NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO
Voltando ao topico, espero que o programa do submarino nuclear sobreviva a lava-jato e mesmo que a Odebrecht morra junto que o programa tenha seguimento.
Na piora das hipoteses que o projeto SNBR seja usado em alguns submarinos oceanicos com algum sistema AIP (que pode ser um reator nuclear de baixa potencia). Com um pouco de inteligencia podemos encontrar um mercado como exportadores de submarinos convencionais.
É o melhor poder dissuasorio que a MB pode ter. Entre uma boa fragata e um bom sub, certamente investiria em submarinos. Se a FAB tiver a sensibilidade de armar os Gripen com bons MANs, e seguirmos no desenvolvimento de satelites de defesa, teremos um bom sistema de defesa contra ameaças vindas do mar.
Na piora das hipoteses que o projeto SNBR seja usado em alguns submarinos oceanicos com algum sistema AIP (que pode ser um reator nuclear de baixa potencia). Com um pouco de inteligencia podemos encontrar um mercado como exportadores de submarinos convencionais.
É o melhor poder dissuasorio que a MB pode ter. Entre uma boa fragata e um bom sub, certamente investiria em submarinos. Se a FAB tiver a sensibilidade de armar os Gripen com bons MANs, e seguirmos no desenvolvimento de satelites de defesa, teremos um bom sistema de defesa contra ameaças vindas do mar.
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO
O programa do submarino nuclear é anterior ao envolvimento da Odebrecht e deve continuar sem a mesma, a ameaça não é a lava jato.
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO
Esse negócio de reator nuclear de baixa potência não rola, não é como uma geladeira que que tem pequena média e grande, o custo de ter um reator de baixa potência (se é que isso existe) seria quase o mesmo que o de um normal. O custo de saída já começa alto. O que seria um reator de baixa potência??? Seria um reator menor??? Seria um reator menos eficiente??? Um reator com combustível menos enriquecido??? Temos um projeto de reator já em estado avançado de implementação, seria muito mais caro começar do zero. Esse negócio de AIP por enquanto só serve para submarino de aquário em águas abertas é quase nulo.
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO
Qual é a ameaça???Marechal-do-ar escreveu:O programa do submarino nuclear é anterior ao envolvimento da Odebrecht e deve continuar sem a mesma, a ameaça não é a lava jato.
Não estou sendo irônico.
G abraço
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO
Pode ser um reator de tório, e se não me engano os Indianos tinha um projeto disto em estudo, aonde se minha memória não me falha, ele alimentaria todos os sensores de missão do sub e sua propulsão quando estivesse submerso.Juniorbombeiro escreveu:Esse negócio de reator nuclear de baixa potência não rola, não é como uma geladeira que que tem pequena média e grande, o custo de ter um reator de baixa potência (se é que isso existe) seria quase o mesmo que o de um normal. O custo de saída já começa alto. O que seria um reator de baixa potência??? Seria um reator menor??? Seria um reator menos eficiente??? Um reator com combustível menos enriquecido??? Temos um projeto de reator já em estado avançado de implementação, seria muito mais caro começar do zero. Esse negócio de AIP por enquanto só serve para submarino de aquário em águas abertas é quase nulo.
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO
Falando assim parece fácil né??? Mas ao contrário do que o doc Brown do De Volta Para o Futuro preveu, passamos de 2015 e ainda não encontramos plutônio na farmácia, nem urânio e nem tório. Alguém vai ter que fazer a lição de casa, de novo. Todos aqui sabem o perengue que a MB passou para chegar nas super centrífugas, essas sim, o verdadeiro coração do programa nuclear da marinha. Pq não dá para parar em um "posto" da Westinghouse nos EUA e pedir "50 pila de urânio" enriquecido a 20%. Já falei aqui que fabricar um reator nuclear, qualquer idiota fabrica, sendo bem dramático, obviamente. E o que falei, vale da mesma forma para o Torio. Como se processa para transformar em combustível nuclear?? Temos reservas deste mineral??? O grande ponto positivo dele é produzir um resíduo radioativo menos agressivo e que não pode ser transformado em arma (por isso os EUA abandonaram sua pesquisa, anos atrás). Isso para uma rede de usinas de produção de energia é maravilhoso. Para meia dúzia de submarinos (que nos nossos sonhos mais molhados, um dia chegaremos a ter) é relevante???
