RÚSSIA

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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cabeça de martelo
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#3901 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Jul 09, 2016 12:13 pm

Túlio escreveu:Sei lá, é como dizia o Mané Garrincha, numa preleção pelo treinador sobre como fariam para ganhar com certeza da Seleção Russa: "tem que combinar com os Russos, professor". O facto é que, se a Polônia é membro há alguns anos da OTAN, ela o foi por DÉCADAS do Pacto de Varsóvia, ou seja, os Russos conhecem aquilo lá como a palma da mão e devem ter muita gente polaca a lhes prestar informações. Ademais, torno a lembrar, e se ganha o Trump e cumpre o que disse sobre "a Europa defender a si mesma"? Iria ele desencadear um conflito que iria quase certo desencadear um holocausto nuclear só porque o Urso mandou uns mísseis e arrebentou com o tale de "escudo Polonês"?


Poland modernises its defence programmes

A Polónia planeia gastar 42 mil milhões de dólares nos próximos 10 anos na modernização das suas forças armadas. :o :o
130 mil milhões de Zlotis!




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

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#3902 Mensagem por hades767676 » Sáb Jul 09, 2016 5:34 pm

Polônia está tremendo de medo da Rússia e eles simplesmente não confiam em seu exército, se confiassem não pediria com tanto afinco a presença dos EUA em seu território.




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#3903 Mensagem por Túlio » Sáb Jul 09, 2016 5:38 pm

A treta é toda - ao menos me parece ser - em torno do tale de sistema antimísseis. Complica porque os Poloneses ODEIAM os Russos (e com razão). Daí a arriscar tudo se fiando na OTAN/EUA me parece kôza de DOIDO!

Fosse eu, puxava o freio nessa bagunça antes de chegar ao famigerado point of no return,l até porque todo mundo sabe quem vai se ferrar MAIS...




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#3904 Mensagem por akivrx78 » Sáb Jul 09, 2016 7:53 pm

"A Rússia não é nem uma ameaça imediata nem um aliado da NATO"

Clara Barata
09/07/2016 - 13:20
Cimeira de Varsóvia aprova estratégia de dissuasão, sob críticas de Moscovo.
Imagem
A Presidente da Croácia, Kolinda Grabar-Kitarovic; Presidente polaco Andrzej Duda;secretário-geral da NATO Jens Stoltenberg; Presidente da Lituânia Dalia Grybauskaite; chanceler alemã Angela Merkel; Presidente francês François Hollande e Presidente turco Recep Erdogan reagem ao ver uma demonstração aérea Kacper Pempel/REUTERS

A Rússia não é “nem uma ameaça imediata nem um aliado da NATO”, sublinhou o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, em Varsóvia, onde termina este sábado a cimeira bianual da Organização do Tratado do Atlântico Norte, que define uma nova posição estratégica em relação a Moscovo.

https://www.publico.pt/mundo/noticia/a- ... to-1737787




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#3905 Mensagem por Wingate » Sáb Jul 09, 2016 8:28 pm

hades767676 escreveu:Polônia está tremendo de medo da Rússia e eles simplesmente não confiam em seu exército, se confiassem não pediria com tanto afinco a presença dos EUA em seu território.
A Polônia é o baixinho da velha piada: "é sempre o último que fala e o primeiro que apanha".

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#3906 Mensagem por Túlio » Sáb Jul 09, 2016 8:29 pm

Wingate escreveu:
A Polônia é o baixinho da velha piada: "é sempre o último que fala e o primeiro que apanha".

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#3907 Mensagem por akivrx78 » Sáb Jul 09, 2016 8:33 pm

Imagem
O sistema de anti-misseis do Eua parece ser todo modular e pode ser transportado por caminhões para qualquer lugar, mas ainda tem muita coisa que esta em desenvolvimento.

Ao meu entender o que realmente deixa os russos furiosos neste tema é a tentativa de isolar e diminuir a influencia da Rússia na Europa, até porque não existe nenhum sistema que garanta 100% de proteção.

Os russos quando a coisa esquenta sempre pegam as armas para pressionar seus vizinhos a se curvarem as suas exigências, o mesmo fazem o Eua e agora os chineses, a famosa diplomacia de canhoneiras, este escudo serve mais para os europeus poderem achar que podem ignorar os russos e não ceder a exigências de Moscou.

