Programa de Reaparelhamento da Marinha
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
BR-JP - A hora e a vez do Japão
Aos poucos Brasil e Japão vão aproximando laços militares entre os dois países.
Paulo Mena Barreto
Especial para DefesaNet
Brasília — As forças armadas têm sérias restrições em buscar soluções fora de fornecedores tradicionais. Boas soluções de empresas chinesas, russas, sul-coreanas e mesmo ucranianas são descartadas sem um exame mais atento de suas qualidades e defeitos.
Com isto, continuamos presos a fornecedores europeus e norte-americanos (há uma notável exceção, Israel), que praticam preços mais altos que seus concorrentes, mesmo que atendam os padrões estabelecidos pela Organização do Tratado do Atlântico Norte. Esta política míope não permitiu que as autoridades militares brasileiras percebessem o potencial de uma cooperação com o Japão, que abriu suas exportações em 2014.
Em primeiro lugar, o Império do Japão segue requisitos estabelecidos pela cadeia logística da OTAN. Seus produtos incorporam componentes similares e compatíveis com os fabricados pelos outros países do Ocidente, principalmente pelos Estados Unidos.
Em segundo, há uma longa relação simbiótica com o Brasil, que teve início com a chegada dos primeiros imigrantes trazidos pelo Kasato Maru em 1908, pelo Porto de Santos (as relações diplomáticas são mais antigas e somam 121 anos). No entanto, há um grande complicador que obstaculiza o intercâmbio nipo-brasileiro: um grande desconhecimento do potencial militar japonês.
O Japão renunciou ao direito de declarar guerra na Constituição de 1947, escrita com supervisão do general Douglas MacArthur, mas manteve o direito à autodefesa. Dentro deste conceito, as Forças Japonesas de Autodefesa são responsáveis pela proteção de um perímetro que se inicia a 300 quilômetros do arquipélago japonês.
Em 1988, o deputado federal Maurílio Ferreira Lima propôs que o Brasil, com profunda tradição pacifista, adotasse o modelo de forças de autodefesa. Apesar de, constitucionalmente, as Forças Armadas brasileiras seguirem este conceito, assessores parlamentares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica lhe procuraram pedindo que retirasse o projeto. Todos achavam que, dentro da nova organização, os militares fossem limitados ao papel de polícia, como na Costa Rica.
Maurílio, pacientemente, explicava que a Força de Marítima de Autodefesa do Japão tinha mais navios de combate que a poderosa Marinha Real britânica; ou que a Força Aérea de Autodefesa do Japão possuía mais e melhores aviões de combate que as forças aéreas da Alemanha e da França somadas, mas esbarrava no preconceito gerado pelo desconhecimento do conceito estabelecido pela Constituição japonesa.
Laços firmados
Em agosto de 2014, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, visitou o Brasil. A cooperação militar foi um dos itens na longa lista de acordos firmados nos encontros bilaterais com a então presidente da República, Dilma Rousseff. O primeiro passo foi a nomeação pelo governo japonês do primeiro adido militar.
No dia 22 de fevereiro deste ano, o chefe do Estado-Maior da Força Terrestre de Autodefesa do Japão, general de Exército Kiyofumi Iwata, visitou o Brasil e se encontrou com o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, almirante Ademir Sobrinho. Na reunião, constataram que os dois países sabiam muito pouco um sobre o outro. Como primeiro passo, decidiram criar um intercâmbio entre as escolas militares.
O General Iwata também visitou o Comandante do Exército Gen Ex Villas Boas, o Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em Manaus e o centro de operações da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, em Dourados, MS, Base do Sistema de Vigilância e Monitoramento da Fronteira (SISFRON).
Oportunidade e regras
Um bom exemplo do potencial da cooperação entre as forças terrestres dos dois países está na área de blindados sobre lagartas. O Brasil procura um carro de combate moderno, armado com um canhão de 120 mm, detectores modernos e blindagem composta que tenha, no máximo, 40 toneladas vazio. Ele existe. O T-10, concebido para substituir os carros de combate T-74, construídos na década de 1970, começa a equipar os regimentos blindados da Força Terrestre de Autodefesa do Japão.