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO
Alguém põe a mão no fogo que não tem corrupção no meio dessa obra da Odebrecht? Não é algo novo, mas está sendo encarado de maneira diferente hoje em dia.Marechal-do-ar escreveu:O programa do submarino nuclear é anterior ao envolvimento da Odebrecht e deve continuar sem a mesma, a ameaça não é a lava jato.
Se algo vem à tona, a obra pára e o contrato pode ser cancelado. Teria que ser relicitado para que outra empresa dê continuidade.
Outra possibilidade é a Odebrecht quebrar por conta de outros escândalos e afetar essa obra.
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO
Sim me lembro de ao menos um projeto de AIP baseado em reatores que usavam combustível menos enriquecido (acho que inclusive resíduo de usinas nucleares). Coisas que li em alguma Segurança&Defesa de décadas atrás.Juniorbombeiro escreveu:Esse negócio de reator nuclear de baixa potência não rola, não é como uma geladeira que que tem pequena média e grande, o custo de ter um reator de baixa potência (se é que isso existe) seria quase o mesmo que o de um normal. O custo de saída já começa alto. O que seria um reator de baixa potência??? Seria um reator menor??? Seria um reator menos eficiente??? Um reator com combustível menos enriquecido??? Temos um projeto de reator já em estado avançado de implementação, seria muito mais caro começar do zero. Esse negócio de AIP por enquanto só serve para submarino de aquário em águas abertas é quase nulo.
Não acho que seria a melhor solução para o Brasil. Apenas apontei para a possibilidade de aproveitar os projetos dos submarinos mesmo sem um reator desenvolvido. Mesmo um submarino convencional, ainda mais com um sistema AIP, é uma ótima arma.
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO
O MESMA 2 dá DCNS até é um conceito interessante de AIP, ao menos em tese, pois usa combustível mais barato que as complicadas células de combustível dá Thissen e produz menos ruído que o Stirling sueco/japonês. Mas existe outro campo promissor de pesquisa que pode até tornar os AIP inúteis, baterias. Se a densidade energética das baterias melhorar, faz mais sentido ocupar aquele espaço com elas.
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO
A parte da Odebrecht ali não é licitada, ela é contratada direta dá DCNS. Se insinuarem corrupção para o lado dos franceses, vão comprar uma briga que o juizeco não seria capaz de sustentar, uma coisa é destruir a infraestrutura do seu próprio país, outra é tentar fazer isso com uma das maiores empresas da França, ainda mais sendo um paizeco como o nosso. O lobby de opinião pública internacional movimentado pela burocracia francesa em Genebra seria tão grande que o fala fina deve mijar nas calças só de pensar (e o telhado de vidro dele é imenso), sepultaria para sempre o sonho dele de lecionar em Harvard, que ele já acertou com a CIA, esse é o preço de afundar as principais empresas brasileiras, senhores, uma cadeira em Harvard.pmicchi escreveu:Alguém põe a mão no fogo que não tem corrupção no meio dessa obra da Odebrecht? Não é algo novo, mas está sendo encarado de maneira diferente hoje em dia.Marechal-do-ar escreveu:O programa do submarino nuclear é anterior ao envolvimento da Odebrecht e deve continuar sem a mesma, a ameaça não é a lava jato.
Se algo vem à tona, a obra pára e o contrato pode ser cancelado. Teria que ser relicitado para que outra empresa dê continuidade.
Outra possibilidade é a Odebrecht quebrar por conta de outros escândalos e afetar essa obra.
A solução é quebrar a Odebrecht por fora e obrigar os franceses a outra parceria, ou deixar o programa morrer a míngua, pagar uma gorda indenização a DCNS, que obviamente jamais vai aceitar sair de mãos vazias, até pq tem um contrato, e voltamos ao velho e bom quadro negro.
Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO
Na matéria há várias imagens de documentos.
