MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
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- mmatuso
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Juros maiores nos EUA significa menos doláres no Brasil e possivelmente investimentos que estão aqui sendo retirados por causa da perda de selo de bom pagador e voltando para os EUA.
Teremos menos doláres do que já ia ter com o rebaixamento.
Teremos menos doláres do que já ia ter com o rebaixamento.
- Clermont
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Bem que eu sempre percebi um leve sotaque estranho em Fernando Henrique...Wingate escreveu:Sobrou também para os irmãos tugas...bem que eu desconfiava...
A culpa é deles!
De quem é culpa pelos atrasos na Educação? É dos portugueses, diz Lula
http://www.dn.pt/mundo/interior/de-quem ... 25166.html
FHC É PORTUGUÊS!
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Um agente luso infiltrado?Clermont escreveu:Bem que eu sempre percebi um leve sotaque estranho em Fernando Henrique...Wingate escreveu:Sobrou também para os irmãos tugas...bem que eu desconfiava...
A culpa é deles!
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Wingate
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
As agências de risco tem um funcionamento estranho, geralmente respondem de forma tardia.Túlio escreveu:Reservas Internacionais
Conceito de Liquidez Internacional
Posição em 14 de dezembro de 2015: US$ 369.463 milhões.
http://www.bcb.gov.br/?RP20151214
Juro que não entendo COMO classificam quem é e quem não é bom pagador. Ainda temos quase USD 370 bi em reservas, como iremos ficar inadimplentes?
Sei que a kôza não está nada buena, o que não falta é empresa quebrando por aqui (RS), mas o Brasil já esteve MUITO PIOR e se levantou. Por que seria diferente agora?
Vejo a nossa Economia como uma sucessão de ciclos bons e ruins se alternando. Se estamos, como parece ser o caso, num ruim, cedo ou tarde voltaremos ao bom. Se com este ou aquele governo ficaria melhor ou pior é pura especulação, a verdade é que não sabemos.
Mas quanto ao Brasil, 370 bi de reservas é um bom valor quando as finanças estão bem, com déficit em poucos anos esse valor some, e como vimos nesse ano de 2015, falar em ajuste fiscal é mais fácil do que fazer, o 0,5% de superávit prometido para 2016 provavelmente não será cumprido, com essa perspectiva não é de estranhar o rebaixamento da nota*.
*Que, na minha opinião, veio com alguns anos de atraso.
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Como diria o nosso véio Aiatolá, "o tempo é senhor da razão"...
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
As agências de risco são só indicações de coisas que todo mundo sabe e se adaptou. A outra que sobrou vai fazer o mesmo. Todo mundo sabe e, o próprio pessoal do governo, dá como certo.
O ponto central das agências e todo mundo é parte fiscal e trajetória da dívida, mais inflação e crescimento. Todos esses quesitos o país está horrendo.
O problema do Brasil é que tem uma governo que não governa e, portanto, uma política econômica que é inoperante. Olhem o que aconteceu com o ajuste fiscal malvadão. Não se aprova nada estrutural ou de fato corte de gastos ou aumento de impostos. Apenas muito blabla e contingenciamento de gastos correntes que vão voltar mais fortes em 2016 e 2017. Aliás, o consumo do governo continua crescendo junto com exportações. O resto despencando.
Não esperam uma ultravirada da política econômica da Dilma. Se o governo não aprovou ajuste fiscal do Levy em que de maneira geral a oposição concorda e faria o mesmo. Não vai ter força para aprovar algo diferente com 199 deputados (ou menos) depois da batalha contra impeachment e os "donos do PIB" abandonando o barco e com medo de serem presos.
A esperança é a eleição de 2018. Salvo que o menem, berlusconi ou casal KK assumam. A comparação com argentina e Itália não é atoa.
O ponto central das agências e todo mundo é parte fiscal e trajetória da dívida, mais inflação e crescimento. Todos esses quesitos o país está horrendo.