A classe de contratorpedeiros Akisuki também se enquadra perfeitamente nos requerimentos do Programa de Obtenção de Meios de Superfície (PROSUPER), que prevê a aquisição inicial, com transferência de tecnologia, de cinco escoltas de 6 mil toneladas.
Por questões orçamentárias, o projeto está com atraso de quatro anos. Com base nisto, as fragatas da Classe Niterói terão de receber novos motores para ganharem alguma operacionalidade. A solução prevista, com a adoção de um sistema diesel-elétrico, implica em riscos estruturais, longo prazo para a realização da reforma e alto custo de implantação.
A classe de destróiers Hatsuyuki, formada por 12 navios, que está em processo de desativação, foi equipada com turbinas a gás Olympus fabricadas pela Kawasaki sob licença da Rolls Royce. Por meio de um acordo trilateral, com o pagamento de royalties, algumas destas unidades motrizes poderiam ser vendidas ao Brasil, uma vez que não são mais fabricadas no Reino Unido.
O atraso no PROSUPER também abriu possibilidade para a aquisição de oportunidade que podem interessar o governo do Japão. As propostas apresentadas à Marinha do Brasil foram mal avaliadas em virtude do mau estado de conservação. Os Hatsuyuki, uma vez que empregam motores similares e armamento similar aos empregados na Classe Niterói, poderiam ser uma boa alternativa se fossem arrendados em sistema de leasing, mas, para isto, o Brasil deverá cumprir algumas formalidades.
Em 2014, logo após a aprovação da nova lei, Austrália e Reino Unido se apressaram em firmar um acordo de cooperação tecnológica com o Japão. A razão é simples: o documento estabelece uma série de pré-requisitos para a exportação de produtos e tecnologias de uso dual ou militar. São beneficiados países que possuem uma aliança militar com o Japão, caso dos Estados Unidos; nações que assinaram acordos de cooperação tecnológica, caso da Austrália e da Grã-Bretanha e que fazem parte do entorno estratégico nipônico, como a Indonésia, mas há uma possibilidade de se resolver parte dos problemas da Esquadra mesmo sem um acordo formal.
Faz parte da tradição japonesa ajudar amigos que pedem ajuda, e a amizade nipo-brasileira se fortaleceu ao longo de 128 anos e pode ser comprovada nos milhões de descendentes dos imigrantes nipônicos que participam da construção do Brasil.
Aos poucos Brasil e Japão vão aproximando laços militares entre os dois países.
Paulo Mena Barreto
Especial para DefesaNet
Brasília — As forças armadas têm sérias restrições em buscar soluções fora de fornecedores tradicionais. Boas soluções de empresas chinesas, russas, sul-coreanas e mesmo ucranianas são descartadas sem um exame mais atento de suas qualidades e defeitos.
Com isto, continuamos presos a fornecedores europeus e norte-americanos (há uma notável exceção, Israel), que praticam preços mais altos que seus concorrentes, mesmo que atendam os padrões estabelecidos pela Organização do Tratado do Atlântico Norte. Esta política míope não permitiu que as autoridades militares brasileiras percebessem o potencial de uma cooperação com o Japão, que abriu suas exportações em 2014.
Em primeiro lugar, o Império do Japão segue requisitos estabelecidos pela cadeia logística da OTAN. Seus produtos incorporam componentes similares e compatíveis com os fabricados pelos outros países do Ocidente, principalmente pelos Estados Unidos.
Em segundo, há uma longa relação simbiótica com o Brasil, que teve início com a chegada dos primeiros imigrantes trazidos pelo Kasato Maru em 1908, pelo Porto de Santos (as relações diplomáticas são mais antigas e somam 121 anos). No entanto, há um grande complicador que obstaculiza o intercâmbio nipo-brasileiro: um grande desconhecimento do potencial militar japonês.
