NOTÍCIAS POLÍTICAS
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Querem apostar quanto que o capachão vai ao encontro e ainda vai pagar o muro. kkkkkkkkkkkkkkkk
Quem nasceu para ser cidinha nunca chega a dona cida.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/se-me ... rump.ghtml
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Fingimos defender ideias e princípios, a verdade é que defendemos pessoas.
Leandro Narloch - Folha de São Paulo, 25.01.17.
Foi um solavanco checar o Facebook nesta semana. Vi amigos antipetistas, que no ano passado reclamavam que o PT deixou o Brasil fora de tratados de livre comércio, apoiando a decisão de Trump de retirar os Estados Unidos da Parceria Transpacífico (TPP).
"Donald Trump não é protecionista, a TPP sim", diz um site da direita sobre o homem que durante a campanha prometia "seguir duas regras simples: compre de americanos e contrate americanos".
Logo depois vi amigos de esquerda criticando a medida de Trump —sem perceber que ela se inspira no mesmo protecionismo de Dilma, a presidenta tão querida para eles. Vai entender!
O personalismo define opiniões políticas. Fingimos defender ideias, causas e princípios, mas defendemos pessoas. A avaliação de uma atitude depende mais de quem a tomou que da atitude em si. Só depois que a opinião já está escolhida e embalada procura-se argumentos para justificá-la.
Há exemplos disso toda semana. Ninguém disse que "picho é arte", como se diz hoje a João Doria, quando Marta Suplicy resolveu coibir os pichadores, em 2002.
Se Dilma tivesse proposto a mesma reforma do Ensino Médio que Temer apresentou no ano passado, nenhuma escola teria sido invadida. A UNE e o PSOL comemorariam o maior poder de escolha que a mudança proporcionou.
Quando Jaime Lerner encheu Curitiba de parques e ciclovias, a esquerda o acusou de só se preocupar com o meio ambiente e esquecer a periferia. Vinte e cinco anos depois, a mesma acusação recaiu sobre Haddad, mas na boca da direita.
O personalismo faz opiniões mudarem de lado sem o menor pudor. O melhor exemplo são as críticas ao Bolsa Família, que nasceram, todas elas, do próprio PT.
Quando FHC criou o Bolsa Escola, em 2001, a esquerda o acusou de assistencialismo e de criar um "bolsa esmola" para comprar votos dos nordestinos.
Petistas tiravam da cartola argumentos técnicos que muitos liberais repetem hoje.
"Mais uma vez, [o recurso virá] da população, via Imposto de Renda, via CPMF, e da atividade produtiva, com o aumento da alíquota da COFINS, que recai sobre a sociedade", disse o deputado Valter Pinheiro (PT-BA).
Durante a eleição de 2002, a senadora Heloisa Helena acusou os tucanos de aterrorizar a população espalhando o boato de que o Bolsa Escola acabaria se o PSDB perdesse. Segunda ela, os tucanos "se aproveitam da dor, do sofrimento e da angústia de um pai de família (...) dizendo que, em qualquer lugar em que a oposição for vencedora, não poderão contar com mais nenhum desses mecanismos".
De acordo com nossos políticos de estimação, temas sobem ou desaparecem da agenda pública. Reforma agrária era o problema social mais grave no governo FHC —mas quando Lula chegou ao poder, não se falou mais no assunto. Trocou-se a reforma agrária pelo limite de velocidade nas marginais.
A boa notícia é que bons frutos podem surgir do ódio a Donald Trump. Pelos próximos quatro anos, veremos a esquerda criticando o protecionismo e simpática à ideia do livre comércio internacional.
Leandro Narloch - Folha de São Paulo, 25.01.17.
Foi um solavanco checar o Facebook nesta semana. Vi amigos antipetistas, que no ano passado reclamavam que o PT deixou o Brasil fora de tratados de livre comércio, apoiando a decisão de Trump de retirar os Estados Unidos da Parceria Transpacífico (TPP).
"Donald Trump não é protecionista, a TPP sim", diz um site da direita sobre o homem que durante a campanha prometia "seguir duas regras simples: compre de americanos e contrate americanos".
Logo depois vi amigos de esquerda criticando a medida de Trump —sem perceber que ela se inspira no mesmo protecionismo de Dilma, a presidenta tão querida para eles. Vai entender!
O personalismo define opiniões políticas. Fingimos defender ideias, causas e princípios, mas defendemos pessoas. A avaliação de uma atitude depende mais de quem a tomou que da atitude em si. Só depois que a opinião já está escolhida e embalada procura-se argumentos para justificá-la.
Há exemplos disso toda semana. Ninguém disse que "picho é arte", como se diz hoje a João Doria, quando Marta Suplicy resolveu coibir os pichadores, em 2002.
Se Dilma tivesse proposto a mesma reforma do Ensino Médio que Temer apresentou no ano passado, nenhuma escola teria sido invadida. A UNE e o PSOL comemorariam o maior poder de escolha que a mudança proporcionou.
Quando Jaime Lerner encheu Curitiba de parques e ciclovias, a esquerda o acusou de só se preocupar com o meio ambiente e esquecer a periferia. Vinte e cinco anos depois, a mesma acusação recaiu sobre Haddad, mas na boca da direita.
O personalismo faz opiniões mudarem de lado sem o menor pudor. O melhor exemplo são as críticas ao Bolsa Família, que nasceram, todas elas, do próprio PT.
Quando FHC criou o Bolsa Escola, em 2001, a esquerda o acusou de assistencialismo e de criar um "bolsa esmola" para comprar votos dos nordestinos.
