SUS. Ao gastar menos com a aquisição de medicamentos, o poder público pode investir em outras áreas da saúde, contribuindo para melhorar a qualidade de vida dos brasileiros. Farmanguinhos desempenha, ainda, um importante papel no fortalecimento das indústrias farmoquímicas nacionais e na regulação de preços do mercado farmacêutico brasileiro.
Governos estaduais tb produzem medicamentos (IVB, Bahiafarma, Butatan, Tecpar etc).
Não acho que substituição das importações seja coisa velha, acho que seja uma coisa que se feita bem, ainda tem validade. O que eu digo não é uma empresa que seja necessário fechar o mercado para vender um produto inferior em relação ao importado, pelo contrário, acho isso uma bobagem. Minha indagação veio no sentido de que o Brasil gasta milhões e milhões de reais por ano com importações que poderiam ser facilmente substituídas por produtos nacionais, dei o exemplo de remédios que já tem a patente expirada.

De uma forma geral, os exemplos mais exitosos de PSI ocorreram no Sudeste Asiático (Tigres Asiáticos). Lá a indústria "protegida" teve que atuar no mercado externo, esteve submetida a concorrência e assim se desenvolveu.
Na AL ocorreu o contrário de uma forma geral.

Acontece que o mundo mudou, a OMC proíbe uma série de medidas protecionistas que antes eram permitidas, a exemplo de aumentar indiscriminadamente o imposto de importação ou conceder certos subsídios ou certos incentivos fiscais.

No caso do setor de remédios no Brasil, há produção estatal, há produção de empresas nacionais e de empresas multinacionais. O que se necessita é estimular, estabelecer os incentivos corretos para que essa indústria desenvolva P&D+i aqui.


Investir em tecnologia é fundamental para o desenvolvimento de um país e hoje nos temos um Ministério de Ciência e Tecnologia que gasta apenas alguns poucos milhões em investimento e é comandado por um aspone qualquer que mal deve saber qual é a fórmula química da água.[/quote]

O fator mais importante para o crescimento econômico no longo prazo é o desenvolvimento tecnológico e a inovação.
Aqui o ambiente de negócios é tóxico para essa atividade.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7533 Mensagem por Juniorbombeiro » Qui Set 21, 2017 10:20 pm

Penguin escreveu:
Juniorbombeiro escreveu:
  • Acciona;
    Amec Foster Wheeler;
    Areva;
    Bechtel;
    Chicago Bridge (CB&I);
    China Aluminium Inter Eng (Chalieco);
    Energex Energy;
    Exterran;
    Fluor;
    Hatch;
    Intecsa Eng;
    Jacobs;
    JGC;
    KBR;
    Larsen & Toubro;
    Linde;
    Tecnimont;
    Naftogaz India;
    Optimize;
    Petrofac;
    Posco;
    Propak Systems;
    Rheinmetall Inter Eng;
    Sener;
    Keri;
    SNC-Lavalin;
    Thermo Design;
    Thyssenkrupp;
    Técnicas Reunidas;
    Tozzi
Essas são as empresas convidadas para a licitação da unidade de tratamento de gás natural do COMPERJ (única coisa relevante que esse governo tem para apresentar na área do abastecimento). Nenhuma empresa nacional e, bem... não conheço todas, mas só de bater o olho já se vê que algumas não são o que dá para se chamar de exemplo de honestidade.
Empreiteiras da Lava Jato voltam às licitações em Estados e municípios
https://www.brasil247.com/pt/247/econom ... adpios.htm

Camargo Corrêa, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão voltam às licitações públicas
http://politicabahia.com/noticias/1146/ ... -pcublicas
Estadual e municipal, mas já é alguma coisa, mas obra mesmo (Petrobras, Eletrobras, Grandes obras do governo federal), neca pau ainda. Isso aí é tudo rebarba, não fosse a m... que está o país, não seria nem notícia. Aliás não era, construímos obras fantásticas nos últimos tempos que tiveram muito pouca cobertura da imprensa, mas isso não vem ao caso.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7534 Mensagem por prp » Sex Set 22, 2017 12:11 am

[="Penguin"]Esse é o liberalismo à brasileira....