O Japão renunciou ao direito de declarar guerra na Constituição de 1947, escrita com supervisão do general Douglas MacArthur, mas manteve o direito à autodefesa. Dentro deste conceito, as Forças Japonesas de Autodefesa são responsáveis pela proteção de um perímetro que se inicia a 300 quilômetros do arquipélago japonês.
Em 1988, o deputado federal Maurílio Ferreira Lima propôs que o Brasil, com profunda tradição pacifista, adotasse o modelo de forças de autodefesa. Apesar de, constitucionalmente, as Forças Armadas brasileiras seguirem este conceito, assessores parlamentares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica lhe procuraram pedindo que retirasse o projeto. Todos achavam que, dentro da nova organização, os militares fossem limitados ao papel de polícia, como na Costa Rica.
Maurílio, pacientemente, explicava que a Força de Marítima de Autodefesa do Japão tinha mais navios de combate que a poderosa Marinha Real britânica; ou que a Força Aérea de Autodefesa do Japão possuía mais e melhores aviões de combate que as forças aéreas da Alemanha e da França somadas, mas esbarrava no preconceito gerado pelo desconhecimento do conceito estabelecido pela Constituição japonesa.
Laços firmados
Em agosto de 2014, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, visitou o Brasil. A cooperação militar foi um dos itens na longa lista de acordos firmados nos encontros bilaterais com a então presidente da República, Dilma Rousseff. O primeiro passo foi a nomeação pelo governo japonês do primeiro adido militar.
No dia 22 de fevereiro deste ano, o chefe do Estado-Maior da Força Terrestre de Autodefesa do Japão, general de Exército Kiyofumi Iwata, visitou o Brasil e se encontrou com o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, almirante Ademir Sobrinho. Na reunião, constataram que os dois países sabiam muito pouco um sobre o outro. Como primeiro passo, decidiram criar um intercâmbio entre as escolas militares.
O General Iwata também visitou o Comandante do Exército Gen Ex Villas Boas, o Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em Manaus e o centro de operações da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, em Dourados, MS, Base do Sistema de Vigilância e Monitoramento da Fronteira (SISFRON).
Oportunidade e regras
Um bom exemplo do potencial da cooperação entre as forças terrestres dos dois países está na área de blindados sobre lagartas. O Brasil procura um carro de combate moderno, armado com um canhão de 120 mm, detectores modernos e blindagem composta que tenha, no máximo, 40 toneladas vazio. Ele existe. O T-10, concebido para substituir os carros de combate T-74, construídos na década de 1970, começa a equipar os regimentos blindados da Força Terrestre de Autodefesa do Japão.
A classe de contratorpedeiros Akisuki também se enquadra perfeitamente nos requerimentos do Programa de Obtenção de Meios de Superfície (PROSUPER), que prevê a aquisição inicial, com transferência de tecnologia, de cinco escoltas de 6 mil toneladas.
Por questões orçamentárias, o projeto está com atraso de quatro anos. Com base nisto, as fragatas da Classe Niterói terão de receber novos motores para ganharem alguma operacionalidade. A solução prevista, com a adoção de um sistema diesel-elétrico, implica em riscos estruturais, longo prazo para a realização da reforma e alto custo de implantação.
A classe de destróiers Hatsuyuki, formada por 12 navios, que está em processo de desativação, foi equipada com turbinas a gás Olympus fabricadas pela Kawasaki sob licença da Rolls Royce. Por meio de um acordo trilateral, com o pagamento de royalties, algumas destas unidades motrizes poderiam ser vendidas ao Brasil, uma vez que não são mais fabricadas no Reino Unido.