Petistas tiravam da cartola argumentos técnicos que muitos liberais repetem hoje.
"Mais uma vez, [o recurso virá] da população, via Imposto de Renda, via CPMF, e da atividade produtiva, com o aumento da alíquota da COFINS, que recai sobre a sociedade", disse o deputado Valter Pinheiro (PT-BA).
Durante a eleição de 2002, a senadora Heloisa Helena acusou os tucanos de aterrorizar a população espalhando o boato de que o Bolsa Escola acabaria se o PSDB perdesse. Segunda ela, os tucanos "se aproveitam da dor, do sofrimento e da angústia de um pai de família (...) dizendo que, em qualquer lugar em que a oposição for vencedora, não poderão contar com mais nenhum desses mecanismos".
De acordo com nossos políticos de estimação, temas sobem ou desaparecem da agenda pública. Reforma agrária era o problema social mais grave no governo FHC —mas quando Lula chegou ao poder, não se falou mais no assunto. Trocou-se a reforma agrária pelo limite de velocidade nas marginais.
A boa notícia é que bons frutos podem surgir do ódio a Donald Trump. Pelos próximos quatro anos, veremos a esquerda criticando o protecionismo e simpática à ideia do livre comércio internacional.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Visita cancelada.prp escreveu:Querem apostar quanto que o capachão vai ao encontro e ainda vai pagar o muro. kkkkkkkkkkkkkkkk
Quem nasceu para ser cidinha nunca chega a dona cida.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/se-me ... rump.ghtml
https://noticias.uol.com.br/internacion ... e-muro.htm
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Esse matou a pau.Clermont escreveu:Fingimos defender ideias e princípios, a verdade é que defendemos pessoas.
Leandro Narloch - Folha de São Paulo, 25.01.17.
Foi um solavanco checar o Facebook nesta semana. Vi amigos antipetistas, que no ano passado reclamavam que o PT deixou o Brasil fora de tratados de livre comércio, apoiando a decisão de Trump de retirar os Estados Unidos da Parceria Transpacífico (TPP).
"Donald Trump não é protecionista, a TPP sim", diz um site da direita sobre o homem que durante a campanha prometia "seguir duas regras simples: compre de americanos e contrate americanos".
Logo depois vi amigos de esquerda criticando a medida de Trump —sem perceber que ela se inspira no mesmo protecionismo de Dilma, a presidenta tão querida para eles. Vai entender!
O personalismo define opiniões políticas. Fingimos defender ideias, causas e princípios, mas defendemos pessoas. A avaliação de uma atitude depende mais de quem a tomou que da atitude em si. Só depois que a opinião já está escolhida e embalada procura-se argumentos para justificá-la.
Há exemplos disso toda semana. Ninguém disse que "picho é arte", como se diz hoje a João Doria, quando Marta Suplicy resolveu coibir os pichadores, em 2002.
Se Dilma tivesse proposto a mesma reforma do Ensino Médio que Temer apresentou no ano passado, nenhuma escola teria sido invadida. A UNE e o PSOL comemorariam o maior poder de escolha que a mudança proporcionou.
Quando Jaime Lerner encheu Curitiba de parques e ciclovias, a esquerda o acusou de só se preocupar com o meio ambiente e esquecer a periferia. Vinte e cinco anos depois, a mesma acusação recaiu sobre Haddad, mas na boca da direita.
O personalismo faz opiniões mudarem de lado sem o menor pudor. O melhor exemplo são as críticas ao Bolsa Família, que nasceram, todas elas, do próprio PT.
Quando FHC criou o Bolsa Escola, em 2001, a esquerda o acusou de assistencialismo e de criar um "bolsa esmola" para comprar votos dos nordestinos.
Petistas tiravam da cartola argumentos técnicos que muitos liberais repetem hoje.
"Mais uma vez, [o recurso virá] da população, via Imposto de Renda, via CPMF, e da atividade produtiva, com o aumento da alíquota da COFINS, que recai sobre a sociedade", disse o deputado Valter Pinheiro (PT-BA).
Durante a eleição de 2002, a senadora Heloisa Helena acusou os tucanos de aterrorizar a população espalhando o boato de que o Bolsa Escola acabaria se o PSDB perdesse. Segunda ela, os tucanos "se aproveitam da dor, do sofrimento e da angústia de um pai de família (...) dizendo que, em qualquer lugar em que a oposição for vencedora, não poderão contar com mais nenhum desses mecanismos".
De acordo com nossos políticos de estimação, temas sobem ou desaparecem da agenda pública. Reforma agrária era o problema social mais grave no governo FHC —mas quando Lula chegou ao poder, não se falou mais no assunto. Trocou-se a reforma agrária pelo limite de velocidade nas marginais.
A boa notícia é que bons frutos podem surgir do ódio a Donald Trump. Pelos próximos quatro anos, veremos a esquerda criticando o protecionismo e simpática à ideia do livre comércio internacional.
Não é nada meu. Não é nada meu. Excelência eu não tenho nada, isso é tudo de amigos meus.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
A recíproca é que veremos a direita demonizando o livre comércio internacional e colocando o protecionismo burro e cego e a xenofobia como panacéia para resolver todos os problemas .nveras escreveu:Esse matou a pau.A boa notícia é que bons frutos podem surgir do ódio a Donald Trump. Pelos próximos quatro anos, veremos a esquerda criticando o protecionismo e simpática à ideia do livre comércio internacional.[/size]
Leandro G. Card
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
É verdade que existem aqueles que criticam tudo, mas normalmente estas pessoas já estão associadas a um movimento político. É a oposição pela oposição, muito comum em nosso país. E estes são minoria.