Doria quer cobrar imposto sobre Netflix (e de outros serviços online)
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/20 ... flix.shtml

Sempre o caminho mais fácil de aumentar os tributos e onerar a produção e o comércio.

Cada vez mais no Brasil Direita=Esquerda=PT=PSDB=PMDB=P....[/quote]

Aqui no Brasil a ideologia morre no 1º dia do mandato..[/quote]
Bolsonaro vai nos salvar. :lol: :lol: :lol: :lol:[/quote]

-------------------------------------

Fale por vc :roll: :lol:

[/quote]
Vc ele já curou né :roll: [105]




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7535 Mensagem por J.Ricardo » Sex Set 22, 2017 8:56 am

Por enquanto, com os candidatos que se apresentam, meu voto é pagar 3,00 na justiça eleitoral e fazer um churrasco nas eleições.




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7536 Mensagem por Penguin » Sex Set 22, 2017 9:07 am

prp escreveu:[="Penguin"]Esse é o liberalismo à brasileira....

Doria quer cobrar imposto sobre Netflix (e de outros serviços online)
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/20 ... flix.shtml

Sempre o caminho mais fácil de aumentar os tributos e onerar a produção e o comércio.

Cada vez mais no Brasil Direita=Esquerda=PT=PSDB=PMDB=P....
Aqui no Brasil a ideologia morre no 1º dia do mandato..[/quote]
Bolsonaro vai nos salvar. :lol: :lol: :lol: :lol:[/quote]

-------------------------------------

Fale por vc :roll: :lol:

[/quote]
Vc ele já curou né :roll: [105][/quote]

Lá ele! :twisted: :lol:




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7537 Mensagem por Clermont » Qui Set 28, 2017 1:57 pm

Sim, o país avança.

Carlos Alberto Sardenberg - O Globo, 28.09.17.

Até o começo desta semana, o senador Aécio Neves, em pleno exercício do mandato, manobrava junto ao presidente Temer para barrar a privatização de quatro usinas da Cemig, estatal mineira. Ontem, as estatais estavam vendidas, por R$ 12,1 bilhões, e Aécio era afastado do Senado e submetido a "recolhimento noturno" - obrigado em permanecer em casa durante a noite, tudo por decisão do Supremo Tribunal Federal.

Não é coincidência. Trata-se de notável mudança, as duas histórias apontando numa mesma direção: mais um golpe na velha política.

A privatização tira das mãos dos políticos mineiros, de todos os partidos, o controle de parte significativa do importante setor de energia. As usinas eram "patrimônio do povo de Minas", diziam eles. Na verdade, eram instrumento para nomear correligionários e controlar, sabe-se como, negócios bilionários.

O povo mineiro não perde nada nessa história. Até pode, e deve, ganhar, já que os novos donos terão que fazer investimentos para atualizar e modernizar as usinas. Mais negócios e melhores serviços, essa é a consequência mais provável.

Perda de soberania mineira? Outra bobagem, as usinas continuam onde estão e fornecendo a energia que a população precisa. Quem vai se importar em saber quem é o dono quando se liga o interruptor e a luz acende?

Para a bancada mineira, sim, é um desastre. Para Aécio, um claro sinal de que as coisas para ele estão mesmo afundando. Nem o fato de representar o PSDB pró Temer o salvou.

A Cemig é uma estatal do governo de Minas. As quatro usinas concedidas ontem haviam caído nas mãos do governo federal em consequência da política da ex-presidente Dilma. Essa política foi autoritária e equivocada, mas introduzida na base de lei, tanto que os tribunais decidiram, até aqui pelo menos, que aquelas quatro usinas poderiam ser concedidas pelo governo federal.

Além de batalhar na Justiça, o senador Aécio liderou manobras internas e chegou a propor uma solução típica da velha política. Assim: o BNDES, que é federal, emprestaria dinheiro para a Cemig ela mesma comprar as usinas por preço camarada. E como a estatal mineira pagaria? Em muitos anos, "entregando" ao governo federal a receita obtida com as usinas.

Em outras palavras: a governo federal doaria as usinas "na faixa", utilizando recursos do BNDES, que vive do dinheiro dos trabalhadores brasileiros. E os partidos políticos mineiros continuariam no comando da estatal.

