LeandroGCard escreveu:JL escreveu:Penso que talvez não compense construir a CV 03. Precisa ser muito bem calculado. Porque digo isso, simplesmente será que compensa todo o esforço para construir 04 navios ou no máximo 06? Toda a produção precisa de escala.
Não, o conceito está errado.
CONSTRUÇÃO não precisa de escala, caso contrário não haveria tantos prédios, pontes E NAVIOS por aí pelo mundo dos quais foram construídos um único exemplar. O que precisa de escala é a FABRICAÇÃO (que utiliza linhas de produção e montagem), mas fora situações excepcionais navios não são fabricados e sim construídos. As vantagens de construir várias unidades é muitíssimo menor do que seria em se tratando de produtos fabricados (como automóveis por exemplo, que se fabricados um a um custam até dez ou mais vezes do que se produzidos em série). Os ganhos de escala possíveis muitas vezes são inferiores aos prejuízos causados pela construção de mais unidades de um projeto não otimizado ou que ficou desatualizado pela evolução do setor.
Na construção o que se precisa é de uma boa capacidade de projeto (projetos são sempre necessários, caso se vá construir apenas uma unidade ou mil por hora de qualquer coisa, e no caso de construção naval os projetos são bastante complexos), infra-estrutura e equipamentos para montar uma estrutura funcional (o casco, no caso de navios), capacidade de empregá-los, conhecimentos sobre como se instalar os sub-sistemas necessários e expertise para avaliar a qualidade final. Não é necessário o uso de gabaritos, ferramental de conformação, linhas de montagem e etc..., as estruturas pode ser conformadas usando até mesmo métodos manuais e os equipamentos e sistemas instalados são sempre adquiridos de terceiros (nenhum estaleiro produz motores, hélices, canhões ou mísseis). Estando disponíveis a capacidade de projeto e os recursos de construção estes são de aplicação genérica, podem ser usados para construir diferentes projetos sucessivamente ou até em paralelo, ao mesmo tempo. Se você já possui por exemplo um dique com 200m, os equipamentos de corte-solda-montagem e o expertise para usá-los, pode construir indiferentemente desde lanchas de patrulha fluvial de 10m até navios de 200m, nas mesmas instalações e usando os mesmos equipamentos e pessoal. O importante é dominar o conhecimento (os equipamentos simplesmente se compram no mercado, caso se saiba o que é necessário e como usá-los).
Estas são as capacidades que a MB quer adquirir com o programa das CV-3. Depois disso ela em princípio estará apta a continuar os seus desenvolvimentos e aquisições no ritmo que a liberação de verbas pelo poder publico permitir, e contará com o argumento de que a base industrial desenvolvida precisa ser mantida em operação (para garantir a manutenção dos empregos e do expertise), um argumento muito mais palatável para nossos políticos e nossa sociedade do que qualquer necessidade estritamente militar. Trocar isso por um custo um pouco menor ou navios um pouco maiores se adquiridos lá fora é uma visão extremamente simplista, que considera apenas uma situação pontual da MB e conseguirá somente reproduzir o mesmo ciclo de reposição rápida de meios por absoluta falta de opção seguida por décadas de inexorável decadência e obsolescência destes mesmos meios adquiridos, o que tem sido a característica da MB desde o final da Guerra do Paraguai até hoje (e que resultou em que na maior parte deste tempo a MB era decadente e obsoleta, exatamente como agora).
Leandro G. Card
Sobre estaleiro novos e ao Lord Nauta que falou sobre a construção de um Estaleiro Militar na BNA:
O maior estaleiro do Hemisferio Sul, capaz de construir navios de grande porte, foi construido com financiamento de R$2 bilhões em Pernambuco, com recursos do Fundo da Marinha Mercante e do BNDES, tendo como sócios os grupos Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, ou seja devedoras do financiamento e devedoras através corrupção apuradas na Lava Jato.
Retirado do site
http://www.estaleiroatlanticosul.com.br/:
"O Estaleiro Atlântico Sul S.A., criado em novembro de 2005 e tendo como sócios os grupos Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, objetiva ser a maior e mais moderna empresa do setor de construção naval e offshore do hemisfério onde está localizado. O empreendimento, um marco na revitalização da indústria naval no Brasil, é resultado de investimentos de R$ 1,8 bilhão e tem capacidade instalada de processamento da ordem de 160 mil toneladas de aço por ano.
A empresa produz todos os tipos de navios cargueiros de até 500 mil toneladas de porte bruto (TPB), além de plataformas offshore dos tipos semissubmersível, FPSO (Unidades Flutuantes de Produção e Armazenamento offshore), TLP (Plataformas de Pernas Atirantadas) e SPAR, entre outras.
O Estaleiro Atlântico Sul conta com capacidade de processamento de 160 mil toneladas de aço/ano, 1 milhão e 620 mil metros quadrados de terreno, área industrial coberta de 130 mil metros quadrados e um dique seco de 400 metros de extensão, 73 metros de largura e 12 metros de profundidade. O dique é servido por dois pórticos Goliaths de 1.500 toneladas/cada, dois guindastes de 50 toneladas/cada e dois de 35 toneladas/cada.
O porte destes equipamentos permite reduzir substancialmente o tempo de edificação, possibilitando ao Estaleiro Atlântico Sul figurar no seleto time das plantas navais de quarta geração, junto aos estaleiros asiáticos, considerados a vanguarda da construção naval mundial.
O Estaleiro Atlântico Sul possui também um cais de acabamento com 730 metros de extensão, equipado com dois guindastes de 35 toneladas. Outros 680 metros de cais são utilizados para a construção de plataformas offshore."
Este Estaleiro não pode ser usado para o PROSUPER ?
Se puder, só falta um acordo entre o GF, as "respeitosas empreiteiras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão" e uma empresa estrangeira que faça o PROSUPER renascer das cinzas....
Abs