O Eua esta pouco se lixando se as buchas de canhão forem todas queimadas pela artilharia russa isto apenas contribui para demonstrar que os russos sempre foram e são os comedores de criançinhas.




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#3908 Mensagem por Túlio » Sáb Jul 09, 2016 8:36 pm

PERFEITO! Penso exatamente igual! E que inveja...




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#3909 Mensagem por akivrx78 » Ter Jul 12, 2016 9:16 am

Zeitgeist: A Rússia e a expansão da Otan para o leste
Data 11.07.2016
Autoria Alexandre Schossler

Provocação do ponto de vista dos russos, imperativo de segurança na argumentação de antigos países satélites da União Soviética: expansão da Otan para o leste é polêmica e muito criticada. Confira na coluna desta semana.

Para os russos, talvez seja mais uma provocação que o recente encontro de cúpula da Otan tenha acontecido justamente em Varsóvia. Afinal, a aliança militar liderada pela antiga União Soviética, contraponto à Otan, carregava justamente o nome da capital polonesa.

O Pacto de Varsóvia é história, e boa parte dos membros de então ingressou na Otan. A expansão da Aliança Atlântica para o leste começou em 1999, com os ingressos da Polônia, da República Tcheca e da Hungria. Em 2004, seguiram-se Bulgária, Estônia, Letônia, Lituânia, Romênia, Eslováquia e Eslovênia. Em 2009, a Albânia e a Croácia.

Esse processo, ainda em andamento, incomoda a Rússia, que o encara como provocação. Pelo artigo 5 da Otan, o ataque a um país-membro é um ataque a todos. Se a Ucrânia fosse membro da Otan, a presença de tropas russas em território ucraniano seria automaticamente uma afronta a toda a aliança militar.

A proteção é o principal argumento de países do Leste Europeu para o ingresso na Otan. Eles temem a Rússia e citam os recentes conflitos na Geórgia e na Ucrânia como exemplos.

Já a Rússia vê a expansão da Otan como provocação, se não ameaça, e invoca um argumento controverso: durante as negociações que levaram à reunificação da Alemanha, em 1990, políticos ocidentais teriam prometido que a Otan não ampliaria sua fronteira oriental.

Não existe um acordo conhecido que sustente essa afirmação, mas transcrições de conversas da época (por alguns anos secretas, mas hoje de livre acesso) mostram que diplomatas ocidentais de fato fizeram promessas nesse sentido para conquistar a anuência russa à reunificação alemã.

Em 2009, a revista alemã Der Spiegel publicou trechos de uma conversa entre o ministro alemão do Exterior, Hans-Dietrich Genscher, e o seu colega soviético, Eduard Shevardnadze, na qual o diplomata alemão fala claramente que a Otan não vai se expandir para o leste. Promessa semelhante teria sido feita pelo então secretário de Estado dos EUA, James Baker.

A questão de por que a União Soviética não exigiu esse compromisso por escrito pode ser encontrada numa declaração de Shevardnadze, citado pela revista alemã: "No início dos anos 1990 ainda existia o Pacto de Varsóvia. A possibilidade de que a Otan iria se expandir para países dessa aliança soava então absurda".

Controvérsia à parte, vários historiadores, diplomatas e políticos americanos consideram a política de expansão oriental da Otan um erro, argumentando que ela serve para acirrar tendências nacionalistas, antiocidentais e militaristas na Rússia.

A coluna Zeitgeist oferece informações de fundo com o objetivo de contextualizar temas da atualidade, permitindo ao leitor uma compreensão mais aprofundada das notícias que ele recebe no dia a dia.

http://www.dw.com/pt/zeitgeist-a-r%C3%B ... a-19393645




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#3910 Mensagem por akivrx78 » Qui Jul 28, 2016 5:07 am

http://www.recordchina.co.jp/a130100.html

Imagem

4 Jatos chineses sobrevoaram zonas proibidas de voos em Tomsk Estado Seversk na Rússia, segundo noticias locais os moradores ficaram apavorados, a mídia russa confirmou que 4 jatos sobrevoaram a zona proibida mas esconderam que os jatos era chineses.




