Tudo muito lindo, tudo muito didático, e dou a mão a palmatória, quase tudo está certo...mas cadê o Daniel Dantas nessa história toda??? Pq os jornalista "de mercado" no Brasil têm tanto pudor em colocar o dedo nessa ferida????Wingate escreveu:Bourne escreveu:Isso explica muita coisa.
Por exemplo, como as construtoras nacionais construíram um cinturão de proteção que não permite existir concorrência estrangeiras. Os conteúdos mínimos nas compras governamentais feitos por estrangeiros aqui com equipamento de segunda ou terceira. A dificuldade de fazer importação independente. Novas firmas participarem e ganharem licitações públicas. Por que algumas empresas são beneficiadas em relação a outras, apesar de serem iguais inicialmente e parecerem não precisar de ajuda.
A esquerda radical comunista do PT, os progressistas tucanados do Aécio e a direita conservadora oligarca do renan/sarney/ciro defende o roteiro acima. Se não existisse, imagina como seria o esquema do Aécio? Supondo que as multinacionais brasileira fossem transparentes, as estatais tivessem uma gestão profissional sem indicados políticos, e a regulação do setor financeiro e tributário funcionasse?
Os indicativos de mudança só vingar o país está quebrado, não há dinheiro para essas brincadeiras e boa parte da população não aceita mais esses negócios escusos, mesmo assim a passos de formiga e sem vontade. O problema do Brasil é que os grupos privados e políticos engajados aparelharam, ficaram com os lucros e benefícios, mas estatizaram os riscos e prejuízos .
A Coreia e Brasil faziam algo parecido até anos 1980s. A diferença é que os coreanos trocaram o excesso de cenouras por muito chicote. Ainda assim não é nenhum exemplo de combate a corrupção, desvios e favorecimento. Já no brasil a preferência foi aumentar a cenoura.
Abaixo parte do problema.
Essa tal de cenoura, em vez de petisco-chamariz, está sendo o nosso supositório...A Coreia e Brasil faziam algo parecido até anos 1980s. A diferença é que os coreanos trocaram o excesso de cenouras por muito chicote. Ainda assim não é nenhum exemplo de combate a corrupção, desvios e favorecimento. Já no brasil a preferência foi aumentar a cenoura.
Wingate
NOTÍCIAS POLÍTICAS
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Olha a grande aliança do bem (DEM, PSDB, PT) contra o mal (Temer e Cunha) começou a emergir.
Com campanha anti-Cunha, Rodrigo Maia vence e comandará a Câmara
Representante do DEM uniu a antiga oposição a Dilma Rousseff, o próprio PT e comandará a Casa por seis meses
O deputado federal Rodrigo Maia, do conservador DEM do Rio de Janeiro, foi eleito o presidente da Câmara dos Deputados na madrugada desta quinta-feira, em Brasília, em uma das mais acirradas e pulverizadas disputas da história recente da Casa. Maia venceu no segundo turno Rogério Rosso (PSD-DF) por 285 votos a 170 – houve cinco votos em branco - com um discurso que conseguiu unir a antiga oposição a Dilma Rousseff (DEM, PSDB, PPS e PSB) e os atuais opositores do Planalto, como o próprio PT. O presidente interino, Michel Temer, também foi um vencedor da noite, com sua base aliada emplacando dois nomes na reta final.
O principal argumento dos aliados do democrata foi que Rosso, o nome do conjunto de partidos médios conhecidos como centrão, era o homem de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e, por essa razão, não poderia sucedê-lo na função. Cunha, que renunciou na semana passada, era acusado de manipular os seus pares e foi afastado do cargo porque se tornou réu em dois processos no Supremo Tribunal Federal. Assim que a vitória de Maia foi anunciada, deputados gritaram: “Fora Cunha”, numa demonstração exata do sentimento de parte importante da Casa, que deve votar o processo de cassação do carioca em agosto.