O povo mesmo sabe diferenciar uma coisa da outra. Por exemplo, não criticaram o aumento da carga horária do ensino médio, proposta pelo Temer, mas sim a saída de disciplinas que consideram importantes. Sou formado em História e ficaria mais tranquilo se tivessem deixado filosofia e sociologia no médio como obrigatórias em vez das aulas de História, desde que esta tivesse seu espaço garantido até o 9º ano do fundamental.
Outra crítica feita a respeito é que ao mesmo tempo em que se propõe aumento na carga horária e ensino técnico profissionalizante o governo lança uma PEC de teto de gastos. Duas políticas claramente contraditórias. De onde sairá o dinheiro para construir mais escolas (necessário se a carga horária aumentar) e equipá-las para fornecerem ensino técnico de fato?
A maior parte dos que criticaram a PEC foi justamente porque afetariam educação e saúde. As pessoas pediram insistentemente a saída destas duas áreas da pauta. Este era o cerne da questão. Se a PEC não afetará saúde e educação como foi dito, por que decidiram mantê-las?
Só lembrando que nossa saúde é dolarizada. A gente importa tudo, de medicamentos a vacinas. Até a película de filme radiológico a gente importa. Se o dólar for pra R$4,00 ou R$5,00 amanhã a gente faz o quê?
Não lembro da esquerda questionando ciclofaixa ou qualquer coisa associada à defesa do meio ambiente, mas se tiver é coisa bem pontual.
As maiores críticas ao Dória foram quando ele começou a apagar os grafites, não as pichações. Eu mesmo defendo que as pichações sejam apagadas, mas grafite é burrice porque uma parede grafitada é uma parede que leva muito tempo pra picharem. Criticaram o Haddad porque ele gastou dinheiro naquele mural que o Dória apagou, mas quanto o Dória gastará pra manter aqueles muros cinzas?
Concordo quanto a critica protecionista. Todos os países adotam medidas protecionistas e ao mesmo tempo criticam o protecionismo alheio. O vacilo é esse discurso que ninguém é protecionista, só a gente.
O povo mesmo sabe diferenciar uma coisa da outra. Por exemplo, não criticaram o aumento da carga horária do ensino médio, proposta pelo Temer, mas sim a saída de disciplinas que consideram importantes. Sou formado em História e ficaria mais tranquilo se tivessem deixado filosofia e sociologia no médio como obrigatórias em vez das aulas de História, desde que esta tivesse seu espaço garantido até o 9º ano do fundamental.
Outra crítica feita a respeito é que ao mesmo tempo em que se propõe aumento na carga horária e ensino técnico profissionalizante o governo lança uma PEC de teto de gastos. Duas políticas claramente contraditórias. De onde sairá o dinheiro para construir mais escolas (necessário se a carga horária aumentar) e equipá-las para fornecerem ensino técnico de fato?
A maior parte dos que criticaram a PEC foi justamente porque afetariam educação e saúde. As pessoas pediram insistentemente a saída destas duas áreas da pauta. Este era o cerne da questão. Se a PEC não afetará saúde e educação como foi dito, por que decidiram mantê-las?
Só lembrando que nossa saúde é dolarizada. A gente importa tudo, de medicamentos a vacinas. Até a película de filme radiológico a gente importa. Se o dólar for pra R$4,00 ou R$5,00 amanhã a gente faz o quê?
Não lembro da esquerda questionando ciclofaixa ou qualquer coisa associada à defesa do meio ambiente, mas se tiver é coisa bem pontual.
As maiores críticas ao Dória foram quando ele começou a apagar os grafites, não as pichações. Eu mesmo defendo que as pichações sejam apagadas, mas grafite é burrice porque uma parede grafitada é uma parede que leva muito tempo pra picharem. Criticaram o Haddad porque ele gastou dinheiro naquele mural que o Dória apagou, mas quanto o Dória gastará pra manter aqueles muros cinzas?
Concordo quanto a critica protecionista. Todos os países adotam medidas protecionistas e ao mesmo tempo criticam o protecionismo alheio. O vacilo é esse discurso que ninguém é protecionista, só a gente.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
E é exatamente por causa desse bando que está aí que chegamos onde chegamos ...Túlio escreveu:Já vão tarde. Se acreditam mesmo nesse monte de baboseiras criminógenas/criminófilas aí, não farão falta.prp escreveu:Leia abaixo a íntegra da carta de renúncia dos conselheiros:
Brasília, 25 de janeiro de 2017.
Exmo. Sr. Ministro de Estado da Justiça e Cidadania
Dr. ALEXANDRE DE MORAIS
Prezado Senhor,
O Presidente e demais subscritores membros do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária do Ministério da Justiça e Cidadania (CNPCP/MJ) vêm, todos eles em caráter definitivo e irretratável, requerer o seu desligamento das vagas que ocupam e consequente encerramento das atividades que exercem nesse órgão colegiado. As razões, as quais sucintamente se expõem, são as seguintes:
01. Todos os subscritores desta renúncia coletiva receberam, cada um ao seu tempo e modo, o chamado para contribuir com a formulação da política criminal e penitenciária brasileira, conforme, inclusive, determinam os artigos 62 a 64 da Lei de Execução Penal, ao estabelecer as competências e atribuições inerentes e elementares do CNPCP.
