Marechal-do-ar escreveu:
E ai tudo fica muito simples, foi feito um plebiscito (a legalidade dele é irrelevante, só é relevante se ele não foi fraudado), se o "não" vencesse acabava a discussão, da mesma forma que, se alguém que ia votar que ficou em casa, se tivesse ido votar poderiam conseguir uma incontestável maioria, mas, pelo que parece, ao invés de terem ido votar o povo do "não" preferiu ficar em casa, enquanto que o sim venceu mas não conseguiu mais da metade dos eleitores, ai, o impasse.
Pensando bem, essa questão poderia ser resolvida de um jeito diferente, com um abaixo-assinado todos saberiam quando passou de 50% do eleitorado.
Cupincha véio, deverias saber - POWS, já debatemos faz mais de
dez anos - que se me refiro a este ou àquele post eu o quoto; o exemplo é este mesmo. Mas tri, agora o faço:
A repressão toda, a censura, as ameaças & quetales podem perfeitamente ter segurado em casa bastante gente que votaria no SIM também mas não queria se meter em confusão; há ainda as seções eleitorais que foram fechadas à força, urnas apreendidas e por aí vai. A tigrada do NÃO, ao se abster (podiam, p ex, ter feito uma votação separada, ao abrigo da repressão), deixou de expressar seu número, podendo este ser deduzido como a soma entre os que não têm opinião alguma e/ou não se interessam pelo assunto (e ainda aqueles para quem tanto faz como tanto fez, tá bom dos dois jeitos), os favoráveis que sucumbiram à intimidação e repressão e finalmente os contrários à Independência.
Com a maneira temerária como o governo central (des)controlou a situação, os indecisos devem ter diminuído bastante e se convertido ao SIM (talvez até gente que era NÃO e teve amigos e parentes que sofreram represálias, foram agredidos ou intimidados, ou até eles próprios), eis que ficou parecendo uma invasão estrangeira tentando impor seu domínio. O
señor Rajoy não apenas transformou uma situação manejável num caos mas ainda o exportou para o resto da Europa (se é que vai ficar só por lá). Gente querendo se aproveitar não vai faltar...