"Não vou perseguir nem vou proteger", respondeu Maia em sua primeira entrevista coletiva a jornalistas quando questionado sobre seu posicionamento a respeito de Eduardo Cunha. Foi diplomático ao falar do peemedebista: disse que tinha méritos, mas que talvez tenha acumulado "poder demais". Prometeu só colocar a cassação em pauta com boa presença dos 513 deputados para que a decisão "seja legítima".
A disputa pela presidência (e informalmente pela vice-presidência da República) em um mandato tampão de seis meses teve número recorde de candidatos, foram 13, com uma fissuras na base de Temer. O centrão, o conjunto de partidos que gravitava em torno de Cunha e foi central no impeachment, e o PMDB, se dividiram, o que que dificultou a votação de Rosso e também do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), uma aposta tardia de peemedebistas insatisfeitos com o Planalto. Na primeira etapa, o grupo que Rosso pertence se dividiu em cinco candidaturas. No segundo turno, porém, nem todos se uniram ao nome do PSD. O PR, por exemplo, fechou questão em torno de Maia e lhe deu a maioria dos 59 votos que Francisco Giacobo (PR-PR) teve no primeiro turno. O PP, que teve 36 apoios na primeira etapa, se dividiu e alguns dos progressistas migraram para Maia.
A vitória do democrata também contou com o suporte oficial de dois partidos que usualmente atuam contra legendas de direita, o PCdoB e o PDT. Os comunistas, aliás, agiram fortemente para dificultar a candidatura de Castro ao lançarem o nome de Orlando Silva (PCdoB-SP), que obteve 16 votos na primeira etapa. Tudo costurado em um acordo Temer. As articulações resultaram na desidratação da campanha do peemedebista (que esperava ter 110 votos e teve 70) e no fortalecimento do nome de Maia.
O PT, que anunciou que votaria em Castro, na segunda parte se dividiu entre Maia, votos em branco e ausências. “Entre Maia e uma continuação do Cunha, prefiro o Maia”, afirmou um petista. Os seis parlamentares do PSOL e parte dos 58 deputados petistas que não compareceram ao plenário se ausentaram sob o argumento de que não poderiam votar em nenhum dos candidatos que apoiaram o impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff (PT). “Os dois representam um retrocesso. Um deles, o Rosso, é a continuação do Cunha. O outro é o oposto do que esperamos da política. Os dois votaram a favor de um golpe, do qual discordamos. Por isso, nos retiramos do plenário”, afirmou o líder do PSOL na Casa, Ivan Valente (SP). Ao todo, 34 parlamentares deixaram a Casa entre as duas votações.
Agenda pesada adiante
Quando o segundo turno foi anunciado, sem adversários da oposição, a equipe de Temer comemorou. Dois de seus aliados estavam na disputa e haviam neutralizado a ameaça de Marcelo Castro. Maia teve 120 votos na primeira etapa e Rosso, 106. Maia representou a antiga oposição, formada pelo DEM, PSDB, PPS e PSB. O grupo votou unido e conseguiu levar seu nome para a segunda etapa. Ainda que Maia no fosse o preferido pelo Planalto desde o início, o resultado
Apesar de dizer oficialmente que não interferiria em uma disputa exclusiva do Legislativo, o Governo agiu fortemente a favor de seus aliados. Para garantir que a divisão em sua base fosse pior, Temer fez um acordo com o PSDB: o DEM concorreria com Maia agora e os tucanos teriam apoio por uma candidatura em fevereiro de 2017, quando o mandato será de dois anos.