O atraso no PROSUPER também abriu possibilidade para a aquisição de oportunidade que podem interessar o governo do Japão. As propostas apresentadas à Marinha do Brasil foram mal avaliadas em virtude do mau estado de conservação. Os Hatsuyuki, uma vez que empregam motores similares e armamento similar aos empregados na Classe Niterói, poderiam ser uma boa alternativa se fossem arrendados em sistema de leasing, mas, para isto, o Brasil deverá cumprir algumas formalidades.
Em 2014, logo após a aprovação da nova lei, Austrália e Reino Unido se apressaram em firmar um acordo de cooperação tecnológica com o Japão. A razão é simples: o documento estabelece uma série de pré-requisitos para a exportação de produtos e tecnologias de uso dual ou militar. São beneficiados países que possuem uma aliança militar com o Japão, caso dos Estados Unidos; nações que assinaram acordos de cooperação tecnológica, caso da Austrália e da Grã-Bretanha e que fazem parte do entorno estratégico nipônico, como a Indonésia, mas há uma possibilidade de se resolver parte dos problemas da Esquadra mesmo sem um acordo formal.
Faz parte da tradição japonesa ajudar amigos que pedem ajuda, e a amizade nipo-brasileira se fortaleceu ao longo de 128 anos e pode ser comprovada nos milhões de descendentes dos imigrantes nipônicos que participam da construção do Brasil.
- gabriel219
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Se tiver dinheiro sim, tem Whidbey Island, Harpers Perry...FABIO escreveu:Gabriel sera que o tio Sam libera algum NDD para MB?
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Marechal-do-ar escreveu:Entendi perfeitamente o que você disse, você insistiu na solução psicológica, mover os custos da previdência de uma pasta para outra mas sem resolver o problema, já discutimos isso antes, e eu discordo, não acho que ocorreria o efeito psicológico que você acredita que vai ocorrer.Luís Henrique escreveu:Você não entendeu nada do que eu disse.
Mas em uma parte do seu texto você propôs algo novo, que até achei uma boa ideia, e por isso quotei, mas faltou resolver o problema da previdência ali.
O Temer quer reformar a previdencia, todo mundo sabe o buraco negro que é aquilo ali, mas, como os militares já manifestaram (e concordo com eles) a carreira militar é diferenciada e assim deve ser a aposentadoria militar, então o Temer não vai resolver esse problema.
Mas tudo bem por que 35 bi é pouco? Num momento de déficit qualquer bilhão é muito, mas supondo que com um novo boom de commodities (e não vejo outra forma da situação econômica melhorar considerando como o país trata a educação e a indústria) o governo tivesse alguns bilhões sobrando e aumentasse o gasto militar sem aposentadorias de 0,77% do PIB para 2% do PIB, será que as aposentadorias subiriam de forma proporcional? Talvez uns 100 bi? Ainda é pouco?
Não adianta querer ignorar o problema das aposentadorias, só faria faltar dinheiro para outras coisas (e advinha de onde vão querer tirar?), mas você propôs uma solução interessante para "incentivar" os militares a buscarem alternativas, só faltou aplicar essa solução à previdência.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Lord Nauta escreveu:BR-JP - A hora e a vez do Japão
Aos poucos Brasil e Japão vão aproximando laços militares entre os dois países.
Em 2014, logo após a aprovação da nova lei, Austrália e Reino Unido se apressaram em firmar um acordo de cooperação tecnológica com o Japão. A razão é simples: o documento estabelece uma série de pré-requisitos para a exportação de produtos e tecnologias de uso dual ou militar. São beneficiados países que possuem uma aliança militar com o Japão, caso dos Estados Unidos; nações que assinaram acordos de cooperação tecnológica, caso da Austrália e da Grã-Bretanha e que fazem parte do entorno estratégico nipônico, como a Indonésia, mas há uma possibilidade de se resolver parte dos problemas da Esquadra mesmo sem um acordo formal.
