AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#76 Mensagem por Clermont » Dom Out 13, 2013 4:40 pm

A MAÇONARIA E OS TEMPLÁRIOS.

Michael Haag - The Templars: History and Myth.

As novas da formação da Grande Loja maçônica de Londres (1717) e das atividades dos franco-maçons britânicos logo se difundiram pela Europa. Por volta de 1730, lojas maçônicas tinham sido fundadas nos Paises-Baixos, França, Alemanha e alhures, freqüentemente, por representantes da Grande Loja de Londres que viajavam ao exterior com este propósito, mas algumas vezes por residentes locais que eram inspirados pela Grande Loja mas não estavam sob sua direção. Porém, se a Franco-Maçonaria se provou popular na Europa, ela era também, alienígena e perturbadora para alguns. Ela não surgiu das velhas organizações de artesãos da França, Alemanha e outros no continente, que de há muito tinham cessado de existir. Ao invés, ela era importada da Grã-Bretanha, lar da Revolução Gloriosa de 1688 que havia definitivamente reduzido os poderes do rei e dividido a autoridade entre a monarquia, parlamento e o judiciário, e que havia instituído um grau de tolerância religiosa. A Grã-Bretanha era amplamente admirada pelo povo da Europa como uma nação tolerante e progressistas, mas suas instituições e invenções, não menos a Franco-Maçonaria, eram profundamente desconfiadas pelos governantes autocráticos europeus e pela Igreja Católica.

Embora os franco-maçons na Grã-Bretanha fossem uma organização fraternal inócua, em grande parte de classe média, cujas lojas cumpriam uma função social similiar a da cafetaria de Londres, elas adquiriram um culto de secretismo e vincularam isto ao misterioso conhecimento associado com o Templo de Salomão. Anteriormente, Agrippa tinha vinculado os Templários a feitiçaria e aos poderes do oculto. O que faltava eram estes elementos serem costurados juntos num poderoso mito ocultista, e foi isto o que aconteceu quanto os franco-maçons foram diretamente vinculados aos Templários - o que ocorreu não na Grã-Bretanha, mas na Europa continental.

O primeiro passo foi tomado em 1736 ou 1737 por um escocês chamado Andrew Michael Ramsey, um exilado jacobita vivendo na França que, sendo chanceler da Grande Loja francesa, introduziu um fictício fundo cruzado aos Franco-Maçons e noções de classe aristocráticas. A Franco-Maçonaria britânica era de natureza democrática; seus membros incluíam artesãos e aristocratas, profissionais, homens instruídos e comerciantes de classe média, todos contentes em darem-se as mãos uns aos outros. Mas dar a mão, nem pertencer a uma instituição que havia surgido de origens proletárias apelava a classe alta da sociedade francesa. As alta e pequena nobrezas da França queriam reconhecimento das distinções sociais, e as queriam reforçadas por estilo, nostalgia e romance. Ramsey deu isso a elas aos borbotões, sugerindo que os pedreiros livres também haviam sido cavaleiros guerreiros na Terra Santa, e longo ele converteu os franco-maçons franceses numa antiga e cavalheiresca sociedade secreta internacional. "Nossos ancestrais, os cruzados, que chegaram de todas as partes da cristandade para a Terra Santa, queriam agrupar pessoas de cada nação numa singular confraria espiritual", anunciou Ramsay em sua Oração para a Loja de São João, em Paris, datada variadamente 27 de dezembro de 1736 ou 21 de março de 1737.

Na versão do passado de Ramsay, os cruzados tinham tentado restaurar o Templo de Salomão num ambiente hostil e tinham divisado um sistema de sinais e rituais secretos para protegerem contra seu inimigo muçulmano, que, de outro modo, infiltraria suas posições e cortaria suas gargantas. Ramsay também disse que, após o colapso de Outremer, os cruzados retornaram a suas terras natais na Europa e estabeleceram lojas maçônicas lá. Mas estas e seus ritos foram negligenciados com o passar do tempo e foi somente entre os escoceses que os Franco-Maçons preservaram seu antigo esplendor:

"Desde a época em que a Grã-Bretanha tornou-se a base de nossa Ordem, a conservadora de nossas leis e a depositária de nossos segredos... Das Ilhas Britânicas, a Real Arte é, agora, repassada para a França... Neste feliz era, quando o amor da paz tornou-se a virtude dos heróis, esta nação, uma das mais espirituais na Europa, tornar-se-á o centro da Ordem. Ela vestirá nossa obra, nossos estatutos, nossos costumes com graça, delicadeza e bom gosto, qualidades essenciais da Ordem, da qual a base é sabedoria, força e beleza de gênio. Será, futuramente, em nossa Lojas, como foi nas escolas públicas, que os franceseses aprenderão, sem viajarem, as características de todas as nações e que os estrangeiros experimentarão que a França é o lar de todas as nações."