Odebrecht pagou 40 milhões de euros por contrato de submarinos
Ricardo Brandt, Fausto Macedo e Julia Affonso
14 Abril 2017 | 05h00
Três executivos da Odebrecht relataram que lobista José Amaro Ramos recebeu valores não-contabilizados na conta de uma offshore, no Uruguai, entre 2010 e 2014
O chefe do setor de infraestrutura da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Junior confessou à Operação Lava Jato que a empresa pagou 40 milhões de euros para o lobista José Amaro Pinto Ramos para fechar o contrato de parceria com a gigante francesa DCNS para a construção de cinco submarinos – um deles, movido a energia nuclear – para a Marinha brasileira. O negócio teve propinas para o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luis Pinheiro da Silva e para o PT.
“Aprovei pagamentos a José Amaro Ramos no valor de aproximadamente EUR 40 milhões, com recursos não-contabilizados, os quais foram realizados em parcelas ao longo da execução do contrato”, revelou o executivo, em sua delação premiada, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O projeto de submarinos – quatro convencionais e um nuclear -, orçado inicialmente em 6,7 bilhões de euros, só saiu do papel após parceria com a França. Atualmente, a previsão é de R$ 31,8 bilhões de gastos. O programa foi entregue a um consórcio formado pela Odebrecht, pelo estaleiro francês DCNS, cujo principal acionista é o governo da França, e a Marinha brasileira.
“Os pagamentos foram operacionalizados pela equipe de Hilberto Silva (chefe do ‘setor de propinas’), que providenciou transferências bancárias para conta no exterior de José Amaro Ramos.”
Os repasses foram feitos entre 2010 e 2014. “Eu tenho ideia do que ele fazia com o dinheiro, mas ele nunca me disse. Os pagamentos foram feitos e eu sou o responsável e estão registrados no sistema Drousys (sistema de comunicação seguro do setor de propinas).”
BJ, como é conhecido o delator, afirmou que os pagamentos foram feitos para uma empresa de Amaro Ramos no Uruguai. Ele entregou para os procuradores da República da Lava Jato os extratos de transferências para contas do lobista e também os registros de liberação e ordenamento dos pagamentos para ele, identificado pelo codinome “Champagne”.
A offshore do lobista usada para receber os valores foi a Casu Trust & Management Services S.A.. Os documentos entregues pelo delator mostram que os valores saíram de uma conta de uma offshore da Odebrecht, a Strategic Project Planning. Segundo o delator, houve também pagamentos no Brasil.
Questionado pelos procuradores da Lava Jato, sobre qual motivo levou a Odebrecht a pagar 40 milhões de euros, ele afirmou que quando ele assinou a parceria com os franceses da DCNS, foi exigido que ele fizesse os pagamentos para o lobista.
BJ afirmou que foi José Amaro que o procurou no final de 2006 e começo de 2007 com a proposta de que a Odebrecht “fechasse uma parceria com a DCNS, na implantação da base e do estaleiro naval para construção de submarinos convencionais e nuclear financiados pela França”.
“Eu acredito que ele (José Amaro) deveria ter alguns almirantes da reserva que ajudaram na concepção do projeto nuclear envolvidos, deveria ter o Ohon porque ele me procurou depois para que eu ajustasse com ele um contrato de consultoria e eu percebi que ele tinha uma proximidade com os franceses.”
O delator afirmou que José Amaro opera no mercado de armas para o Brasil há muitos anos, como representante de indústrias do setor de defesa e que já esteve com ele em uma casa que ele tem em na 5ª Avenida, de frente para o Central Park.
Eletronuclear. Othon é o ex-presidente da Eletronuclear, Othon Luis Pinheiro da Silva, que já foi preso pela Lava Jato, em Curitiba, por receber propinas nas obras da Usina Termonuclear de Angra 3. O delator afirmou que pagou por consultorias do ex-agente público.
“Orientei que Fabio Gandolfo operacionalizasse os referidos pagamentos. Os pagamentos para Othon Pinheiro foram realizados durante os anos de 2012, 2013 e 2014 com recursos de caixa 2 pela equipe de Hilberto Silva, com recursos não contabilizados”, disse o delator.