Faz parte da tradição japonesa ajudar amigos que pedem ajuda, e a amizade nipo-brasileira se fortaleceu ao longo de 128 anos e pode ser comprovada nos milhões de descendentes dos imigrantes nipônicos que participam da construção do Brasil.
http://jojoscope.com/2015/12/dilma-impo ... do-brasil/
Alguns acordos já poderiam ter sido feitos mas devido a instabilidade no Brasil...ironia a parte o Lula disse em 2009: no Japão é assim: você fala bom dia para um ministro e boa tarde para outro.
Os japoneses fizeram acordos salvaguarda militar com o Eua, Inglaterra, França, Austrália, Suécia, Itália, Holanda e Alemanha, Indonésia, Filipinas,Índia, países que esta em negociação acordos do mesmo tipo, Israel, África do Sul, Vietnã. Singapura, Indonésia, Noruega, Turquia,etc,
Países que foi firmado acordo para desenvolvimento de projetos militares em parceria, Eua, Inglaterra, França e Austrália.
http://www.youtube.com/watch?v=SzPay5TRsGk
Documentário da NHK, os japoneses criaram a lei de proibição de exportação de material militar porque em 1965 a Iugoslávia e Indonésia 18:48 fabricaram misseis com tecnologia espacial vendida por empresas japonesas, os pesquisadores que trabalharam na pesquisa se revoltaram contra o governo japonês pela utilização militar do projeto por terceiros, este foi o ponto de partida da proibição total de tecnologia militar, mesmo com a proibição não se impediu um escândalo em 1985 quando o Eua descobriu que empresas japonesas vendiam tecnologias de uso dual em segredo a URSS.
Este japonês que aparece na maior parte do inicio do vídeo 8:30 se chama Hocchi Tooru ele é responsável pela divisão do ministério de defesa japonês, sobre compra e venda de armas.
21:40 no vídeo diz que o Irã fez varias vezes pedidos ao governo japonês para exportar peças do F-4, os japoneses importavam 13% do petroleiro do Irã, eles somente conseguiram recusar o pedido sem prejudicar as relações bilaterais porque existia a lei de proibição de exportação de material militar como desculpa, depois das sanções referente ao programa nuclear eles perderam sua cota dos japoneses para os rivais no OM.
No vídeo se explica que países que os japoneses já tem acordos diretos não é preciso um acordo para um terceiro pais no fornecimento de material, se precisar dos motores ou peças fabricados por uma empresa japonesa e só fazer o pedido no caso os ingleses que encomendam os motores dos japoneses e reexportam ele ao Brasil, foi assim que foi feito a exportação dos 27:50 giroscópios de misseis Pac-2 do Japão>Eua>Catar.
Somente é necessário tratados se a negociação for feita direta com o fornecedor japonês, ai seria igual a burocracia no Brasil o fornecedor vai ter de recorrer ao ministério de defesa que se aprovar vai recorrer ao ministério de relações exteriores para firmar os acordos necessários.
No vídeo 31:45 por outro lado existe problemas do lado japonês, esta empresa fabrica indutores para o ministério de defesa japonês e agencia espacial japonesa, a empresa se recusou a fazer negócios sem exceção com qualquer produto voltado a exportação, eles não querem que alguma coisa fabricada por eles seja utilizada em um conflito no exterior.
41:00 no vídeo diz que a maioria das Lentes de alta definição utilizadas em equipamentos militares são de origem japonesa, as lentes IR de 10km são utilizadas em blindados e as de 30Km são utilizadas em equipamentos aéreos, inclusive são exportados para China, o intermediário americano compra o produto dos japoneses, que revende a empresas de outros países que revende a outros governos, o governo japonês tenta vetar este tipo negocio, mas é difícil barrar porque as negociações são entre empresas civis.
Desde 2010 a Turquia tentava comprar um motor de 1700hp para o Altay as negociações estavam quase fechadas com os japoneses porem com as noticias de envolvimento dos turcos na Síria o governo japonês encerrou a conclusão do negocio.
As 5 aeronaves TC90 usadas que os japoneses vão emprestar para a Marinha da Filipinas dizem que o aluguel seria de 100 dólares por ano, um preço simbólico porque as leis japonesas não permite a doação de patrimônio estatal.