O mandato de Maia tem tudo para enfrentar turbulências. Há uma série de projetos considerados fundamentais pelo Governo para equilibrar as contas públicas e retomar o crescimento econômico, além de contar de vez com as bençãos do empresariado e do mercado financeiro. O prazo, no entanto, joga contra o Legislativo. Em agosto há três eventos que podem dificultar os trabalhos, os Jogos Olímpicos, a votação da cassação de Cunha na Câmara e a do impeachment de Rousseff, no Senado. Em setembro e outubro, haverá a campanha eleitoral e as eleições municipais, ambas ocuparão parte do tempo dos parlamentares que ou são candidatos em suas bases eleitorais ou disputarão eles mesmos as prefeituras. Dezembro costuma ser um mês curto, com o recesso iniciando no dia 22. Em janeiro o recesso durará os 31 dias e a eleição para o novo presidente já é na primeira semana de fevereiro. Além da disputa contra o relógio, para conseguir seus objetivos, o novo presidente da Câmara, de corte liberal e pró-ajuste, terá de lutar para conquistar os votos desgarrados do centrão sem os quais não há maioria qualificada para aprovar mudanças na Constituição.
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/07 ... rsoc=FB_CM
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
O candidato do lula foi atropelado, o centrão se fragmentou e Temer agora tem um liberal a favor de ajustes no comando da Câmara justamente no momento mais crítico. Temer ganhou todas nessa eleição.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Uma pequena polêmica a respeito do novo presidente da câmara. Ele será também o presidente interino, na função de vice, quando o titular ausentar-se do país. Ocorre que os puristas alegaram que a função é privativa de brasileiros natos e o Rodrigo Maia nasceu no Chile, onde seu pai havia pedido asilo político após o golpe de 1964. Consta que tiveram de buscar a certidão de nascimento dele, lavrada no consulado brasileiro no Chile para provar a nacionalidade.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
O inimigo do meu inimigo é meu amigo, por enquanto...
Quanto as "privatizações" PTistas, foi um descalabro essas intervenções do BNDS, o governo privatizava com dinheiro próprio, só aqui em banânia mesmo...
Uma das melhores coisas que o FHC fez foi liberar a compra de ações da Vale e Petrobras com dinheiro do FGTS, comprei minha casa aplicando na Vale, assim o governo dava a oportunidade do trabalhador aplicar o dinheiro desse fundo podre em algo mais rentável.
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Uma das melhores coisas que o FHC fez foi liberar a compra de ações da Vale e Petrobras com dinheiro do FGTS, comprei minha casa aplicando na Vale, assim o governo dava a oportunidade do trabalhador aplicar o dinheiro desse fundo podre em algo mais rentável.
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
http://www.youtube.com/watch?v=L23V3QbSpVU
[] kirk
Os Estados não se defendem exigindo explicações, pedidos de desculpas ou com discursos na ONU.
“Quando encontrar um espadachim, saque da espada: não recite poemas para quem não é poeta”
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Congresso brasileiro põe fim à era de Eduardo Cunha… com um ex-aliado de Cunha
Por Kathleen Gomes (Rio de Janeiro)
14/07/2016 - 16:30
Só no Brasil: Rodrigo Maia é eleito presidente da Câmara dos Deputados, com os votos da direita e esquerda, e sob gritos de “Fora Cunha".
A renúncia de Eduardo Cunha à presidência da Câmara dos Deputados brasileira, na semana passada – entre lágrimas que não comoveram o país – precipitou uma corrida para ocupar o seu cargo que teve os habituais ingredientes da política em Brasília: intriga, troca de favores, manobras palacianas, alianças improváveis. Na madrugada de quinta-feira, os deputados brasileiros elegeram o novo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, sob gritos de “Fora Cunha”, num sinal de aparente renovação lançado à sociedade – apesar de Maia ter sido, até há muito pouco tempo, um aliado de Eduardo Cunha.
Rodrigo Maia foi reeleito deputado em 2014 com apenas 53 mil votos, é líder de um partido conservador, o DEM (Democratas), que é uma sombra do que foi (a bancada passou de 105 deputados eleitos em 1998 para 21 em 2014), mas nada disso o impediu de ter uma vitória folgada que o tornou num dos políticos mais decisivos da nação, com o controle da agenda legislativa. O mandato é curto – seis meses, até Fevereiro de 2017, que é quando haverá novas eleições para a presidência da Câmara dos Deputados, de acordo com o calendário – mas consequente: o Governo interino de Michel Temer pretende aprovar, ainda este ano, um conjunto de projectos impopulares, entre eles as reformas do sistema de pensões e do código do trabalho, e para isso irá precisar de uma base aliada coesa no Congresso. Além disso, caberá ao presidente da Câmara dos Deputados assumir o governo do país sempre que Michel Temer estiver ausente no exterior.