O negócio é tão difícil de defender que mesmo o presidente Temer precisando de votos na Câmara, e querendo ajudar Aécio, seu homem no PSDB, não conseguiu sustentá-lo diante da equipe econômica. E diante da opinião pública.

É verdade que a equipe do ministro Meirelles tem um importante argumento: precisa de dinheiro para fechar as contas e as concessões dariam uma ajuda. Como deram: R$ 12,1 bilhões.

Por outro lado, nestes tempos pós-PT, com as grandes estatais quebradas pelo partido que dizia ser o defensor do patrimônio nacional, fica mais difícil sustentar que a privatização causa prejuízo. Maior do que aquele feito pelos governos petistas? Impossível. E isso, sem contar a corrupção.

Eis como, num ambiente tumultuado, com políticos de todos os lados sendo apanhados pela Lava Jato, e tentando barrá-la, acaba acontecendo um conjunto positivo: uma boa prática econômica, a privatização, um bom resultado fiscal para o governo federal e um golpe no modo de atuar da velha política.

Como se explica?

Um fator importante é a equipe econômica, que tem uma agenda clara de reformas liberais e privatizações. Mas essa equipe não teria condições de aplicar a agenda sem a força dos fatos revelados pela Lava Jato. A exibição cruel da deterioração da velha política é, por si, o mais poderoso argumento pela mudança de padrões econômicos e éticos.

Eis o ponto: a Lava Jato é um ativo brasileiro, o combate à corrupção impõe novas agendas.

E vamos reparar: é incrível como podem acontecer essas coisas positivas. A situação é complicada, mas essas privatizações de ontem (incluindo o leilão de blocos de petróleo), mais a queda de Aécio e a "recondenação" de José Dirceu constituem um avanço.

O Brasil tem jeito.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7538 Mensagem por Bolovo » Qui Set 28, 2017 5:42 pm

E o governo só melhora. Com a margem de erro ele tem expressivos 0% de aprovação. O Brasil tem jeito!

Popularidade de Temer tem 3% de aprovação, diz pesquisa CNI/Ibope

28/09/2017 11h40 Brasília
Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil


A popularidade do presidente Michel Temer continua em queda, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Este é o quarto trimestre consecutivo de piora na avaliação do governo Temer. A pesquisa CNI-Ibope, divulgada hoje (28) mostrou que apenas 3% da população consideram o governo Temer ótimo ou bom. Já 77% consideram ruim ou péssimo; 16% avaliam com regular e 3% não sabem ou não responderam.

Na pesquisa anterior, a popularidade de Temer já havia caído a seu nível mais baixo entre os ex-presidentes. Em julho deste ano, 5% dos entrevistados avaliaram o governo como ótimo ou bom, 21% como regular, 70% como ruim ou péssimo e 3% não souberam ou não responderam.

A popularidade do presidente Michel Temer caiu a seu nível mais baixo. Segundo a CNI, a avaliação do governo como ótimo ou bom é a pior desde o final do governo de José Sarney, em julho de 1989, que foi 7%.

Segundo a pesquisa da CNI, o aumento da impopularidade também foi registrado pelo número de pessoas que dizem não aprovar a maneira do presidente governar ou que não confiam no presidente. O percentual dos entrevistados que confiam em Temer caiu de 10%, em julho, para 6%, em setembro. Já 92% não confiam no presidente; na última avaliação, esse percentual era de 87%.

O índice que desaprova a maneira do presidente Temer governar também subiu de 83% para 89%. Entre os que aprovam a maneira de governar, eram 11% em março, agora são apenas 7%.

Entre as notícias mais lembradas pela população estão as que tratam da corrupção no governo, da Operação Lava Jato e a liberação para exploração mineral na Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca) exploração de minério. Para 68% dos entrevistados, o noticiário recente é desfavorável ao governo; enquanto 9% avaliam que as notícias recentes têm sido favoráveis; e para 12% elas não são favoráveis, nem desfavoráveis.

Para o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, a popularidade muito baixa nesse momento tem dois componentes. “Nessa mudança [da avaliação] de julho para setembro, o debate todo em torna da Amazônia afetou essa avaliação. E, por mais que se tenha indicadores mostrando a evolução gradual da economia, a população não está percebendo isso ainda, não vê melhoras”, disse, explicando que a questão econômica é sempre muito atrelada à avaliação do governo.