Estes TC-90 são utilizados para treinar pilotos para o P3C, não se sabe se eles pretendem instalar um radar para utilizar como patrulheiro ou se pretende utilizar para treinamento inicial de pilotos e receber no futuro P3C usados do Japão.
Como foi dito se pedir ajuda dificilmente eles dizem não, principalmente se o país for considerado amigo, contribui mais ainda o fator de que o Brasil não se envolve em conflitos, isto evita qualquer critica.
Editado pela última vez por akivrx78 em Sáb Set 10, 2016 11:45 am, em um total de 1 vez.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
O Japão tem mais coleiras que a gente, bobagem fazer negócios lá
Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Propina também deve ser menor, melhor continuar com amigos de casa.
Editei para tentar explicar melhor, os japoneses não estão interessados em sair por ai igual aos franceses vendendo tudo, primeiro que a maioria dos produtos que eles tem são de fabricação sob licença ou os projeto pertencem ao governo japonês.
As empresas japonesas não podem sair por ai vendendo um Type 10 por exemplo, o projeto foi desenvolvido pela TrdI eles projetam tudo, escolheram os fornecedores, tudo bancado e organizado pelo ministério de defesa, depois do prototipo ser testado e aprovado eles entregam o projeto finalizado para uma empresa organizar uma linha de produção e produzir.
No caso de meios marítimos e blindados os fabricantes japoneses tem risco zero de sair em prejuízo, no caso de aeronaves o assunto muda um pouco porque eles não tem uma indústria aeronáutica desenvolvida, a Trdi apenas projeta e desenvolve algumas partes ou tecnologias que acha importante e depois paga para um fabricante produzir os protótipos.
As empresas são limitadas a vender apenas tecnologias ou partes de sistemas que não foi bancado o desenvolvimento pelo governo japonês, ele tem autorização de comercializar alguma coisa bancada pelo governo somente se o governo liberar, para ajudar as empresas a tentar reduzir custos o governo japonês liberou as empresas a tentarem se integrar na cadeia de produção mundial como fornecedores de sistemas que eles fabricam sob licença que saíram de produção no mercado.
O Soryu foi oferecido a Austrália porque o governo japonês tinha o interesse estratégico no assunto, e só observar a Índia pedindo para os japoneses participarem para sua nova concorrência e a falta de vontade dos japoneses.
Para os 4 países que eles fizeram o acordo de desenvolvimento conjunto esta liberado as empresas japonesas a entrar nestes mercados e desenvolverem o que quiserem com seu próprio capital, a Mitsubishi pretende entrar no mercado americano de blindados.
Mesmo retirando a proibição de exportação existe leis que devem ser cumpridas as 3 principais de 1976 são:
Não fornecer equipamento militar a países em guerra
Não fornecer equipamentos militar a países sobre embargo da Onu
Não fornecer equipamentos militar a países de regimes não democráticos
Em 2015 foi criado um conselho com membros do ministério de defesa, ministério da indústria e ministério de relações exteriores este conselho tem o poder de aprovar ou vetar a exportação de equipamentos militares.
Minha opinião, eles demonstram ter pouca vontade de vender, estão procurando mais parcerias para reduzir custos, mesmo o Abe apoiando a exportação os militares japoneses demonstram ser completamente contra a exportação, levando em conta estes fatores as chances são praticamente zero deles virem a fazer alguma proposta a MB, se os dois países fizerem acordos na área de defesa ai sim pode evoluir para alguma coisa concreta.
Editei para tentar explicar melhor, os japoneses não estão interessados em sair por ai igual aos franceses vendendo tudo, primeiro que a maioria dos produtos que eles tem são de fabricação sob licença ou os projeto pertencem ao governo japonês.