Nessa época, Ramsay nada disse sobre Templários, talvez porque ele poderia ter ofendido a ainda poderosa monarquia francesa e a Igreja. Em 1749, no entanto, seis anos após sua morte, a monumental obra de Ramsay, "Os Princípios Filosóficos da Religião Natural e Revelada", foi publicada em Glasgow, e nela Ramsay dizia, "todo maçom é um cavaleiro templário", uma observação que não seria esquecida.

O vínculo cruzado foi posteriormente desenvolvido na Alemanha, por volta de 1760, quando um francês, que se fazia passar por um nobre escocês, e se dizia chamar George Frederick Johnson, afirmou ter acesso direto aos segredos templários. Isso também servia aos gostos locais, já que a Alemanha era uma sociedade antiquada, dominada por noções de hierarquia que resistiam às idéias racionalistas e igualitárias inerentes à Franco-Maçonaria britânica. Uma conexão espúria com os Templários proveu os franco-maçons alemães de uma atmosfera gótica e um forte gosto do oculto.

De acordo com a mistura histórica de Johnson, os mestres templários tinham gasto seu tempo no Oriente aprendendo os segredos e adquirindo os tesouros dos judeus essênios, posteriormente famosos pelos Manuscritos do Mar Morto, e as pessoas com as quais João, O Batista, provavelmente tivera alguma associação. Este aprendizado e este tesouro foram repassados de um mestre para outro, e assim acabaram de posse de Jacques de Molay - que, de acordo com a estória, também ostentava o home de Hirão. Na noite anterior a sua execução, Jacques de Molay teria dito a um grupo de templários que, de algum modo, ainda estavam à solta, para entrarem na cripta do Templo de Paris e fugirem com o tesouro, que consistiria do candelabro de sete braços roubado do Templo pelo imperador romano, Tito, a coroa do Reino de Jerusalém e um sudário. Estes foram levados para o porto atlântico de La Rochelle, de onde dezoito galeras templárias escaparam para a Ilha de Mull, onde todos passaram a se chamar franco-maçons. Os franco-maçons escoceses, dizia Johnson, o falso escocês, eram herdeiros diretos dos Templários.

Então, veio a Revolução Francesa em 1789, que chocou o público europeu até o âmago. Num esforço para compreende estes eventos dramáticos, muitos aceitaram a ficção de que organizações secretas estiveram manipulando os acontecimentos públicos.

A vingança de Jacques de Molay.

Jacques de Molay foi queimado até a morte em Paris, na noite de 18 de março de 1314. O único relato de uma testemunha ocular da queima de Molay, escrito por um monge anônimo, diz que ele foi para a morte "com tranqüilidade de mente e de vontade". Não há nenhuma referência contemporânea a ele pronunciar alguma maldição, porém desde então se diz que, enquanto as chamas engolfavam o último Mestre dos Templários, ele gritou por vingança e chamou o rei e o papa para comparecem ao lado dele diante do tribunal de Deus, dentro de um ano e um dia. Menos de cinco semanas depois, em 20 de abril, o papa Clemente V morreu de longa e dolorosa doença que o havia afligido por todo seu pontificado. E ainda neste mesmo ano, o rei Filipe IV morreu, em 29 de novembro, depois de cair do cavalo enquanto caçava.

A suposta sobrevivência secreta dos Templários através dos séculos abriu caminho para agentes da Ordem tirarem sua vingança pela queima de Jacques de Molay. Com um sentido de profecia, devendo tudo a uma visão retrospectiva, Jacques de Molay era agora lembrado por ter lançado sua maldição sobre as cabeças do rei e do papa. A queda da casa real francesa dos Capetos, e a humilhação da Igreja Católica na França, viriam com a Revolução Francesa - trazida por uma conspiração secreta controlada pelos Templários trabalhando por intermédio dos Franco-Maçons. De qualquer forma, esta era crença de alguns elementos conservadores extremistas na França, entre eles Charles de Gassicour, o autor de "Le Tombeau de Jacques de Molay", publicado em 1796. Descrevendo a morte na guilhotina de Luís XVI, Gassicour apresenta alguém se levantando e gritando, "Jacques de Molay, você está vingado!" - um odioso franco-maçom ou um templário, cuja organização subversiva havia derrubado a ordem estabelecida. Gassicour também afirmava que Jacques de Molay tinha fundado quatro lojas, uma em Edinburgh; que os Templários/Franco-Maçons eram vinculados a Ordem dos Assassinos e o Velho da Montanha; que eles apoiaram Oliver Cromwell; e que eles tinham assaltado a Bastilha.

Outros acrescentaram suas vozes a estória. Por exemplo, em 1797, o abade Augustin Barruel publicou "Memórias", seu relato da Revolução Francesa, que ele explicava afirmando que a Franco-Maçonaria tinha derivado dos Templários após a supressão destes, quando:

"(...) um certo número de cavaleiros culpados, tendo escapado da proscrição, uniram-se para a preservação de seus horrendos mistérios. Ao seu ímpio código, eles acrescentaram o voto e vingança contra os reis e sacerdotes que destruíram sua Ordem, e contra toda a religião que anatematizou seus dogmas. Eles fizeram adeptos que transmitiram, de geração para geração, o mesmo ódio ao Deus dos cristãos, e aos reis, e aos sacerdotes."


