Exercício: Qual a real capacidade de combate da MB???

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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FCarvalho
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Re: Exercício: Qual a real capacidade de combate da MB???

#196 Mensagem por FCarvalho » Dom Mar 05, 2017 12:38 pm

As nossas estratégias de defesa obedecem HE que são formuladas nos estados maiores das ffaa's. Em função destas HE's os recursos materiais e humanos são traçados em termos de planejamento, financiamento e custeio.

Quais são as nossas HE hoje? Alguém sabe, alguém viu?

A FAB não diz contra quem ou o quê se preparar ou ter caças e KC-390.

A MB não diz contra o quê ou contra quem se preparar e justificar ter SBN's e Nae's.

O EB não diz contra o quê ou contra quem se preparar e justificar ter milhares de VBTP's tanques ou artilharia.

Então, se não temos, ou queremos(?), como justificar o porque de termos ffaa's que mereçam estar sendo mais e melhor aquinhoadas de recursos pessoal, material e financeiro constantemente, porque investir em defesa no Brasil se não temos inimigos a vista e nossos vizinhos, via de regra, são mais ou tão mulambentos quanto nós no aspecto puramente militar?

Sem definir claramente os porquês reais de o Brasil precisar investir em defesa militar, podemos continuar sofismando aqui pelos próximos 14 anos, como vimos fazendo até agora, que quando chegarmos lá, provavelmente a pergunta, e os problemas da defesa, ainda serão os mesmos de 2003 quando começamos essa troça aqui.

Aí eu vou voltar aqui neste mesmo tópico lá em 2031 e vou responder a pergunta dele com a mesma resposta de antes? Nenhuma.

abs.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
A. Sapkowski
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Re: Exercício: Qual a real capacidade de combate da MB???

#197 Mensagem por pmicchi » Dom Mar 05, 2017 4:38 pm

No momento tem um maluco bem armado na Venezuela e um menos armado na Bolivia. Isso já vale como preocupação para balisar o que as tres forças precisam num primeiro momento. SIVAM e os Gripen já se justificam com isso. A força de blindados teria mais uso no front sul, onde a possibilidade de um conflito é muito remota. Por isso, não se justifica ir além de compras de oportunidade de MBTs antigos. Por outro lado, uma força de cavalaria para deslocamento rápido faz sentido.

Como o Brasil tem um papel politico no mundo, tambem justifica forças anfíbias modestas, capaz de operar sob coordenação da ONU.

Fora isso, agora tem um louco na Casa Branca. Confrontar os EUA é impossivel, mas criar uma perspectiva de conflito num cenário de alto desgaste faz sentido. Nesse contexto o programa de um submarino nuclear é coerente, assim como reforçar o controle de área sobre o Atlantico Sul. Por outro lado, um NAe e uma dezena de fragatas não faz sentido.

Para garantir a paz, prepare-se para guerra.




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Túlio
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Re: Exercício: Qual a real capacidade de combate da MB???

#198 Mensagem por Túlio » Dom Mar 05, 2017 6:31 pm

pmicchi escreveu:Realmente, pensando nas ameaças atuais, nem precisaria de Marinha, só da Guarda Costeira. Uma força anfíbia então, muito menos. Mas eu acho que temos que manter alguma capacidade de defesa para cenários variados e alguma capacidade de poder "mostrar a bandeira" pelo mundo. Uma dúzia de escoltas genéricas me parece um gasto exagerado e que não encaixa, pra mim, em nenhum cenário de conflito, por mais remoto que seja.
Acho que vou arrumar (mais) desafetos aqui no DB mas vou falar assim mesmo. Bueno, comecemos pelo aspecto geopolítico:

:arrow: A China caminha para se tornar a nova URSS - na visão dos EUA - no sentido de ser a Nova Ameaça à Segurança Nacional. Não é nem será tão cedo mas a Verdade tem pouca importância em assuntos assim, o que importa é justificar gastos que mantenham o complexo industrial-militar funcionando, com bastante P&D. O que podemos antever é, com seu incessante crescimento econômico e militar, não vai chegar o fim da próxima década sem a US Navy ter que reconhecer que não é mais páreo para a China na Ásia. O Japão pode até ser importante e ter uma tecnologia excepcional mas, afundado em dívidas, empresas quebrando e o escambau, dificilmente será um adversário à altura ou mesmo um aliado dos EUA que faça a diferença para evitar o inevitável. Vamos começar a década de 30 com a China dando as cartas na Ásia. Aliás, vários "disparos" (política, economia) já foram feitos na nova Guerra Fria. E guerra nuclear, como sempre, não é uma opção.

:arrow: Com a Ásia, a China tomará posse definitivamente de um mercado com bilhões de consumidores e muita mão de obra barata. Mas para produzir é preciso de outros insumos, além de mão de obra e energia: é preciso commodities. Por aí podemos "rastrear" para onde a China irá voltar definitivamente a atenção (pois já está lá), após consolidar seu primeiro Grande Objetivo Estratégico, a hegemonia asiática. O próximo passo seguramente será em direção à África, para a qual o Ocidente praticamente está de costas desde o fim do tráfico de escravos. Repito, os chinas já estão lá, apenas mantêm um razoável LO-PRO. Bueno, a África tem uma costa Oriental e outra Ocidental; esta, se cruzada, vai nos encontrar no caminho. E navios de guerra (cedo ou tarde eles aparecem, à medida que a situação político-econômica se consolida como um novo status quo) Chineses no Atlântico Sul não serão vistos com bons olhos por ninguém, principalmente pelos EUA, agora com mais unidades na região por ter pouco a fazer na Ásia sinodependente.

:arrow: E aí entramos nós: ou (1) mantemos nossa eterna "neutralidade pacifista", esperando sempre pelo melhor e que Deus proverá ou (2) damos um salto no escuro e nos aliamos a uma incógnita como a China, que ainda não terá força militar nem econômica à altura dos EUA na região (e ainda teremos que encarar a má vontade e pressão dos ianques e seus aliados) ou ainda (3) pulamos dentro do cirquinho dos ianques e aproveitamos nossa posição estratégica para, em coalizão, ter acesso ao que há de melhor em Guerra Naval/Aeronaval, resolvendo a totalidade dos problemas de equipamento da MB, parte via FMS e parte com construção local (a maior parte dos insumos vêm dos EUA & aliados mesmo).

E aí? Viajei muito? :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
pmicchi escreveu:Sobre os KC-390, não pensei neles atacando uma força-tarefa com NAe, mas sim navios isolados sem cobertura aérea. Entendo que eles poderiam atacar alvos muito distantes (além do que um Gripen com Revo poderia), detectados por outros meios (P-3, por exemplo). O radar nao precisa fazer busca numa área grande, bastaria travar no alvo, transferir os dados para o missel ar-mar, disparar e esquecer.

Não é tão simples como parece, radar para dar lock em navio (estabelecendo parâmetros de tiro como distância, velocidade (do alvo e relativa), atitude (a posição que o navio está em relação ao avião) & quetales não é qualquer um; para permitir o disparo eficiente de um Msl da categoria do Harpoon ou RBS-15 então, haja alcance, precisão e modos, ainda mais com os navios de guerra atuais se tornando também cada vez mais furtivos.




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Re: Exercício: Qual a real capacidade de combate da MB???

#199 Mensagem por pmicchi » Dom Mar 05, 2017 6:47 pm

não viajou não, com certeza a China vai desestabilizar o cenario mundial cada vez mais. Só não sei quanto tempo demora para chegar no nosso quintal.

Se depender do Trump, só vai se acelerar o processo de polarização. Espero que não dê em guerra. É o meu maior medo.




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Re: Exercício: Qual a real capacidade de combate da MB???

#200 Mensagem por pmicchi » Sex Mar 10, 2017 2:34 pm

bom olhando pro que a gente gasta, deveria poder muita coisa:

http://www.globalfirepower.com/defense- ... budget.asp




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