A aprovação do atual governo caiu mais entre os entrevistados com renda familiar mais alta. Das pessoas com renda familiar acima de cinco salários mínimos - faixa mais alta de classificação da pesquisa - o percentual dos que o consideram ruim ou péssimo subiu de 75% para 86%. Ainda assim, na comparação com os diferentes estratos de renda familiar, esse é o grupo onde a popularidade do governo é mais elevada (12%).

Avaliação por área

Duas áreas registram significativa variação no percentual de desaprovação no período, acima da margem de erro. A área de meio ambiente, que em julho era desaprovada por 70% da população, passou a ter umar reprovação de 79% e a aprovação teve queda de 21% para 15%. Já a desaprovação da área de educação subiu de 75% para 81% e a aprovação caiu de 22% para 17%.

Ainda assim, na comparação com julho, não há mudanças no ranking das áreas avaliadas. A pior avaliação do atual governo refere-se aos impostos e à taxa de juros. Os índices de desaprovação nestas áreas são, respectivamente, de 90% e 87%. Em seguida, aparecem a saúde (86%), o combate ao desemprego (85%) e a segurança pública (85%).

Perspectivas

As perspectivas para o tempo restante do governo também não são positivas, segundo a CNI. Para 72% dos entrevistados, o restante do governo será ruim ou péssimo, para 17% será regular e para 6% será ótimo ou bom.

Para 59% dos entrevistados, o governo Temer está sendo pior que o governo da presidente Dilma Rousseff. Em março, esse índice era de 52%. Já 8% acham que o governo Temer está sendo melhor e 31% consideram igual ao governo Dilma.

O levantamento foi realizado com 2 mil pessoas, em 126 municípios, entre os dias 15 e 20 de setembro e revela a avaliação dos brasileiros sobre o desempenho do governo federal. A pesquisa completa está disponível na página da CNI. A margem de erro da pesquisa é 2% e o nível de confiança utilizado é 95%.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7539 Mensagem por Bourne » Sex Out 06, 2017 4:01 pm

Série de artigos que atribui a desgraça dos últimos quatro anos ao papel da má sorte (bad luck). Não que ele diga que a Nova Matriz e as dilmetes não tenham influência. Ao contrário. Atribui a nova matriz como catalizador para desgraça ao aprofundar o "eu quero acreditar" e a cegueira sobre o cenário que se formada.


Impacto dos erros (reais) da Nova Matriz tem sido muito exagerado

O IBRE/FGV lançou, em meados de 2016, o livro “A crise de crescimento do Brasil”, no qual diversos pesquisadores tentaram avaliar as razões por detrás da desaceleração do crescimento do PIB brasileiro de 2012 em diante. Como os capítulos foram entregues ainda no final de 2015, na prática as informações lá utilizadas iam até 2014, com algumas projeções para 2015.

Continua...

Fonte: http://blogdoibre.fgv.br/posts/impacto- ... -exagerado
O impacto da NME: Tréplica (parte I)

Antes de iniciar a tréplica aos textos do Macroecometrista X e do Samuel Pessoa, vale relembrar algumas das conclusões que apontei em meu primeiro post: admitindo que o PIB brasileiro venha sofrendo problemas de mensuração, a NME explicaria cerca de 30% da desaceleração do crescimento (considerando o limite superior das minhas contas) em 2012-2017 vs 1999-2011. Trata-se de 1 pp a menos de crescimento por ano, acumulando cerca de 6% do PIB nesse período, o que daria algo como R$ 400 bilhões considerando a projeção para o PIB em 2017. Caso seja ignorada a questão envolvendo a mensuração do PIB, meu upper bound chega a 60% de culpa para a NME, ou 2 pp a menos por ano em 2012-17 (12% do PIB, ou R$ 800 bilhões).

Continua ...


http://blogdoibre.fgv.br/posts/o-impact ... ca-parte-i
O impacto da NME: Tréplica (parte II)
04/10/2017
Bráulio Borges

Vou partir agora para a segunda parte de minha tréplica, focando mais na dimensão quantitativa. Afinal, não discordo de parte relevante dos argumentos mais qualitativos apontados pelo Macroeconometrista X e pelo Samuel, apenas acho que o “verdadeiro” peso disso na desaceleração é menor do que faz sugerir a narrativa predominante.