02. Este trabalho, em todas as incumbências que lhe são pertinentes, sempre foi realizado com absoluta isenção de preferências político-partidárias, de tal modo que o único comprometimento de cada um dos conselheiros foi com a sua própria compreensão e consciência derivadas das respectivas experiências com as questões penais, buscando, apenas e tão somente, contribuir com o debate brasileiro, principalmente em face das conhecidíssimas mazelas de nosso sistema. Daí a ocorrência, entre todos nós, de divergências e convergências, vistas como salutares processos dialogados de construção de projetos, resoluções e atividades em geral.
03. A premissa essencial dessa forma de agir decorre do diagnóstico necessário a respeito da magnitude e importância da política criminal de uma sociedade. Se vista desta forma, não é aqui definitivamente o espaço adequado para projetar dissentimentos menores, pois nesse campo discutem-se, em última instância, os limites do poder do Estado, a efetivação da cidadania e a própria amplitude do conceito mais caro à nossa Constituição Federal de 1988, qual seja, a dignidade da pessoa humana.
04. O que se tem visto, entretanto, é a formulação de uma política, encabeçada por este Ministério, que ruma em sentido contrário a tudo isso. Navega com a popa da embarcação. Poder-se-ia nestas sintéticas razões de renúncia apontar muitos defeitos, vícios de compreensão e caminhos equivocados, ao menos em nosso sentir, pelo qual o Governo Federal conduz a sua forma de atuação no âmbito da execução penal.
05. Ressalta-se, nos últimos meses, o notório desprezo conferido ao Conselho nos temas mais relevantes ao Brasil na temática pertinente. Dias antes da crise prisional atingir patamar alarmante, a minuta de decreto de indulto aprovada pelo colegiado do CNPCP foi deixada integralmente de lado, optando-se pela formulação de um texto normativo que é, talvez, o mais restritivo em termos de liberdades já editado na história recente e republicana. Símbolo máximo disso é a exclusão do instituto da comutação. Conquistas gradativa e progressivamente obtidas foram abandonadas. A peculiar situação do encarceramento feminino, as dificuldades dos miseráveis presos brasileiros em arcarem com o pagamento das penas de multa, as enfermidades incuráveis do ambiente prisional e que afetam mortalmente centenas de condenados, a perpetuidade em que se transformam as medidas de segurança no Brasil, enfim. Tudo foi relegado ao esquecimento, a desprezar, inclusive, inúmeras pesquisas e trabalhos científicos a respeito da relevância da abordagem dessas peculiaridades no decreto de indulto.
06. A índole assumida por esse Ministério, ao que parece, resume-se ao entendimento, para nós inaceitável, de que precisamos de mais armas e menos pesquisas. Essa paradigmática frase não pode ser aplicada a lugar algum que envolva instâncias e políticas públicas e que se voltem, com ponderação, a resolver os complexos problemas de um País cujo traço secular é a desigualdade e a marginalização de parcela de sua população.
07. Defender mais armas, a propósito, conduz sim à velha política criminal leiga, ineficaz e marcada por ares populistas e simplificadores da dimensão dos profundos problemas estruturais de nosso País.
08. Viu-se, no último mês, e por melhor que possam ser as intenções, o lançamento de um Plano Nacional de Segurança Pública sem qualquer debate com a sociedade ou com as instâncias consultivas do Ministério. Ao mesmo tempo, incentiva-se uma guerra às drogas no Brasil que vai, outra vez, na contramão das orientações contemporâneas das Nações Unidas e de diversas experiências bem-sucedidas em países estrangeiros. Comete-se o equívoco de confundir, como se tratasse de algo único, política penitenciária e segurança pública, fator a redundar na utilização de verbas do Fundo Penitenciário Nacional (FUNPEN) para fins diversos de seu desiderato, conforme permitido pela belicista Medida Provisória nº 755, de 19 de dezembro de 2016. Planeja-se a destinação de recursos e efetivo das Forças Armadas para cuidar de um problema prisional e social que é fruto da incapacidade congênita do País em lidar com suas unidades penitenciárias e com as facções internas que surgem como subproduto do próprio caos penitenciário e que passaram a retroalimentar, sob as barbas do descaso estatal, o ciclo de exclusão, violência e encarceramento. Não se pode tratar jovens pobres e brasileiros como inimigos, por definição, do Estado.
09. Senão bastasse, no momento em que o Brasil vive a sua mais aguda crise penitenciária, cuja solução começa pela capacidade de diálogo das mais diversas esferas e instâncias públicas e privadas, o Ministério da Justiça investiu diretamente contra a autonomia e finalidade do próprio CNPCP. Cuidam-se de medidas que denotam, inclusive, alguma incompreensão do papel exercido pelo Colegiado consultivo, o qual não pode destinar-se à condição de simples avalista das políticas implementadas pelo titular do Ministério. A finalidade precípua do Conselho, e daí a real existência de um ente plural, é desferir críticas, postular mudanças, apontar defeitos.
10. O que se vê, entretanto, é uma clara tentativa de controle da voz a da opinião deste CNPCP. Em primeiro lugar, é criada por portaria uma Comissão do Sistema Penitenciário Nacional, o qual, se tem a virtude de reunir diversas entidades e ampliar por consequência o debate, estabelece, por outro lado, que os membros do CNPCP serão indicados pelo próprio Ministro, e não pelo Colegiado do qual são oriundos. Em outras palavras, ser do CNPCP para compor dita Comissão, nesta índole, é mera formalidade, pois não serão os componentes aqueles a quem, em si mesmos, o CNPCP conferiu legitimidade interna de representá-lo.
