FCarvalho escreveu:Encomendamos apenas um navio da Barroso. Não tem contabilidade e nem engenharia financeira que resolva isso. Vai ser caro, muto caro, sempre. Fossem 4, 5 ou 6 navios encomendados, era outra coisa, mas comprar um e esperar que sai barato como outros estaleiros e/ou países fazem por aí, difícil.
A Barroso sofreu das mesmas problemáticas que a CV-3 tem por agora. Falta de infraestrutura e mão de obra qualificada, ausência de estaleiros modernos e know how em projetos deste tipo, sistemas encomendados a conta gotas e pouquíssimas undes. Enfim, não temos escala de produção sequer para iniciar uma linha de produção e dissipar custos. Tudo foi feito, e será agora, de novo, praticamente de forma quase que artesanal.
Não tem jeito. Se vamos preço de fragata por corvetas, é bom que alguém ao menos tenha um plano B para caso outro alguém decidir que isso está caro demais, e resolver que não precisamos de corvetas, mas de mais lanchas ou navios hospitais de segunda mão na amazônia....
abs.
O custo/preço de navios, que são CONSTRUÍDOS, não cai muito com a quantidade de unidades, como se observa no caso de bens de produção em massa como carros e eletrodomésticos, que são FABRICADOS. Não existem muitas reduções possíveis em termos de economia de escala, já que em qualquer situação o número de unidades não chega sequer às dezenas e isso não justifica desenvolver ferramentais típicos para a produção seriada. No máximo se diluem os custos de projeto, mas neste caso estes custos vão ser bancados de qualquer forma, boa parte deles inclusive já foi e está sendo bancado atualmente pois o projeto está em pleno andamento.
O que pode ter um preço elevado é o custo de se preparar o AMRJ ou algum outro estaleiro para construir estes navios. E isso vai existir seja para as CV-3, para OPV´s, para fragatas de 6.000 ton ou para qualquer outro navio que se deseje construir com as técnicas que se empregam atualmente e que nossos estaleiros tem dificuldade de aplicar. Mas se quisermos algum dia possuir uma BID na área naval isso será inevitável. Se por conta de eventuais crises econômicas for decidido abrir mão disso e simplesmente comprar qualquer coisa lá fora, nova ou usada, então se estará ajudando a alimentar a própria crise, e diminuindo as chances de que algum dia ela possa ser enfim superada.
Leandro G. Card