Rodrigo Maia foi um opositor ferrenho dos Governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Durante o processo de impeachment (destituição) de Dilma no Congresso, chamou Lula de “fascista”. Dedicou o seu voto a favor do impeachment ao pai, César Maia, ex-presidente da Câmara do Rio de Janeiro, dizendo que ele tinha sido “atropelado pelo PT”, o partido de Lula. Mas a sua eleição na madrugada de quinta-feira contou com o apoio do PT, a quem Maia agradeceu no discurso de vitória.
A vitória de Rodrigo Maia foi possível graças à união improvável entre sectores do PT e de partidos como o PSDB e o PSB contra a influência de Eduardo Cunha na Câmara dos Deputados. Dito de outro modo, Maia conseguiu atrair esquerda e direita, antiga oposição (no Governo de Dilma) e nova oposição (ao Governo de Temer), ultrapassando divisões ideológicas, graças a um sentimento generalizado de rejeição a Eduardo Cunha. E, sobretudo, graças a um instinto de autopreservação: os congressistas sabem que precisam de emitir um sinal para fora de que o reinado de Cunha acabou.
Maia ganhou porque o outro deputado tido como favorito na corrida, Rogério Rosso, foi carimbado como uma escolha de Cunha. Rosso foi o presidente da comissão especial da Câmara que analisou o pedido de impeachment de Dilma Rousseff e o aprovou. A sua derrota, na segunda volta da eleição de quinta-feira, foi interpretada como uma derrota do chamado “centrão”, o grupo de partidos conservadores que escolheu Cunha e foi decisivo no impeachment.
A eleição foi disputada e chegou a ter, a dado momento, 17 candidatos. Quando o processo começou, na quarta-feira à tarde, restavam 14. Marcelo Castro, último ministro da Saúde de Dilma Rousseff, chegou a ser visto como uma séria ameaça, reunindo a oposição e os desalinhados do Governo de Michel Temer, mas nas últimas 24 horas o Palácio do Planalto entrou em campo para esvaziar e neutralizar a sua candidatura. Ironicamente, o candidato dissidente é do mesmo partido de Temer, o PMDB.
Apoiada pelo PT, a candidatura de Castro também foi atrapalhada pela dispersão de candidaturas de esquerda e ele não sobreviveu à primeira volta da votação. Com Castro fora da disputa, o PT deu liberdade à sua bancada para votar como quisesse, apesar de, em off, admitir que a maioria dos seus votos iriam para Maia. Trinta e quatro deputados, entre eles toda a bancada do partido de esquerda PSOL, ausentaram-se da Câmara entre a primeira e segunda votação.
Questionado por jornalistas sobre a sua posição em relação a Eduardo Cunha – que, apesar de ter o mandato suspenso, continua a ser deputado e enfrenta um processo interno relativo às suas contas secretas na Suíça alegadamente alimentadas por dinheiro de subornos –, Rodrigo Maia foi diplomático. “Ajudei a eleger o Eduardo Cunha presidente. É possível que ele tenha sido o melhor presidente que já tivemos, mas, talvez, tenha tido poder demais. Não vou protegê-lo nem persegui-lo", declarou.
https://www.publico.pt/mundo/noticia/co ... ha-1738287
Por Kathleen Gomes (Rio de Janeiro)
14/07/2016 - 16:30
Só no Brasil: Rodrigo Maia é eleito presidente da Câmara dos Deputados, com os votos da direita e esquerda, e sob gritos de “Fora Cunha".