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#3911 Mensagem por akivrx78 » Qui Jul 28, 2016 5:28 am

Mídia chinesa nega e diz que era jatos civis, e diz que não sobrevoaram a zona proibida.

Chinese airline denies flying over restricted airspace
Source:Global Times Published: 2016-7-27 1:13:01

A Chinese airline company Tuesday denied Russian media reports that four of its planes had entered restricted airspace above Seversk City in Southeast Russia's Tomsk state, where Russia's largest nuclear facilities are located.

The planes were at least 10 kilometers away from forbidden airspace above Seversk, an anonymous official from the airline company claimed to the Global Times Tuesday.

"Civil aircraft will not drift off the course provided by local national air traffic control departments," said the official.

A Seversk resident, Evgeny Kornev, said he witnessed Friday four Chinese planes flying over the city, Russian newspaper Vzglyad reported Sunday, citing Tomsk News Agency TV2.

"First I heard the noise of an airplane flying," said Kornev, "[Then I] logged on to flightradar24.com and saw a Chinese plane flying directly above Seversk, which had never happened before."

Kornev said that the website recorded three other Chinese planes flying over the city in the next 24 hours.

The airline company official said that the 24-hour flight radar website, whose data was quoted by Russian media, is incorrect.

Seversk is an industrial city where Russia's largest nuclear facility is located, and all types of aircraft are forbidden from flying above the city, according to Vzglyad.

http://www.globaltimes.cn/content/996729.shtml




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#3912 Mensagem por EDSON » Sex Jul 29, 2016 7:49 pm

Treinamento da nova 10º Divisão de Tanques pertencente ao 20º Exército que também deve contar coma nova recém criada 150º Divisão Mecanizada.





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#3913 Mensagem por akivrx78 » Ter Ago 02, 2016 8:44 am

Japão elogia Rússia por suas ações na Síria

02.08.2016
Apesar de uma situação econômica difícil, a Rússia continua modernizando o seu exército, reforçando as suas atividades militares e ampliando a área destas atividades, diz-se no Livro Branco do Ministério da Defesa do Japão publicado em 2016.

"A Rússia terminou a etapa de restauração e fortalecimento do país, resolvendo a tarefa de construir um Estado rico apoiado pelo novo poder econômico, militar e de civilização, que aspira a tornar-se uma potência forte", diz-se no documento.

A publicação indica que a participação da Rússia na operação militar na Síria desde setembro de 2015, "a instalação rápida de um contingente armado em um território distante, tarefas completadas em prazos limitados, podem ser resultado das reformas realizadas no Exército". Os objetivos da Rússia na Síria são prestar apoio ao governo de Bashar Assad, bem como lutar contra grupos radicais como o Daesh, indica a publicação.

O Livro Branco não inclui a Rússia na lista dos países que podem ser considerados ameaças principais para o Japão, ao contrário da China e Coreia do Norte.

"A nova estratégia de segurança nacional da Rússia presta atenção ao fato de que o país desempenha um papel cada vez maior no mundo, um mundo cada vez mais multipolar. É ainda prestada grande atenção ao poderio militar, bem como à prevenção de conflitos militares ou contenção estratégica através da manutenção das forças de contenção nuclear e das Forças Armadas em geral ao nível suficiente", diz-se no Livro Branco.

O Livro Branco é divulgado anualmente no Japão e contém os últimos dados sobre armamentos e forças de autodefesa do país, a análise da situação internacional tendo em conta as novas ameaças e desafios, bem como a análise do estado das Forças Armadas dos países vizinhos.

http://br.sputniknews.com/mundo/2016080 ... ussia.html




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#3914 Mensagem por akivrx78 » Ter Ago 02, 2016 8:45 am

Putin, a Rússia, a Europa e Trump

Paulo Rangel
2/08/2016 - 00:10

Putin apostou tudo não apenas na defesa tradicional, mas também na “ciber-guerra”. Moscovo é hoje a Meca dos “hackers”

1. O primeiro dia da Convenção do Partido Democrata foi marcado pela divulgação de um sem número de e-mails em que a direcção do partido favorecia Hillary Clinton em detrimento de Bernie Sanders. Fontes de Clinton deixaram escapar a convicção de que esses e-mails tinham sido “captados” pelas autoridades russas e de que estas – com grande sentido de oportunidade – os fizeram divulgar naquele preciso dia. Com o óbvio intuito, claro está, de ajudar Donald Trump, que tem mostrado uma grande empatia pela “Administração” Putin. Trump, que não perde uma ocasião para levar por diante a sua guerrilha eleitoral, logo veio instar a Rússia – já que era ela a autora do acto de “pirataria” informática – a divulgar o conteúdo de todas as mensagens. Eis o que deu origem a mais uma polémica e deixou a CIA e o Pentágono em quase desespero, ante a perspectiva de Trump poder vir a sentar-se à mesa da sala oval.