As empresas japonesas não podem sair por ai vendendo um Type 10 por exemplo, o projeto foi desenvolvido pela TrdI eles projetam tudo, escolheram os fornecedores, tudo bancado e organizado pelo ministério de defesa, depois do prototipo ser testado e aprovado eles entregam o projeto finalizado para uma empresa organizar uma linha de produção e produzir.
No caso de meios marítimos e blindados os fabricantes japoneses tem risco zero de sair em prejuízo, no caso de aeronaves o assunto muda um pouco porque eles não tem uma indústria aeronáutica desenvolvida, a Trdi apenas projeta e desenvolve algumas partes ou tecnologias que acha importante e depois paga para um fabricante produzir os protótipos.
As empresas são limitadas a vender apenas tecnologias ou partes de sistemas que não foi bancado o desenvolvimento pelo governo japonês, ele tem autorização de comercializar alguma coisa bancada pelo governo somente se o governo liberar, para ajudar as empresas a tentar reduzir custos o governo japonês liberou as empresas a tentarem se integrar na cadeia de produção mundial como fornecedores de sistemas que eles fabricam sob licença que saíram de produção no mercado.
O Soryu foi oferecido a Austrália porque o governo japonês tinha o interesse estratégico no assunto, e só observar a Índia pedindo para os japoneses participarem para sua nova concorrência e a falta de vontade dos japoneses.
Para os 4 países que eles fizeram o acordo de desenvolvimento conjunto esta liberado as empresas japonesas a entrar nestes mercados e desenvolverem o que quiserem com seu próprio capital, a Mitsubishi pretende entrar no mercado americano de blindados.
Mesmo retirando a proibição de exportação existe leis que devem ser cumpridas as 3 principais de 1976 são:
Não fornecer equipamento militar a países em guerra
Não fornecer equipamentos militar a países sobre embargo da Onu
Não fornecer equipamentos militar a países de regimes não democráticos
Em 2015 foi criado um conselho com membros do ministério de defesa, ministério da indústria e ministério de relações exteriores este conselho tem o poder de aprovar ou vetar a exportação de equipamentos militares.
Minha opinião, eles demonstram ter pouca vontade de vender, estão procurando mais parcerias para reduzir custos, mesmo o Abe apoiando a exportação os militares japoneses demonstram ser completamente contra a exportação, levando em conta estes fatores as chances são praticamente zero deles virem a fazer alguma proposta a MB, se os dois países fizerem acordos na área de defesa ai sim pode evoluir para alguma coisa concreta.
Editado pela última vez por akivrx78 em Dom Set 11, 2016 3:26 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
gabriel219 escreveu:Se tiver dinheiro sim, tem Whidbey Island, Harpers Perry...FABIO escreveu:Gabriel sera que o tio Sam libera algum NDD para MB?
Eu, sou da opinião que a MB deveria fazer um esforço para obter navios da classe Harpers Perry. Com o recebimento destes navios os dois NDCC mais antigos seriam retirados de serviço. Também sou da opinião que o Marajó deveria ser substituído por um navio tanque de esquadra obtido por oportunidade.
Sds
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
A MB já deixou de ter muita coisa boa. Na situação atual eu pegaria 6 OHP e modernizava lá mesmo, tirava as corvetas e as T22.
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- Luís Henrique
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Você tira de uma pasta e coloca na outra. E o recurso você deixa de aplicar nesta pasta e aplica na outra.Marechal-do-ar escreveu:Entendi perfeitamente o que você disse, você insistiu na solução psicológica, mover os custos da previdência de uma pasta para outra mas sem resolver o problema, já discutimos isso antes, e eu discordo, não acho que ocorreria o efeito psicológico que você acredita que vai ocorrer.Luís Henrique escreveu:Você não entendeu nada do que eu disse.
Mas em uma parte do seu texto você propôs algo novo, que até achei uma boa ideia, e por isso quotei, mas faltou resolver o problema da previdência ali.
O Temer quer reformar a previdencia, todo mundo sabe o buraco negro que é aquilo ali, mas, como os militares já manifestaram (e concordo com eles) a carreira militar é diferenciada e assim deve ser a aposentadoria militar, então o Temer não vai resolver esse problema.