A renúncia de Eduardo Cunha à presidência da Câmara dos Deputados brasileira, na semana passada – entre lágrimas que não comoveram o país – precipitou uma corrida para ocupar o seu cargo que teve os habituais ingredientes da política em Brasília: intriga, troca de favores, manobras palacianas, alianças improváveis. Na madrugada de quinta-feira, os deputados brasileiros elegeram o novo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, sob gritos de “Fora Cunha”, num sinal de aparente renovação lançado à sociedade – apesar de Maia ter sido, até há muito pouco tempo, um aliado de Eduardo Cunha.
Rodrigo Maia foi reeleito deputado em 2014 com apenas 53 mil votos, é líder de um partido conservador, o DEM (Democratas), que é uma sombra do que foi (a bancada passou de 105 deputados eleitos em 1998 para 21 em 2014), mas nada disso o impediu de ter uma vitória folgada que o tornou num dos políticos mais decisivos da nação, com o controle da agenda legislativa. O mandato é curto – seis meses, até Fevereiro de 2017, que é quando haverá novas eleições para a presidência da Câmara dos Deputados, de acordo com o calendário – mas consequente: o Governo interino de Michel Temer pretende aprovar, ainda este ano, um conjunto de projectos impopulares, entre eles as reformas do sistema de pensões e do código do trabalho, e para isso irá precisar de uma base aliada coesa no Congresso. Além disso, caberá ao presidente da Câmara dos Deputados assumir o governo do país sempre que Michel Temer estiver ausente no exterior.
Rodrigo Maia foi um opositor ferrenho dos Governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Durante o processo de impeachment (destituição) de Dilma no Congresso, chamou Lula de “fascista”. Dedicou o seu voto a favor do impeachment ao pai, César Maia, ex-presidente da Câmara do Rio de Janeiro, dizendo que ele tinha sido “atropelado pelo PT”, o partido de Lula. Mas a sua eleição na madrugada de quinta-feira contou com o apoio do PT, a quem Maia agradeceu no discurso de vitória.
A vitória de Rodrigo Maia foi possível graças à união improvável entre sectores do PT e de partidos como o PSDB e o PSB contra a influência de Eduardo Cunha na Câmara dos Deputados. Dito de outro modo, Maia conseguiu atrair esquerda e direita, antiga oposição (no Governo de Dilma) e nova oposição (ao Governo de Temer), ultrapassando divisões ideológicas, graças a um sentimento generalizado de rejeição a Eduardo Cunha. E, sobretudo, graças a um instinto de autopreservação: os congressistas sabem que precisam de emitir um sinal para fora de que o reinado de Cunha acabou.
Maia ganhou porque o outro deputado tido como favorito na corrida, Rogério Rosso, foi carimbado como uma escolha de Cunha. Rosso foi o presidente da comissão especial da Câmara que analisou o pedido de impeachment de Dilma Rousseff e o aprovou. A sua derrota, na segunda volta da eleição de quinta-feira, foi interpretada como uma derrota do chamado “centrão”, o grupo de partidos conservadores que escolheu Cunha e foi decisivo no impeachment.
A eleição foi disputada e chegou a ter, a dado momento, 17 candidatos. Quando o processo começou, na quarta-feira à tarde, restavam 14. Marcelo Castro, último ministro da Saúde de Dilma Rousseff, chegou a ser visto como uma séria ameaça, reunindo a oposição e os desalinhados do Governo de Michel Temer, mas nas últimas 24 horas o Palácio do Planalto entrou em campo para esvaziar e neutralizar a sua candidatura. Ironicamente, o candidato dissidente é do mesmo partido de Temer, o PMDB.
Apoiada pelo PT, a candidatura de Castro também foi atrapalhada pela dispersão de candidaturas de esquerda e ele não sobreviveu à primeira volta da votação. Com Castro fora da disputa, o PT deu liberdade à sua bancada para votar como quisesse, apesar de, em off, admitir que a maioria dos seus votos iriam para Maia. Trinta e quatro deputados, entre eles toda a bancada do partido de esquerda PSOL, ausentaram-se da Câmara entre a primeira e segunda votação.