O problema do Brasil é que tem uma governo que não governa e, portanto, uma política econômica que é inoperante. Olhem o que aconteceu com o ajuste fiscal malvadão. Não se aprova nada estrutural ou de fato corte de gastos ou aumento de impostos. Apenas muito blabla e contingenciamento de gastos correntes que vão voltar mais fortes em 2016 e 2017. Aliás, o consumo do governo continua crescendo junto com exportações. O resto despencando.
Não esperam uma ultravirada da política econômica da Dilma. Se o governo não aprovou ajuste fiscal do Levy em que de maneira geral a oposição concorda e faria o mesmo. Não vai ter força para aprovar algo diferente com 199 deputados (ou menos) depois da batalha contra impeachment e os "donos do PIB" abandonando o barco e com medo de serem presos.
A esperança é a eleição de 2018. Salvo que o menem, berlusconi ou casal KK assumam. A comparação com argentina e Itália não é atoa.
- mmatuso
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Ter reserva antes do rebaixamento é uma coisa.
Agora quando começar a sair investimentos por causa da perda de classificação e doláres evaporarem já que os juros nos EUA aumentaram e começar a faltar liquidez no mercado interno ai as reservas vão começar a evaporar.
De imediato já está saindo 1bilhão de doláres do brasil que os fundos de investimentos são obrigados a tirar.
Agora quando começar a sair investimentos por causa da perda de classificação e doláres evaporarem já que os juros nos EUA aumentaram e começar a faltar liquidez no mercado interno ai as reservas vão começar a evaporar.
De imediato já está saindo 1bilhão de doláres do brasil que os fundos de investimentos são obrigados a tirar.
- Sterrius
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Ou o impeachment....A esperança é a eleição de 2018.
Se a economia não se sustentar ela nao fica até 2018. 0% de crescimento é o minimo. O País não vai tolerar 4 anos de pib negativo.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Sterrius escreveu:Ou o impeachment....A esperança é a eleição de 2018.
Se a economia não se sustentar ela nao fica até 2018. 0% de crescimento é o minimo. O País não vai tolerar 4 anos de pib negativo.
Basta acontecer o impeachment e colocar todos os petistas na cadeia e todos os problemas do Brasil estarão resolvidos.
No dia seguinte, a economia brasileira vai crescer. E a corrupção no Brasil vai decair vertiginosamente.
Mais um iludido.
VR
- Matheus
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
tirar estes incompetentes do poder (seja por impitimam, o que não é golpe, ou por eleições), colocar os corruptos na cadeia (PT, PP, PMDB, PSDB, etc), livrar-se do peso dessas estatais que são a maior fonte de dinheiro sujo, e colocar gente que entende de economia e não queira reinventar a roda...sim, o Brasil voltará aos eixos.VivaRussia escreveu:Sterrius escreveu: Ou o impeachment....
Se a economia não se sustentar ela nao fica até 2018. 0% de crescimento é o minimo. O País não vai tolerar 4 anos de pib negativo.
Basta acontecer o impeachment e colocar todos os petistas na cadeia e todos os problemas do Brasil estarão resolvidos.
No dia seguinte, a economia brasileira vai crescer. E a corrupção no Brasil vai decair vertiginosamente.
Mais um iludido.
VR
Enquanto o resto do mundo cresce, nós amargaremos pelo menos dois anos de pib negativo, acho que nem nos anos 90 vimos isso. Não bastasse a estagnação econômica, um inflação de dois dígitos numa economia parada e um endividamento monstro...não vou nem falar da corrupção...mas é uma conjunção de fatores que só o mais incapazes conseguiriam juntar num momento como esse. Mas se vc acha que o o governo é composto por gente ilibada e competente, e que é tudo uma grande conspiração, lamento por você. O máximo que posso fazer é te aconselhar a procurar um médico.
-
- Intermediário
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Colocar corruptos do PSDB na cadeia? cadê a CPI de Furnas? Cadê a CPI do Metrô de São Paulo?Matheus escreveu:
tirar estes incompetentes do poder (seja por impitimam, o que não é golpe, ou por eleições), colocar os corruptos na cadeia (PT, PP, PMDB, PSDB, etc), livrar-se do peso dessas estatais que são a maior fonte de dinheiro sujo, e colocar gente que entende de economia e não queira reinventar a roda...sim, o Brasil voltará aos eixos.