“Foram apurados pela Companhia pagamentos no montante de EUR 1,5 milhão, por meio de transferências bancárias em contas indicadas por Othon Pinheiro nos anos de 2012 e 2013 e, ainda, o valor aproximado de R$ 1,2 milhão no ano de 2014.”
O almirante é identificado nas planilhas da Odebrecht como “Mergulhador”. José Amaro tem relações de negócios com o ex-presidente da Eletronuclear, segundo já havia descoberto a Lava Jato. Uma empresa dele fou sócia da Aratec, usada por Othon para receber propinas de Angra 3.
PT. O delator afirmou que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto – preso pela Lava Jato, em Curitiba, desde abril de 2015 – também cobrou propina ao partido nesse contrato dos submarinos.
Ao PT, via Vaccari, teriam sido pagos R$ 17 milhões pelo Setor de Operações Estruturadas.
Segundo o executivo da Odebrecht, assim que foi fechado o acordo de cooperação com a DCNS e foi efetuada a liberação de um adiantamento de R$ 650 milhões, Vacarri o procurou no Rio “para solicitar que fossem realizados pagamentos ao PT por conta da conquista do projeto”.
“Informei que não concordava em realizar o pagamento, por não ter havido combinação prévia, mas ele insistiu.”
Segundo BJ, o assuntou foi levado a Marcelo Bahia Odebrecht, presidente afastado do grupo, que está preso desde junho de 2015, pela Lava Jato, em Curitiba.
Conta ‘Italiano’. Odebrecht afirmou à Justiça Eleitoral que a Odebrecht Infraestrutura ficou responsável por pagar R$ 50 milhões do montante acertado com o PT para a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2014, para que as liberações de dinheiro do governo no contrato de construção dos submarinos não parassem.
Odebrecht revelou que a empresa acertou, ao todo, R$ 150 milhões para a campanha de reeleição de Dilma. O ex-ministro Antonio Palocci, identificado sob o codinome “Italiano”, seria o principal interlocutor do empresário nas negociatas.
O programa foi lançado em 2008, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista chegou a assinar uma “parceria estratégica” com o então mandatário da França, Nicolas Sarkozy. A DCNS ficou responsável pela transferência de tecnologia ao País e escolheu a Odebrecht como parceira nacional no projeto, sem realização de licitação.
Segundo a Marinha, o Prosub engloba “três grandes empreendimentos modulares”. “A construção de uma infraestrutura industrial e de apoio para construção, operação e manutenção dos submarinos, a construção de quatro submarinos convencionais e o projeto e a construção do submarino com propulsão nuclear.”
“O Programa foi concebido por meio da parceria estratégica estabelecida entre o Brasil e a França, a partir de 23 de dezembro de 2008, quando foram firmados acordos de nível Político e Técnico e Comercial, com o valor inicial para a sua consecução de 6,7 bilhões de Euros. O valor estimado até o final do Programa, cadastrado no Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Governo Federal (SIOP), é de cerca de R$ 31,85 bilhões.
O Prosub havia sido citado em relatório da 36.ª fase da Lava Jato, denominada Ommertá. A citação se deu pelas anotações sobre o programa encontradas em celulares do presidente afastado da empreiteira Marcelo Odebrecht. No caso, segundo a Polícia Federal, o assunto Prosub estava relacionado à atuação do ex-ministro Antônio Palocci, que tratava com a empreiteira assuntos ligados ao projeto.
O caso foi enviado para a Justiça Federal no Rio de Janeiro, por não envolver alvos com foro privilegiado.
COM A PALAVRA, A DEFESA DE JOSÉ AMARO RAMOS
O advogado Álvaro Luís Fleury Malheiros, que representa José Amaro Ramos, informou que seu cliente recebeu aproximadamente 17,5 milhões de euros – e não 40 milhões de euros, como informou o delator da Odebrecht Benedicto Júnior, o ‘BJ’.