Dirigindo-se diretamente aos franco-maçons, ele continuava:

"Estes mistérios desceram sobre vocês, e vocês continuam a perpetuar sua impiedade, seus votos e seus juramentos. Tal é a sua origem. O lapso de tempo e a mudança dos modos variaram uma parte de seus símbolos e seus assustadores sistemas; mas a essência deles permanece, os votos, os juramentos, o ódio e as conspirações são as mesmas."


Uns poucos anos depois, Barruel acrescentou os judeus à conspiração, vendo-os como o poder real por detrás dos Templários e dos Franco-Maçons e os manipuladores últimos dos eventos europeus - uma teoria da conspiração que culminou nas câmaras de gás do Terceiro Reich.

Barruel estava exilado da França revolucionária e publicou suas "Memórias" em Londres, onde ele foi político o bastante para agradecer ao governo britânico por conceder-lhe asilo e escreveu que suas afirmações de perigosas atividades franco-maçônicas não se aplicavam aos respeitáveis franco-maçons da Grã-Bretanha. O governo britânico concordava. Preocupado com o vírus da revolução da França, em 1799, ele aprovou o Ato das Sociedades Ilegais, embora este especificamente excluísse os Franco-Maçons.


(continua...)




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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#77 Mensagem por Clermont » Seg Out 14, 2013 7:20 pm

(...)

Uma História Escocesa para os Cavaleiros Templários.

O século XVIII e o começo do XIX viram uma explosão de ordens, graus e sociedades, entre elas sociedades benevolentes que sobrevivem até este dia tais como os Oddfellows e a Real Ordem Antidiluviana dos Búfalos, ou grupos espirituais tais como os Druídas, dedicados à adoração panteísta da natureza, em imitação aos druídas celtas da Idade do Bronze. Por volta de 1800, havia centenas, talvez mais de mil, destas organizações na Grã-Bretanha, e semelhante aos Franco-Maçons, elas assumiam histórias antigas; os Oddfellows, por exemplo, traçavam suas origens espirituais até os judeus no tempo de seu exílio babilônico em 586 a.C.. Em acréscimo a tais organizações, havia outras ordens ou graus, cerca de trinta ao todo, que proclamavam serem maçônicas, na verdade, muito freqüentemente, operando não-oficialmente, dentro de lojas locais, entre elas os Cavaleiros Templários. Cavalaria e misticismo estavam muito na moda, e embora no início ambas as Grandes Lojas inglesa e escocesa rejeitassem os Cavaleiros Templários, dizendo que eram uma corrupção estrangeira, na era do Romantismo, a moda provou ser irresistível e, eventualmente, os Templários foram aceitos dentro da Franco-Maçonaria britânica.

Em 1843, a Ordem dos Cavaleiros Templários na Escócia publicou uma Nota Histórica da Ordem, que foi escrita por templários maçonicos escoceses e dava um relato de suas origens:

"É do conhecimento de todos, mesmo dos franceses, que os Templários juntaram-se ao estandarte de Robert Bruce e lutaram em nome de sua causa até o resultado da Batalha de Bannockburn em 1314 colocá-lo com segurança no trono. O monarca não foi ingrato."


O relato explica que após a supressão dos Cavaleiros Templários na França, templários escoceses deram seu apoio a Robert Bruce, durante sua guerra de independência contra os ingleses, e que na Batalha de Bannockburn, em 24 de junho de 1314, três meses depois da imolação de Jacques de Molay, uma tropa de templários carregou contra os ingleses no momento decisivo e deu a vitória aos escoceses. Em gratidão, Robert Bruce protegeu os templários assimilando-os numa nova ordem, os Franco-Maçons.

Nada disso foi registrado por qualquer cronista escocês da época. Isso foi inteiramente construído no século XIX. Os templários escoceses maçônicos fizeram o que os maçons sempre fazem: inventaram uma tradição, uma conexão com o passado, e uma muito lisonjeira para os escocesces franco-maçons. Estas invencionices nunca pretenderam ser história factual. Isto é explicado por Robert Cooper, franco-maçon e curador da Grande Loja da Escócia, em Edinburgh, em seu livro, "The Rosslyn Hoax?":

"Há numerosos ramos dentro da Franco-Maçonaria. Cada um tem sua própria "estória", sua história tradicional particular, que sublinha este aspecto particular do sistema maçônico... O Real Capítulo das Arcadas está preocupado com a construção de um novo ou segundo Templo, com freqüência referido como o Templo de Zerubbabel. Outro ramo da Franco-Maçonaria tem como história tradicional a estória de Helena, esposa de Constantino, e sua busca pelo local da crucificação de Cristo... Todos os ramos da Franco-Maçonaria, portanto, tem uma "história tradicional" na qual suas cerimônias são baseadas. Como também tendo considerável colorido (o Templo de Jerusalém deve ter parecido muito exótico para os pedreiros da Escócia), o Templo do Rei Salomão acrescentou uma grande quantidade de prestígio a um grupo de honestos trabalhadores... Nenhuma das histórias tradicionais de qualquer dos ramos da Franco-Maçonaria é, ou era, para ser aceita literalmente. Nossos ancestrais em todas as Ordens Maçônicas fabricavam "passados" adequados para propósitos alegóricos. Eles fizeram isso com noções românticas no coração, mas compreendiam que estas histórias fabricadas por e para si mesmos, não eram verdades literais."