Enquanto o resto do mundo cresce, nós amargaremos pelo menos dois anos de pib negativo, acho que nem nos anos 90 vimos isso. Não bastasse a estagnação econômica, um inflação de dois dígitos numa economia parada e um endividamento monstro...não vou nem falar da corrupção...mas é uma conjunção de fatores que só o mais incapazes conseguiriam juntar num momento como esse. Mas se vc acha que o o governo é composto por gente ilibada e competente, e que é tudo uma grande conspiração, lamento por você. O máximo que posso fazer é te aconselhar a procurar um médico.
Fala para mim onde está escrito que eu disse que o governo é composto por gente ilibada e competente? não coloque palavras na minha boca, ok?
Nossa, o problema do Brasil são as Estatais, jura? A Nasa deveria ser privatizada também, não é?
E a crise política não tem nada a ver com a estagnação econômica?
Olha, pode acreditar no que você quiser, pode acreditar no que a imprensa quer que você acredite, siga fielmente o que a sua bíblia, chamada Veja, lhe manda fazer e entre à vontade para o grupo dos que fazem o que a Rede Globo quer. Não estou nem aí. Só dei minha opinião. E vou repetir qual é essa opinião, para ficar bem claro: você é um iludido e nem entende direito o que está acontecendo no Brasil, somente repete como papagaio o que ouviu falar por aí. Ponto final.
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- Sterrius
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Preciso ser iludido para reconhecer que o impeachment pode ocorrer?Basta acontecer o impeachment e colocar todos os petistas na cadeia e todos os problemas do Brasil estarão resolvidos.
No dia seguinte, a economia brasileira vai crescer. E a corrupção no Brasil vai decair vertiginosamente.
Mais um iludido.
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E caso ocorra as regras do jogo irão mudar. Novo ministro e nova pessoa no comando, querendo ou não isso afetará as negociações e as soluções da crise.
Se vai dar certo ou errado são outros 500. Mas a possibilidade de ocorrer existe e não seria a mesma coisa que Dilma ficando até 2018.
Não sou a favor do impeachment como ele foi proposto, mas ingenuo é desconhecer que a uma chance real de ocorrer e que impeachment é sim algo politico, uma area onde a dilma é inepta.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
O problema é que o impeachment não vai acabar com os problemas crônicos do país. A corrupção vai continuar, com ou sem PT; a interferência estrangeira não só vai continuar, como vai se exacerbar; a reforma política não vai acontecer; e tudo vai continuar do mesmo jeito. Ou pior.Sterrius escreveu:Preciso ser iludido para reconhecer que o impeachment pode ocorrer?Basta acontecer o impeachment e colocar todos os petistas na cadeia e todos os problemas do Brasil estarão resolvidos.
No dia seguinte, a economia brasileira vai crescer. E a corrupção no Brasil vai decair vertiginosamente.
Mais um iludido.
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E caso ocorra as regras do jogo irão mudar. Novo ministro e nova pessoa no comando, querendo ou não isso afetará as negociações e as soluções da crise.
Se vai dar certo ou errado são outros 500. Mas a possibilidade de ocorrer existe e não seria a mesma coisa que Dilma ficando até 2018.
Não sou a favor do impeachment como ele foi proposto, mas ingenuo é desconhecer que a uma chance real de ocorrer e que impeachment é sim algo politico, uma area onde a dilma é inepta.
Mas ou fazem o impeachment logo, ou tocamos o país sem impeachment, porque a crise política agrava muito mais a situação da crise econômica que, por si só, já seria grave. Temos que tocar o país, com ou sem impeachment.
Só a título de informação: eu quero que o PT, se fez algo errado, que pague pelos seus erros. Cada um que assuma a responsabilidade pelo que cometeu. Estou nem aí para PT.