11. Em segundo lugar, determinou-se na última semana, por meio de outra portaria, o advento de oito novas vagas de suplência, o que, para além de violar a regra de iniciativa de modificação regimental do órgão, mostra-se como verdadeira afronta à autonomia do Conselho (artigo 24 do Regimento Interno – Portaria nº 1.107, de 5 de junho de 2008). Uma nítida mensagem ou moção de desconfiança aos seus atuais integrantes e, em consequência, o ímpeto de transformar o CNPCP em espaço endossatário das políticas, quaisquer que sejam, do Ministério (Portaria nº 81, de 19 de janeiro de 2017).
12. Esse papel de subserviência, é preciso dizer, não condiz com a história de quase quatro décadas do CNPCP e, principalmente, da missão institucional que ocupa o mais antigo Conselho do Ministério da Justiça. Não podemos, portanto, permanecer.
13. A atual política criminal capitaneada pelo Ministério da Justiça, a seguir como está, sem diálogo e pautada na força pública, tenderá, ainda mais, a produzir tensões no âmago de nosso sistema prisional, com o risco da radicalização dos últimos acontecimentos trágicos a que assistiu, estarrecida, a sociedade brasileira. Esperamos que dias melhores se avizinhem ao Brasil, porém, para tanto, a direção das políticas de governo na área penitenciária demanda mudanças.
Aproveitamos o oportuno para externar nossos votos de sucesso na política criminal a ser implementada. Estaremos sempre torcendo para que o melhor ocorra para e neste País.
ALAMIRO VELLUDO SALVADOR NETTO
Professor Associado do Departamento de Direito Penal, Medicina Forense e Criminologia da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Ex-Presidente da Comissão de Direito Penal da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional São Paulo. Advogado.
GABRIEL DE CARVALHO SAMPAIO
Advogado. Mestre em Processo Penal da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Ex-Secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça. Foi membro do Conselho Nacional de Direitos Humanos.
HUGO LEONARDO
Advogado. Vice-Presidente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa-IDDD. Produtor Executivo do documentário “Sem Pena”.
LEONARDO COSTA BANDEIRA
Advogado. Mestre em Ciências Penais pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
LEONARDO ISAAC YAROCHEWSKY
Advogado. Mestre e Doutor em Ciências Penais pela Universidade Federal de Minas Gerais. Membro do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais.
MARCELLUS DE ALBUQUERQUE UGGIETTE
Promotor de Justiça de Execução Penal do Estado de Pernambuco. Especialista em Ciências Jurídicas e Criminais. Professor de Direito Penal e Processual Penal. Mestrando em Educação. Coordenador do GAEP/MP-PE
RENATO CAMPOS PINTO DE VITTO
Defensor Público do Estado de São Paulo. Ex-Diretor-Geral do Departamento Penitenciário Nacional. Ex-Coordenador da Comissão de Justiça e Segurança Pública do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais.
E são tão cara de pau que chamam de "retrocesso" o endurecimento com a bandidagem ... vão tarde ... ao se demitirem, fizeram seu ato mais eficiente de sua "gestão" e finalmente prestam um serviço à sociedade ...
[] kirk
Os Estados não se defendem exigindo explicações, pedidos de desculpas ou com discursos na ONU.
“Quando encontrar um espadachim, saque da espada: não recite poemas para quem não é poeta”
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
http://www.youtube.com/watch?v=BMbI7_QGojc
BEM POLÊMICO !
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[] kirk
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Brasil 247 e blá blá blá...CHICO VIGILANTE
Deputado distrital e presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Legislativa do DF
Lula sob tortura
28 de Janeiro de 2017
Ao anunciar, para prazo de 30 a 60 dias, a prisão do ex-presidente Lula, o delegado Igor Romário, coordenador da Operação Lava Jato, elevou a Polícia Federal para um nível de indigência moral nunca visto, até então. Apenas na ditadura militar, época em que a PF era uma milícia dos generais, agentes do Estado não temiam expor sua identidade de besta fera, mas havia um detalhe: o Brasil não tinha Constituição, não tinha leis, não tinha princípios de civilidade reconhecidos como tais.
Lula, todos sabem, é o alvo da Lava Jato. Sem a prisão do ex-presidente, o projeto em curso de venda do patrimônio público e desmoralização do Brasil, internacionalmente, não poderá ser concluído a contento. Então, para prendê-lo, permite-se até essa infâmia, a crueldade inominável de torturar psicologicamente um homem que está com a esposa em coma no hospital.
É possível que apenas na Gestapo nazista uma coisa dessas pudesse vingar sem uma rápida intervenção das autoridades.
Igor Romário apoiou Aécio Neves, do PSDB, nas eleições de 2014. É um representante emblemático dessa geração de fascistoides que tomou conta dos quadros da PF e do Ministério Público Federal. Uma gente que deveria fiscalizar e garantir a lei, como servidores públicos decentes.
Mas no Brasil dos golpistas, a decência saiu de moda.
http://www.brasil247.com/pt/colunistas/ ... ortura.htm
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Essa questão apontada pelo Tikuna, me faz lembrar uma crítica inteligente que Nelson Rodrigues fazia a supostos homens de esquerda: "No Brasil, o marxismo adquiriu uma forma difusa, volatizada, atmosférica. É-se marxista sem estudar, sem pensar, sem ler, sem escrever, apenas respirando."Tikuna escreveu:Luís Henrique escreveu:Luís Henrique escreveuColon
Agora, você vem falar de BBC, CNN.
