Coreia do Norte adverte China de "consequências catastróficas" nas relações bilaterais
Comentário foi divulgado pela agência estatal KCNA
SEUL - A Coreia do Norte advertiu a China de "consequências catastróficas" em suas relações bilaterais neste sábado, 22, depois que o país vizinho e tradicional aliado endureceu suas sanções contra Pyongyang, apesar de não referir-se de forma direta a Pequim.
Em comentário difundido pela agência estatal de notícias KCNA e intitulado "é bom dançar no ritmo dos outros?", Pyongyang dirige suas críticas a "um país próximo da Coreia do Norte".
Esse país, segundo o artigo, "está dizendo besteiras" sobre "sua capacidade de preservar a segurança da Coreia do Norte e de oferecer a ajuda necessária para sua prosperidade econômica", além de sugerir que Pyongyang "não sobreviverá às severas sanções econômicas aplicadas".
Em outra alusão clara a Pequim, o comentário afirma que o país vizinho "apoia agora os Estados Unidos, antes seu rival, como um resultado dos desenvolvimentos dos programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte".
Em fevereiro, Pequim anunciou que não compraria mais carvão de Pyongyang, a principal exportação norte-coreana, durante o resto de 2017 por conta das resoluções da ONU. Recentemente, meios de comunicação chineses apontaram a possibilidade de suspensão nas exportações de combustíveis em caso de uma nova prova nuclear norte-coreana.
Como resultado da decisão do gigante asiático, Pyongyang lançou uma crítica pouco usual contra seu principal aliado, ainda que de forma indireta, o que reflete um distanciamento entre o cada vez mais isolado regime de Kim Jong-un e Pequim.
Em meio à tensão na península da Coreia, o governo de Donald Trump instou a China a exercer pressão sobre seu vizinho e insinuou que se Pequim não colaborar com outras medidas, incluída a via militar, os EUA vão tomar uma atitude.
Nessa situação, a Coreia do Norte "é consciente de que não tem nada mais que sua própria fortaleza e sua autossuficiência para seguir adiante", acrescenta o comentário da KCNA. / EFE
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