Questionado por jornalistas sobre a sua posição em relação a Eduardo Cunha – que, apesar de ter o mandato suspenso, continua a ser deputado e enfrenta um processo interno relativo às suas contas secretas na Suíça alegadamente alimentadas por dinheiro de subornos –, Rodrigo Maia foi diplomático. “Ajudei a eleger o Eduardo Cunha presidente. É possível que ele tenha sido o melhor presidente que já tivemos, mas, talvez, tenha tido poder demais. Não vou protegê-lo nem persegui-lo", declarou.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Não entendi.J.Ricardo escreveu:Quanto as "privatizações" PTistas, foi um descalabro essas intervenções do BNDS, o governo privatizava com dinheiro próprio, só aqui em banânia mesmo...
Uma das melhores coisas que o FHC fez foi liberar a compra de ações da Vale e Petrobras com dinheiro do FGTS, comprei minha casa aplicando na Vale, assim o governo dava a oportunidade do trabalhador aplicar o dinheiro desse fundo podre em algo mais rentável.
Os governos do PT privatizaram muito pouco ou nada, pois isso é conta a ideologia do partido. O que fizeram foi usar o BNDES para ajudar EMPRESAS PRIVADAS, esperando formar grandes grupos econômicos nacionais (como se fosse possível isso em um país cujos fundamentos administrativos/econômicos impedem quaisquer empresas de serem competitivas a nível mundial... ). Foi na época FHC que os setores elétrico e de telecomunicações foram em grande parte privatizados com empréstimos do BNDES.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
O PT privatizou, pouco mas privatizou, e também veio com as PPP que é basicamente privatização com outro nome, e, a razão que vejo para terem privatizado tão pouco é que sobrou muito pouco para privatizar.
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Só estatais são 192, se falar nas concessões. Como é que sobrou pouco?Marechal-do-ar escreveu:O PT privatizou, pouco mas privatizou, e também veio com as PPP que é basicamente privatização com outro nome, e, a razão que vejo para terem privatizado tão pouco é que sobrou muito pouco para privatizar.
Não é nada meu. Não é nada meu. Excelência eu não tenho nada, isso é tudo de amigos meus.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Quantas dessas são federais? Quantas dessas podem ser privatizadas? Quantas há interesse privado em comprar?nveras escreveu:Só estatais são 192, se falar nas concessões. Como é que sobrou pouco?
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
As estatais federais e estaduais boa parte delas abriu o capital e tem sócios privados. Ou é uma nanica que funciona como uma autarquia administrativa. Não tem para onde avançar em termos privatização como nos anos 1990s. O viável talvez pulverizar ações, mas ainda assim é muito pouco recursos.
O avanço são nas concessões em infraestrutura para atrair investimento privado nacional e estrangeiro. Não servir de engodo para disfarçar empréstimos subsidiados e outros benefícios para o setor privado estatizar os riscos e privatizar os lucros.
O problema de aparelhamento político das estatais, da estrutura regulatória e da política setores. Esses elementos independem de ser privada ou estatal, sendo maior entrave para fazer as estatais e concessões funcionarem direito. Isso que precisa ser resolvido com urgência.
O avanço são nas concessões em infraestrutura para atrair investimento privado nacional e estrangeiro. Não servir de engodo para disfarçar empréstimos subsidiados e outros benefícios para o setor privado estatizar os riscos e privatizar os lucros.
O problema de aparelhamento político das estatais, da estrutura regulatória e da política setores. Esses elementos independem de ser privada ou estatal, sendo maior entrave para fazer as estatais e concessões funcionarem direito. Isso que precisa ser resolvido com urgência.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Determinação da PGR: Marinha exclui mensaleiros da Ordem do Mérito Naval.
Montedo.com.