2. Este episódio, que parece apenas mais uma das bizarras e caricatas façanhas de Donald Trump, diz muito sobre Putin e a Rússia – mais do que possa pensar-se. Vladimir Putin entrou na política nacional russa, depois de uma sólida carreira no KGB e no governo de São Petersburgo, para o cargo de Primeiro-Ministro pela mão do hoje esquecido Boris Yeltsin. Em 1999 à frente do Governo e em 2000, já como Presidente, Putin tentou introduzir reformas económicas na Rússia. Pensava que talvez fosse possível fazer na Rússia o que Deng Xiao Ping fez na China: criar gradualmente um capitalismo de Estado, mantendo um férreo controlo político da sociedade e apelando ao tradicional sentido nacionalista do povo russo. Rapidamente se foi dando conta de que a reforma económica do grande império era praticamente inviável e que teria de se render a uma economia assente na exportação de matérias-primas, designadamente de energia. E também – et pour cause – à densa e dura teia de oligarcas que o fim do regime comunista soviético criara e desenvolvera. Na verdade, a Rússia, saída de uma economia medieva do tempo dos czares para uma economia colectivista do tempo do comunismo estalinista, nunca conheceu nem aprendeu as regras do mercado e do capitalismo. Bem ao contrário da China que, apesar do interregno de quarenta anos de comunismo maoísta, tinha uma tradição mercantil e comercial milenar. E que tem uma natural apetência pelo lucro e pela especulação, bem documentados no hábito tão profundamente enraizado dos jogos de fortuna e azar. Ou seja, a adaptação da China e dos chineses ao capitalismo global, ao jogo financeiro e à economia de mercado tem algo de quase “natural”. É justamente esse “algo” que falta e falha à tradição russa e à mentalidade do seu povo. E sem esse espírito, as ditas reformas de Putin, mesmo admitindo que eram bem-intencionadas e foram bem orientadas, caíram em terreno infértil.

3. Não sendo capaz de sair dos limites de uma economia essencialmente extractiva, produtora e exportadora de matéria primas, Putin teve que mudar de escopo estratégico. Se as reformas económicas não davam resultado, então teria de virar-se para o campo que conhece e que domina: a geopolítica, a geopolítica pura. Ainda no seu primeiro mandato presidencial, é já visível este desiderato de retomar a grandeza da Rússia pela velha via do rearmamento, do controlo da informação e dos serviços de inteligência à escala global. E Putin, na boa linha russa, começou a jogar no tabuleiro de xadrez europeu. Começou por fazer “bullying” político à Ucrânia e à Geórgia e estimular a agitação na Moldávia, em nítida provocação à Roménia. E por estender o “bullying” aos países bálticos, designadamente através das populações russófonas, muito representativas na Estónia e na Letónia. Não deixou de assediar militarmente – geralmente pela via submarina – a Finlândia e a Suécia, países neutrais, que não fazem parte da NATO. E depois avançou decididamente para a política interna de muitos dos Estados europeus. A presença russa na política búlgara e na política sérvia é um dado antigo e quase inescapável. Mas a aliança que fez com Orban na Hungria, essencialmente assente na venda da energia a preço muito baixo, é já da ordem do contra-natura. O apoio financeiro aberto à Frente Nacional de Marine Le Pen não engana ninguém e o suporte financeiro discreto ao Syriza na Grécia ou aos comunistas em Chipre mostra bem que Putin aposta na desestabilização da situação política interna dos países da União. Corre em todo o lado que deu ajudas ao UKIP para promover o Brexit e que empresta dinheiro à maioria dos partidos de direita radical, da Holanda á Áustria e à Suécia. Recentemente houve notícia da prisão de um espião português em Roma que traficava informação para a Rússia e de voos russos no nosso espaço aéreo. Nada é descurado, nada fica ao acaso. Nem o jardim à beira-mar plantado.