Continua...

http://blogdoibre.fgv.br/posts/o-impact ... a-parte-ii




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7540 Mensagem por P44 » Qui Nov 09, 2017 6:27 pm

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7541 Mensagem por Penguin » Sex Nov 10, 2017 1:26 pm

P44 escreveu:Imagem
Com Trump, irá crescer consideravelmente.

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7542 Mensagem por Clermont » Qua Nov 29, 2017 7:44 pm

O cobrador, o frentista e a produtividade.

Alexandre Schwartsman - FSP, 29.11.17.

A história é provavelmente apócrifa e há relatos semelhantes com outras pessoas, mas, como aprendi com Neil Gaiman, uma história não precisa ter ocorrido para ser verdadeira.

De qualquer forma, conta-se que Milton Friedman, em visita à China, teria perguntado o porquê de, em determinada construção, trabalhadores usarem pás em vez de máquinas, ao que o burocrata que o acompanhava teria respondido que se tratava de um programa de empregos, motivando o seguinte comentário: "Ah, achei que vocês estavam construindo um canal; se querem emprego, vocês não deveriam dar aos trabalhadores pás, mas colheres".

Digo isso, claro, a propósito da decisão da Câmara Municipal do Rio de eliminar a figura do motorista-cobrador, comemorada por luminares da esquerda como Marcelo Freixo.

Embora o pretexto tenha sido garantir "menos estresse ao motorista e mais segurança na condução do veículo", a lógica por trás da proposta era a velha proposta ludita, igual, em espírito, por exemplo, à do deputado (e ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação!) Aldo Rebelo que proíbe bombas de autosserviço em postos de gasolina.

A ideia, que permeia tipicamente o "pensamento" de esquerda, é que avanços da produtividade resultariam em redução do nível de emprego, apesar de evidências avassaladoras em contrário.

Aproveitando, por exemplo, a base de dados do Banco Mundial, que permite comparações não apenas entre países distintos mas também em diferentes momentos, noto que o produto americano por trabalhador entre 1991 e 2016 aumentou nada menos do que 47% (em média pouco mais do que 1,5% ao ano). Caso a relação entre emprego e produtividade fosse como a sugerida acima, tal desenvolvimento deveria implicar aumento maciço do desemprego.

Ao contrário, porém, durante esse período o emprego cresceu 33% (36% no caso do emprego privado), enquanto a taxa de desemprego caiu de 7% para 5%.

Muito embora a comparação ponto a ponto não esgote o assunto, não há nenhuma tendência crescente da taxa de desemprego nos EUA; pelo contrário, em que pesem flutuações cíclicas consideráveis (como na crise de 2008-09), se há alguma tendência, é de leve queda do desemprego, independentemente da particular medida que se escolha.

Já no Brasil os desenvolvimentos não foram dos mais auspiciosos: o produto por trabalhador no mesmo intervalo aumentou 16% (0,6% ao ano); usando dados até 2013, desconsiderando os anos de recessão, o avanço fica em 24% (1,0% ao ano). Entre as 230 economias (países e regiões) listadas, éramos a 89ª em termos de produto por trabalhador em 1991, mas caímos para 112ª posição em 2016 (105ª em 2013).

O Brasil tem um sério problema de produtividade, que vem se agravando, mesmo antes da recessão mais grave da história recente. Obviamente isso não se deve exclusivamente à obrigatoriedade de frentistas (ou cobradores), mesmo quando desenvolvimentos tecnológicos tornam obsoletas essas funções.

No entanto, a reação dos setores afetados pelas mudanças tecnológicas e a rapidez com que políticos, principalmente entre os autodenominados "progressistas", abraçam essas causas perdidas colaboram, e não pouco, para a perda persistente de competitividade na arena internacional.

Mas querem, em compensação, controlar câmbio e juros.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7543 Mensagem por akivrx78 » Qui Nov 30, 2017 8:12 am

Penguin escreveu:
P44 escreveu:Imagem
Com Trump, irá crescer consideravelmente.

Imagem
Antes de estourar a bolha econômica no Japão a divida era uns 70% do PIB, os políticos gastaram mais de US$7 Trilhões de dólares para salvar os fundos podres e reativar a economia e até agora nada...