O Almirante Eduardo Bacellar Ferreira, Comandante da Marinha, excluiu da Ordem do Mérito Naval dos ex-deputados João Paulo Cunha, José Dirceu, José Genoíno, Valdemar Costa Netto e Roberto Jefferson, todos condenados no processo do mensalão.
A exclusão atendeu ordem da Procuradoria Geral da República e foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (13).
Montedo.com.
O Almirante Eduardo Bacellar Ferreira, Comandante da Marinha, excluiu da Ordem do Mérito Naval dos ex-deputados João Paulo Cunha, José Dirceu, José Genoíno, Valdemar Costa Netto e Roberto Jefferson, todos condenados no processo do mensalão.
A exclusão atendeu ordem da Procuradoria Geral da República e foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (13).
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
O nosso amigo juniorbombeiro, que afirma por A + B, seguindo o manual, que Pasadena foi um bom negócio, poderia explicar por que a Pertobrás está processando a Astra pedindo ressarcimento no caso de Pasadena, alegando corrupção de seus próprios funcionários?
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/ ... -pasadena/
Por Valdo Cruz e Dimi Amora, na Folha:
A Petrobras decidiu entrar na Justiça norte-americana para cobrar indenização, em dinheiro, da empresa Astra Oil, que foi sócia da estatal brasileira na Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
A petroleira informou sua decisão a órgãos de controle nesta semana. A ação foi impetrada nos Estados Unidos no final de junho.
A medida faz parte da política da estatal de buscar ressarcimento pelos prejuízos causados à empresa por atos de corrupção praticados por funcionários, políticos e empresas que mantinham contratos com a petroleira.
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Segundo a Folha apurou, a empresa explicou aos órgãos de controle que decidiu recorrer à Justiça depois da delação do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, na qual ele disse que funcionários da Astra Oil e da estatal brasileira receberam um total de US$ 15 milhões de propina na compra da Refinaria de Pasadena.
O negócio foi fechado em 2005 e causou, segundo cálculos do TCU (Tribunal de Contas da União), prejuízos de US$ 792 milhões (R$ 2,6 bilhões) à petroleira. Recentemente, o órgão incluiu a Astra como um dos responsáveis por irregularidades na operação e que terão de arcar com o prejuízo apontado pelo TCU nessa aquisição.
Até então, a avaliação do tribunal era que somente 15 servidores da Petrobras teriam que devolver o dinheiro das perdas causados à estatal na compra da refinaria. Eles estão com os bens bloqueados.
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/ ... -pasadena/
Por Valdo Cruz e Dimi Amora, na Folha:
A Petrobras decidiu entrar na Justiça norte-americana para cobrar indenização, em dinheiro, da empresa Astra Oil, que foi sócia da estatal brasileira na Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
A petroleira informou sua decisão a órgãos de controle nesta semana. A ação foi impetrada nos Estados Unidos no final de junho.
A medida faz parte da política da estatal de buscar ressarcimento pelos prejuízos causados à empresa por atos de corrupção praticados por funcionários, políticos e empresas que mantinham contratos com a petroleira.
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Segundo a Folha apurou, a empresa explicou aos órgãos de controle que decidiu recorrer à Justiça depois da delação do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, na qual ele disse que funcionários da Astra Oil e da estatal brasileira receberam um total de US$ 15 milhões de propina na compra da Refinaria de Pasadena.
O negócio foi fechado em 2005 e causou, segundo cálculos do TCU (Tribunal de Contas da União), prejuízos de US$ 792 milhões (R$ 2,6 bilhões) à petroleira. Recentemente, o órgão incluiu a Astra como um dos responsáveis por irregularidades na operação e que terão de arcar com o prejuízo apontado pelo TCU nessa aquisição.
Até então, a avaliação do tribunal era que somente 15 servidores da Petrobras teriam que devolver o dinheiro das perdas causados à estatal na compra da refinaria. Eles estão com os bens bloqueados.
Não é nada meu. Não é nada meu. Excelência eu não tenho nada, isso é tudo de amigos meus.