Luís Henrique escreveu:
Entendi perfeitamente Tulio,
Só estou de saco cheio de continuarmos sendo comparados aos demais países da América do Sul.
O Brasil não pode ser comparado com nenhum país sério, simplesmente porque sempre vai aparecer alguém, como o Penguim fez, e vai dizer que aquele país precisa porque tem inimigo X, o outro porque está na região Y, e assim por diante.
Não obstante, convenhamos que ele tem lá sua razão, é a desculpa perfeita para mantermos o nosso eterno nanismo em Defesa.
Luís Henrique escreveu:O fato é que só existem 4 países com território maior que o nosso para proteger.
Desses 4, apenas 2 possuem população maior que a nossa.
No poder econômico, mesmo com os últimos 2 anos de crise braba, ainda somos a 7a maior economia do mundo. Ou seja, apenas 6 países produzem mais que nós.
E não podemos ter poder militar comparável ao de Israel, porque ele está no meio do caldeirão. Não podemos ter poder militar comparável ao da Coreia do Sul, porque ela tem a Coreia do Norte de vizinho. Não podemos ter poder militar comparável ao da Turquia, porque ela está em uma zona quente. Não podemos nem ter poder militar comparável à Austrália, porque ela faz parte da OTAN.
É uma piada.
Enfim, é o CONFORMISMO. Nós somos MEDÍOCRES e temos que nos conformar com isso, afinal nossa região é pacífica, portanto nossos políticos podem roubar BILHÕES,
Repito, para quem está de má vontade (politiqueiros e AC das FFAA), é motivo mais do que suficiente. Juntando a isso um Povo que crê piamente que NUNCA vai acontecer nada de ruim e que Defesa é coisa de quem não tem o que fazer, temos toda a justificativa para manter o status quo.
Luís Henrique escreveu:mas nosso orçamento de 1,3% do PIB com quase 50% indo para pagamento de INATIVOS está de muito bom tamanho. É só administrar melhor e comprar aquilo que da.
Pois eu digo que NÃO tem milagre. Não adianta administrar melhor, vai melhorar mas NÃO vai RESOLVER.
Temos que AUMENTAR os investimentos para 2% do PIB. Fazer uma reforma na previdência militar, de preferência retirar do orçamento da defesa.
E temos sim que ter capacidades semelhantes às da Alemanha, Israel e Japão.
Eis aí um ponto que tenho seguido com interesse (é, não estás escrevendo para o nada, leio e reflito a respeito disso, achando inclusive que és um pouco TÍMIDO nas propostas). Algumas ilações:
1 - Por que citas apenas a Previdência? Vejamos nas Províncias e citando a minha como exemplo: há dois tipos de Servidor Público, o Civil e o Militar. Como são pagos? Há um órgão chamado IPERGS que paga a folha dos Ativos e um subordinado chamado IPERGS-Previdência que paga a folha dos Inativos. Civis
E Militares, ou seja, não há separação, nem o salário do Ativo nem a pensão do Inativo da BM (Militar) sai do orçamento da Instituição ou do da SSP, é tudo com o IPERGS. Assim, o que tiver de orçamento para a BM será usado em treinamentos, aquisições, manutenção, operações, inteligência, etc. Bueno, se funciona nas Províncias, por que não funcionaria na República?
2 - Mas não é só por isso que acho tuas propostas meio que TÍMIDAS: é que há muito mais do que salários e pensões na mesa. Por exemplo, quando botarão na mesa uma proposta para unificar de vez não apenas as compras mas até a P&D nas 3 Forças? Vou te dar um par de exemplos, e tenho certeza de que poderias citar muitos outros.
Na época em que a FAB propôs participar do Programa A-Darter com a África do Sul, não teria sido melhor se isso tivesse ocorrido, com intermediação do MD, em uma série de reuniões OBRIGATÓRIAS entre representantes das 3 Forças? Tratando-se de um Msl capaz de abater aviões, todas elas teriam interesse, não? O resultado mais provável seria participar, mas já com interesse em um conceito como o do CAMM, que não é mais do que uma evolução do ar-ar WVR IR ASRAAM, com funções em aeronaves de combate, belonaves e defesas AAe. Um Programa para as 3 Forças, em suma. Mas não, é um Programa
SÓ DA FAB e as outras 2 Forças o ignoram olimpicamente, com o EB tendo pensado no citado CAMM (versão terrestre, via Avibrás/MBDA) para seu uso e a MB no Sea Ceptor (outra versão do CAMM mas diretamente importado, sem, ao menos que eu saiba, nada a ver com a Avibrás, que trabalharia com o Astros - EB). Que desperdício, não? Uma família de mísseis para as 3 Forças e com tudo para deslanchar, pois seriam muito mais encomendas do que apenas a FAB pode fazer.
MANSUP - É um Msl AN
SÓ DA MB que arca com os custos e faz toda a P&D. Queria só ver a FAB encomendar versão aerolançada ou o EB uma versão de Defesa Costeira. Mas nem que a vaca tussa! É coisa que vivo dizendo, a rivalidade é tanta que nossas FFAA são, no melhor caso, inimigas cordiais entre si. Podem vir aqui e jurar que não mas acredito menos em palavras do que em FATOS! E é o que estou expondo. Agora imagines, na proposição pela MB do MANSUP, aquela mesma reunião de que falei no A-Darter, com o Ministro iniciando com "ou VOSMEÇÊS se entendem e trabalham juntos ou não sai nada". Bueno, barateia o desenvolvimento por vários Institutos de P&D trabalhando cada um no seu quadrado para o desenvolvimento da versão inicial e das específicas para cada um e repartindo os custos, além de todos encomendando quando estiver pronto. Seria outra coisa, não?
E, a seguir essa mentalidade de RIVAIS, ignorando-se cordialmente, o problema da Defesa será por muito tempo o mesmo, temo eu...