Ja faz uns 2 anos que BCJ esta imprimindo dinheiro para forçar na marra a inflação atingir 2%/ano e até agora nada, acho que estão imprimindo uns US$60/70 Bilhões de dólares por ano, se comenta em elevar o valor para US$100 Bi/ano...

Este dinheiro novo que estão imprimindo estão comprando títulos da divida publica com ele...




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7544 Mensagem por Bourne » Qui Nov 30, 2017 10:38 am

Isso pode ser um indicativo que existe uma mudança profunda da economia e sociedade japonesa que não se resolve com as políticas mágicas de estimulo fiscal e monetário. Essas políticas servem para aumentar o endividamento público, mas não é um problema porque a taxa de juros é baixa contribuir para elevada poupança. Ainda que a carga tributária e gasto é baixa em relação aos países desenvolvidos. O Japão é um mistério.

Dizem que os EUA podem acabar ou estar em uma armadilha similar ao Japão. A dívida pública norte-americana e de outros países desenvolvidos é irrelevante na medida em que tem muita, mais muita poupança para financiar a dívida e manter a taxa de juros baixa. Isso sugere uma mudança estrutural e percepção de risco das famílias norte-americanas de adiar consumo e dos países emergentes, especialmente asiáticos. Além da política monetária expansionista que está aí fazem uma década (a tal "unconventional monetary policy"), mas que está longe de explicar essa dinâmica da taxa de juros real próxima a zero (zero-lower-bond).

O problema dos EUA é que possuem o agravante de elevado nível de desigualdade, proliferação de subempregos, polarização do mercado de trabalho e rede de proteção social pequena. Assim as famílias de classe média trabalhadora tiveram membros que fizeram faculdade de alto nível ou são criativos e foram jogados para cima ou, como na maioria dos casos, perderam renda, estão subempregados e competem com imigrantes. O que pode se tornar um ambiente propício para instabilidade social e populismo político.

Não só o Japão que é um mistério. O grande mistério é que a inflação sumiu no mundo desenvolvido, concentração de renda disparou e o mundo não cresce como na década de 2000. Ninguém sabe ao certo o motivo e nem o que fazer. As aberrações como Brasil não ter quebrado ainda mesmo com déficits primários e explosão da dívida pública, bolha do bitcon e do mercado de ações em geral, financiamento ilimitado para países emergentes tem correlação com os elementos acima.

Em outros tempos, a crise fiscal atual do br huehue tinha mandado o Brasil para os terríveis anos de FHC (2000-2002) ou pior para a crise da década de 1980 com hiperinflação, recessão e tudo mais. So que não aconteceu. Observem que Brasil só vai ter superávit primário e estabilizar a dívida lá por 2020 sendo otimista. E tudo bem. Os capitais externos para firmas, bancos, mercado de capitais e dívida pública continuam entrando. Não é o mérito da política econômica nacional dilmista ou temerista, mas boa parte atribuída a situação atual do mundo. Inclusive o Brasil foi contaminado pela baixa inflação mundial. Já tem gente acadêmica séria falando que pode ser que inflação Brasil nos próximos anos seja mesmo 2-3% ao ano mesmo com recuperação da economia e redução do desemprego. Uma aberração porque nunca antes baixou de 4,5 que era o centro da meta de inflação.




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Sterrius
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7545 Mensagem por Sterrius » Sex Dez 01, 2017 1:03 am

Eu creio que 1 das coisas que explica uma pequena parte do que acontece acima é a 2º Explosão de automatização que começou nessa década e deve se intensificar nos próximos 10 anos.

ta tão tensa que tão calculando 25 a 40% da população se tornar desnecessária pra rodar a economia. (Crise de 29 foi tensa nos EUA pq desempregou 25% da população).
Quero ver como os países +desenvolvidos vão lidar com 1/3 da sua população desempregada e ainda assim a economia em "pleno emprego". Com crescimento de empregos impossivel de acompanhar a massa de desempregados que ta vindo ae.


EUA desde 2011 só 1% dos empregos criados desde então não exige uma universidade. Logo pra sequer ter 1 chance de bom emprego universidade é o novo 2º grau.
Mas temos uma massa absurda de pessoas com apenas 2º grau e outra massa de universitários que não foram absorvidos por suas áreas.




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