Mas corrupção seletiva, isso eu não aceito. Eu assisti a CPI da Petrobrás, os caras entrevistando um preso da delação premiada. Toda hora, perguntavam se o Lula estava envolvido, se a Dilma estava envolvida e o cara negava, mas dizia em alto e bom som, para quem quisesse ouvir, que deu dinheiro para o Aécio Neves referente à corrupção em Furnas. Ninguém fez nada, ninguém deu importância. Isso eu não aceito. Polícia não tem que fazer política, PF tem que investigar quem rouba, independente de quem é. Ponto final, simples assim.
Mas se o impeachment acontecesse e o país realmente melhorasse, eu adoraria estar errado.
VR
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Se antes o ajuste fiscal era uma peça de fantasia. Agora é oficial. Vamos seguir a fé de que se o governo gastar mais e dar mais crédito a economia vai crescer a taxas chinesas. Acredito que vai funcionar tão bem ou melhor do que no período 2013/2014.
Se for verdade podemos o déficit primário por alguns anos, levando a a dívida bruta romper a barreira de 80% do produto, prazo dos títulos públicos despencar dos atuais 43 meses para bem menor. Ao mesmo tempo, consolidar o processo de dominância fiscal que vai jogar a inflação para dois dígitos, implicando em maiores juros, maior concentração de renda e instabilidade nas decisões de investimento e consumo.
O resultado previsível é mergulhar como um submarino para as fossas marianas. O estimulo vai virar dívida pública, inflação e mais instabilidade. Pior é que abre para em 2018 a maluquinha da Monica de Bolle chegue no governo implante o câmbio flutuante para atacar a dominância fiscal. Ai vem uma crise externa e o país quebra até 2030.
Desculpem pelas boas noticias e más previsões.
Se for verdade podemos o déficit primário por alguns anos, levando a a dívida bruta romper a barreira de 80% do produto, prazo dos títulos públicos despencar dos atuais 43 meses para bem menor. Ao mesmo tempo, consolidar o processo de dominância fiscal que vai jogar a inflação para dois dígitos, implicando em maiores juros, maior concentração de renda e instabilidade nas decisões de investimento e consumo.
O resultado previsível é mergulhar como um submarino para as fossas marianas. O estimulo vai virar dívida pública, inflação e mais instabilidade. Pior é que abre para em 2018 a maluquinha da Monica de Bolle chegue no governo implante o câmbio flutuante para atacar a dominância fiscal. Ai vem uma crise externa e o país quebra até 2030.
Desculpem pelas boas noticias e más previsões.
Levy já decidiu deixar Fazenda e governo adota incentivos ao crescimento
Para ministro, é fundamental resgatar a credibilidade fiscal e reduzir dívida pública
BRASÍLIA - O Brasil perdeu ontem, pela segunda vez em três meses, o selo de bom pagador concedido pelas agências de classificação de risco, o chamado grau de investimento. O corte da nota, anunciado desta vez pela Fitch, chegou em um momento de preparação de mudanças graduais na gestão da economia. Enfrentando a discussão do impeachment em meio à mais severa recessão em 25 anos, a presidente Dilma Rousseff decidiu pôr em prática ações de incentivo à retomada da atividade econômica e de preservação da base de apoio. Por exemplo, já reduziu o compromisso fiscal de 2016 (evitando corte de R$ 10 bilhões no Bolsa Família) e liberou recursos para empréstimos a empresas, estados e municípios. Essa política, porém, não será tocada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Contrariado com o afrouxamento do ajuste fiscal que planejou e defendeu, Levy já decidiu deixar o cargo.
A preocupação com o quadro econômico e com a preservação de programas sociais foram fatores centrais na decisão de Dilma de propor ao Congresso a redução do superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) do próximo ano, de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) para 0,5%. Levy foi frontalmente contra a medida e alertou que isso pioraria as expectativas do mercado e ainda poderia levar a um novo rebaixamento do país pelas agências de classificação de risco, o que de fato ocorreu ontem.