4. É aqui que aquele episódio à volta de Trump entronca e se torna verosímil. Putin apostou tudo não apenas na defesa tradicional, mas também na “ciber-guerra”. Moscovo é hoje a Meca dos “hackers”, possuindo o mais sofisticado centro de pirataria informática e de organização sistemática de “hacking” do mundo. Qualquer empresa de “ciber-segurança”, mesmo modesta, atestará esta afirmação. Não é por acaso que Snowden foi acolhido em Moscovo e que Assange está confinado à embaixada do Equador, um satélite do socialismo bolivariano, regime apoiado pelos russos na Venezuela e, não por coincidência, financiador do “Podemos” em Espanha.

5. Sou um crítico da política europeia para a Rússia, que tem oferecido a Putin muitos dos pretextos de que ele carece para levar a sua estratégia avante. Mas ninguém deve esquecer, seja nas crises que hoje afectam a União Europeia, seja nas eleições americanas, que Putin é um dos actores que está em cena – um actor que nos conhece bem melhor do que nós a ele. E que, ponto a não esquecer, sabe mais sobre nós do que podemos suspeitar ou adivinhar.

https://www.publico.pt/mundo/noticia/pu ... 51?page=-1




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Re: RÚSSIA

#3915 Mensagem por akivrx78 » Ter Ago 02, 2016 8:46 am

Rússia quer debater com a NATO voos militares sobre o Báltico

01.08.2016 às 21h17
Peritos militares da NATO foram convidados a discutir com Moscovo a segurança na Europa

A Rússia convidou peritos militares da NATO para discutir a segurança na Europa, nomeadamente os sobrevoos de aviões militares russos sobre o mar Báltico, divulgou esta segunda-feira o Ministério da Defesa russo.

Este anúncio surge num contexto de tensão entre Moscovo e a Aliança Atlântica.

“Os peritos militares são convidados para Moscovo em setembro para consultas sobre a situação política e militar na Europa”, indicou o vice-ministro da Defesa russo, Anatoli Antonov, num comunicado, sem dar mais pormenores sobre como estas consultas vão ser organizadas.

Segundo Anatoli Antonov, a segurança e a “reciprocidade” dos voos militares sobre o mar Báltico vão ser uma “prioridade” destes encontros.

Os países não-membros da NATO serão igualmente convidados, acrescentou o representante de Moscovo.

Um alto responsável da Aliança Atlântica explicou à agência noticiosa francesa AFP ter recebido informações adicionais sobre as “várias propostas” de cooperação que Moscovo apresentou no âmbito do Conselho NATO-Rússia, realizado alguns dias depois da cimeira de Varsóvia, no início de julho.

Em Varsóvia, a NATO aprovou o reforço de uma presença militar avançada no flanco leste da Europa.
“Os aliados vão ler [as informações] cuidadosamente antes de determinar os próximos passos”, disse o alto responsável, acrescentando que “uma reciprocidade militar transparente e uma redução dos riscos têm um potencial considerável para melhorar a estabilidade e a segurança na zona euro-atlântica”.

No último Conselho NATO-Rússia, Moscovo avançou com propostas para um assunto que tem gerado tensões: os sobrevoos de aviões militares russos sobre o mar Báltico com o sistema que permite a identificação e deteção dos aparelhos desligado, situação que complica a monitorização e aumenta o risco de colisões.

As propostas foram recebidas com alguma prudência pela NATO que pediu mais pormenores.
Nos últimos meses, os países bálticos, que integram a NATO, têm acusado regularmente a Rússia de violar o seu espaço aéreo e de sobrevoar o mar Báltico com o sistema de deteção desligado.

Por sua vez, o Departamento de Defesa norte-americano (Pentágono) também tem acusado Moscovo de realizar manobras perigosas nos céus do mar Báltico.

A Rússia, por seu lado, acusa Washington de enviar “aviões espiões” invisíveis para os radares russos.

A crise na Ucrânia e as incursões russas naquela região abalaram significativamente a relação entre Moscovo e a NATO.

http://expresso.sapo.pt/internacional/2 ... -o-Baltico




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