Porém, muitas pessoas, tanto maçons e não-maçons, falham em separar fantasia dos fatos. Por exemplo, em sua "História da Franco-Maçonaria", publicada em Edinburgh, em 1859, Alexander Laurie, que era um franco-maçon, escreveu,

"Será necessário oferecer algum relato dos Cavaleiros Templários, a fraternidade de franco-maçons, cuja influência e virtudes excitaram a inveja dos contemporâneos, e cujo imerecido e infeliz fim, freqüentemente excitou a compaixão da posteridade. Provar que Ordem dos Cavaleiros Templários era uma ramificação da Franco-Maçonaria seria um esforço inútil, já que o fato já foi invariavelmente reconhecido pelos próprios franco-maçons, e ninguém foi mais zeloso de estabelecer isso do que os inimigos de sua Ordem."


Evidência e prova eram irrelevantes para Laurie. Ele garantia que isto não era preciso para provar que a medieval Ordem dos Cavaleiros Templários era um produto dos Franco-Maçons porque estes já sabiam disto, como sabiam os inimigos da Franco-Maçonaria, pessoas como o abade Barruel.

O mito dos Cavaleiros Templários estava tomando sua forma moderna. A ordem medieval tinha sobrevivido mas em outro formato. A Batalha de Bannockburn foi estabelecida como um evento central no mito. Do que se precisava era de um local central, e sua invenção começou em 1982, com a publicação de "The Holy Blood and the Holy Grail" e foi continuado com outras "histórias alternativas" tais como "Hiram Key" (escrita por dois franco-maçons) e "The Templar Revelation", para não mencionar o "Código Da Vinci", a síntese novelizada de Dan Brown destas pseudo-histórias, todas trabalhando para trazer Rosslyn Chapel, sul de Edinburgh, e sua família fundadora, os St. Clair para o mito.

Os Sinclair (como os St. Clair são conhecidos em inglês) eram, eles próprios, templários, e Rosslyn Chapel tornou-se um repositário para o tesouro dos Templários ou seus segredos, ou para algum poderoso objeto icônico, tal como a cabeça embalsamada de Jesus Cristo, ou a Arca da Aliança ou o Santo Graal. E assim prossegue a estória.

Os Templários descobriram a América.

Os Templários descobriram a América. A evidência encontra-se em Rosslyn Chapel, ricamente decorada com gravuras. Entre estas estão as que foram identificadas como milho, uma planta nativa da América do Norte, e também gravuras identificadas como "aloe cactus" e descritas como uma planta do Novo Mundo. Rosslyn Chapel foi construída em 1456; quem quer que tenha gravado o milho e o aloe em Rosslyn devia ter sabido sobre a América quase cinqüenta anos antes dela ser descoberta por Cristóvão Colombo em 1492.

Compreender isto dá sentido a uma velha torre de pedra em Newport, Rhode Island. A Torre de Newport é redonda e se alicerça em arcos redondos; há aqueles que dizem que ela teria sido uma igreja redonda construída por colonos templários que vieram para a América. Os Templários teriam chegado por volta de 1308, após a supressão da sua ordem na França, escapando com sua frota de La Rochelle, alguns navegando para a Escócia, outros para o Novo Mundo; ou eles vieram na pessoa de Henry Sinclair, Conde de Orkney e filho e herdeiro de William Sinclair, Lorde d Rosslyn. Henry Sinclair era um templário, ele se encarregou de uma viagem pelos irmãos venezianos Nicolo e Antonio Zeno, que em mapas e cartas mais tarde proclamaram terem alcançado a Nova Escócia através da Groenlândia, em 1389 e exploraram parte da linha costeira norte-americana, mais de cem anos antes da viagem de Colombo.

Porém, há dificuldades com este relato, que foi proposto primeiramente por Christopher Knight e Robert Lomas, os autores de "The Hiram Key", publicado em 1996, e elaborado por outros desde então. As gravuras identificadas como milho não parecem, realmente, com milho, afinal de contas, exceto na cabeça dos autores. O "aloe catus" em Rosslyn poderia ser, de fato, quase qualquer tipo de planta; de novo sua identificação se deve, meramente, a garantia dos autores. Nem é o aloe um cactus; ele é uma planta do tipo suculenta; e é nativo da África, não da América, e certamente não teria crescido na Nova Inglaterra, que tem invernos severos. E embora Rosslyn Chapel fosse construída em 1456, as gravuras foram acrescentadas apenas depois de seu término. Elas não foram gravadas a partir da pedra da estrutura, antes, as gravações por toda a capela foram gravadas separadamente e depois anexadas, "coladas por cima" como estão, e portanto não oferecem datas confiáveis.