Mas tudo bem por que 35 bi é pouco? Num momento de déficit qualquer bilhão é muito, mas supondo que com um novo boom de commodities (e não vejo outra forma da situação econômica melhorar considerando como o país trata a educação e a indústria) o governo tivesse alguns bilhões sobrando e aumentasse o gasto militar sem aposentadorias de 0,77% do PIB para 2% do PIB, será que as aposentadorias subiriam de forma proporcional? Talvez uns 100 bi? Ainda é pouco?
Não adianta querer ignorar o problema das aposentadorias, só faria faltar dinheiro para outras coisas (e advinha de onde vão querer tirar?), mas você propôs uma solução interessante para "incentivar" os militares a buscarem alternativas, só faltou aplicar essa solução à previdência.
Simples.
Ai você pode dizer: Mas qual é o ganho nisso, já que o gasto com inativos vai sair da pasta mas o dinheiro também?
O ganho fica para depois. Para os próximos anos.
Os militares e demais interessados vão continuar em busca de mais recursos. Um orçamento mais enxuto será mais fácil de conseguir AUMENTOS.
Será mais fácil para os militares mostrarem como o Brasil investe POUCO.
Será muito melhor, uma palestra das forças armadas no congresso, colocar o 0,77% do PIB e mostrar que a média mundial é + de 2%.
Mostrar o tamanho do Brasil, de toda nossa riqueza, e mostrar que estamos quase fora do top 20. Que investimos pouca coisa mais que a Colombia, que é um país bem menor com população equivalente à do nosso estado de São Paulo, etc.
Enfim, eu acredito que será muitíssimo mais fácil conseguir aumentos no orçamento após este primeiro passo.
Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
Simplesmente um GRANDE caça.
- talharim
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
A MB poderia pegar as 3 mais novas fragatas classe Georges Leygues foram construídas em 86,88 e 90 e segundo consta diferem das mais antigas de sua classe por terem melhor capacidade oceânica e equipamentos mais modernos .O grupo propulsor a MB já conhece de cabeça para baixo poderiam trocar apenas o canhao principal de 100mm e padronizar com o marquinho 114 retirado de alguma Inhauma.
"I would rather have a German division in front of me than a French
one behind me."
General George S. Patton.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
2 Georges Leygues e 2 Cassard, já que as Georges são principalmente ASW, as Cassard completariam e formariam a cobertura AAW.talharim escreveu:A MB poderia pegar as 3 mais novas fragatas classe Georges Leygues foram construídas em 86,88 e 90 e segundo consta diferem das mais antigas de sua classe por terem melhor capacidade oceânica e equipamentos mais modernos .O grupo propulsor a MB já conhece de cabeça para baixo poderiam trocar apenas o canhao principal de 100mm e padronizar com o marquinho 114 retirado de alguma Inhauma.
Inclusive é uma das poucas usadas no mercado com uma real capacidade anti aérea, usando o Standard SM-1MR.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Exatamente o mesmo míssil antiaereo do OHP: SM-1MRTikuna escreveu:2 Georges Leygues e 2 Cassard, já que as Georges são principalmente ASW, as Cassard completariam e formariam a cobertura AAW.talharim escreveu:A MB poderia pegar as 3 mais novas fragatas classe Georges Leygues foram construídas em 86,88 e 90 e segundo consta diferem das mais antigas de sua classe por terem melhor capacidade oceânica e equipamentos mais modernos .O grupo propulsor a MB já conhece de cabeça para baixo poderiam trocar apenas o canhao principal de 100mm e padronizar com o marquinho 114 retirado de alguma Inhauma.
Inclusive é uma das poucas usadas no mercado com uma real capacidade anti aérea, usando o Standard SM-1MR.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Este míssil já não está descontinuado? Não foi este um dos motivos (não o único) que fizeram a MB não se interessar pela OHP?