Segundo Malheiros, o dinheiro foi pago pela empreiteira a título de honorários. Ramos, segundo seu advogado, recebeu porque levou para a Odebrecht um negócio importante, de grande porte, e também pela atuação intensa que promoveu entre duas sociedades que fecharam parceria.
O advogado esclareceu que a empresa francesa (DCNS) para a qual Ramos vinha trabalhando tinha intenção de fazer parceria com uma empreiteira também francesa no Brasil para construção do estaleiro e da base naval, necessários para implantação do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub).
Malheiros destacou que Ramos fazia assessoria para a acionista principal e controladora da DCNS. “Ele mostrou que para a DCNS seria mais importante arrumar um parceiro que fosse uma empresa nacional. Aí apresentou esse projeto para a Odebrecht que acabou pagando honorários a ele.”
“O dr. Ramos foi fundamental para o avanço e o êxito desse projeto”, afirma Malheiros.
O advogado informou que Ramos declarou o recebimento dos valores. “Tudo está perfeitamente regularizado.”
Sobre o codinome Champagne, pelo qual Ramos era identificado numa planilha da empreiteira, o advogado declarou. “Essa questão de codinome é uma questão interna da Odebrecht.”
COM A PALAVRA, A MARINHA DO BRASIL
Por meio de nota, a Marinha do Brasil (MB) informou que “desconhece qualquer irregularidade sobre os pagamentos do contrato de construção dos submarinos do Programa de Desenvolvimento de Submarino (PROSUB)”.
“Por esse motivo, não há qualquer investigação (interna) em andamento”.
http://politica.estadao.com.br/blogs/fa ... ubmarinos/
Odebrecht pagou 40 milhões de euros por contrato de submarinos
Ricardo Brandt, Fausto Macedo e Julia Affonso
14 Abril 2017 | 05h00
Três executivos da Odebrecht relataram que lobista José Amaro Ramos recebeu valores não-contabilizados na conta de uma offshore, no Uruguai, entre 2010 e 2014
O chefe do setor de infraestrutura da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Junior confessou à Operação Lava Jato que a empresa pagou 40 milhões de euros para o lobista José Amaro Pinto Ramos para fechar o contrato de parceria com a gigante francesa DCNS para a construção de cinco submarinos – um deles, movido a energia nuclear – para a Marinha brasileira. O negócio teve propinas para o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luis Pinheiro da Silva e para o PT.
“Aprovei pagamentos a José Amaro Ramos no valor de aproximadamente EUR 40 milhões, com recursos não-contabilizados, os quais foram realizados em parcelas ao longo da execução do contrato”, revelou o executivo, em sua delação premiada, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O projeto de submarinos – quatro convencionais e um nuclear -, orçado inicialmente em 6,7 bilhões de euros, só saiu do papel após parceria com a França. Atualmente, a previsão é de R$ 31,8 bilhões de gastos. O programa foi entregue a um consórcio formado pela Odebrecht, pelo estaleiro francês DCNS, cujo principal acionista é o governo da França, e a Marinha brasileira.
“Os pagamentos foram operacionalizados pela equipe de Hilberto Silva (chefe do ‘setor de propinas’), que providenciou transferências bancárias para conta no exterior de José Amaro Ramos.”
Os repasses foram feitos entre 2010 e 2014. “Eu tenho ideia do que ele fazia com o dinheiro, mas ele nunca me disse. Os pagamentos foram feitos e eu sou o responsável e estão registrados no sistema Drousys (sistema de comunicação seguro do setor de propinas).”
BJ, como é conhecido o delator, afirmou que os pagamentos foram feitos para uma empresa de Amaro Ramos no Uruguai. Ele entregou para os procuradores da República da Lava Jato os extratos de transferências para contas do lobista e também os registros de liberação e ordenamento dos pagamentos para ele, identificado pelo codinome “Champagne”.
A offshore do lobista usada para receber os valores foi a Casu Trust & Management Services S.A.. Os documentos entregues pelo delator mostram que os valores saíram de uma conta de uma offshore da Odebrecht, a Strategic Project Planning. Segundo o delator, houve também pagamentos no Brasil.