Quanto a Torre de Newport, ela foi construída como moinho de vento, para moagem de grãos no século XVII e é mencionada em 1677 como "meu moinho de vento feito de pedra" no testamento de seu dono. Duas escavações arqueológicas na torre, uma em 1951, outra em 2006, ambas concluíram que a torre foi construida entre 1650 e 1670. Os irmãos Zeno são conhecidos graças a publicação de suas supostas cartas e um mapa em 1558, mais de cento e cinqüenta anos depois de sua pretensa viagem, mas os documentos são amplamente considerados uma fraude. Nem as cartas mencionam Henry Sinclair; elas mencionam alguém chamado "Zichmni", o comandante da expedição, e somente com algum esforço e imaginação ele foi transformado em Sinclair.

Numa versão desa "história alternativa", a viagem dos Templários à América é empreendida nos navios de sua frota, parte da qual tinha navegado para a Escócia a partir de La Rochelle, no norte da França. Mas esta muito divulgada frota é, em si mesma, um mito. Os Templários tinham uma frota de navios para carregar peregrinos, suprimentos e pessoal através do Mediterrâneo, entre Marselha e Acre, mas estes não eram adequados para viagens oceânicas, nem podiam transportar água para mais do que uns poucos dias. Quanto a navios de guerra, é improvável que a "frota" templária tenha somado mais do que quatro galeras. E levando-se em conta que as atividades templárias estavam no Mediterrâneo e que seu principal porto era Marselha, é ainda mais improvável que mais do que uns poucos navios templários, de qualquer tipo, se houvesse algum, tivessem sido baseados em La Rochelle.

Entretanto, esta "frota templária", onde quer que estivesse baseada, deu origem a ainda outra história inventada. Quando a ordem foi suprimida e a frota fez sua escapada, os Templários mudaram sua cruz vermelha para um crânio e ossos cruzados e continuaram sua resistência ao papado e as cabeças coroadas da Europa, todos, com exceção dos escoceses, vivendo a vida de piratas no alto-mar.

Templários para sempre.

A história dos Templários começa com sua formação, em Jerusalém, em 1119, e termina com sua destruição, dois séculos depois, na França. Mas, em outro sentido, ela recua três mil anos até a Colina de Ofel, Jerusalém, e continua no futuro. O segredo dos Templários, sua natureza híbrida como monges usando espadas, os mundos exóticos que eles encamparam, seu romance e súbita queda, e os mistérios deixados sem resposta com o desaparecimento dos seus arquivos, fizeram com que crescessem na imaginação popular onde sobrevivem e florescem. Poderosas associações com lugares tais como a Igreja do Santo Sepulcro e o Monte do Templo estenderam as dimensões espirituais da ordem e acrescentaram camadas de história, lenda e mito. Românticos e franco-maçons, charlatães e lunáticos, radicais e reacionários, cristãos, judeus e muçulmanos, todos contribuíram para a estória.

Da mesma forma como a procura por relíquias sagradas nos Tempos Medievais expôs os mais improváveis objetos nos locais mais convenientes, assim cada nova pseudo-história ou novela fantasiosa vai atrás do dinheiro e acrescenta novos lugares, eventos e noções ao mito.

No "Pêndulo de Foucault" de Umberto Eco, alguns editores estão pensando numa nova série de livros para agradar acadêmicos, cultistas e teóricos da conspiração, alguma coisa "nestes tempos sombrios para oferecer fé a alguém, um vislumbre no além, e fazer um pouco de dinheiro. Um sugere que eles peguem umas poucas dezenas de noções e alimentem o computador com elas, "por exemplo, os Templários fugiram para a Escócia, ou o Corpus Hermeticun chegou em Florença em 1460", e acrescentando "umas poucas frases de conexão como "É óbvio que" e "Isto prova que". E portanto eles começam, aleatoriamente: "José de Arimatéia carrega o Graal para a França". "De acordo com a Tradição Templária, Godofredo de Bouillon funda o Grande Priorado de Sião em Jerusalém". "Debussy era um rosacruz". "Minnie Mouse é a noiva de Mickey." Não! Eles precisam não exagerar nisto, previne um editor, mas o primeiro responde, "Nós precisamos exagerar. Se admitirmos que em todo o universo há mesmo um único fato que não revela um mistério, então violamos o pensamento hermético." "Isso é verdade," diz outro. "Minnie está dentro. E, se me permitem, eu acrescentaria um axioma fundamental: os Templários tem alguma coisa a ver com qualquer coisa."




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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#78 Mensagem por Clermont » Ter Ago 05, 2014 7:38 pm

A Co-Catedral da Ordem dos Cavaleiros de Malta.

Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa - Blog do Noblat - 5.8.2014

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Valletta, capital da ilha de Malta, deve sua existência aos Cavaleiros de São João que a planejaram como refúgio para os cruzados feridos e peregrinos desamparados durante as Cruzadas do século XVI. Antes da chegada dos Cruzados, o Monte Sceberras, onde se ergue Valleta, era uma faixa estreita e árida de terra entre duas enseadas.

