Os pré-fixados são um enorme problema sim, porque se a inflação cair antes do vencimento deles eles continuam pagando a mesma taxa, e o rendimento vai à estratosfera. Imagine se por algum milagre em 2017 a inflação converge para o teto da meta, em 6%. Quem comprou hoje títulos pré-fixados com juros de 14% e vencimento em 2019 vai continuar recebendo 8% em termos reais por pelo menos dois anos seguidos, quando em economias sadias deveria ser próximo de zero. Se o governo vender 100 bilhões nestes papéis hoje o custo somente deles nestes dois anos seria de 16,6 bilhões, o preço de uma refinaria ou uma usina hidrelétrica de bom porte (construída pelos padrões internacionais de custo, não necessariamente pelos nossos - mas aí já é outra discussão).Marechal-do-ar escreveu:Se os ganhos de quem tem título público prefixado te incomodam relaxe, a inflação comeu o ganho deles e os títulos provarem ser um péssimo investimento, mesmo hoje, com os juros reais de 3,5% mas com a inflação com tendência de alta só quem compra pré-fixado são os 10% de cegos que ainda apoiam a Dilma ou quem é obrigado por precisar de lastro para operações financeiras (se bem que esses acho que ainda vão tentar alternativas), nenhum estrangeiro vai fazer essa cagada, eu mesmo deixaria meu dinheiro longe do Brasil.
Nestas condições qual o incentivo que o próprio governo teria em de fato combater a inflação?
Mas hoje os juros pós-fixados são igualmente alarmantes. 7% acima da inflação daqui até 2019 sobre o mesmo montante de 100 bilhões dá um custo de 31 bilhões, que o governo vai ter que pagar esteja a inflação onde estiver. Agora imagine o custo deste tipo de coisa para uma dívida pública cujo total já passou dos 2 trilhões e 700 bilhões !
Você realmente não percebe como esta questão dos juros no Brasil está tão distorcida que as próprias concepções sobre o assunto estão tresloucadas se comparadas ao que acontece no mundo civilizado? Um analista financeiro afirmando que 4% REAIS ao ano é um investimento ruim e que se deve fugir dele devido ao risco seria internado em um hospício em qualquer lugar do planeta. Aqui vira argumento para dizer que está tudo indo bem com a administração da economia . Putz, depois o pessoal ainda pergunta porque nada dá certo neste país.E pela dica dada já nesse tópico:E os títulos indexados ao IPCA te salvam do dragão da inflação, mas fujam dos pré-fixados. O rendimento real deles atual é de 4% devido a inflação de 10%. os riscos são muito altos para um investidor individual.
Mais uma vez esta dicotomia inexistente entre SELIC e inflação. A discussão é justamente o contrário, a inflação precisa ser combatida, sem a menor sombra de dúvida, isso é axiomático. O problema está na insistência em usar apenas a SELIC (e na verdade também os demais indexadores da dívida pública) como única ferramenta para isso, e consequentemente ter que colocá-la em valores tão elevados.O governo também tem dívida indexada pela IPCA, o descontrole da inflação pode deixar a SELIC mais barata mas vai bater pelo IPCA.
Leandro G. Card