Questionado pelos procuradores da Lava Jato, sobre qual motivo levou a Odebrecht a pagar 40 milhões de euros, ele afirmou que quando ele assinou a parceria com os franceses da DCNS, foi exigido que ele fizesse os pagamentos para o lobista.
BJ afirmou que foi José Amaro que o procurou no final de 2006 e começo de 2007 com a proposta de que a Odebrecht “fechasse uma parceria com a DCNS, na implantação da base e do estaleiro naval para construção de submarinos convencionais e nuclear financiados pela França”.
“Eu acredito que ele (José Amaro) deveria ter alguns almirantes da reserva que ajudaram na concepção do projeto nuclear envolvidos, deveria ter o Ohon porque ele me procurou depois para que eu ajustasse com ele um contrato de consultoria e eu percebi que ele tinha uma proximidade com os franceses.”
O delator afirmou que José Amaro opera no mercado de armas para o Brasil há muitos anos, como representante de indústrias do setor de defesa e que já esteve com ele em uma casa que ele tem em na 5ª Avenida, de frente para o Central Park.
Eletronuclear. Othon é o ex-presidente da Eletronuclear, Othon Luis Pinheiro da Silva, que já foi preso pela Lava Jato, em Curitiba, por receber propinas nas obras da Usina Termonuclear de Angra 3. O delator afirmou que pagou por consultorias do ex-agente público.
“Orientei que Fabio Gandolfo operacionalizasse os referidos pagamentos. Os pagamentos para Othon Pinheiro foram realizados durante os anos de 2012, 2013 e 2014 com recursos de caixa 2 pela equipe de Hilberto Silva, com recursos não contabilizados”, disse o delator.
“Foram apurados pela Companhia pagamentos no montante de EUR 1,5 milhão, por meio de transferências bancárias em contas indicadas por Othon Pinheiro nos anos de 2012 e 2013 e, ainda, o valor aproximado de R$ 1,2 milhão no ano de 2014.”
O almirante é identificado nas planilhas da Odebrecht como “Mergulhador”. José Amaro tem relações de negócios com o ex-presidente da Eletronuclear, segundo já havia descoberto a Lava Jato. Uma empresa dele fou sócia da Aratec, usada por Othon para receber propinas de Angra 3.
PT. O delator afirmou que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto – preso pela Lava Jato, em Curitiba, desde abril de 2015 – também cobrou propina ao partido nesse contrato dos submarinos.
Ao PT, via Vaccari, teriam sido pagos R$ 17 milhões pelo Setor de Operações Estruturadas.
Segundo o executivo da Odebrecht, assim que foi fechado o acordo de cooperação com a DCNS e foi efetuada a liberação de um adiantamento de R$ 650 milhões, Vacarri o procurou no Rio “para solicitar que fossem realizados pagamentos ao PT por conta da conquista do projeto”.
“Informei que não concordava em realizar o pagamento, por não ter havido combinação prévia, mas ele insistiu.”
Segundo BJ, o assuntou foi levado a Marcelo Bahia Odebrecht, presidente afastado do grupo, que está preso desde junho de 2015, pela Lava Jato, em Curitiba.
Conta ‘Italiano’. Odebrecht afirmou à Justiça Eleitoral que a Odebrecht Infraestrutura ficou responsável por pagar R$ 50 milhões do montante acertado com o PT para a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2014, para que as liberações de dinheiro do governo no contrato de construção dos submarinos não parassem.
Odebrecht revelou que a empresa acertou, ao todo, R$ 150 milhões para a campanha de reeleição de Dilma. O ex-ministro Antonio Palocci, identificado sob o codinome “Italiano”, seria o principal interlocutor do empresário nas negociatas.
O programa foi lançado em 2008, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista chegou a assinar uma “parceria estratégica” com o então mandatário da França, Nicolas Sarkozy. A DCNS ficou responsável pela transferência de tecnologia ao País e escolheu a Odebrecht como parceira nacional no projeto, sem realização de licitação.
Segundo a Marinha, o Prosub engloba “três grandes empreendimentos modulares”. “A construção de uma infraestrutura industrial e de apoio para construção, operação e manutenção dos submarinos, a construção de quatro submarinos convencionais e o projeto e a construção do submarino com propulsão nuclear.”