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No início do século XVI havia uma única edificação: uma pequena torre de vigia chamada Sant'Elmo. Juntos, o Grande Mestre da Ordem, La Valette, o Papa Pio V e Felipe II de Espanha, decidiram que era necessário providenciar defesas adequadas para que os Cavaleiros da Ordem de São João não perdessem aquele importante posto avançado no Mediterrâneo.

Os trabalhos para a criação dos primeiros bastiões começaram em março de 1566. Só depois disso, foi possível prosseguir com os mais importantes edifícios: a Sacra Enfermaria, o Palácio Magisterial, os Sete Albergues ou Pousadas para Abrigo dos Cavaleiros e a Igreja de São João.

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A nova cidade, com seus bastiões seguros e fossos profundos, tornou-se uma fortaleza de importância estratégica. As ruas da cidade, planejadas com a defesa em mente, têm uma planta algo irregular: algumas descem tanto mais inclinadas quanto mais próximas da ponta da península. As escadas em certas ruas não têm as dimensóes normais já que foram criadas para permitir que os cavaleiros, em suas armaduras, pudessem subir seus degraus. Acima, rua típica de Valletta.

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Dentre seus belos edifícios, o mais imponente e importante é a Igreja de São João (acima), mais conhecida como Co-Catedral de S. João, construída entre 1573 e 1578. Incumbida pelo Grão-Mestre Jean de la Cassière em 1572 como igreja conventual da Ordem dos Cavaleiros do Hospital de São João de Jerusalém - conhecidos como Hospitalários ou Cavaleiros de Malta - a Igreja foi desenhada pelo arquiteto militar maltês Gerolamo Cassar que delineou alguns dos edifícios mais proeminentes de Valetta.

A catedral é uma joia. Conhecida como o primeiro exemplo perfeito do estilo Barroco, ela define claramente o papel espiritual e militar de seus patronos.

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Nas paredes desenhos esculpidos em suas pedras; no teto em abóbada e nos altares laterais as pinturas referem-se à vida de São João. A nave central, com afrescos de Mattia Preti é, por si só, uma obra-prima.

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Tendo sido o local do sepultamento de vários príncipes europeus, o chão da catedral é pavimentado com mais de 300 lápides em mármore.

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Entre seus tesouros está o famoso quadro de Caravaggio sobre a decapitação de São João (abaixo). É o maior quadro do artista (3m65 x 5m18) e o único que ele assinou. Considerada a sua obra mais importante, Caravaggio colocou na tela o momento no qual São João é decapitado a mando do rei Herodes para satisfazer o pedido lúbrico da dançarina Salomé. A cena trágica se passa no pátio de uma prisão e é observada por dois prisioneiros através de uma grade, enquanto uma jovem e um velho estão a postos com uma bandeja nas mãos à espera da cabeça cortada. O sangue escorre do pescoço de São João para a borda da tela e foi no sangue que Caravaggio assinou seu nome.


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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#79 Mensagem por Clermont » Dom Fev 12, 2017 9:08 pm

Papa aceita renúncia do Grão-Mestre da Ordem de Malta.

Isto É - 25.01.17.

O papa Francisco aceitou nesta quarta-feira (25) a renúncia do Grão-Mestre da Ordem de Malta, Matthew Festing, pondo fim a um conflito incomum entre a milenar congregação e o Vaticano.

“Ontem (terça-feira), durante a audiência com o Santo Padre, sua alteza Matthew Festing entregou sua renúncia como Grão-Mestre da Soberana Ordem de Malta. O papa a aceitou hoje (quarta) e manifestou seu apreço e reconhecimento pelos sentimentos de lealdade e devoção”, informou o Vaticano em um comunicado.

“O governo da Ordem será assumido de forma interina pelo Grão-Comendador (o alemão Ludwig Hoffmann von Rumerstein) até que seja designado um delegado pontifício”, acrescenta a nota.

Fontes religiosas explicaram que o delegado pontifício é uma espécie de interventor. Recorreu-se à sua figura em alguns poucos casos. Em 2010, por exemplo, o papa Bento XVI usou essa figura para a renovação dos Legionários de Cristo, após o escândalo envolvendo seu fundador, Marcial Maciel. Ele foi condenado por abusos sexuais contra seminaristas, por ter tido filhos com diferentes mulheres e por ser consumidor de drogas.

A saída de Festing, britânico de 68 anos, à frente da Ordem desde 2008, é um gesto muito incomum, já que o cargo é vitalício.

“Nesta terça à tarde, o papa recebeu o grão-mestre e lhe pediu que o demitisse. Ele aceitou”, anunciou a Ordem horas antes em um comunicado.

A Ordem de Malta – uma das instituições cristãs mais antigas que se tornou um Estado sem território – finalmente provou sua obediência ao Papa, evitando assim uma ruptura com a Santa Sé após mais de 900 anos de uma sólida relação.

A influente entidade conservadora, cujas origens remontam às Cruzadas, está presente em mais de 120 países administrando hospitais e ambulatórios, com 12.500 membros e 100.000 funcionários e voluntários.

