Gravação que levou Delcídio para a prisão pode comprometer Romário
A gravação que causou as prisões do senador Delcídio do Amaral (PT) e do CEO do BTG Pactual, André Esteves, pode acabar complicando a vida do senador Romário. Logo no começo da gravação feita pelo filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, Delcídio parece explicar o atraso para o encontro com Bernardo dizendo que ele foi surpreendido pela visita do prefeito Eduardo Paes (PMDB), acompanhado por Romário e por Pedro Paulo Carvalho, pré-candidato a suceder Paes na prefeitura do Rio em 2016. O motivo da visita seria para anunciar para o senador a aliança de Paes com Romário, que abriria mão de disputar da prefeitura e apoiaria Pedro Paulo. O motivo do acordo: a suposta conta de Romário na Suíça, que foi divulgada pela revista Veja em 24 de julho, desmentida por Romário e que motivou pedido de desculpas da revista dias depois diante de uma declaração do Banco Suíço BSI de que o ex-jogador não possuía conta no banco.
Mas qual seria a ligação de Eduardo Paes com a conta de Romário na Suíça e como ele poderia usar isso para manipular a situação e conseguir o apoio do ex-jogador? A ligação seria o irmão de Eduardo Paes, Guilherme da Costa Paes, que é diretor e um dos sócios do BTG Pactual, que comprou o banco suíço BSI em 2014, o famoso banco da suposta conta de Romário. Ou seja, o irmão de Eduardo Paes é um dos donos do banco que ficou famoso graças ao caso da conta de Romário.
Extrato bancário publicado pela 'Veja'.
Em 29 de julho, o blogueiro Ricardo Noblat, de O Globo, publicou um texto com o título “Quem disparou em Romário?”, no qual indica, três dias depois da notícia da conta na Suíça divulgada pela Veja, que o único interessado em derrubar Romário seria o prefeito Eduardo Paes, que via seu candidato com apenas 3% das intenções de voto em pesquisa feita pelo Instituto Paraná e divulgada pelo jornal O Dia no começo de julho. A pesquisa apontou que Romário tinha 27,6% e Marcelo Crivella, 32,2%.
Uma semana antes da divulgação da matéria da Veja, Eduardo Paes declarou em evento no Rio que estava tentando convencer Romário a apoiar seu candidato e esquecer a prefeitura da cidade. No mesmo evento, Pedro Paulo declarou ao Dia que realmente pretendia sacramentar a união: “Estamos conversando (...). Se Deus quiser, ele vai caminhar junto conosco no ano que vem.” Noblat indicou que Paes teria vazado a história da conta de Romário para a Veja para forçar a união. Dias depois, Paes procurou o blogueiro, que publicou na íntegra uma nota do prefeito com o título “Eduardo Paes nega qualquer ligação com a história de que Romário tinha uma conta no exterior não declarada”
Outro lado
Procurado pela reportagem, o Banco BTG disse, por meio de assessoria de imprensa, que não responderia sobre a suposta conta de Romário. O senador Romário acabou de publicar uma declaração sobre o assunto:
A gravação que causou as prisões do senador Delcídio do Amaral (PT) e do CEO do BTG Pactual, André Esteves, pode acabar complicando a vida do senador Romário. Logo no começo da gravação feita pelo filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, Delcídio parece explicar o atraso para o encontro com Bernardo dizendo que ele foi surpreendido pela visita do prefeito Eduardo Paes (PMDB), acompanhado por Romário e por Pedro Paulo Carvalho, pré-candidato a suceder Paes na prefeitura do Rio em 2016. O motivo da visita seria para anunciar para o senador a aliança de Paes com Romário, que abriria mão de disputar da prefeitura e apoiaria Pedro Paulo. O motivo do acordo: a suposta conta de Romário na Suíça, que foi divulgada pela revista Veja em 24 de julho, desmentida por Romário e que motivou pedido de desculpas da revista dias depois diante de uma declaração do Banco Suíço BSI de que o ex-jogador não possuía conta no banco.
Mas qual seria a ligação de Eduardo Paes com a conta de Romário na Suíça e como ele poderia usar isso para manipular a situação e conseguir o apoio do ex-jogador? A ligação seria o irmão de Eduardo Paes, Guilherme da Costa Paes, que é diretor e um dos sócios do BTG Pactual, que comprou o banco suíço BSI em 2014, o famoso banco da suposta conta de Romário. Ou seja, o irmão de Eduardo Paes é um dos donos do banco que ficou famoso graças ao caso da conta de Romário.
Extrato bancário publicado pela 'Veja'.
Em 29 de julho, o blogueiro Ricardo Noblat, de O Globo, publicou um texto com o título “Quem disparou em Romário?”, no qual indica, três dias depois da notícia da conta na Suíça divulgada pela Veja, que o único interessado em derrubar Romário seria o prefeito Eduardo Paes, que via seu candidato com apenas 3% das intenções de voto em pesquisa feita pelo Instituto Paraná e divulgada pelo jornal O Dia no começo de julho. A pesquisa apontou que Romário tinha 27,6% e Marcelo Crivella, 32,2%.
Uma semana antes da divulgação da matéria da Veja, Eduardo Paes declarou em evento no Rio que estava tentando convencer Romário a apoiar seu candidato e esquecer a prefeitura da cidade. No mesmo evento, Pedro Paulo declarou ao Dia que realmente pretendia sacramentar a união: “Estamos conversando (...). Se Deus quiser, ele vai caminhar junto conosco no ano que vem.” Noblat indicou que Paes teria vazado a história da conta de Romário para a Veja para forçar a união. Dias depois, Paes procurou o blogueiro, que publicou na íntegra uma nota do prefeito com o título “Eduardo Paes nega qualquer ligação com a história de que Romário tinha uma conta no exterior não declarada”
Outro lado
Procurado pela reportagem, o Banco BTG disse, por meio de assessoria de imprensa, que não responderia sobre a suposta conta de Romário. O senador Romário acabou de publicar uma declaração sobre o assunto:
http://brasil.elpais.com/brasil/2015/11 ... 13727.html