Você acha que o primeiro mundo quer que o Brasil se ELEVE?
O jornalismo sério está cada vez mais difícil de encontrar. Os jornalistas querem audiência. Querem POLÊMICA.
Colocam uma frase sua fora de contexto só para 'dar mídia', sujam o seu nome em 1 segundo, depois é difícil reverter.
Veja o que conseguiram fazer com você...
...Provavelmente vai votar em um ladrão corrupto, que não da nenhum tipo de declaração polêmica. Que apoia TODAS as causas para não perder voto de ninguém.
Que é POLITICAMENTE CORRETO. Mas está lá para defender apenas interesses próprios. E também interesses de outros países, desde que seja bem remunerado.
Aquele tipo de cara que não se mete em polêmica e que depois de eleito não cumpre 80% do que prometeu...
Tomara que o Brasil enxergue além das mídias compradas.
Olha só o que fizeram com você, que endeusa um cara e lambe as botas dele por dizer que é honesto, e ignorar totalmente a instabilidade e loucura do mesmo.
De gente honesta o hospício está cheio. Mas a diferença é que eles estão lá se tratando, não bostejando em cada oportunidade de entrevista. Citando e exaltando torturadores.
Caso queira se aprofundar e ver a midia comprada da BBC:
Abçs
Enfim... pra que SERASA, se basta declarar se tenho crédito para fazer compras?
- Paisano
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
"Nem tanto ao mar, nem tanto à terra." (Royalties by ?????)Túlio escreveu:Já vão tarde. Se acreditam mesmo nesse monte de baboseiras criminógenas/criminófilas aí, não farão falta.prp escreveu:Leia abaixo a íntegra da carta de renúncia dos conselheiros:
Brasília, 25 de janeiro de 2017.
Exmo. Sr. Ministro de Estado da Justiça e Cidadania
Dr. ALEXANDRE DE MORAIS
Prezado Senhor,
(...)
O atual modelo faliu. Simples!!!
No Brasil, infelizmente, presídio virou sinônimo de depósito de pessoas e é uma grande universidade do crime. Vide os PCC´s e CV´s da vida.
E uma universidade que não discrimina ninguém, sejam marginais perigosos ou apenas ladrões de galinha.
Portanto, apenas encarcerar não resolve, tem que existir um algo a mais. Algo que pelo menos tente recuperar o ladrão de galinha.
- Clermont
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
PT explora a crise penitenciária.
editorial do Estadão, 27.01.17.
Em mais de 13 anos no poder, o PT relegou a questão penitenciária a segundo plano, como demonstra o fato de que, nesse período, apenas R$ 687 milhões, 14% da dotação de cerca de R$ 5 bilhões destinados ao Fundo Penitenciário (Funpen), foram efetivamente aplicados. Para os lulopetistas, a questão dos presídios sempre foi um grande incômodo, porque não viam apelo eleitoral na questão.
Revela, portanto, enorme hipocrisia a atitude do grupo de sete petistas integrantes do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) do Ministério da Justiça – todos nomeados por Dilma Rousseff – que se demitiram coletivamente com a alegação de que o atual governo tem atentado contra a “independência” do órgão e também por discordarem do Plano Nacional de Segurança lançado no início do mês, em caráter de emergência, para enfrentar a crise deflagrada com a sucessão de rebeliões em presídios que atingiram até agora oito Estados. De resto, a iniciativa dos petistas demonstra sem disfarces o aparelhamento a que o Estado brasileiro foi submetido por Lula e companhia para sustentar as políticas partidárias do PT e aliados. Os conselheiros demissionários tinham com certeza, no governo anterior, total “independência” para manter em prudente segundo plano a já então grave questão penitenciária no País.
Um dos demissionários, Gabriel Sampaio, ocupava um lugar no Conselho como recompensa pelos bons serviços que prestara ao PT como assessor do ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e seu auxiliar na defesa de Dilma no processo de impeachment. Aos jornalistas, Sampaio explicou: “Saímos porque o ministro de Estado interditou o debate. Ciente de que o Conselho tinha uma maioria crítica ao Plano de Segurança, à MP que desvia recursos do Funpen para a Segurança Pública e ao decreto de indulto aos presos (publicado em dezembro), optou por alterar a composição do colegiado”.
A alegação de falta de debate revela-se claramente demagógica quando se examina a folha de serviços dos governos petistas relativa a questão tão relevante quanto a situação carcerária. Os petistas não apenas quase nada fizeram enquanto estavam no poder como, agora, queriam perder tempo precioso num “debate” que, a rigor, já foi feito. Seria ocioso repetir o diagnóstico do problema e suas soluções – e verdadeiramente criminoso protelar medidas para restabelecer a ordem nas cidades conturbadas.
Como se trata de uma questão delicada e complexa, é claro que a solução definitiva do problema só virá a médio ou longo prazos, tempo suficiente para eventual correção de medidas de emergência e também para incorporar sugestões colhidas de quem está interessado em colaborar honestamente e não em fazer demagogia.
Por outro lado, a alteração do colegiado a que o petista órfão do poder se refere diz respeito à criação pelo Ministério da Justiça de novos cargos de suplentes, que eram apenas 5, para igualar-se ao número de 13 titulares. É claro que as vagas que agora se abrem não serão ocupadas por militantes petistas.
Em resposta às acusações dos petistas demissionários, um grupo remanescente de conselheiros subscreveu nota: “O grupo que ora se despede identificava-se com a gestão anterior. O Conselho passará, ao natural, por renovação, o que proporcionará melhor compreensão do dramático cenário herdado. O descalabro penitenciário não é de hoje, não tem oito meses, mas décadas” e foi “acentuado nos últimos 14 anos”.