Em todo o mundo, suas representações locais começavam a se preocupar com uma diminuição nas doações em razão da polêmica, sobretudo com a proximidade da Jornada Mundial da Hanseníase, em 29 de janeiro – tradicionalmente, um dia importante para angariar fundos, segundo uma fonte interna.

O caso teve início em 6 de dezembro com a exoneração do alemão Albrecht von Boeselager, número dois da ordem, por ter tolerado a distribuição de preservativos a pessoas com risco de contrair o vírus da aids.

Oficialmente, Boeselager, grande chanceler da Ordem de Malta desde 2014 – o equivalente ao posto de ministro do Interior e das Relações Exteriores – foi destituído por “problemas graves”.

O preservativo continua a ser um tabu na Igreja católica, que rejeita qualquer método de contracepção, ainda que o papa Francisco tenha feito um apelo em novembro “a um comportamento responsável” diante da aids.

A recusa de Von Boeselager de apresentar sua demissão quando solicitada pelos seus superiores, entre eles o cardeal ultraconservador americano Raymond Burke – um dos adversários internos de Francisco -, é uma das origens da controvérsia.

Considerado um grande crítico do papa argentino, Burke foi afastado do Vaticano ao ser nomeado representante do papa na Ordem de Malta e, desde então, lidera a batalha contra o pontificado de Francisco.

O cardeal faz parte do grupo que pediu a Francisco que corrija seus “erros doutrinários”, pedido ignorado até agora pelo pontífice. Segundo fontes da Ordem, o caso teria rendido, sobretudo, em razão da batalha da ala conservadora da Igreja contra o Papa.

A batalha ganhou um novo capítulo quando o irmão de Albrecht von Boeslager foi nomeado para o conselho administrativo do Banco do Vaticano (IOR), em plena restruturação após uma série de escândalos.

“O timing foi extremamente significativo”, segundo uma fonte consultada pela AFP.

Em 21 de dezembro, o Papa nomeou uma comissão de investigação de cinco membros encarregada de esclarecer a demissão do alemão. Em um comunicado, o Grão-Mestre se negou categoricamente a cooperar com a comissão de investigação.

Na ocasião, a entidade religiosa justificou sua posição, afirmando que deveria “proteger sua própria soberania” diante do que considerou uma ingerência do Vaticano. O papa ordenou que a comissão investigasse a recente saída do ex-chanceler da Ordem Albrecht Freiherr von Boeselager.

Apesar de a entidade ser considerada um Estado e contar com seu próprio passaporte e corpo diplomático, para a Santa Sé continua sendo vista como uma organização religiosa que deve obediência e respeito ao papa.

Nesse cenário, a Santa Sé chegou a emitir um comunicado apoiando sua comissão.

A Ordem de Malta foi fundada com o nome de Cavaleiros Hospitalários em Jerusalém, em 1048, como uma comunidade de instituições médicas encarregada de tratar doentes, antes de ser reconhecida pelo papa em 1113.




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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#80 Mensagem por Wingate » Seg Fev 13, 2017 3:19 am

Malta, um dos territórios mais bombardeados da Segunda Guerra Mundial:





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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#81 Mensagem por Clermont » Seg Fev 13, 2017 12:16 pm

OS CAVALEIROS TEUTÔNICOS.

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A terceira grande ordem militar na Terra Santa era a Ordem do Hospital de Santa Maria dos Alemães, conhecida como Ordem dos Cavaleiros Teutônicos. Fundada como ordem hospitalar e seguindo a Regra Cisterciense durante o cerco de Acre em 1189-1190. A ordem foi reconhecida pelo Papa em 1191 e em 1198 tornou-se uma ordem militar.

Em 1242, os Teutônicos tentaram aumentar sua província da Livônia as custas de outros cristãos - os russos da Igreja Oriental - e uma força expedicionária cruzou o rio Narva rumo a Novgorod. A Ordem foi confrontada por um exército russo liderado pelo Príncipe Alexandre Nevski, sendo forçada a combater por sobre o congelado Lago Peipus. O gelo rompeu-se sob o peso das armaduras e montarias dos Cavaleiros Teutônicos, e a maioria morreu afogada, ou nas mãos da cavalaria ligeira russa. Esta derrota, que efetivamente deteve a expansão da Ordem rumo ao norte, foi imortalizada no clássico filme de Eisenstein de 1938, "Alexandre Nevski".




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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#82 Mensagem por delmar » Seg Fev 13, 2017 11:55 pm

A ordem dos cavaleiros Teutônicos foi muito influente no Norte da Europa. Chegou a governar um grande território na costa do mar Báltico. A Prússia, a Pomerânia e os países bálticos eram feudos dos cavaleiros. O declínio começou em 1410, quando foram derrotados na batalha de Tannenberg pelo rei da Polônia. O último grão mestre da ordem foi Alberto de Brandeburgo-Ansbach. Ele pertencia a casa dos Hohenzollern, diretamente ligados aos cavaleiros Teutônicos e que viriam a ser reis da Prússia e da Alemanha. Quando da reforma Luterana ele largou a religião católica e adotou o luteranismo. Passou a ser, então o grão duque da Prússia, soberano de toda a região.




Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#83 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Fev 14, 2017 8:44 am





"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#84 Mensagem por Túlio » Ter Fev 14, 2017 2:15 pm

Clermont escreveu:A Co-Catedral da Ordem dos Cavaleiros de Malta.

Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa - Blog do Noblat - 5.8.2014

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Valletta, capital da ilha de Malta, deve sua existência aos Cavaleiros de São João que a planejaram como refúgio para os cruzados feridos e peregrinos desamparados durante as Cruzadas do século XVI. Antes da chegada dos Cruzados, o Monte Sceberras, onde se ergue Valleta, era uma faixa estreita e árida de terra entre duas enseadas.

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No início do século XVI havia uma única edificação: uma pequena torre de vigia chamada Sant'Elmo. Juntos, o Grande Mestre da Ordem, La Valette, o Papa Pio V e Felipe II de Espanha, decidiram que era necessário providenciar defesas adequadas para que os Cavaleiros da Ordem de São João não perdessem aquele importante posto avançado no Mediterrâneo.

Os trabalhos para a criação dos primeiros bastiões começaram em março de 1566. Só depois disso, foi possível prosseguir com os mais importantes edifícios: a Sacra Enfermaria, o Palácio Magisterial, os Sete Albergues ou Pousadas para Abrigo dos Cavaleiros e a Igreja de São João.

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A nova cidade, com seus bastiões seguros e fossos profundos, tornou-se uma fortaleza de importância estratégica. As ruas da cidade, planejadas com a defesa em mente, têm uma planta algo irregular: algumas descem tanto mais inclinadas quanto mais próximas da ponta da península. As escadas em certas ruas não têm as dimensóes normais já que foram criadas para permitir que os cavaleiros, em suas armaduras, pudessem subir seus degraus. Acima, rua típica de Valletta.

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Dentre seus belos edifícios, o mais imponente e importante é a Igreja de São João (acima), mais conhecida como Co-Catedral de S. João, construída entre 1573 e 1578. Incumbida pelo Grão-Mestre Jean de la Cassière em 1572 como igreja conventual da Ordem dos Cavaleiros do Hospital de São João de Jerusalém - conhecidos como Hospitalários ou Cavaleiros de Malta - a Igreja foi desenhada pelo arquiteto militar maltês Gerolamo Cassar que delineou alguns dos edifícios mais proeminentes de Valetta.

A catedral é uma joia. Conhecida como o primeiro exemplo perfeito do estilo Barroco, ela define claramente o papel espiritual e militar de seus patronos.

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Nas paredes desenhos esculpidos em suas pedras; no teto em abóbada e nos altares laterais as pinturas referem-se à vida de São João. A nave central, com afrescos de Mattia Preti é, por si só, uma obra-prima.

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Tendo sido o local do sepultamento de vários príncipes europeus, o chão da catedral é pavimentado com mais de 300 lápides em mármore.

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Entre seus tesouros está o famoso quadro de Caravaggio sobre a decapitação de São João (abaixo). É o maior quadro do artista (3m65 x 5m18) e o único que ele assinou. Considerada a sua obra mais importante, Caravaggio colocou na tela o momento no qual São João é decapitado a mando do rei Herodes para satisfazer o pedido lúbrico da dançarina Salomé. A cena trágica se passa no pátio de uma prisão e é observada por dois prisioneiros através de uma grade, enquanto uma jovem e um velho estão a postos com uma bandeja nas mãos à espera da cabeça cortada. O sangue escorre do pescoço de São João para a borda da tela e foi no sangue que Caravaggio assinou seu nome.


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Mestre Clermont, terias alguns links sobre a Ordem de Malta, tipo dia a dia, vestimentas, alimentação, abrangência e história (desde as raízes até os dias atuais)? Pode ser em Inglês, dá na mesma...




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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#85 Mensagem por Clermont » Ter Fev 14, 2017 3:11 pm

Túlio escreveu:terias alguns links sobre a Ordem de Malta, tipo dia a dia, vestimentas, alimentação, abrangência e história (desde as raízes até os dias atuais)?
Ando desatualizado sobre esse assunto, mas um bom local de início é a página oficial da Soberana Ordem de Malta:

https://www.orderofmalta.int/sovereign-order-of-malta/




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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#86 Mensagem por Túlio » Ter Fev 14, 2017 3:21 pm

Clermont escreveu:
Túlio escreveu:terias alguns links sobre a Ordem de Malta, tipo dia a dia, vestimentas, alimentação, abrangência e história (desde as raízes até os dias atuais)?
Ando desatualizado sobre esse assunto, mas um bom local de início é a página oficial da Soberana Ordem de Malta:

https://www.orderofmalta.int/sovereign-order-of-malta/

Tks! Ótimo começo para um fim ainda melhor.




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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#87 Mensagem por Viktor Reznov » Qua Fev 15, 2017 9:10 pm

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Também conhecida como Ordem Militar Soberana Hospitalária de São João de Jerusalém de Rodes e de Malta.




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