“O Programa foi concebido por meio da parceria estratégica estabelecida entre o Brasil e a França, a partir de 23 de dezembro de 2008, quando foram firmados acordos de nível Político e Técnico e Comercial, com o valor inicial para a sua consecução de 6,7 bilhões de Euros. O valor estimado até o final do Programa, cadastrado no Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Governo Federal (SIOP), é de cerca de R$ 31,85 bilhões.
O Prosub havia sido citado em relatório da 36.ª fase da Lava Jato, denominada Ommertá. A citação se deu pelas anotações sobre o programa encontradas em celulares do presidente afastado da empreiteira Marcelo Odebrecht. No caso, segundo a Polícia Federal, o assunto Prosub estava relacionado à atuação do ex-ministro Antônio Palocci, que tratava com a empreiteira assuntos ligados ao projeto.
O caso foi enviado para a Justiça Federal no Rio de Janeiro, por não envolver alvos com foro privilegiado.
COM A PALAVRA, A DEFESA DE JOSÉ AMARO RAMOS
O advogado Álvaro Luís Fleury Malheiros, que representa José Amaro Ramos, informou que seu cliente recebeu aproximadamente 17,5 milhões de euros – e não 40 milhões de euros, como informou o delator da Odebrecht Benedicto Júnior, o ‘BJ’.
Segundo Malheiros, o dinheiro foi pago pela empreiteira a título de honorários. Ramos, segundo seu advogado, recebeu porque levou para a Odebrecht um negócio importante, de grande porte, e também pela atuação intensa que promoveu entre duas sociedades que fecharam parceria.
O advogado esclareceu que a empresa francesa (DCNS) para a qual Ramos vinha trabalhando tinha intenção de fazer parceria com uma empreiteira também francesa no Brasil para construção do estaleiro e da base naval, necessários para implantação do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub).
Malheiros destacou que Ramos fazia assessoria para a acionista principal e controladora da DCNS. “Ele mostrou que para a DCNS seria mais importante arrumar um parceiro que fosse uma empresa nacional. Aí apresentou esse projeto para a Odebrecht que acabou pagando honorários a ele.”
“O dr. Ramos foi fundamental para o avanço e o êxito desse projeto”, afirma Malheiros.
O advogado informou que Ramos declarou o recebimento dos valores. “Tudo está perfeitamente regularizado.”
Sobre o codinome Champagne, pelo qual Ramos era identificado numa planilha da empreiteira, o advogado declarou. “Essa questão de codinome é uma questão interna da Odebrecht.”
COM A PALAVRA, A MARINHA DO BRASIL
Por meio de nota, a Marinha do Brasil (MB) informou que “desconhece qualquer irregularidade sobre os pagamentos do contrato de construção dos submarinos do Programa de Desenvolvimento de Submarino (PROSUB)”.
“Por esse motivo, não há qualquer investigação (interna) em andamento”.
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- saullo
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO
Sempre foi suspeito essa entrada da Odebrecht, sem licitação nem concorrência, nessa história toda do estaleiro e base naval.
Mas agora a coisa começa a boiar, e não é submarino que está boiando...
Abraços
Mas agora a coisa começa a boiar, e não é submarino que está boiando...
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO
Vocês hão de se lembra desta expressão usada pelo adoradores do Babalorixá de Garanhuns e seusúditoos, bem como a turma do exMindef e do Imperador:
"Os novos players"....
Tão ai, apesar dos avisos, mas vão todos para o xilindró, apenas está começando, ainda não chegaram nos meandros destas mega trapaça e vai sobrar para os comedores de Croassant, a vai.......
G abraço
"Os novos players"....
Tão ai, apesar dos avisos, mas vão todos para o xilindró, apenas está começando, ainda não chegaram nos meandros destas mega trapaça e vai sobrar para os comedores de Croassant, a vai.......
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO
Verdade Juarez, novos players mas com aqueles péssimos hábitos.
Um dia a conta ia chegar.
Abraços
Um dia a conta ia chegar.
Abraços