Esse lamentável episódio em que petistas se valeram da crise penitenciária para fazer política de baixo nível é mais uma demonstração dos motivos pelos quais o PT agoniza. Depois de 13 anos de populismo irresponsável agravado, no governo de Dilma Rousseff, pela desastrada tentativa de cunho ideológico de impor ao País uma “nova matriz econômica”, os brasileiros finalmente despertaram para o engodo de que eram vítimas: deram apoio maciço ao afastamento da presidente e decretaram nas urnas o banimento político do PT.
Mas o mal foi feito. Para qualquer lado da administração pública que se olhe, o que se vê é devastação – que custará tempo e tesouro para consertar.
editorial do Estadão, 27.01.17.
Em mais de 13 anos no poder, o PT relegou a questão penitenciária a segundo plano, como demonstra o fato de que, nesse período, apenas R$ 687 milhões, 14% da dotação de cerca de R$ 5 bilhões destinados ao Fundo Penitenciário (Funpen), foram efetivamente aplicados. Para os lulopetistas, a questão dos presídios sempre foi um grande incômodo, porque não viam apelo eleitoral na questão.
Revela, portanto, enorme hipocrisia a atitude do grupo de sete petistas integrantes do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) do Ministério da Justiça – todos nomeados por Dilma Rousseff – que se demitiram coletivamente com a alegação de que o atual governo tem atentado contra a “independência” do órgão e também por discordarem do Plano Nacional de Segurança lançado no início do mês, em caráter de emergência, para enfrentar a crise deflagrada com a sucessão de rebeliões em presídios que atingiram até agora oito Estados. De resto, a iniciativa dos petistas demonstra sem disfarces o aparelhamento a que o Estado brasileiro foi submetido por Lula e companhia para sustentar as políticas partidárias do PT e aliados. Os conselheiros demissionários tinham com certeza, no governo anterior, total “independência” para manter em prudente segundo plano a já então grave questão penitenciária no País.
Um dos demissionários, Gabriel Sampaio, ocupava um lugar no Conselho como recompensa pelos bons serviços que prestara ao PT como assessor do ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e seu auxiliar na defesa de Dilma no processo de impeachment. Aos jornalistas, Sampaio explicou: “Saímos porque o ministro de Estado interditou o debate. Ciente de que o Conselho tinha uma maioria crítica ao Plano de Segurança, à MP que desvia recursos do Funpen para a Segurança Pública e ao decreto de indulto aos presos (publicado em dezembro), optou por alterar a composição do colegiado”.
A alegação de falta de debate revela-se claramente demagógica quando se examina a folha de serviços dos governos petistas relativa a questão tão relevante quanto a situação carcerária. Os petistas não apenas quase nada fizeram enquanto estavam no poder como, agora, queriam perder tempo precioso num “debate” que, a rigor, já foi feito. Seria ocioso repetir o diagnóstico do problema e suas soluções – e verdadeiramente criminoso protelar medidas para restabelecer a ordem nas cidades conturbadas.
Como se trata de uma questão delicada e complexa, é claro que a solução definitiva do problema só virá a médio ou longo prazos, tempo suficiente para eventual correção de medidas de emergência e também para incorporar sugestões colhidas de quem está interessado em colaborar honestamente e não em fazer demagogia.
Por outro lado, a alteração do colegiado a que o petista órfão do poder se refere diz respeito à criação pelo Ministério da Justiça de novos cargos de suplentes, que eram apenas 5, para igualar-se ao número de 13 titulares. É claro que as vagas que agora se abrem não serão ocupadas por militantes petistas.
Em resposta às acusações dos petistas demissionários, um grupo remanescente de conselheiros subscreveu nota: “O grupo que ora se despede identificava-se com a gestão anterior. O Conselho passará, ao natural, por renovação, o que proporcionará melhor compreensão do dramático cenário herdado. O descalabro penitenciário não é de hoje, não tem oito meses, mas décadas” e foi “acentuado nos últimos 14 anos”.
Esse lamentável episódio em que petistas se valeram da crise penitenciária para fazer política de baixo nível é mais uma demonstração dos motivos pelos quais o PT agoniza. Depois de 13 anos de populismo irresponsável agravado, no governo de Dilma Rousseff, pela desastrada tentativa de cunho ideológico de impor ao País uma “nova matriz econômica”, os brasileiros finalmente despertaram para o engodo de que eram vítimas: deram apoio maciço ao afastamento da presidente e decretaram nas urnas o banimento político do PT.
Mas o mal foi feito. Para qualquer lado da administração pública que se olhe, o que se vê é devastação – que custará tempo e tesouro para consertar.
- Paisano
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Pelo que eu me lembre, o PCC nasceu no presidio de Taubaté, na década de 90, e o governador de SP a época era Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho.
E de la para cá, não houve nenhum governador de SP filiado ao PT ou a outro qualquer partido, mas apenas e tão somente ao PSDB.
Esse "editorial" é simplesmente o panfleto ideológico para tentar tirar a responsabilidade do atual governo federal e dos seus apoiantes, no caso, PMDB, PSDB, DEM, PPS e demais partidos da base governista.
E de la para cá, não houve nenhum governador de SP filiado ao PT ou a outro qualquer partido, mas apenas e tão somente ao PSDB.