PRIORIDADE ‘É TIRAR ECONOMIA DO BURACO’
Porém, com a retração de 3,6% em 2015 e de 2,7% em 2016, segundo estimativas do mercado financeiro, a avaliação no governo é que agora é preciso “tirar a economia do buraco”. Isso não significa uma mudança para voltar ao receituário do primeiro mandato, que envolveu desonerações bilionárias e uma política frouxa que deteriorou as contas públicas, garantem interlocutores da presidente. E sim que não é possível pautar o plano de recuperação apenas por metas fiscais.
— O ajuste fiscal tem que continuar em 2016. É preciso reequilibrar as contas públicas e trabalhar para combater a inflação. Ao mesmo tempo, o nível de atividade precisa se estabilizar — explicou um interlocutor do Planalto.
O discurso de Levy, afirmam fontes do Palácio do Planalto, não agrada porque ele continua focado em ajuste e reformas e parece descolado da realidade que se impõe. Dilma precisa vencer a batalha do impeachment, e, para isso, tem que agradar a base no Congresso e sinalizar uma perspectiva de melhora na economia — o que contribuiria ainda para a recuperação futura do grau de investimento, defendem esses interlocutores.
— A população está preocupada é com o bolso, o desemprego, a crise — disse a fonte do Planalto.
Por isso, nos últimos meses, paulatinamente, o governo passou a adotar medidas voltadas a estancar a retração do PIB, como reabrir o prazo de adesão ao Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e liberar empréstimos para estados e municípios. Ontem, até o o Banco Central (BC) engrossou o esforço, ao mudar os compulsórios para estimular o financiamento de obras de infraestrutura.
Levy, porém, não concorda com o ajuste de rota. Para o ministro, o fundamental é resgatar a credibilidade fiscal e inverter a trajetória de alta do endividamento público. Por isso decidiu sair. A gota d’água teria sido o debate sobre a meta fiscal de 2016. Há duas semanas, durante uma reunião para discutir o assunto, o ministro se retirou da sala quando viu que Dilma havia dado o sinal verde para a redução do superávit primário.
Segundo um empresário que esteve esta semana com o ministro, Levy fez questão de deixar claro o seu descontentamento com o governo:
— Sem papas na língua, ele xingou todo mundo, principalmente a equipe do Planejamento, e disse que esse governo é uma bagunça que ele tem que consertar.
SAÍDA NÃO SERÁ IMEDIATA
Levy sabe que sua saída imediata — e a dos secretários que deverão acompanhá-lo, como o do Tesouro, Marcelo Saintive — fragilizaria ainda mais a presidente. Por isso, quer agir de forma discreta. Até que saia de fato, o ministro vai continuar trabalhando normalmente, defendendo o ajuste fiscal e negociando com o Congresso a aprovação de medidas importantes para o reequilíbrio das contas públicas, além do Orçamento de 2016.
Essa decisão tranquiliza temporariamente o Planalto, que classificou como “perfeita” a reação da Fazenda para comentar o novo rebaixamento do Brasil pela Fitch. Minutos depois de a agência anunciar que tinha retirado do país o grau de investimento, a pasta divulgou uma nota à imprensa, destacando que o governo tem feitos esforços para melhorar a trajetória da dívida pública. Na nota, Levy diz que é preciso sair em defesa do país.
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— A perda do grau de investimento é séria e precisamos agir, tomar as medidas de defesa dentro da receita que precisamos. O rebaixamento indica preocupação de que nem tudo que a gente precisa fazer tem conseguido fazer no passo necessário, até porque, vamos dizer assim, a atenção de alguns tem sido desviada por questões diversas que não têm necessariamente ligação com as medidas econômicas que temos que votar — disse Levy.
Interlocutores do Planalto afirmam que a presidente ainda não tem nomes para suceder Levy. O problema é que dificilmente o governo encontraria um nome com peso no mercado para substituir Levy:
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/levy-j ... z3ucWKnPCR
- Sterrius
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
vc ja viu os nomes que eles sugeriram pra substituir o levy bourne? Estou bem preocupado que o proximo ministro será politico e não virá da área econômica.