FSP de hoje.
(...) O Japão pode virar nuclear do dia para a noite", disse o então vice-presidente americano Joe Biden ao líder chinês Xi Jinping no ano passado. A fala de Biden foi vista como um recado à China: Tóquio com armas nucleares desestabilizaria a projeção de domínio total de Pequim sobre o leste da Ásia.(...)
(...) O Japão possui ao menos 9 toneladas de plutônio usado de seus 54 reatores nucleares, 51 deles desativados após o terremoto e tsunami de 2011, que gerou uma catástrofe atômica em Fukushima.
Se enriquecidas para uso militar, o que é possível na unidade de Rakkasho, só as reservas locais de plutônio armariam talvez mil ogivas. Ou seja, há matéria-prima e tecnologia à disposição.
Para empregar a bomba, o país poderia adaptar seu veículo lançador de satélites M-V. Estima-se que possa ser transformado num míssil intercontinental, ameaçando China e Rússia, além da Coreia do Norte —que poderia ser alvejada com foguetes de menor alcance, mais simples.(...)
(...) No ano passado, uma comissão de advogados questionou o gabinete se a instância pacifista da Constituição vedaria a posse da bomba.
O governo disse que não, tudo seria questão de interpretação. Abe insiste que o Japão não quer ter armas nucleares, mas tem dado os passos para justificar a hipótese.
Para completar, há os EUA de Donald Trump. Candidato, ele disse que seria possível ver um Japão nuclear, já que os americanos estariam cansados de pagar pela defesa de seus aliados.(...)