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- Juniorbombeiro
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Essa imprensa não se manca mesmo. Tem que ver a veracidade desses números, pq eles adoram "cometer equívocos". Mas um fato, apenas para reflexão, construir presídios aqui no Brasil é um parto, ao menos aqui no RS, lembro que alguns anos atrás nenhum município queria receber presídio, aliás presídio, aterro sanitário e condomínio de habitação popular todo mundo cobra, mas ninguém quer no seu bairro. O condomínio popular que o PT construiu aqui na minha cidade, não deixaram fazer dentro da cidade, exigiram que fosse quase nos limites dos municípios, e olha que tem muito condomínio classe média em cidades maiores que passa vergonha perto dele.Paisano escreveu:Pelo que eu me lembre, o PCC nasceu no presidio de Taubaté, na década de 90, e o governador de SP a época era Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho.
E de la para cá, não houve nenhum governador de SP filiado ao PT ou a outro qualquer partido, mas apenas e tão somente ao PSDB.
Esse "editorial" é simplesmente o panfleto ideológico para tentar tirar a responsabilidade do atual governo federal e dos seus apoiantes, no caso, PMDB, PSDB, DEM, PPS e demais partidos da base governista.
Antes do meu emprego atual, cheguei a fazer uma entrevista em uma construtora que fazia módulos pré moldados para presídio, em 2006, o negócio estava bombando.
- Túlio
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Eis aí a diferença entre quem conhece por dentro e quem não, ó Anãozinho Castelhano GAY Multiremumificado Portista da M'daira : comecei em 85 e desde aquele tempo já sabia que Ressocialização é coisa bonita para dizer em entrevista mas JAMAIS se fez qualquer esforço sério neste sentido, e a razão? Aqui não é a Noruega, onde há tanto dinheiro sobrando que eles podem se dar ao luxo de torrar montes de milhões em iniciativas inúteis. Não tem jeito, quem é vago morre vago! Quem não é, não vira. Sem essa de o cara honesto e trabalhador um dia sai da dele, faz uma besteira, vai em cana e volta transformado em um supercriminoso, charla, o que mais vi foi o cara sair e retomar sua vida da melhor maneira que consegue. Já quem é vago mal sai e já recomeça a delinquir. Sobre isso, uma experiência que eu e os demais VETs víamos como a piada que era mas assistimos de camarote, no começo da década:Paisano escreveu:
"Nem tanto ao mar, nem tanto à terra." (Royalties by ?????)
O atual modelo faliu. Simples!!!
No Brasil, infelizmente, presídio virou sinônimo de depósito de pessoas e é uma grande universidade do crime. Vide os PCC´s e CV´s da vida.
No começo desta década, arrumaram uma verba e concluíram o MV-4 (Módulo de Vivência 4) da PMO. O motivo de a verba sair foi dado pelos muito bem pagos "especialistas de jornal" da SUSEPE como sendo separar os primários dos reincidentes, o que daria uma bela taxa de Ressocialização e boa publicidade para o governo, evitando a formação de outra falácia, a da "universidade do crime". Fadado ao fracasso, por óbvio, porque entrava desde cara direito que tinha sido provocado além do que podia aguentar quieto até cara que matava e roubava desde guri e havia sido finalmente preso pela primeira vez. Não tinha como dar certo e não deu, se tornou o módulo com mais violência e rebeliões da PMO porque, ao contrário do que diz a mídia cega e burra, boa parte dos que entram pela primeira vez já são bandidos consumados, apenas ainda não tinham ido em cana; a outra era de gente que não queria mistura com vago - e vários deles homicidas, um dos delitos mais comuns cometidos por Cidadãos honestos, ainda por cima - e deu no que deu: no que a vagabagem veio querer montar facção, prefeitura e o escambau, o resto, que não era disso, não gostou e era pau pegando solto todos os dias. Não recordo de plantão meu em 2011 no qual eu não tenha sido chamado ao menos uma vez para invadir o "V-4", e a cada semana são dois plantões de 24 hs. No Sistema Prisional, o que começa em FALÁCIA acaba em VIOLÊNCIA. Sempre!
Não existe "curso de crime" dentro de cadeia alguma que eu conheça; mesmo tendo passado trocentas horas no Posto de Observação do Pátio, jamais vi vago juntando turma, dando explicações e simulando ações como abordagem de veículos, entrada em formação tática, progressão & quetales; quem entra bandido vai conhecer novos bandidos, possíveis futuros cúmplices e até novos "patrões", apenas isso. Nas charlas lhe podem ser sugeridas ações criminosas mais ousadas e rentáveis, mas fica nisso. E nunca vi nem ouvi falar de cara honesto ir em cana (e vai de monte) e sair de lá assaltando, traficando & quetales. No máximo, quando uma pessoa assim cai no meio de uma facção, trata de se acomodar o menos pior possível e contar os dias para voltar pra rua.Paisano escreveu: E uma universidade que não discrimina ninguém, sejam marginais perigosos ou apenas ladrões de galinha.
Portanto, apenas encarcerar não resolve, tem que existir um algo a mais. Algo que pelo menos tente recuperar o ladrão de galinha.
Por fim, qualquer tipo de recuperação é endógena, não exógena. Não há como convencer ladrão de que roubar NUM POOOOODE, para ele pode e pronto! O cara que larga o crime o faz por razões pessoais, não porque lhe foram oferecidas condições favoráveis pelo Estado. Conheço montanhas de casos para exemplificar tudo o que escrevi acima de maneira credível mas num dá, teria de citar nomes e isso é ilegal. Sem nomes, pode perfeitamente parecer uma história que inventei, teria de ser verificável, não?
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)